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  • 05/06/2025
Transcrição
00:00E ontem nós falamos aqui sobre a fúria do sol.
00:04E você viu que embora tempestades solares severas não devam ser uma preocupação para o nosso dia a dia,
00:12a ciência precisa estar sempre atenta.
00:16Caso não haja um monitoramento preciso, diferentes infraestruturas poderiam ser abaladas repentinamente.
00:24E há um exemplo recente que liga mais um sinal de alerta.
00:30Vamos entender melhor na reportagem.
00:35Um estudo liderado por um pesquisador brasileiro da NASA analisou como as tempestades solares
00:44afetam os satélites Starlink da SpaceX em órbita terrestre baixa,
00:50acelerando a queda e reduzindo a vida útil.
00:54Dene Oliveira é doutor em engenharia aeroespacial e trabalha no Centro Espacial Godard da Agência Americana.
01:03A atividade solar é um fenômeno natural que varia em ciclos de aproximadamente 11 anos.
01:10Durante períodos mais intensos, nossa estrela libera explosões de partículas carregadas e radiação
01:19que interagem com a magnetosfera e a atmosfera da Terra.
01:24Essas interações provocam as chamadas tempestades geomagnéticas,
01:30que podem alterar significativamente as condições em altitudes próximas à órbita baixa da Terra,
01:39onde milhares de satélites circulam, incluindo 6.750 da megacostelação Starlink.
01:47A atmosfera terrestre se expande e se torna mais densa nessas altitudes,
01:55criando uma resistência maior ao movimento dos satélites, o chamado arrasto.
02:02Isso acelera a perda de altitude, levando muitos deles a reentrar na atmosfera mais cedo do que o esperado.
02:10O estudo acompanhou mais de 500 eventos de reentrada de equipamentos da Starlink entre 2020 e 2024
02:20e descobriu que quase metade dessas quedas ocorreu em órbitas muito baixas,
02:28onde a influência do arrasto é mais intensa.
02:31Esse aumento das reentradas associadas às tempestades solares
02:36representa um desafio crescente para o controle do tráfego espacial.
02:42Voltas rápidas e inesperadas dificultam o monitoramento e a prevenção de riscos.
02:50Além dos desafios causados pelas variações atmosféricas,
02:54A pesquisa também destaca que a diversidade de satélites Starlink
03:00torna as previsões ainda mais complexas.
03:04Diferentes modelos da constelação possuem variações no tamanho, peso e formato,
03:11que influenciam diretamente a resistência ao arrasto.
03:16A localização das reentradas é outro ponto de atenção.
03:20A maioria ocorre sobre oceanos, onde os destroços se desintegram
03:26e não representam risco à população.
03:29No entanto, satélites que caem próximos a áreas habitadas
03:34aumentam a preocupação com a segurança,
03:38reforçando a importância de previsões mais precisas e rápidas
03:42para evitar danos a pessoas e propriedades.
03:46A importância desse trabalho vai além da constelação Starlink,
03:52já que qualquer satélite em órbita baixa está sujeito aos mesmos efeitos,
03:58tornando o estudo fundamental para o futuro da navegação,
04:03comunicação e monitoramento espacial.

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