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  • 03/06/2025
A Justiça do Rio de Janeiro concedeu habeas corpus ao cantor MC Poze do Rodo, preso por suspeita de envolvimento e apologia ao crime organizado. O desembargador Peterson Barroso determinou a soltura com medidas cautelares, destacando que a prisão não era imprescindível para a investigação. Ele afirmou que o foco das prisões deve ser nos líderes das facções criminosas, e não no cantor.

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00:00Pessoal, dando sequência a uma das principais pautas que movimentaram, chacoalharam o noticiário policial na semana passada,
00:07que foi quando o MC Pose do Rodo rodou para a Justiça.
00:10Pelo visto, essa mesma Justiça, claro, a Justiça Fluminense, no Rio de Janeiro,
00:14concedeu habeas corpus para o cantor Marlon Brandon Coelho Couto,
00:19o icônico MC Pose do Rodo, ou notório MC Pose do Rodo, como você quiser enxergá-lo.
00:24Isso tudo quatro dias, apenas quatro dias, depois dele ser preso, acusado de envolvimento
00:29e apologia ao crime organizado.
00:32Mas olha, o que chamou a atenção foi o argumento do desembargador Peterson Barroso,
00:36da Segunda Câmara Criminal, que determinou a soltura e o cumprimento de medidas cautelares pelo artista.
00:43Agora, mais uma presença ilustre juntando a nós, minha dupla David de Tarso.
00:46David de Tarso, no rastro da informação, sempre com precisão.
00:49David, o que o juiz, o que o magistrado alegou para poder limpar a barra do Pose do Rodo?
00:55Bom, ele fez várias críticas em relação à prisão do MC Pose,
00:59dizendo que não precisaria algemá-lo, que se tratou de uma situação midiática,
01:04e até fez comparações em relação ao caso do NSS,
01:07dizendo que muitos daqueles que desviaram o dinheiro dos aposentados e pensionistas
01:13estão aí, livremente, andando pelas ruas, sem qualquer tipo de repressão,
01:18sendo que um artista, um cantor, foi preso e algemado.
01:22Por isso ele considerou a prisão irregular e, por isso, também soltou o MC Pose.
01:28O pior é enxergar diversos pretensos advogados, também agentes da lei, Mano Ferreira,
01:35que, enfim, professando um falso humanismo, um garantismo suicida, como a gente sempre diz aqui,
01:41estão dizendo parabéns pela coragem do desembargador,
01:43como ele foi peitudo, realmente, para tentar limpar isso.
01:47Agora, coragem, de verdade, é o policial que, enfim, ali está perspirando,
01:52passando sufoco, pressionado, para tentar, enfim, de alguma forma,
01:55neutralizar todos esses elementos que idolatram e financiam os espetáculos
02:00regados, armados até os dentes, do Pose, do Roda e tantos outros,
02:04que perpetuam essa cultura bandidólatra, né?
02:07Como é que você está vendo isso?
02:08Olha, Marinho, eu vejo que, para a gente ter a decretação de prisão de alguém,
02:15a gente precisa ter elementos concretos que sejam mais contundentes do que letras de música.
02:22E, na minha visão, ainda está faltando isso no que diz respeito ao MC Pose do Rodo.
02:29A gente não pode, por conta de letras de música, prender alguém.
02:34Nesse sentido, eu acho que o argumento do desembargador faz sentido, né?
02:39A gente tem pessoas soltas por roubar aposentados,
02:43aí vamos prender alguém porque tem músicas que tem uma letra que alguém não gosta.
02:48Não é só isso também, né, Marinho?
02:49Mas aí a gente precisa, então, ter todos os elementos.
02:53Se, como eu falei, se o MC Pose do Rodo está lavando dinheiro para o crime organizado,
03:00isso é um crime independentemente das letras da música dele.
03:05Não dá para misturar uma coisa com a outra.
03:07Assim como uma empresa de ônibus lava dinheiro para o crime organizado,
03:13e isso por si é crime, mas a atividade de transporte de pessoas não,
03:18o mesmo vale para um MC de funk.
03:22Se ele lava dinheiro para o crime, é preciso que isso seja comprovado.
03:27E aí, por isso, ele deve ir preso.
03:30Mas a gente não deve criminalizar a expressão artística a priori.
03:36Então, lembrando aqui o fato dado concreto,
03:38os códigos que regem o convívio entre todos nós,
03:41artigo 287 do Código Penal de S. Peixoto, abre aspas aqui,
03:45apologia de fato criminoso ou de autor de crime é crime sim.
03:48Assim como o artigo 29, onde nós temos claramente disposto
03:52que quem, de qualquer modo, de qualquer modo,
03:55concorre para o crime, incide nas penas a ele cometidas.
03:58Então, acho que está mais do que provado, pacificado,
04:01só quem realmente tiver alguma cegueira
04:02ou uma incapacidade de lidar com as imagens flagrantes que nos apresentam,
04:06que realmente o Poço do Rodo atuou em diversos eventos,
04:09financiamento de São Barroso, a sua excelência,
04:12mas com a sua decisão, acho que talvez está na hora da gente reavaliar
04:14a necessidade de manter juízes caríssimos como o senhor,
04:16recebendo todo tipo de regalia e segurança como você recebe.
04:20Até porque você, basicamente, replicou argumentos altamente ideológicos repetidos
04:25de padrão ladainha de militante do DCR,
04:28dizendo que há muita gente cometendo injustiças e crimes,
04:31portanto, ele merece ser solto.
04:33Como, de alguma forma, um crime de muito maior proporção
04:37justificasse um crime de menor potencial ofensivo ou relativizado.
04:41Olha, eu acho que...
04:42Mas aí o argumento é esse.
04:44Não é relativização, os direitos humanos e individuais são essenciais.
04:50A gente não pode...
04:51É muito engraçado, porque quando a gente fala de figuras políticas da direita,
04:56aí a gente precisa manter sempre a presunção da inocência,
05:02o devido processo legal, o direito à ampla defesa.
05:05E quando a gente fala de um funkeiro,
05:07aí a gente precisa prender imediatamente,
05:09de forma cautelar por conta de uma letra de música.
05:12Se Caetano Veloso cantasse as letras do MC Pose, ele seria preso?
05:17Mano, mas o que eu...
05:18Se ele fosse visto num show com pessoas exibindo fuzis, provavelmente...
05:22Mas aí o processo precisa trazer esses elementos,
05:26não a letra da música.
05:27Mas o que eu estou dizendo é exatamente isso.
05:28Eu acho que tinham argumentos jurídicos para soltá-lo,
05:32exatamente porque não teve processo,
05:34porque ele ainda não foi condenado,
05:35mas o que me incomoda é a argumentação utilizada
05:39comparando-se com outras situações.
05:42Porque eu acho exatamente que pela análise dos fatos
05:45e do que diz a nossa legislação,
05:47ele deveria ser solto.
05:49Mas a argumentação da decisão judicial
05:51tinha que ser sobre esses elementos
05:54e não sobre o que está acontecendo no INSS
05:56ou em qualquer outro aspecto da sociedade.
05:58O fato é o seguinte,
05:59um rapaz que assim que foi fichado pelo sistema
06:01fez questão de dizer que era um faccionado,
06:04fez questão, acabou sendo liberado efetivamente
06:07por essa decisão,
06:09dizendo o mesmo argumento, Mano Ferreira,
06:11de que diversas micaretas de político,
06:14de fanboys de político
06:16com seus respectivos políticos de estimação
06:17utilizam.
06:18Se tem muita gente cometendo outros crimes,
06:20portanto a prisão é injusta.
06:22De alguma forma, passando pano com a sujeira dos outros
06:24para poder limpar a sua própria sujeira.
06:26Então, essa relativização, para mim,
06:28pelo menos, quero entender de vocês aqui todos,
06:30da Jess Peixoto também,
06:31que está pacientemente esperando
06:32e quero muito ouvir também contribuindo
06:34na roda do debate aqui no Morning Show.
06:36Vai que a sua, Dias.
06:36Uma parte da argumentação do juiz em questão,
06:38do desembargador,
06:39era que em anos recentes,
06:42no ano passado,
06:42ele foi vítima ali de uma situação
06:45e que ele foi inocentado dessa situação.
06:47Eu acho que aqui se sustenta
06:49o mesmo argumento que a Ninha usou.
06:51O comparativo com uma operação passada
06:53para ser um indício de inocência,
06:55para mim, ele não tem nenhuma base,
06:57nenhuma argumentação jurídica,
06:59até porque os processos são, de fato, diferentes.
07:01O processo anterior falava sobre rifas e sorteios
07:04e o processo atual sobre tráfico de drogas
07:07e envolvimento com uma facção criminosa.
07:09Então, esta também é uma parte da decisão ali,
07:12da argumentação do desembargador,
07:14que no final das contas,
07:15isso era um indício.
07:16Mas veja que nem os mesmos policiais
07:18estavam envolvidos,
07:19não é a mesma investigação.
07:21Somando a isso,
07:22o fato de que foi utilizado um comparativo
07:24com outros, né?
07:25Ah, o do INSS não está preso.
07:27E que esteja, que esteja.
07:28A solução não é...
07:30Ah, vamos soltar então todo mundo,
07:32porque olha lá,
07:33o esquema do mensalão,
07:34ninguém ficou muito tempo na cadeia.
07:35Não pode ser assim.
07:36Os países nunca vai pra frente.
07:39Exato.
07:40A gente precisa olhar no caso
07:42pra realmente cada um ter sua sentença,
07:44sua decisão.
07:45Aqui estou em concordância com os colegas.
07:47Agora, o que é a grande questão aqui?
07:49Era uma cautelar que não era baseada
07:51só nas letras das músicas.
07:53Era uma cautelar que baseava-se também
07:56em investigações
07:57sobre o agenciamento dele
07:59pra esses shows
08:00e mais,
08:01sobre a presença e a relação dele
08:03dentro desses shows
08:04com o tráfico,
08:05com as vendas de drogas
08:06e também com as pessoas
08:09que estavam armadas.
08:10Então tem,
08:11viralizou esse...
08:12Foi um vídeo,
08:13eu acho que o Brasil é um país tão surreal
08:15que as pessoas produzem provas contra si, né?
08:18O vídeo com os fuzis
08:19cantando lá no show dele
08:21em uma determinada comunidade do Rio de Janeiro.
08:24Então, assim,
08:24a relação toda
08:26e a razão da cautelar
08:27era pra que ele não interferisse
08:29nas investigações
08:30em relação a esses casos também.
08:32Não só a situação de apologiar ao crime
08:35presente nas músicas.
08:37Então, eu acho que aqui
08:37a gente precisa ter uma...
08:39E é bom que a gente faça isso num programa
08:41que é realmente escrutinar a decisão
08:43e mostrar que existe interesse público
08:46e que a gente está de olho nessas decisões
08:48e como elas ressoam
08:49e o que elas representam pra sociedade.
08:51E se os membros do judiciário
08:53estão fazendo o seu legítimo
08:55e necessário papel.
08:57Porque no final das contas
08:58importa muito também
09:00que essa investigação
09:00siga em curso
09:02sem as determinadas interferências
09:04de pessoas ricas, poderosas
09:06que podem muitas vezes
09:07silenciar esses processos.
09:09Não, e entre as restrições também
09:10que ele deve enfrentar
09:11está não ter contato
09:13com os outros investigados.
09:14Agora, se as produtoras
09:15estão sendo investigadas,
09:17como é que ele não vai ter contato
09:18com os outros investigados?
09:19Eu queria, assim, entender isso.
09:21Exatamente.
09:22Exatamente.
09:23Mas, gente, eu acho que o ponto principal
09:25que faz esse alerta
09:28é essa questão
09:29de que as pessoas
09:30estão utilizando
09:32outros exemplos
09:33pra justificar decisões,
09:36esquecendo-se da letra
09:38da lei.
09:39E isso é muito grave.
09:41Porque, primeiro,
09:41fortalece narrativa.
09:44Não, olha, mas você não está...
09:45A pena do fulano
09:46foi muito maior,
09:48então agora
09:48você tem que abrandar a minha.
09:52Entendem onde eu quero chegar?
09:54O ponto é
09:55essa insegurança jurídica
09:57que faz com que as pessoas
09:59comecem a basear
10:01decisões judiciais.
10:02E não só decisões judiciais,
10:04julgamentos públicos também.
10:05Mas é que decisões judiciais
10:06têm um impacto direto
10:07na liberdade da pessoa.
10:10Naquilo que os outros fazem
10:12ou deixam de fazer
10:13me parece muito preocupante.
10:15Seguindo a letra fria da lei,
10:17isso me permite
10:17Código de Processo Penal,
10:19artigo 312.
10:20Hoje aqui estou pegando o manual mesmo
10:21porque se é pra ser estrito,
10:23se é pra ser rigoroso,
10:24sejamos.
10:25A prisão preventiva
10:26será decretada
10:26para garantir a ordem pública.
10:28Fecha aspas.
10:29Ordem pública,
10:30na minha visão,
10:31eu acho que na de todos,
10:32inclui evitar que o acusado
10:33continue influenciando
10:34com os seus megafones
10:35financiados com
10:36o sangue
10:37jorrado ali
10:39por práticas criminosas
10:40e pelo tráfico
10:41que ele exalta.
10:42Então, pra mim, sinceramente,
10:43se isso não é garantir
10:43ordem pública,
10:44eu não sei mais o que é.
10:45Ainda mais pela forte
10:46influência social.
10:47Está inegável isso.
10:48Está mais do que pacificado.
10:49O poder econômico
10:50que ele dispõe
10:50vide essas rifas ilegais
10:52multimilionárias
10:53que ele chegou
10:54a anunciar
10:55e, enfim,
10:56divulgar
10:56a torta e direito.
10:58A rede de apoio criminal
10:59que ele tem
10:59no entorno dele.
11:00Isso é mencionar o poder,
11:02eventualmente,
11:02até de intimidar testemunhas.
11:03ou a gente vai ser leigo
11:05o suficiente,
11:05inocente o suficiente
11:06e acreditar que isso
11:07não possa ser o caso.
11:08David,
11:08está...
11:09Não, é que vocês estão
11:09falando tanto da letra
11:11da lei, né?
11:12A letra da lei
11:13foi esquecida
11:13e a letra dele
11:14foi relativizada também, né?
11:16Também?
11:16Nossa, você já começou
11:18quente hoje, David.
11:19Ficção não é realidade, né?
11:21A gente vai estar tratando...
11:23Cadê ficção?
11:23É, obra de arte
11:25é ficção.
11:26Obra de arte
11:27não é realidade.
11:28Obra de arte
11:29que exalta nomes reais?
11:31É panfletário.
11:32Organizações?
11:32Aí a gente tem um debate,
11:34por exemplo,
11:34se tiver uma letra de música,
11:36dando um exemplo,
11:37que está tendo até
11:38a legislação aí
11:39para enquadrar
11:40como terrorismo
11:41determinadas organizações
11:42como Comando Vermelho
11:43e PCC,
11:43mas se a gente tem
11:44uma letra de música
11:45que faz apologia
11:46e tenta angariar
11:47as jovens
11:47para entrar no Hamas.
11:49Isso não é apologia ao crime?
11:51Isso não é extremamente
11:51danoso para a sociedade?
11:52Isso não é muito complexo?
11:53A minha visão de liberdade
11:54de expressão
11:55e expressão artística
11:56é muito mais radical.
11:58Eu acho que a arte
11:59é ficção.
12:00A gente vai começar
12:01a tratar Bebê Riborne
12:02como bebê, gente.
12:03Não dá.
12:04É muito diferente.
12:04Não dá.
12:06Obra de arte...
12:07É que o Bebê Riborne
12:08não faz mal a um terceiro.
12:10O filme Tropa de Elite
12:11era uma forma
12:12de exaltação
12:13da tortura policial?
12:14Obviamente não.
12:16Meu irmão e camarada.
12:17Mas existe uma materialidade
12:18dentro das letras
12:19que é muito forte.
12:21Existe, muitas vezes,
12:22uma questão publicitária.
12:24Comunicação, arte,
12:25ela também vem de uma ideia.
12:27Quando você vem de uma ideia
12:28para um jovem
12:29de 12 anos
12:30dentro da comunidade
12:31que ele deve entrar
12:32num grupo desse,
12:34uma facção criminosa,
12:35realmente é problemático.
12:37Eu acho que no final do dia
12:39ideia pode se combater
12:40com ideia,
12:40mas ideia também se combate
12:41muitas vezes
12:42quando a gente cria sistemas
12:44que barram determinadas apologias
12:46que são extremamente
12:47danosas para a sociedade.
12:49E nesse caso,
12:50existe um dano evidente
12:51para a sociedade,
12:52para aquelas famílias,
12:53para esses jovens.
12:54Então, assim,
12:54eu acho que é um debate
12:55que a gente consegue
12:55resolver o homicídio.
12:57Aí a gente quer agora
12:58criar uma fiscalização
13:00de letra, de música.
13:01Mas não é que você está fazendo
13:02exatamente o que o juiz fez.
13:04Não.
13:05Primeiro que eu não sou juiz.
13:07Eu estou no debate público,
13:08não jurídico.
13:08Não, tudo bem.
13:09Então, a gente está falando
13:11sobre a capacidade estatal,
13:13que não é infinita.
13:14O Estado não é Deus.
13:15Não é capaz de tudo.
13:16A gente precisa ter foco.
13:18Então, se a gente quer
13:19combater a violência,
13:20é muito mais importante
13:22que o Estado seja capaz
13:24de averiguar, processar
13:26e punir homicida,
13:29traficante,
13:30do que artista.
13:31Isso é, na minha visão,
13:32isso é óbvio.
13:33Não é punir artista.
13:34Vou dar um exemplo aqui
13:35que já usei em outras situações.
13:37O meu posicionamento,
13:38quando tem expulsão
13:39de aluno de faculdade
13:40por cantar hino
13:41que faz apologia ou estupro,
13:43é, de fato,
13:44que ele seja punido.
13:45O meu posicionamento,
13:46quando tem cantor famoso,
13:48poderoso,
13:48cantando música de apologia
13:50ao crime
13:50que leva os assassinatos
13:52em uma situação de guerra civil
13:53no Brasil,
13:54é o mesmo.
13:54Isso é coerência.
13:55Eu não acho surreal
13:56e eu não acho que é relativo.
13:58Não é uma situação leve,
14:00não é ali,
14:01ai, vamos interpretar,
14:02dá pra entender.
14:03É literal.
14:04É literal.
14:05E isso é, sim,
14:06um instrumento,
14:07muitas vezes,
14:07de jovens,
14:08querendo ou não,
14:09se afeiçoarem,
14:10entrarem em grupos
14:12que fazem muito mal
14:13pro Brasil.
14:14Então, eu acho
14:14que isso é problemático.
14:15Eu nem tô falando
14:16que o problema é o pose, tá?
14:18Eu nem tô falando
14:18que o problema é ele,
14:20per si,
14:20ou que ele não é um bom cantor,
14:21ou sei lá,
14:22qualquer coisa desse tipo,
14:23pra aqueles que são fãs.
14:24Mas quando tem uma música
14:25que faz uma apologia
14:26a algo que tá destruindo o Brasil,
14:28algo que tá,
14:29e que contribui
14:30pra destruir o Brasil,
14:30acho que esse é o ponto.
14:31A gente não consegue atacar
14:32a destruição do Brasil,
14:34que é o crime organizado,
14:36e quer atacar
14:37a letra da música.
14:38Mas não é mutuamente
14:39pudente.
14:39Isso é uma inversão
14:39de valores.
14:40Isso não é mutuamente
14:41pudente.
14:41É uma inversão
14:41de valores, isso.
14:43É fácil defender
14:43que pode andar junto.
14:45O que a gente precisa
14:46é atacar as causas
14:48que fazem com que jovens
14:50se atraiam
14:51por esse tipo
14:52de obra de arte.
14:53Entre as causas,
14:54entre as causas,
14:55a própria obra de arte.
14:56Meu Deus.
14:56Pelo amor de Deus.
14:57Pelo amor de Deus.
14:58O contexto social.
14:59Digamos que todos nós
14:59é a esmagadora maioria
15:00do povo brasileiro
15:01que tá nos assistindo.
15:02Ninguém tá falando.
15:02Eu acho que a grande questão
15:03é que não é totalmente excludente.
15:05Você não precisa impedir,
15:07ah, é um ou outro.
15:07Vamos escolher.
15:08Ou a gente olha pra isso,
15:09ou a gente olha pra isso.
15:10Não, tem esferas diferentes.
15:12Tanto que estão,
15:12nesse mesmo momento
15:13que tá tendo
15:13uma investigação com ele,
15:14e toda essa situação,
15:15tem outras 700 mil investigações
15:18que também estão acontecendo
15:18em outras frentes.
15:1995% dos roubos e assaltos
15:22não são solucionados.
15:24A polícia tá perdendo tempo
15:26analisando letra de música.
15:27Ninguém tá falando, mano,
15:28que a polícia,
15:30a promotoria vai fazer isso,
15:31mas assim,
15:32ninguém tá falando aqui
15:33que é a única forma
15:34ou que é a melhor forma.
15:35Eu não acho que...
15:36Como que a gente vai acabar
15:37com o crime organizado no Brasil?
15:38É indo em letras de músicas
15:40que fazem apologia ao crime
15:42e a essas facções
15:43e combatendo essas letras.
15:44Ninguém tá falando isso.
15:45Ninguém.
15:46O que nós estamos falando
15:47é que isso pode ser um instrumento
15:49e que ele é um instrumento
15:50às vezes importante
15:51pra não permitir
15:52a publicidade panfletária
15:54que muitas vezes
15:55essas letras levam
15:56em relação ao crime.
15:58Mas assim,
15:58é óbvio que o mais importante
16:00é debater segurança pública,
16:01é óbvio que o mais importante
16:02é olhar pros problemas em curso,
16:04é óbvio que o problema
16:06mais importante
16:06é ver muitas vezes
16:07as milícias
16:08e o papel das milícias
16:09dentro dessas facções,
16:10é óbvio que isso é mais importante,
16:12mas não é mutuamente escolhente.
16:14Cá entre nós aqui,
16:15essa prisão aqui,
16:16essa soltura
16:16do MC Pozo do Rodo,
16:18ela é simbólica,
16:19que ela é cultural,
16:19ela é altamente ideológica
16:21na nossa visão,
16:22digo, pelo menos na nossa não,
16:23na minha,
16:24e imagino que diversos de vocês
16:26nos assistindo,
16:27nos acompanhando.
16:28Agora, sinceramente,
16:30é aquilo, né,
16:31parece que a cultura
16:32que ele segue perpetuando
16:34e financiando até o talo,
16:35parece que tem trilha sonora
16:37e também o palco ali
16:39financiado pelo tráfico.
16:40É aí que mora o perigo
16:41e não necessariamente ser,
16:43é muito mais por criar
16:44limites morais e jurídicos
16:45contra o crime organizado
16:47tendo trilha sonora
16:48e palco executivo
16:49do que propriamente
16:50ser censura
16:50ou uma mordaça
16:52na liberdade de expressão.
16:53Ainda mais quando a gente vê
16:54um impacto
16:55tão socialmente devastador
16:57que essa situação toda tem.

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