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  • 25/05/2025
'Não tenho mais saúde': idosa ainda procura pela filha que desapareceu há 23 anos em São Paulo

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Transcrição
00:00Até hoje eu estou procurando minha filha.
00:03Já faz 23 anos que levaram minha filha.
00:10Então, no dia que a Stephanie desapareceu, as lembranças são horríveis.
00:15Eu saí de manhã para trabalhar, né?
00:1817 de agosto de 2002.
00:22Mas nesse dia eu estava, assim, triste, sabe?
00:26Sentindo uma tristeza.
00:27Aí falei com ela que eu ia ligar depois.
00:32E eu liguei.
00:33Eu liguei e falei com ela que eu não queria que ela brincasse naquele sábado.
00:38Porque geralmente essa rua que a gente mora é pequena.
00:42Em 2002 não tinha nem saída.
00:45Aí eu sei que ela falou, tá bom, mamãe.
00:49Aí falei com a minha nora depois.
00:51Minha nora falou que tá bom.
00:54Sim.
00:54Mas eu sei que a Stephanie era uma criança difícil.
01:00Ela era hiperativa.
01:02Nasceu com dois dentinhos.
01:05Toda diferente.
01:06E geniosa, viu?
01:07Quando foi umas cinco horas, meu filho ligou chorando.
01:11Caçula.
01:12Que a Stephanie tinha desaparecido.
01:14Aí eu só sei que eu fiquei desesperada, mas procurei vir logo pra casa, né?
01:23Quando eu cheguei aqui, eles já tinham procurado tudo.
01:27Mas o que que aconteceu?
01:29Diz que ela começou a chorar.
01:31Que queria brincar nesse dia.
01:33Não tinha criança nenhuma na rua.
01:35Parece até uma coisa assim, sabe?
01:37Do destino mesmo.
01:39Não tinha ninguém na rua pra brincar com ela.
01:42Aí a minha nora levou ela aqui na casa da vizinha do lado, que não dá nem 50 metros.
01:48É a mesma calçada.
01:50E quando foi uma hora, ela foi buscar, né?
01:52Pra ela almoçar.
01:54Aí a vizinha falou.
01:55Ela já foi.
01:56Aí um vizinho, duas ruas abaixo da minha, diz que paquerou uma mulher que subiu, que tava parada na placa da rua deles.
02:07Depois de muito tempo, ela desceu dando a mão com a menininha.
02:11A menininha tava comendo alguma coisa, tipo doce.
02:14Depois disso, eu comecei a fazer gravação.
02:18Fiz manifestação aqui na escolinha, na rua Andes, com as professoras, com as crianças e nada.
02:27Aí eu achei que eu tinha que fazer de tudo pra mostrar o rostinho da minha filha na televisão, né?
02:34Que eu ia encontrar.
02:35Foi ilusão.
02:36Eu ficava olhando pras roupinhas, os cazaques, pensando.
02:41Será que minha filha tá agasalhada, né?
02:44Uma vez eu tava aqui, uma mulher ligou lá de São José do Rio Preto.
02:50Eu não quero mostrar meu rosto, mas eu quero dizer que a sua filha passou em Bertioga em 2011, no médico, no posto de saúde.
03:03Ai, eu enlouqueci.
03:04Saí daqui no outro dia aqui com o vizinho, fui parar lá em Bertioga.
03:09Aí a moça falou, olhou e falou, sim.
03:12Ela passou com o nome, o meu nome e o nome do pai.
03:17E a gente não sabe se realmente era a Stephanie.
03:22Até hoje eu tô procurando minha filha.
03:25Já faz 23 anos que levaram minha filha.
03:29Agora eu já não tenho mais saúde, já caí, tenho pino no pé.
03:34Eu sei, minha filha, que não é fácil.
03:37A gente não consegue esquecer os filhos.
03:40Porque no meu coração, eu não vou mais alcançar a minha menina.
03:46Sabe?
03:47Pra mim, ela ainda é aquela menininha de quando eu fui trabalhar.
03:52Só quem pode alcançar o coração e a minha filha é Deus.
04:07E a minha filha é Deus.

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