Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • anteontem
Transcrição
00:00E a gente noticiou recentemente algumas erupções solares que tiveram consequências leves aqui na Terra,
00:07como auroras e apagão localizado de rádio.
00:11Mas e se formos atingidos por uma tempestade de grandes proporções?
00:16A nossa tecnologia estaria pronta?
00:19Bom, vamos ver as respostas na reportagem.
00:22No núcleo do nosso Sol, átomos de hidrogênio colidem em velocidades e pressões extremas,
00:33se fundindo e liberando quantidades inimagináveis de energia a cada segundo.
00:37Esse processo, chamado de fusão nuclear, é o que mantém a estrela brilhando e sustentando a vida na Terra.
00:43No entanto, essa força também é instável e imprevisível.
00:46De tempos em tempos, o acúmulo de energia desencadeia violentas erupções e ejeções de massa coronal
00:52capazes de lançar bilhões de toneladas de partículas eletricamente carregadas em direção ao nosso planeta.
00:59As consequências podem ter diferentes níveis, mas será que estamos prontos para lidar com um cenário mais grave?
01:05Neste caso, os efeitos vão muito além do aparecimento de auroras coloridas no céu.
01:10Estamos falando de danos generalizados a satélites, redes elétricas, sistemas de comunicação e transporte.
01:15O problema central é que o mundo moderno depende profundamente de tecnologias
01:19que são vulneráveis ao impacto de uma super tempestade solar.
01:23Satélites usados para GPS, comunicação e previsão no tempo podem ser danificados ou destruídos.
01:29Redes elétricas interligadas podem sofrer colapsos em cascata.
01:34Em 1989, uma tempestade solar causou um blackout em toda a província de Quebec, no Canadá.
01:39Agora imagine os impactos de um evento da mesma natureza,
01:43mas em escala global e com intensidade comparável à do evento de Carrington,
01:47a maior tempestade solar já registrada em 1859, quando a tecnologia ainda não dominava nossas vidas.
01:55Como não há precedentes, é difícil de calcular esses impactos.
01:59O olhar de tal conversou com o professor Paulo Simões, do Centro de Radioastronomia e Astrofísica do Mackenzie,
02:04que nos explicou que o caso de 1989 trouxe algumas lições.
02:08Apesar disso, prever as tempestades solares ainda é um desafio.
02:12Isso se aprendeu muito em como preparar os sistemas para esses casos.
02:18A previsão desses efeitos, desses fenômenos, é relevante para toda essa indústria que atua nessas áreas.
02:26E nós temos já uma ideia, porque o ciclo de atividade solar tem por volta de 11 anos,
02:32então a gente consegue saber que épocas que o sol está mais ativo,
02:36onde a taxa de ocorrência dessas tempestades é maior.
02:39O que é difícil prever é qual é a intensidade dos eventos.
02:43Se vai ser muito mais intenso ou mais fraco.
02:46Essa parte ainda tem algum conhecimento nessa ideia, mas é muito difícil prever.
02:51Então existem já esforços mundiais de como melhorar esse sistema de previsão
02:58e entender melhor como que esses efeitos acontecem para preparar os sistemas
03:03para a prevenção de ocorrência desses eventos.
03:07Além disso, a dependência crescente da população por sistemas baseados em internet, aplicativos e GPS
03:13torna o cenário ainda mais vulnerável.
03:16O Brasil, por exemplo, ainda caminha de forma lenta na implementação de sistemas de alerta
03:20e protocolos de contingência para proteger a infraestrutura crítica contra riscos geomagnéticos.
03:25A maior parte das redes elétricas e sistemas de telecomunicação
03:28não foram projetados pensando nesse tipo de ameaça.
03:32Paulo Simões lembra que o nosso país costuma ser menos impactado
03:35por causa da posição geográfica.
03:37De qualquer forma, o assunto precisa estar no centro das atenções da ciência globalmente.
03:42No Brasil, esses efeitos são mais reduzidos.
03:46O efeito de tempestades solares é muito mais intenso nas regiões mais perto dos polos da Terra.
03:54Mas é sempre uma questão que precisa ser continuamente estudada,
04:00porque no caso de um evento muito mais intenso,
04:04nós não temos ainda um registro para saber qual seria o impacto.
04:07Agora, a chance de fato de uma super tempestade catastrófica é muito baixa.
04:17De fato, em um século e meio de mais ou menos estudos da atividade solar,
04:24tivemos talvez dois casos mais intensos, o próprio DOL de 1989
04:30e o primeiro registrado no final do século XIX,
04:34onde não tinha ainda uma tecnologia que pudesse ser impactada.
04:39Então, não é uma preocupação que todo mundo precisa ter no dia a dia,
04:44mas é uma preocupação constante,
04:47tanto de estudos de pesquisa, como o nosso,
04:50como das atuações das áreas de satélites,
04:55das áreas de comunicação e rádio e exploração espacial e redistribuição de energia.

Recomendado