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EsportesTranscrição
00:00Começando as perguntas sobre o Mundial de Clubes, que é você um ex-campeão,
00:08que foi campeão do Mundial de Clubes pelo Corinthians em 2012.
00:13Eu queria saber, para começar, qual é a sensação de representar um clube tão grande no Mundial de Clubes?
00:20A gente vai ter Flamengo, Palmeiras, Botafogo e Fluminense, que são camisas gigantescas do nosso futebol.
00:26E como é para você ter essa sensação de enfrentar uma camisa, de defender uma camisa tão grande no Mundial?
00:35Eu acho que é único, né?
00:37Estou muito orgulhoso por ter feito parte disso.
00:41Até porque acaba que você faz parte de um grupo muito seleto, de poucos atletas que têm essa oportunidade de disputar e, consequentemente, ganhar.
00:51A chance de você ser campeão Mundial é mínima e acho que não tem algo mais prazeroso do que você conseguir o título mais importante de clube, que é o Mundial.
01:07E eu me sinto muito honrado, desonjeado.
01:09Tenho várias histórias pra contar com meus filhos, meus netos, que virão.
01:15E eu me sinto muito orgulhoso e feliz por ter podido contribuir de alguma forma pela equipe do Corinthians nesse Mundial que a gente foi campeão em 2012.
01:26E qual foi o maior desafio pra você enquanto você estava lá na disputa?
01:31Foi o nervosismo na estreia ou a pressão de fazer um bom trabalho pra torcida, pra família, né?
01:37A torcida do Corinthians é muito grande.
01:39Qual foi o maior desafio pra vocês?
01:41Obviamente, pra além dos adversários que vocês enfrentaram naquela edição.
01:48Na semifinal foi um jogo mais complicado pela responsabilidade que você tem de passar.
01:55Até porque o que todo mundo espera é que o time da América do Sul e da Europa passem, né?
01:59A gente acabou enfrentando o time do Egito, que eu não me recordo agora o nome.
02:04Mas tivemos um jogo muito difícil, passamos.
02:11Eu acho que isso é o mais complicado porque quando você joga com obrigação de vencer, você tem margem pra ir.
02:19E mesmo a gente não tendo feito um grande jogo, a gente fez o que tinha que ser feito, que era vencer.
02:25Fizemos isso muito bem.
02:27Então tinha um estresse muito grande.
02:29Em relação a como deveríamos nos portar diante dessa equipe na semifinal.
02:38Foi um jogo até muito duro, assim, né?
02:40De se fazer.
02:43Mas no jogo da final, acho que a gente entrou mais tranquilo porque o primeiro passo a gente tinha dado, né?
02:49Na final, é um jogo onde alguns fatores vão determinar que você ganha ou perca, né?
02:58Mas na semifinal a gente tinha a obrigação de passar até porque sabe o quão você é cobrado no Brasil,
03:05quando você não passa na semifinal de mundial, porque o que todo mundo espera é que no mínimo você chegue à final, né?
03:10E você até tocou no ponto que seria da próxima pergunta nossa aqui, sobre a final.
03:18Tem a diferença de preparação da final, a expectativa, a obrigação do clube brasileiro, melhor dizendo, né?
03:28Na semifinal muito maior do que a final.
03:30Mas pra essa final contra o Chelsea, vocês tiveram alguma preparação especial?
03:35Ou teve alguma coisa diferente ali dos outros jogos?
03:38O Tite falou alguma coisa ali diferente?
03:40A mobilização foi maior?
03:43Teve algo, assim, diferente das outras coisas?
03:48Olha, por incrível que pareça, eu aprendi muito com o Tite e com os atletas que lá estavam, né?
03:55O que me chamou muita atenção é que o comportamento foi basicamente o mesmo.
04:01O Corinthians era um time vencedor, com muitos jogadores vencedores,
04:05que estavam habituados a lidar com jogos decisivos.
04:10Então, eles não mudavam o comportamento de acordo com o jogo, né?
04:14E isso é uma marca muito grande da equipe que está habituada a vencer e a chegar em finais,
04:21que era aquela equipe.
04:23Então, a única coisa que a gente teve foi estudar o Chelsea pra saber os pontos fortes e os pontos fracos dele.
04:31Mas sem dar mais atenção do que a gente tinha dado na semifinal, né?
04:37A gente estudou, a gente se preparou basicamente da mesma forma, com o mesmo nível de atenção, né?
04:45E o que nos fez vencer foi justamente fazer isso de forma consistente,
04:51não só nesses dois jogos, mas ao longo de toda a temporada de 2012, né?
04:55Assim como quando ganhamos a Libertadores e fizemos um bom brasileiro também,
05:02pra que nos desse margem pra chegar bem pra essa final do Mundial.
05:07Mas o tipo de preparação foi o mesmo nível de concentração,
05:11o mesmo nível de entrega, o mesmo nível de intensidade nos treinos.
05:14A gente não mudou absolutamente nada.
05:16Fizemos tudo que tínhamos feito durante toda a temporada.
05:19Muito se falava, né?
05:23E ainda se fala hoje.
05:25Mas na época, o Mundial de Clubes, ele era disputado no meio da temporada europeia
05:30e no final da nossa temporada.
05:32E havia uma opinião comum de que os times europeus,
05:37eles não levavam a competição tão a sério como nós, brasileiros,
05:41levávamos e levamos.
05:42Você sentiu isso no jogo do Chelsea?
05:44Obviamente não querendo diminuir a conquista de vocês,
05:47muito pelo contrário, é uma das maiores da história do futebol brasileiro.
05:51Mas em algum momento pareceu isso pra você?
05:54Ou lá dentro de campo foi aquela mesma sensação de um time,
05:58um adversário do outro lado que queria ganhar o título tanto quanto vocês?
06:04De forma alguma eles foram extremamente respeitosos.
06:08Claro que pelo fato de ter ganhado a Champions,
06:13eles acharam que teriam um jogo mais fácil do que tiveram, né?
06:18É muito natural, até porque se você for observar,
06:21nós éramos a equipe basicamente de brasileiro,
06:25tirando o guerreiro, né?
06:27Contra a equipe que era uma espécie de seleção mundial, né?
06:31O Chelsea tinha poucos jogadores ingleses
06:34e a maioria dos atletas que lá estavam eram os melhores de cada país, né?
06:40Então, se você for observar,
06:42é quase que uma competição desigual.
06:45E o atleta de futebol, ele tem muito disso.
06:49Quando ele começa a vencer obstáculos maiores,
06:54ele acredita que eles tenham uma olhada
06:56e acharam que teria um jogo mais tranquilo do que eles imaginavam.
07:00Só que acabou que o roteiro foi mudado
07:05muito pela forma como a gente se preparou durante todo o ano,
07:09como a gente se portou durante o jogo.
07:12E quando a gente teve a oportunidade de abrir o placar,
07:15a gente fez o que tinha que ser feito, né?
07:16Fizemos o trabalho muito bem feito,
07:18mas eu não acredito nessa tese que eles não dão importância.
07:22Eu só acho que eles olham,
07:24vêem a diferença às vezes técnica,
07:26a diferença também de poder aquisitivo de uma equipe para a outra
07:32e, consequentemente,
07:33que te causa um certo desdém.
07:36Não em relação ao título,
07:37porque se fosse isso,
07:41as equipes não colocaram a sua equipe principal,
07:43colocaram a sua reserva para o Mundial, né?
07:45E todas as equipes que têm do Mundial
07:46sempre têm usado a sua melhor equipe,
07:48a sua melhor versão,
07:49para poder jogar a Schneider.
07:51E aí