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  • 27/05/2025
Lincoln Gakiya declarou nesta segunda (26) que vê a “pejotização do crime organizado”. O promotor, que é um dos principais combatentes às ações das facções criminosas, avaliou que o Brasil rua ao caos na segurança pública.

Assista ao programa completo: https://www.youtube.com/watch?v=ip1NC5VBvTM

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Transcrição
00:00A gente fala agora mais sobre segurança pública aqui no Brasil, um dos principais assuntos que nortearam os países sobre o crime organizado nessa segunda-feira, o poder das facções e a complexidade no combate pelo poder público. A reportagem é de Misael Mainetti.
00:16Não basta a PEC da Segurança Pública para resolver os problemas enfrentados pelo país. Para especialistas que passaram pelo seminário, outros mecanismos também são complementares e muito importantes. É o caso da regulação das redes sociais. Como explica o diretor-geral de Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues. Para ele, este assunto deve ser tratado dentro da PEC.
00:43Percebemos o papel que as redes sociais, que a internet tem nesses casos. E aqui estamos falando de toda sorte de delitos, como violação de crianças, mutilação de crianças, assassinato de pessoas, mutilação de animais, tráfico de drogas, além de outros crimes contra o Estado Democrático de Direito.
01:03O crime organizado foi o tema de vários dos painéis aqui desse Fórum de Segurança Pública.
01:09Para Lincoln Gaki, a promotor de justiça especializado no combate ao PCC, existe uma simbiose muito clara entre o crime e as instituições.
01:19Junto à criação das fintechs, ele chama toda essa situação de pejotização do crime organizado.
01:26Elas precisam, elas necessitam dessa simbiose, infelizmente, com órgãos e aparelhos do Estado.
01:36Quer seja para lhe dar algum tipo de facilidade, de proteção e até mesmo protegê-la contra as facções inimigas, por incrível que pareça.
01:47É a pejotização do crime organizado, infelizmente, são criadas diariamente dezenas, centenas de empresas ligadas ao crime organizado,
02:00inclusive empresas que atuam como bancos hoje, as fintechs, eu venho falando isso há três anos.
02:08Nós tivemos operações fechando duas delas com a participação da Polícia Federal aqui de São Paulo no início desse ano.
02:16Então, é preciso que nós tenhamos esse conhecimento de que o crime mudou.
02:23Durante o painel, sem citar nomes, Lincoln Gakia ainda mencionou o episódio envolvendo as empresas de ônibus Transwolf e Upbus em São Paulo,
02:33investigadas por terem ligação com o PCC.
02:36Como é que indivíduos que são narcotraficantes internacionais, que fazem negócios com Andrangheta, por exemplo,
02:44que estão procurados e na lista de difusão vermelha da Interpol, façam parte do controle acionário de empresas que preçam serviço na maior capital do Brasil,
02:58transportam 30 milhões de passageiros e arrecadam em torno de um bilhão de reais por ano de subvenção da Prefeitura,
03:07fora a arrecadação que vem das catracas.
03:10Para José Eduardo Cardoso, ex-ministro da Justiça, é preciso acabar com o crime organizado no lugar onde ele nasce, nos presídios.
03:20As pessoas não acordaram para perceber que, em larga medida, o crime organizado nasce nos presídios.
03:26Se nós não enfrentarmos a questão prisional da forma adequada, nós acabamos criando condições para que as organizações criminosas floresçam e ganhem mais adeptos.
03:39Ou seja, a questão prisional no Brasil é uma questão chave que precisa ser enfrentada.
03:43Infelizmente, nem sempre quando se discute segurança pública se trata desse problema.
03:47Para Benedito Mariano, coordenador do Núcleo de Segurança Pública do Instituto para Novas Relações entre Estado e Empresa,
03:55o IRI, não adianta apenas a aprovação da PEC da Segurança.
04:00É necessário mais.
04:01No meu entendimento, falta ter um órgão nacional da política de segurança pública.
04:08Esse órgão é o Ministério da Segurança Pública.
04:11Nós tivemos, por dez meses, o Ministério da Segurança Pública no governo Temer.
04:17Em toda a República, nós só tivemos uma única Conferência Nacional de Segurança Pública.
04:24Com o Ministério da Segurança Pública, a cada dois anos, uma Conferência Nacional de Segurança Pública,
04:31para, a cada dois anos, renovar diretrizes nacionais, dialogando com estados e municípios.
04:37O segundo Seminário Internacional de Segurança Pública, Direitos Humanos e Democracia termina na quinta-feira, dia 29 de maio.

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