Em mais um dia de depoimentos no Supremo Tribunal Federal, o general Hamilton Mourão afirmou nesta sexta (23) que não participou da reunião da trama do golpe de Estado. O senador era o vice-presidente da gestão de Jair Bolsonaro. Cristiano Vilela e Nelson Kobayashi comentam.
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00:00Em mais um dia de depoimentos no Supremo Tribunal Federal, os ministros ouviram testemunhas do general Augusto Heleno.
00:07Um deles foi o ex-vice-presidente de Jair Bolsonaro, Hamilton Mourão. Confira a reportagem de Bruno Pinheiro.
00:15Na audiência com testemunhas de defesa do general Augusto Heleno, o STF ouviu o ex-vice-presidente e senador Hamilton Mourão.
00:23Ao ser questionado sobre a minuta de golpe ou uma ruptura de estado, Mourão respondeu.
00:28Não participei de nenhuma reunião onde tivesse sido abordado esse tipo de assunto sobre a minuta.
00:35O general Heleno em nenhum momento me enviou esse assunto sobre estado de exceção.
00:41A defesa de Jair Bolsonaro ainda questionou Hamilton Mourão sobre os encontros com o ex-presidente após as eleições de 2022.
00:49Imediatamente na noite em que perdemos a eleição, ele estava abatido.
00:54E como todos nós ficamos, no dia seguinte estivemos no Planalto.
00:58Avaliando aquela derrota, todas essas oportunidades em que me encontrei com Jair Bolsonaro,
01:04ele nunca me mencionou qualquer medida de romper o estado de defesa, estado de sítio.
01:11O senador também afirmou que logo após as eleições, avisou Jair Bolsonaro que iria se colocar à disposição do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin.
01:20Eu falei para Bolsonaro que iria entrar em contato com o Geraldo Alckmin para me colocar à disposição dele.
01:28Lembro que o presidente chamou o senador Ciro Nogueira, meu colega aqui no Senado, para coordenar toda a transição do governo eleito.
01:38O ex-vice-presidente também foi questionado sobre o 8 de janeiro e revelou que estava em casa durante os atos na capital do país.
01:46Dia 8 de janeiro eu estava na minha casa, no Alto Plano Leste.
01:50Estava ali no domingo à tarde dentro da piscina.
01:53Era essa a situação em que eu me encontrava.
01:56Naquele domingo, 8 de janeiro.
01:58Eu tomei conhecimento da baderna que estava acontecendo e fui ligar a televisão para ver.
02:04O senador Hamilton Mourão garantiu que não foi convidado para nenhuma outra reunião sobre minuta de golpe.
02:12E nem sabia que essas reuniões estavam ocorrendo.
02:15E afirmou que soube apenas pela imprensa.
02:18Bom, Cristiano Vilela, Nelson Cobart, nossos comentaristas nesta sexta-feira.
02:22Daqui a pouco o Bruno Pinheiro vai voltar para trazer mais dois momentos desse depoimento nesta sexta-feira.
02:28Começa por você, Vilela. De que forma é possível, no caso dessas testemunhas, que são testemunhas de defesa,
02:36elas falam a verdade, podem omitir algum fato?
02:40O que se espera dessa sequência do julgamento?
02:44Olha, Thiago, o papel das testemunhas é em dizer justamente a verdade.
02:48A testemunha não pode mentir, diferentemente até do réu, que não precisa se incriminar.
02:55A testemunha tem o papel de relatar aquilo que ela sabe, aquilo que ela tomou conhecimento.
03:01Muitas vezes a testemunha, como me parece o caso até de algumas das testemunhas que tivemos hoje, por exemplo,
03:08são testemunhas que não são, que partícipes, eventualmente, de quaisquer reuniões,
03:13não têm a capacidade efetivamente de detalhar ocorrências da vida nas reuniões.
03:19Mas são testemunhas que podem, muitas vezes, dar um relato acerca do passado libado,
03:25acerca do comportamento dos réus, dos acusados, no sentido de demonstrar que, eventualmente,
03:32a prática dessas pessoas seria uma prática que, historicamente, passaria ao largo das acusações que estão sendo formuladas.
03:40Não necessariamente, Kobayashi, seria alguém com qualquer relação ao fato que está sendo discutido,
03:47mas, como o Virela falou, é alguém que pode falar um pouco mais do passado, de quem virou réu, é isso?
03:54Sim, são as chamadas testemunhas que falam sobre as condutas, sobre o comprometimento, sobre a conduta profissional.
