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Especialista orienta sobre hábitos saudáveis e alerta para os riscos da má alimentação.
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Transcrição
00:00Olha gente, um levantamento realizado pela Secretaria de Saúde do Estado, a CESA, aponta que os indicadores de obesidade infantil
00:08vem crescendo aqui no Estado. No período que esse levantamento foi feito, mais de 3.900 crianças capixabas
00:16apresentavam problemas com obesidade. E hoje, dia 3 de junho, é o dia da conscientização contra a obesidade infantil.
00:25Vamos entender juntos, no programa de hoje, a importância de uma alimentação adequada na infância e na adolescência também.
00:33Os adolescentes, às vezes, dão um trabalho para comer direitinho. A gente vai te ajudar a responder perguntas que eu sei que são muito comuns aí na sua casa.
00:41Por que meu filho ou minha filha não quer comer? Ou por que será que ele está comendo demais? Principalmente os alimentos ultraprocessados.
00:51A gente está falando da obesidade infantil, mas por outro lado, tem um dado alarmante também, porque mais de 250 mil crianças no país
00:59estão abaixo do peso ideal para a idade. Então, são dois extremos que preocupam muito e que podem impactar no desenvolvimento desses pequenos.
01:09Como é que é aí na sua casa? Na hora do almoço, do café, sempre rola um estresse?
01:13Compartilha com a gente nossos hábitos aqui, tira suas dúvidas também.
01:17Eu vou tomar um café da manhã com a Gisele Guzzo, que é nutricionista materno infantil e está aqui ao vivo com a gente
01:25para ajudar a gente nessa questão que pega muitas famílias, né, doutora Gisele? Bem-vinda.
01:30Obrigada, bom dia. Sim, na verdade a gente precisa entender cada caso é um caso, né, a gente precisa individualizar cada atendimento, tá?
01:42Mas o que mais a gente tenta gerar informação e dar informação é sobre a prevenção.
01:50A prevenção começa desde o útero, né, desde lá da 14ª semana de gestação que o bebê, ele começa a sentir,
02:00pela formação da papila gustativa, os sabores do mundo exterior, né.
02:04Olha só.
02:05Depois, quando ele nasce, tem um aleitamento materno que vai variando os sabores do que a casa come, né,
02:12claro que diretamente está relacionado à alimentação da mãe, mas ele começa a ser influenciado pela casa,
02:18pelo padrão, pela rotina alimentar da família, né.
02:23Então isso é importante para a gente entender todo o processo da alimentação desse futuro adolescente,
02:31desse futuro adulto e das patologias que podem estar envolvidas pela dificuldade alimentar desde o início da vida.
02:40Por exemplo, a criança que tem, que não consegue um aleitamento materno, né, vai para, precisa tomar fórmula,
02:48a fórmula tem um sabor só.
02:50O aleitamento materno tem vários sabores de acordo com o que a mãe está comendo.
02:54Então essa criança, ela tem um pouco mais de dificuldade na introdução alimentar.
02:58Então ela precisa ser muito bem conduzida.
03:01E o profissional que faz essa condução é o nutricionista materno-infantil, né.
03:06A introdução alimentar, de fato, é o primeiro contato com o alimento.
03:11Ela precisa, e vai muito além da nutrição, ela precisa ser desenvolvida os sentidos, né,
03:16o paladar, o tato, né, o olfato, a visão, tem que ser colorido, tem que ser divertido.
03:22A criança, ela aprende brincando.
03:24É verdade.
03:26E tem mães ainda que liquidificam os alimentos.
03:30Então ela vai aprender o quê?
03:31Ela vai continuar engolindo líquido, né, do leite materno, da fórmula, vai continuar.
03:36Então não tem esse trabalho, né, pra evoluir a mastigação, pra evoluir a aceitabilidade dos sabores.
03:45Nós, nossa geração, né, a gente foi muito acostumado com dois sabores só, que é o salgado e o doce.
03:52E o doce, verdade.
03:53Então tem muitas mães que têm dificuldade, têm medo, medo de oferecer o maracujá na colher, porque é azedo demais.
04:00Mas é o paladar que precisa ser desenvolvido, né, então a gente precisa que aquela criança sinta o sabor salgado, amargo, azedo e o doce sem açúcar, de preferência.
04:13Pois é, começa lá atrás, então.
04:14Começa, é.
04:15Então a grande prevenção está ali, né, então é muito importante a gente prevenir.
04:22Ei, Gisele, mas agora já foi, né?
04:24É, quis que te perguntar, tem vezes que a pessoa tá assistindo a gente e fala assim,
04:28Poxa, doutora Gisele, mas meu filho sempre comeu de tudo, né?
04:32Ou então assim, ah, não tive oportunidade de oferecer o alimento assim, separadinho pra ele.
04:37E agora, o que que eu faço? Porque ele não quer comer.
04:39Existe fase.
04:41A fase que, por volta de um ano e meio pra dois anos, que é a fase que a gente denomina como mini-adolescência alimentar.
04:48É mesmo?
04:48É, a fase do não, né, mas não é só da alimentação, também de tudo.
04:53De tudo, né?
04:54Ele quer testar, ele quer saber onde ele pode ir, né?
04:57Então há muitas recusas.
04:59E nesse momento, o grande, o mais importante é insistir com muito carinho, muita calma, né?
05:07A criança vai recusar, a gente insiste novamente em uma outra refeição.
05:11Mostrar pra criança que aquele alimento, que o alimento ele é pra comer, né?
05:15Então assim, se os pais, e tem muitos pais que tem medo, tem que comer, senão vai morrer de fome, tem que comer.
05:22E acaba que a criança começa a entender que se não comer, o pai vai ficar triste, né?
05:28Então ou eu como pra ficar empazinado e comer até demais, ou eu como de menos também pra chamar atenção, né?
05:36Então aí começa a questão de piorar a seletividade alimentar, né?
05:43Então é envolver a família, desde a gestação até pro resto da vida.
05:48A mesa, né?
05:49A mesa, ela é muito importante.
05:51Mostrar que o pai e a mãe consomem alimentos numa rotina saudável, isso influencia demais na alimentação.
05:58Não adianta que a criança coma bem, se no seu prato ali só tem alimento ultraprocessado também.
06:04Dificilmente isso vai acontecer.
06:06Exatamente.
06:07E tem também as patologias, né?
06:09Então assim, vem de uma dificuldade desde o início da introdução alimentar, né?
06:15Então tem crianças que sentem dores, tem crianças que não conseguem mastigar.
06:19Então a gente precisa, desde o início da introdução alimentar, já orientar aqueles pais,
06:25junto com o pediatra, com o gastropediatra, com o dentista também, né?
06:31Que ele é muito importante, esse ajuste, pra que a criança não se adapte.
06:37Ah, eu comecei a comer, eu tô sentindo dor.
06:40E aí, ah, tá normal, tá normal.
06:42Às vezes não tá normal.
06:43Às vezes não é normal.
06:43Às vezes é uma doença.
06:45Então tem várias doenças, o trato gastrointestinal, que a gente precisa detectar.
06:51A equipe multidisciplinar precisa detectar e trabalhar, né?
06:55Ah, Gisele, mas já passou isso tudo.
06:57Primeiro, tem que ser avaliado.
06:59Tem alguma doença associada, alguma patologia?
07:02Não.
07:03Se não, a criança seletiva, ela precisa ser ajustada, né?
07:09No qual, qual o grupo alimentar que essa criança tem mais dificuldade.
07:13E existe a terapia nutricional.
07:17Assim como terapia psicólogos, né?
07:19Olha, interessante.
07:20E também existe a terapia nutricional, que precisa ser feita por um profissional nutricionista
07:25em matéria infantil, que vai trabalhar com aquela criança e evoluir aquela criança semanalmente
07:31com a família, junto, em casa, trabalhando em conjunto, que é muito importante.
07:36Eu acho que isso que a senhora tá falando, doutora Gisele, se enquadra muito bem com o caso
07:41da neta da dona Mari Odete.
07:43A dona Mari Odete mandou um vídeo aqui participando dessa nossa conversa e é um pedido de ajuda
07:49também.
07:50Ela falou o seguinte, que a netinha dela de 10 anos simplesmente não gosta de comer comida,
07:57comida de verdade, arroz, feijão, carne, verduras e legumes.
08:01Ela não aceita.
08:03Ela mandou um vídeo pra gente pedindo orientação.
08:06Ela disse que já foi em vários médicos.
08:08E talvez, acho que o quadro dela pode se encaixar aí nessa orientação que você acabou
08:12de falar.
08:12Vamos ver?
08:13Diz aí, dona Odete.
08:16Ela hoje tem 10 anos, mas esse período todo da vida dela, ela nunca comeu comida, né?
08:25Comida normal, tipo um feijão, um arroz, um macarrão.
08:31Ela nunca comeu, nunca experimentou, né?
08:34E assim, eu já levei no médico pra fazer uns exames, pra ver se tá tudo normal, se é
08:39tudo normal.
08:41Os exames dela deu tudo normal, mas a médica pediu pra que tentasse, fosse tentando, né?
08:48Introduzir a comida pra ela.
08:51O que ela come é isso que eu tô falando.
08:53É o miojo, que eu faço sem o tempero, né?
08:56E come o pão assado na panela com a chacolatada.
09:02De resto, ela não come nada.
09:03Eu queria, assim, se alguém tivesse uma resposta, né?
09:08Uma solução, sei lá, o que fazer pra poder estar ajudando ela, eu agradeceria.
09:15Uau!
09:15Dona Odete, obrigada pela participação.
09:17Um caso ali grave, né?
09:19Grave, sim.
09:19A criança só come pão achocolatado e miojo.
09:23São os alimentos ali que ela aceita.
09:25Carboidrato, né?
09:26Sim.
09:26Só um grupo alimentar.
09:28Dona Odete, não tá normal, tá?
09:30Então, a gente precisa ser avaliado e dificilmente essa criança tá com os exames.
09:38Pode estar com glicose, insulina, colesterol, ok.
09:43Mas se a gente foi avaliado nutricionalmente, avaliou, dosou zinco, magnésio, vitamina B12.
09:50Dificilmente essa criança está com as taxas nutricionais normais, tá?
09:56Principalmente o zinco.
09:57A deficiência do zinco, ela aumenta a seletividade alimentar.
10:01O zinco também é fundamental pra imunidade da criança, né?
10:04Então, a gente precisa avaliar as taxas nutricionais.
10:08Porque na fase adulta, o que tá normal hoje, pode virar uma patologia grave.
10:15Além da obesidade infantil, lógico, que é uma doença.
10:19Mas também diabetes, hipertensão, né?
10:22Então, no meu consultório, eu canso de atender crianças com obesidade ou com baixo peso.
10:28Essas crianças obesas hoje, elas não estão, a obesidade, pra minha avaliação, quando eu avalio nutricionalmente falando,
10:40essas crianças estão desnutridas, né?
10:43Então, é uma obesidade barra desnutrição, tá?
10:46Porque a gente vai fazer todos os exames, a gente é nítido que tá deficiente, né?
10:51De ferro, de vitamina B12, de vitamina A, de zinco, de magnésio.
10:56Então, a gente precisa tomar muito cuidado com isso, porque não é normal.
11:01É normal uma criança que está com virose, né?
11:04Passou mal, ficou uma semana passando mal, na semana seguinte dá uma restriçãozinha e depois volta.
11:12Agora, 30 dias de seletividade, um, dois anos de seletividade, nunca foi normal.
11:18Pois é, que sinais que essa criança pode dar em casa?
11:22Porque, às vezes, de repente, o pai e a mãe observam que a criança tá ali, vamos por, acima do peso.
11:28Mas essa criança, ela pode apresentar algum sinal de que essa família deve procurar ajuda?
11:33A própria recusa, né?
11:35Se a minha casa tem oferta de todos os grupos alimentares, no horário certo, sem beliscar nos intervalos.
11:43Porque a criança, essa criança da Dona Odete, ela não está passando fome.
11:48Ela tem alimentação, só não tá uma alimentação que nutre essa criança, entende?
11:53Então, fome ela não tá passando.
11:55De um jeito ou de outro, ela deu o jeito de não sentir dor, né?
11:59E de comer, né?
12:01Só que ela não tá se nutrindo.
12:02E isso, no futuro, vai causar prejuízo no desenvolvimento cognitivo, motor, neurológico, né?
12:10Deficiência nutricional, ela é muito importante, principalmente nesse desenvolvimento deles, que estão em ascensão, né?
12:18Que dica que a gente pode dar pros pais que estão assistindo a gente, pros avós também, que muitas vezes ficam responsáveis pela alimentação dessas crianças.
12:27A gente vê tanta receita legal hoje, quando a gente passa ali na internet, né?
12:33E você pode fazer um bolinho ali de chocolate que, na verdade, não leva açúcar, é o cacau.
12:37Tão rapidinho, né?
12:38Rápido.
12:38Você pega o copo, quebra o ovo e a criança mesmo, né?
12:41Pode quebrar o ovo, colocar um cacau, canela, aveia, o que ela quiser.
12:46No micro-ondas dá pra fazer.
12:47Uma banana amassada e coloca no micro-ondas.
12:50Ontem mesmo, minha filha de 10 anos, quando eu vi, ela já tinha feito uma pizzazinha.
12:54Olha só que legal.
12:55É, que vai aveia, vai ovo, a base, depois coloca um queijo, um franguinho.
12:59Então, assim, é ter opções, principalmente, na geladeira e no congelador.
13:05Então, ah, por exemplo, o caso da minha filha ontem.
13:07Tinha o franguinho desfiado dentro da geladeira.
13:10Já tava prontinho.
13:11Ela pegou, colocou, colocou o queijo, o orégano e ficou uma delícia, porque eu comi também.
13:15Ai, que legal.
13:17Então, é importante a gente estimular a criança.
13:20Criança de 7, 8 anos, ela não pode ir para o fogão, mas ela pode.
13:25Tem forninhos, tem micro-ondas, tem um monte de opção legal.
13:30Fora que, tirar um dia pra ir na feira, a criança vai experimentar novas frutas.
13:36Escolha uma fruta.
13:38Uma fruta na feira, de cada, sabe?
13:41Uma não.
13:42Escolha sete frutas.
13:43Uma fruta diferente pra cada dia.
13:46Isso faz com que ela se alimente ou, pelo menos, comece a acostumar o paladar dela com outros sabores,
13:53a não ser o sabor doce ou salgado.
13:57Tá?
13:57Então, é uma opção boa de escolher, né?
14:00E também a opção do congelar.
14:03Então, dá pra tirar um dia pra fazer um kibe, fazer almôndega, fazer tortinhas saudáveis e congelar.
14:09No dia que tá na correria, ao invés de abrir uma sacolinha, a gente pega, coloca no micro-ondas
14:17e vai levar esse lanche super nutritivo e saudável pras crianças.
14:22Estão chegando algumas perguntas aqui, doutora Giles.
14:24Chegou uma pergunta interessante aqui, que eu achei, da Marcela, do Marcelo.
14:30Marcelo Siqueira, ele é de Viana.
14:33Viana sempre participando aqui com a gente.
14:34Marcelo, obrigada.
14:35Ele falou o seguinte, olha, na minha época, meus filhos comeram, na introdução alimentar,
14:42a comida que a gente comia em casa, com todos os temperos e sal.
14:46Hoje, meu neto não come sal.
14:50Isso.
14:50Tem algum...
14:52Aí ele quer saber se tem algum problema.
14:54Acho que no fato do neto...
14:56Exatamente.
14:57Há essa diferença, né?
14:58O pessoal, antigamente, normalmente faz essa comparação.
15:01É importante a gente entender e melhorar.
15:03Melhorar, né?
15:04Na minha época, quando eu era criança, a gente engolia comida.
15:08Hoje, a gente é estimulado para mastigar.
15:12E isso diminui a chance de seletividade alimentar.
15:15Então, hoje a gente sabe que o rim, ele não está maduro.
15:19Até, na verdade, até dois anos de idade, né?
15:22Mas a gente começa a ofertar o sal depois de um ano.
15:27Por quê?
15:28Por conta da maturidade renal mesmo, tá?
15:30Então, lá com seis meses de vida, esse bebê, ele vai consumir legumes, frutas, oleaginosas, né?
15:40Não, leguminosas, desculpa.
15:42Que tem na composição nutricional dele o sódio.
15:46Ele também está aprendendo a tomar água.
15:49Então, ele toma pouquinho, né?
15:51Então, cada um no seu tempo.
15:52Se a gente forçar e dar sal, pode forçar o rim, né?
15:58E trazer, no futuro, não agora, na primeira infância, no futuro, ter algum problema renal.
16:03Então, não tem necessidade.
16:05Mas não quer dizer que comida de bebê tem que ser ruim.
16:09Não vai ser sem sabor, né?
16:10Pode colocar cebola, alho, alho, poró, orégano, né?
16:16Tudo que você usar na sua casa de tempero, é importantíssimo você também colocar na comida do seu bebê.
16:24Valdete dos Santos, ela é de Vila Velha, morada da Barra.
16:29Obrigada pela participação, Valdete.
16:31Ela quer saber quando que pode começar a dar açúcar para as crianças.
16:38Nunca!
16:38Mas como é que a gente controla?
16:42O ideal seria isso mesmo, tá?
16:45Nunca.
16:46Mas, o que eu costumo dizer, até os dois anos de idade, a gente está no período ouro do desenvolvimento humano,
16:52que são os 1.100 dias de vida.
16:54100 dias antes da gestação, durante toda a gestação, até os dois anos de idade do bebê.
17:00Esse período, por que a gente denomina período ouro do desenvolvimento humano?
17:03Porque a gente vai desenvolver cerca de 70% do cérebro, né?
17:07Então, eu brinco, é por isso que eles nascem com absurdos, né?
17:11A gente desenvolve a microbiota intestinal e a gente desenvolve, como eu estou falando, o paladar.
17:17Então, é um desenvolvimento do paladar, do intestino, para absorver bem os nutrientes e desenvolver bem o cérebro.
17:24Então, o açúcar, ele é um alimento viciante, ele é um alimento que atrapalha o desenvolvimento da microbiota, ele agride a mucosa da microbiota.
17:34Então, o ideal é que nem a gente consuma açúcar, né?
17:39Ah, Gisele, mas é muito difícil.
17:40Aquela criança que não tem acesso em casa, ela vai acostumar com sabores sem o açúcar e para ela tudo bem.
17:49Então, o que eu oriento?
17:52Depois de dois anos, quando ela for numa festa, não trazer para casa, não fazer festa.
17:58Ah, hoje é o dia do brigadeiro, né?
18:00Porque aí a criança, opa, eu não comia, mas agora eu comecei a gostar, tá?
18:06Então, deixar aquela criança entender o processo.
18:09Então, normalmente, vai numa festinha, depois de dois anos, ah, mãe, quero isso.
18:13Dificilmente, essas crianças que são acostumadas a zero açúcar, elas vão começar a entender que o doce é doce com uns quatro anos de idade.
18:21E a mãe vai dar o docinho, ela vai pegar o docinho, vai comer.
18:24Eu peço sempre para a mãe dar um copo de água do lado, porque normalmente, gente, eles não gostam.
18:30É, porque não conhecia o sabor, né?
18:31Eles não gostam.
18:32Eu tenho um vídeo, né, de uma paciente minha com três anos, comendo brigadeiro e depois do almoço.
18:39Ela comeu brigadeiro, ela fez uma careta e pediu chuchu de volta.
18:42Olha aí.
18:42Então, ela preferiu o chuchu, porque o paladar dela não está acostumado.
18:47E o doce, ele é muito doce, ele pega na boca, né?
18:50Você já sentiu aquela...
18:51Com certeza.
18:52Então, para aquela criança que não está acostumada, ela não vai gostar de primeira.
18:57Assim como todos os alimentos que a gente não está acostumado, a gente não gosta de primeira vez que coloca na boca.
19:03O importante é oferecer.
19:05Então, falando em crianças seletivas, né, a gente precisa oferecer diariamente um alimento diferente.
19:11E aquela criança não precisa comer um volume grande.
19:14Ela precisa se adaptar até aceitar.
19:16Eu tenho crianças que começam a aceitar os alimentos pegando.
19:20Suja a mão, começa a sentir o cheiro.
19:22Depois pega e coloca na boca e cospe.
19:25Para depois pegar e colocar na boca e engolir.
19:28É uma escala de aceitabilidade.
19:30A gente precisa entender essa criança seletiva.
19:32Quais são os grupos alimentares.
19:34Por isso é importante a terapia nutricional.
19:38Por isso é importante você ter um nutricionista te acompanhando.
19:42Perfeito.
19:43Doutora Gisele, chegou um pedido aqui especial.
19:48Jurandir Siqueira, de Cariacica, falou o seguinte.
19:53Peça, Bruna, por favor, para a doutora Gisele dizer quais alimentos a gente nunca pode ofertar para as crianças.
20:01Acho que deve ter uma gama enorme, mas vamos selecionar.
20:04Pode ser que eu esqueça alguns.
20:06Os cinco principais que a gente nunca deve dar para a criança.
20:10Açúcar, adoçante, embutidos.
20:13Então, peito de peru, salame, salsicha, linguiça.
20:18Açúcar, adoçante, embutidos, ultraprocessados, ensacolados.
20:22Então, assim, aqueles biscoitos que na composição, a única coisa que não tem é um alimento em si.
20:30Você olha, é pura farmacologia.
20:32Você não consegue nem ler direito.
20:38Refrigerante, né, gente?
20:40O miojo em si.
20:42Biscoito de maisena.
20:43Eu fui criada na base do biscoito de maisena.
20:45Aquela história...
20:45Que triste, né?
20:46Bota aí para a criança parar de chorar.
20:49Para coçar o dente.
20:51Coçar o dente.
20:51É triste, eu também fui.
20:55Mas não é bom dar, né?
20:56Não, né?
20:56Quer mais prático que dar uma banana para uma criança?
21:00É muito mais prático que um biscoito de maisena, né?
21:03Isso está na nossa cabeça porque a gente foi ensinado a...
21:07A gente comia o biscoito de maisena.
21:09Então, para a gente é muito prático, tá?
21:11Mas tem opções.
21:12Quem quer ter biscoito, depois de dois anos, né?
21:15Até depois de um ano, tem opções legais também de várias marcas orgânicas.
21:21Marcas que usam, de fato, ingredientes da casa, da mesa, da cozinha.
21:27Perfeito, doutora Gisele Guzzi, nutricionista materno-infantil, dando uma aula.
21:31Inclusive, para mim, estou com o meu pequeno em casa lá, comendo bastante.
21:34Obrigada pelas informações.
21:36Tá?
21:36Bate-papo foi muito bacana.
21:38Obrigada a você.
21:39Tchau, tchau.

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