Durante sua participação no Direto ao Ponto, Rodrigo Garcia (PSDB) foi questionado sobre sua relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-governador de São Paulo afirmou que tem diálogo com setores da direita e que a esquerda, atualmente, não representa os valores da maioria da população.
Assista na íntegra: https://youtube.com/live/5UrwOIfUdRs
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00:00Governador, o senhor se colocou com clareza na direita, a barra centro-direita,
00:04e também disse com clareza que esse campo é liderado pelo Bolsonaro.
00:08Mas não saiu da sua boca a frase, eu sou bolsonarista.
00:13O senhor se sente confortável com esse rótulo? O senhor se considera um bolsonarista?
00:18Elisa, é um pouco do que a gente falou, mano.
00:20Não adianta a gente tentar se comunicar com a sociedade de uma forma que ela não entenda.
00:27O Bolsonaro, a partir de 2018, representou a união da direita e do centro no Brasil.
00:35Ele hoje é o maior representante.
00:37Isso não significa que eu concorde com tudo que ele faça e com tudo que ele fala.
00:41Eu lembro quando, no dia seguinte ao primeiro turno, eu declarei apoio e voto ao Bolsonaro e ao Tarcísio,
00:47e eu disse, olha, nós estamos diante de dois candidatos, e entre Lula e Bolsonaro eu sou Bolsonaro.
00:53Como o ano que vem, entre Lula e Bolsonaro, eu serei Bolsonaro.
00:58E aí você faz com que isso faça com que a sociedade enxergue você claramente no seu campo.
01:04Então, hoje, dizer que você é centro-direita é dizer que você está identificado com o Bolsonaro,
01:09não necessariamente com tudo que ele quer, ou que ele fala, ou que ele pensa,
01:13mas com a maior parte daquilo que ele representa, que a sociedade se classifica hoje como bolsonarista.
01:20E por que ficou essa situação, né? Nós temos, então, Bolsonaro e várias figuras da direita hoje com destaque aí.
01:26Está sobrando desse lado e está faltando outro lado.
01:28E por que ficou praticamente o presidente Lula?
01:31Quer dizer, não é nem o PT.
01:32É o presidente Lula hoje que vai e carrega toda a esquerda nas costas?
01:37Eles não tiveram uma capacidade de renovação.
01:40Isso vai muito com o que eu falei lá atrás em relação ao PSDB perder a conectividade com a sociedade, Marcelo.
01:46Então, hoje, a esquerda não representa mais aquilo que a sociedade acredita.
01:51As bandeiras que ela defende, as políticas públicas que ela faz, não gera nenhum entusiasmo, não gera nenhuma expectativa no conjunto da sociedade.
02:01Hoje, o Brasil é um país que tem ainda uma população jovem grande, é um país que sempre busca prosperar.
02:10As pessoas hoje têm acesso à informação e busca prosperar, busca ter o seu negócio.
02:15É um país empreendedor por natureza.
02:17A gente olha aqui a quantidade de milhões e milhões de pessoas que tinham o seu emprego e aí deixaram o seu emprego para buscar um caminho como empreendedorismo.
02:28Lá atrás, há mais de 20 anos, foi criado o microempreendedor individual, que é aquela empresa sua, de você mesmo, ser empregado.
02:36Então, o Brasil é um país empreendedor e hoje o que o Lula, que é a esquerda, defende vai contra tudo isso.
02:41Ele vai lá num estado grande, ineficiente, que sustenta a sociedade com o Bolsa Família, que não premia a meritocracia, que não gera oportunidade a quem quer caminhar com as próprias pernas e prosperar.
02:52Então, eles se desconectaram completamente da sociedade.
02:55Volto a dizer, ganhar a eleição por uma circunstância.
02:58Eu espero que o ano que vem tudo isso fique muito claro no debate eleitoral.
03:02A eleição, Marcelo, ela serve para você pactuar com a sociedade o que você quer para o futuro.
03:07E eu tenho certeza que o pacto gerado pela Centro Direito o ano que vem vai ser o majoritário e nós teremos um novo governo em 27.
