Brasil tem recorde de desalojados por mudanças climáticas

Name: Brasil tem recorde de desalojados por mudanças climáticas | LINHA DE FRENTE
Uploaded: 2025-05-19T18:45:52+00:00
Duration: 9 min 16 s
Channel: Jovem Pan News

Jovem Pan News

19/05/2025

O Brasil registrou recorde de desabrigados por mudanças climáticas. Isso é o que mostra o levantamento do Atlas Digital, produzido pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Só em 2024, foram mais de um milhão de desalojados e desabrigados. Esse é o maior número desde a década de 1990. Quase 300 mil pessoas ficaram feridas em desastres naturais. Esses eventos afetaram diretamente mais de 11 milhões de brasileiros, deixando mais de 300 mortes. Entre as 20 cidades com mais óbitos, 12 municípios estão no Rio Grande do Sul. Na economia, o prejuízo foi de R$ 11 bilhões em danos materiais e mais de R$ 24 bilhões no setor privado.

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00:00O Brasil registrou recorde com desabrigados por mudanças climáticas.

00:06Olha aí, a COP30.

00:07Isso é o que mostra o levantamento do Atlas Digital,

00:12produzido pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

00:17Olha que loucura.

00:18Só em 2024 foram mais de um milhão de desalojados e desabrigados.

00:25Esse é o maior número desde a década de 90.

00:28Quase 300 mil pessoas ficaram feridas em desastres naturais.

00:35Somente esses eventos afetaram diretamente, só no Brasil, mais de 11 milhões de brasileiros,

00:43deixando mais de 300 mortes.

00:46Entre as 20 cidades com mais óbitos, 12, claro, estão no Rio Grande do Sul.

00:51Na economia, o prejuízo foi de 11 bilhões de reais em danos materiais.

00:59E mais de 24 bilhões de reais no setor privado.

01:06Cíntia Nunes, nós temos as catástrofes naturais.

01:10Nós temos a emissão de CO2.

01:12Temos os Estados Unidos numa guerra econômica com a China

01:16e ninguém vai querer tirar o pé do acelerador.

01:20E a Europa Ocidental, que começou a adotar a opção por energia limpa,

01:25começando a sofrer com recessão econômica.

01:28Com tudo isso, será que a bênção do Papa na COP30 resolveria esses problemas?

01:33Olha só, eu estava torcendo para poder ter espaço de falar de meio ambiente, né?

01:37Mas eu não imaginei que você ia linkar o Papa com essa questão aqui.

01:42Mas vamos lá.

01:43Infelizmente, primeiro que a gente não sabe nem se ele vem, né?

01:46Mas óbvio, se ele vier, é claro que os brasileiros, os católicos,

01:50entre os quais eu também me incluo,

01:52obviamente que independentemente do evento,

01:55seria para nós uma honra, né?

01:57Todos nós esperamos que ele, à frente da Igreja Católica,

02:02traga essas pautas.

02:03E uma pauta que, ao meu sentir, é uma das mais caras,

02:06que é a do meio ambiente.

02:07Lembramos também que o Papa não é só uma figura católica, né?

02:13Ele também é um chefe de Estado.

02:15Então, ele também tem um papel importante que pode auxiliar,

02:18mediar conflitos, uma série de coisas.

02:21Muito em que pese, quando a gente fala da COP30,

02:24não sei, efetivamente está acontecendo num Estado

02:27onde a gente tem desmatamento,

02:29onde foi se investido ali um dinheiro recorde

02:34para a construção de uma estrutura,

02:36e a gente precisa saber, de fato, o que isso vai trazer de concreto.

02:41Agora, quando a gente fala de mudanças climáticas,

02:43Capês, uma coisa que é importante é que,

02:45apesar de todas as questões externas,

02:48nós pagamos muito caro por uma falta de uma política ambiental séria,

02:54honesta, e não é deste governo,

02:57é quase que institucionalizada eternamente aqui no Brasil,

03:01inclusive por conta mesmo da própria atitude desrespeitosa do meio ambiente

03:07das próprias pessoas.

03:08Enquanto a gente não tiver o mínimo de senso,

03:12de que não se joga lixo na rua,

03:14começa por cada um de nós.

03:16O que o Rio Grande do Sul passou não foi um fato imprevisto.

03:21Era já uma tragédia anunciada,

03:23tendo em vista uma série de negligências ali com a área de rios.

03:29Então, a gente realmente vive numa situação

03:31que nós vamos pagar e cada vez mais.

03:342025, nós só estamos no mês 5.

03:36Ainda tem muita coisa para acontecer,

03:39mas a gente paga exatamente pela falta de comprometimento.

03:44Enquanto as pessoas se preocupam em que as folhas no chão é lixo,

03:50então é melhor cortar árvore, é melhor a gente encanar rio.

03:55Enquanto a gente age dessa forma, nós vamos pagar cada vez mais caro.

03:59Nós temos os fatores externos, mas temos a nossa culpa.

04:02A gente não faz a nossa lição de casa.

04:05Nem em termos de governo, nem em termos de cidadãos, nem em cada um de nós.

04:11Enquanto as pessoas se preocuparem cada vez mais com outras questões,

04:16deixando o meio ambiente, que é a nossa terra, é a nossa casa,

04:19onde a gente vive, para uma questão de menor monta,

04:23é isso.

04:23Vidas perecerão, dinheiro vai embora,

04:27e é algo que não tem recuperação, enquanto nada de correto for feito.

04:31Mas assim, talvez seja me estendido, mas apenas digo o seguinte,

04:35não se iluda você que nos assiste.

04:37A responsabilidade não é só governamental, é minha e a sua também.

04:42Pois é, Henrique Kriegner,

04:44a emissão de gases de efeito estufa, que nem o metano, o dióxido de carbono,

04:49que decorre da queima de carvão, da queima de combustível fóssil, desmatamento,

04:56são o que tem contribuído para as mudanças climáticas com esse tipo de tragédia.

05:01Como é que você vê a tendência do mundo,

05:04no momento em que todos falam numa competição econômica,

05:08numa corrida entre Estados Unidos e China,

05:12para ver quem vai liderar a economia mundial?

05:13Ninguém está muito preocupado em controlar a queima de combustível fóssil, né?

05:18Exato, Capês.

05:19Agora, acho que para essa questão das pessoas que são desabrigadas por questões climáticas,

05:24a gente tem que colocar alguns pontos aí

05:27para que a gente possa ter ações práticas e efetivas de verdade.

05:32Muitos desses desastres climáticos, eles não são inéditos,

05:36eles não são não anunciados.

05:37A gente tem o caso, por exemplo, do Rio Grande do Sul no ano passado,

05:40que foi sim o recorde, mas não foi a primeira cheia do Rio Guaíba.

05:44A última cheia também chegou a 4,7 metros, se não me engano,

05:48na década de 40, e agora em 2024 foram 5 pontos, alguma outra coisa.

05:55Então, teve mais, né?

05:56Foi maior, obviamente, e claro, tem fatores climáticos que entram nessa jogada,

06:00mas não é uma cheia novidade.

06:02Então, o ponto não é nem tanto climático no sentido de meio ambiente.

06:06Acho que a gente tem que focar na questão de prevenção de infraestrutura do nosso país.

06:10Se nós tivéssemos novas regiões sendo alagadas,

06:13que nunca antes sofreram com esse tipo de coisa,

06:16aí eu concordaria que sim, é uma questão ambiental.

06:19Agora, quando nós temos essa recorrência acontecendo,

06:23embora em maior quantidade e intensidade,

06:25nós temos que... é uma questão política e social.

06:28Ou seja, precisa ter uma lição de casa de infraestrutura.

06:32Por que é que nós não investimos nessa infraestrutura?

06:34Por que é que toda época de chuvas no Brasil, a gente tem desastres?

06:39Ou é em São Sebastião, em São Paulo, ou é em Teresópolis, no Rio de Janeiro,

06:42ou é em algum outro lugar pela costa, de deslizamentos,

06:46famílias que estão dormindo e a casa cai em cima.

06:49São tantos os casos e recorrentes todos os anos,

06:52e geralmente nas mesmas localidades,

06:54e ainda assim nós não temos um investimento massivo nessa prevenção.

06:58Então, por exemplo, nós temos casos que aconteceram,

07:00que a gente acompanhou no Japão, recentes,

07:03e depois aquilo aconteceu, foi algo isolado.

07:05Porque uma vez que aconteceu, foi corrigido

07:08e foram desenvolvidos tecnologias de prevenção.

07:11Foi aplicado dinheiro para que aquilo não acontecesse mais e não aconteceu.

07:15Qual é a dificuldade nossa no Brasil?

07:17A gente sabe bem qual é,

07:18mas nós fazemos e investimos em prevenção desses desastres.

07:23É aí que está a grande pergunta

07:24e que, claro, Capês, a COP não vai querer responder.

07:28Muito bem.

07:29Raquel Galinati,

07:30A COP 1 foi há 30 anos, em 1995, em Berlim.

07:34De lá para cá, só aumentou a emissão de gases de efeito estufa.

07:39Está na hora de começar a rever a efetividade dessas reuniões,

07:43porque senão ficam reuniões de senhores para fazer turismo.

07:46Exatamente.

07:47Não adianta ter um grande evento relacionado a uma temática tão importante,

07:51que é as mudanças climáticas,

07:55se não tiverem efetivamente atitude por parte do governo federal.

08:00É necessário, sim, olhar por parte do governo federal,

08:03principalmente em consequência dessas mudanças climáticas

08:06que vêm ocorrendo em decorrência ao desmatamento,

08:10principalmente na região do Cerrado, região amazônica.

08:13E também, complementando o que o Krugner falou,

08:17temos áreas antes não afetadas

08:19que hoje também estão sendo atingidas,

08:22geralmente em municípios de médio e pequeno porte

08:25que não têm estrutura adequada

08:27para enfrentar essas alterações e desastres

08:32em decorrência das alterações climáticas.

08:35É necessário investimento em infraestrutura de resiliência,

08:39é necessário investimento em defesa civil,

08:42em estrutura de previsão meteorológica

08:45para, então, poder proteger a população

08:49e dar uma resposta rápida,

08:52não só após os desastres,

08:55que não são tão naturais assim,

08:57mas antecipar esses desastres.

09:00Pois é, e se a gente contar

09:01desde a primeira fase da Revolução Industrial até agora,

09:06mais de 50% da emissão de gases

09:09ocorreram nos últimos 30 anos,

09:12curiosamente, da COP1 até esta COP30.

09:14A CIDADE NO BRASIL

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