Em entrevista ao Direto ao Ponto, o ex-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), falou sobre sua relação política com Gilberto Kassab (PSD) e fez um alerta contundente sobre o crescimento dos gastos públicos no Brasil. Assista na íntegra: https://youtube.com/live/5UrwOIfUdRs
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00:00Governador, o senhor é dono de um dos dingos do marketing político de maior sucesso, que é Federal é Kassab, Estadual é Rodrigo.
00:07Isso inicia uma jornada de sucesso dos dois gestores, grandes homens públicos, até o momento que o Kassab faz o PSD, vira presidente do PSD,
00:20e principalmente na eleição de 2022, onde o Kassab está de um lado oposto ao senhor.
00:25Minha pergunta é, existe uma possibilidade do senhor ir para o PSD, o senhor é uma peça hoje com certeza disputada por qualquer partido de centro-direita,
00:38mas existe essa, a gente pode ver essa dupla novamente no mesmo lado?
00:44Elisa, eu não tenho nenhuma dificuldade de dialogar com o Kassab, que foi prefeito, foi ministro, é secretário hoje do Tarcísio,
00:51e principalmente é o presidente do maior partido do Brasil. O Kassab fez algo difícil na política,
00:57que é sair lá de 2011 de um novo partido para 2024 como o maior partido do Brasil.
01:04Tem uma habilidade política reconhecida e respeitada por todos os políticos, inclusive por mim.
01:09A questão da filiação partidária, dos projetos políticos, é isso que na hora H todos vão levar em consideração.
01:15Ele, para escolher quem ele convida e o que ele quer em relação ao futuro, e eu, para me sentir à vontade dentro de algum projeto.
01:24Mas eu não tenho nenhum problema, pelo contrário, tenho respeito pelo Kassab e acho que ele é um político brasileiro dos mais habilidosos que nós temos.
01:33Vai lá, Matos.
01:33E até nessa linha, quando ele sinaliza que ele pode não estar mais com o presidente Lula, no apoio daqui o ano que vem,
01:42então é uma figura de destaque que também chama a atenção desse momento difícil que vive de fato o governo.
01:48Sem dúvida. Ele foi um que levantou a bandeira dizendo o seguinte, olha, a economia não vai bem,
01:53o ministro da economia que nós temos não dialoga com o Congresso e não tem capacidade de entregar aquilo que fala.
01:59E eu concordo com ele em gênero, número e grau.
02:03Nós temos um governo federal, Marcelo, que é disfuncional.
02:07Do lado fiscal gasta e do lado da política monetária aperta.
02:11Precisaria se combinar ali dentro um mínimo de consenso.
02:15É tão simples você fazer uma política fiscal rigorosa, de mostrar que não é que você vai cortar investimentos,
02:21você tem que cortar custeio.
02:23Eu estava vendo os últimos números aí das contas públicas, nós estamos com 94% de despesa obrigatória,
02:29do governo federal e 6% mais ou menos de investimento liberado.
02:34Aí estão os investimentos do governo, estão as emendas parlamentares.
02:37Mas ao invés de ficar olhando os 6% e achar que tem que cortar os 6%, por que não olha os 94%?
02:42Porque não vai na folha de pagamento do governo, porque não vai na fraude do INSS,
02:46e por ali começa a abrir espaço fiscal para respeitar o novo arcabouço fiscal
02:53e principalmente para sinalizar que o governo tem governo.
02:57dizendo o seguinte, olha, aqui a gente não gasta mais do que arrecada.
03:00Nós estamos indo aí para um déficit, não só nominal, mas um déficit depois de juros,
03:05de quase 7% do PIB, uma coisa muito relevante.
03:09Vamos passar de 80% de endividamento no próximo ano.
03:12O Brasil significa que em 2027 nós não vamos ter dinheiro para pagar despesas básicas.
03:17Nós vamos ver dificuldade, nós já vivemos isso, de emitir passaporte,
03:21dificuldade de ter gasolina para a Polícia Federal.
03:23Então, é fundamental a gente saber que o governo, neste ritmo, vai deixar uma herança muito ruim
03:31para o próximo governo a partir de 2027.
03:33E precisa atuar.
03:34O próprio Congresso hoje precisa ter clareza de que ele precisa puxar muito a responsabilidade fiscal,
03:41exigindo do governo corte de gastos, exigindo do governo que olhe as suas despesas,
03:48porque senão o Brasil vai ser insolvente nos próximos anos.