Toda quinta-feira é dia (ou noite, né!?) de A Praça é Nossa. Então, você já sabe que Carlos Alberto de Nóbrega e um time de humoristas da mais alta qualidade chegam com tudo nas telinhas do SBT com a missão de fazer você e o "Cazalbé" darem as melhores gargalhadas!
# Sobre o programa
A Praça É Nossa surgiu com Manoel de Nóbrega (1913-1976), que, de férias, vislumbrou esse sucesso, que há três décadas, cativa o público brasileiro.
Atualmente apresentado por Carlos Alberto de Nóbrega, o humorístico reúne os personagens mais queridos da TV.
Paulinho Gogó, João Plenário, Porpetone, Sangue, Gaudêncio, entre outros, formam uma verdadeira seleção de craques do humor para fazer sua rotina muito mais divertida.
Inscreva-se no canal: https://www.youtube.com/user/SBTAPrac...
Siga nossa página no Instagram: https://www.instagram.com/apracaenoss...
E para mais informações sobre o programa, acesse: http://www.sbt.com.br/apracaenossa/
A Praça É Nossa
# Sobre o programa
A Praça É Nossa surgiu com Manoel de Nóbrega (1913-1976), que, de férias, vislumbrou esse sucesso, que há três décadas, cativa o público brasileiro.
Atualmente apresentado por Carlos Alberto de Nóbrega, o humorístico reúne os personagens mais queridos da TV.
Paulinho Gogó, João Plenário, Porpetone, Sangue, Gaudêncio, entre outros, formam uma verdadeira seleção de craques do humor para fazer sua rotina muito mais divertida.
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A Praça É Nossa
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00:00:00Pelo contrário de história,
00:00:02Pelo do bom senhor,
00:00:04Quem me faz alegria,
00:00:06É o pobre Jotão!
00:00:08Pelo contrário de história,
00:00:10Pelo do bom senhor,
00:00:12Quem me faz alegria,
00:00:14É o pobre Jotão!
00:00:16É o pobre Jotão!
00:00:18É o pobre Jotão!
00:00:20É o pobre Jotão!
00:00:22Olha só, Gadalbert, a gente tá aqui, ó,
00:00:24Piruzinho com Piruzinho.
00:00:26Cadê o Galinhero?
00:00:28Galinhero!
00:00:30Tudo bem? E aí, Fechamento?
00:00:32Tudo em paz. Caraca, maluco.
00:00:34O que foi?
00:00:36Escolheram o Papa, você viu, né?
00:00:38Eu acho que o Mané Marreco
00:00:40Ajudou a escolher o Papa.
00:00:42É, por quê? Eu passei em frente
00:00:44A casa dele, na janela do quarto
00:00:46Tava saindo um fumaceiro branco.
00:00:48Mané!
00:00:50Mané!
00:00:52Mané!
00:00:54Mané!
00:00:56Eu não sei o que é Mané, não lembro de nada.
00:00:58É, o apelido dele agora vai ser Mané Concrave.
00:01:00Mané Concrave.
00:01:02Olha só, olha só,
00:01:04Tomei uma altitude
00:01:06Gástrica na minha vida. Qual altitude?
00:01:08Vou parar de me envolver
00:01:10Com mulher que tem filho.
00:01:12Com mulher casada, inclusive?
00:01:14Mulher que tem filho eu não se envolvo mais.
00:01:16Por quê?
00:01:18Já tô devendo umas 14 bicicletas.
00:01:24Ah, meu Deus do céu, é muita emoção, muita emoção.
00:01:26A minha vida tá mais emocionante
00:01:28Que você jogando bola
00:01:30No programa do Ratinho.
00:01:32Não fala.
00:01:34Olha, eu já vi
00:01:36Pessoas passarem vergonha, mas igual a você.
00:01:42Mas que eu pensei.
00:01:44Você sabe aquela cavadinha pra jogar a bola lá?
00:01:46Tu fez assim, a bola fez.
00:01:50Três metros.
00:01:52Eu pintei com uma vergonha.
00:01:54Eu percebi que tu sumiu, tu não aparecia mais
00:01:56Lugar nenhum, tu desapareceu
00:01:58Do, como é que fala assim, do estúdio.
00:02:00Desapareceu, não faz mais isso não.
00:02:06Como é que tá
00:02:08Tua vida? Tá ótima.
00:02:10Graças a Deus. Muitas emoções
00:02:12Muito carinho do público.
00:02:14Graças a Deus.
00:02:16Você é muito querido, você é muito querido, Cadalber.
00:02:18E por isso que eu gosto de conversar com você.
00:02:20Vários conselhos que você já me deu.
00:02:22Meus relacionamentos
00:02:24São sempre muito, como é que fala assim,
00:02:26Muito concretos, né?
00:02:28Porque eu gosto de...
00:02:30Eu já tive coisas
00:02:32Que não tinha necessidade de eu seguir.
00:02:34Uma vez eu liguei pra uma carne viva
00:02:36Que eu tava...
00:02:38A carne viva é nova.
00:02:40É, tava com um caco de vida, né?
00:02:42Liguei
00:02:44Aí liguei pra ela, não vou falar o nome dela não, né?
00:02:46A pessoa conhecida.
00:02:48Aí eu falei assim,
00:02:50E aí, como é que estão as coisas, tudo bom?
00:02:52Ela falou, tudo bom.
00:02:54Poxa, já tem seis meses que a gente não chega junto.
00:02:56Que a gente não se cruza.
00:02:58Que a gente não se entende.
00:03:02Vamos voltar ao nosso relacionamento.
00:03:04Ela falou, ah não, Paulinho Gogó, eu tenho medo de você mentir pra mim novamente.
00:03:06Como novamente?
00:03:08Falei, mas peraí.
00:03:10Eu que te peguei na cama com o meu melhor amigo.
00:03:12Ela falou, então, você mentiu pra mim.
00:03:14Você falou que ela tava viajando e não foi viajando.
00:03:22E isso me traumatizou.
00:03:24Claro, qualquer um.
00:03:26Minha energia que é sempre positiva, ficou negativa na hora.
00:03:28Isso acontece. E o homem quando tá com a energia negativa,
00:03:30Não consegue arrumar namorada.
00:03:32A mulher é mais sensível que o homem, não é?
00:03:34A mulher percebe.
00:03:36Esse cara vem reclamando da vida.
00:03:38Tá com a energia negativa, não consegue.
00:03:40Não vou dar atenção pra ele.
00:03:42Na época do Orkut, lembra do Orkut?
00:03:44Ela ficava mandando mensagem no Orkut pras meninas.
00:03:46Nenhuma delas me respondia.
00:03:48E eu,
00:03:50já há meses e meses sem arrumar namorada.
00:03:52Passava o dia limpando a trave
00:03:54pra dar uma aliviada.
00:04:00Tu limpa a trave ainda?
00:04:02Não.
00:04:06Só quando eu tô no banho.
00:04:08Não, mas não dá nem uma fatiada?
00:04:10Não.
00:04:12Aí, maluco. Aí, beleza.
00:04:14Mandei mensagem. Aí teve um dia que uma menina
00:04:16me respondeu, Paulinho, você já me mandou 85 mensagens.
00:04:18Tá insistindo muito. Eu fiquei curioso pra te conhecer.
00:04:20Vamos marcar.
00:04:22Falei, opa! Vai clarear pro meu lado.
00:04:24Animei. Marquei com ela
00:04:26que ela vai abrir duas horas da tarde
00:04:28numa pracinha lá perto de casa.
00:04:30Pra garantir que o gote chega sem nos compromissos, arrumadinho, cheirosinho.
00:04:32Aí tô lá, né, Casalberto?
00:04:34Uma e meia.
00:04:36Duas horas, nada.
00:04:38Duas e meia, nada.
00:04:40Três horas, nada.
00:04:42Três e meia, nada.
00:04:44Quatro horas, nada.
00:04:46Falei, eu acho que ela vai atrasar.
00:04:50Aí,
00:04:52Biricutico, meu amigo
00:04:54passou, me viu agoniado.
00:04:56Falou, Paulinho, o gote tá maluco? Andando de um lado pra outro aí?
00:04:58Falando sozinho? Falei, não, marquei com a menina aqui, ó.
00:05:00Duas horas, vai dar dez pras cinco.
00:05:02Acho que ela não vai vir mais não.
00:05:06Aí ele falou, você acha que ela não vai vir?
00:05:08É claro que ela não vai vir.
00:05:10E, Paulinho Gogó, olha pra mim.
00:05:12Olha pra mim. Tu tá com energia negativa.
00:05:14Tem gente que tem sensibilidade
00:05:16desse tipo de coisa nessas outras pessoas, né?
00:05:18Falou, tu precisa mudar
00:05:20essa energia, Paulinho Gogó, de negativo pra positivo.
00:05:22Senão tua vida não vai caminhar pra frente nunca.
00:05:24Mas ele tá certo.
00:05:26Eu vou te levar num lugar pra tu mudar tua energia.
00:05:28Nem perguntei onde é que era, Casalbé.
00:05:30Meu amigo, meu fechamento, foi acompanhando o Biricutico.
00:05:32Aí, às oito horas da noite, chegamos lá.
00:05:34Era um centro de macumba, Casalbé.
00:05:36Tava escrevido, Cabana do Pai Limpavara.
00:05:44Eu falei, com esse nome deve dar resultado, né?
00:05:46Falei, Biricutico, entra comigo,
00:05:48que eu nunca vim nessa situação. Eu não sei como se comportar aqui dentro.
00:05:50Eu tô nervoso, que é a primeira vez que eu venho.
00:05:52Ele falou, não, vou entrar contigo.
00:05:54Eu entrei no corredorzão escuro.
00:05:56Tava tudo escuro, corredor comprido. Aí fomos entrando, eu e ele.
00:05:58Aí fomos entrando, quando chegou no meio do corredor, assim,
00:06:00quando eu olhei, a menina que tinha marcado comigo,
00:06:02tava saindo do centro de macumba,
00:06:04toda destransformada, Casalbé.
00:06:06Com os braços todos tortos pra trás.
00:06:12Parei e fiquei olhando pra cara dela, né?
00:06:16Chegou pertinho de mim, ela falou, ia!
00:06:18Ia!
00:06:22Ia!
00:06:24Ia! Falei, ia, mas não foi.
00:06:26Fiquei te esperando lá.
00:06:30E deixei ela embora, que eu ia mudar a minha energia.
00:06:32Aí Biricutico falou assim, Paulinho,
00:06:34eu vou deixar você na baitoleu do Pai Limpavara,
00:06:36que eu vou te esperar lá fora, porque esse aqui é um corpo diferente.
00:06:38Aqui, na hora que ele entrar pra trocar energia contigo,
00:06:40um corpo diferente pode quebrar a conexão.
00:06:42Eu falei, tá certo, tô tranquilo.
00:06:44Pô, eu era gordinho pra caramba.
00:06:46Eu tinha uma calça popeline,
00:06:48uma calça apertadinha, só tinha uma calça,
00:06:50eu usava a mesma calça todo dia.
00:06:54Aí ele me colocou sentado naquela cadeira de palha,
00:06:56colonial, aquela cadeira com pezinho colonial,
00:06:58com a palha toda cruzadinha onde a gente senta, não tem?
00:07:00Fiquei sentado ali, Casalbé,
00:07:02cadeira velha pra caramba, a calça apertadinha em mim,
00:07:04eu tinha problema circulativo no sangue,
00:07:06eu não usava cueca, entendeu?
00:07:08Porque me dava aquela deflexão aqui, ó.
00:07:10Aí eu usava cueca,
00:07:12não usava cueca, tô ali sentadinho.
00:07:14Daqui a pouco entrou um camarada tocando a tabaque,
00:07:16parou do meu lado, tico-toco-no-cotoco,
00:07:18tico-toco-no-cotoco, tico-toco-no-cotoco.
00:07:22Eu já senti um diferenciamento na minha energia, né?
00:07:24Senti uma pressãozinha,
00:07:26tico-toco-no-cotoco, tico-toco-no-cotoco.
00:07:30Eu não tinha reparado.
00:07:32Onde a gente senta naquela palha, a cadeira velha pra caramba,
00:07:34no meio assim da palha,
00:07:36tava puído, tava um buraco.
00:07:38E as bordinhas da palha, tudo pra baixo,
00:07:40eu não percebi que eu tava sentado ali.
00:07:42Daqui a pouco, Cadalber,
00:07:44veio o pai de Santos jogando fumaça de charuto na minha cara,
00:07:46galho de garroda na minha cabeça, eu já criei conexão com ele.
00:07:48Criei conexão, Cadalber,
00:07:50a tabaque começou a tocar mais forte, tico-toco-no-cotoco,
00:07:52tico-toco-no-cotoco.
00:07:54A pressão,
00:07:56a pressão no meu corpo foi aumentando,
00:07:58foi aumentando a pressão no meu corpo.
00:08:00A calça que eu usava, todo dia a mesma calça,
00:08:02tava com a costura puída aqui no gavião.
00:08:06A costura foi descosturando, Cadalber.
00:08:08Foi abrindo ali,
00:08:10e eu sem cueca,
00:08:12meu saco foi encaixando no buraco da cadeira.
00:08:16E eu não percebi,
00:08:18eu não percebi que eu tava criando
00:08:20conexão com o pai de Santos, jogando fumaça de charuto na minha cara,
00:08:22galho de garroda na minha cabeça,
00:08:24o tabaque tocando, tico-toco-no-cotoco, tico-toco-no-cotoco.
00:08:28Tava entrando um vento pela Baitoléu,
00:08:30meu saco ficou derivando embaixo da cadeira ali.
00:08:34O tabaque tocando, tico-toco-no-cotoco,
00:08:36eu criando conexão com o pai de Santos,
00:08:38e lá, tinha um cachorro embaixo da cadeira.
00:08:42O cachorro tava dormindo, Cadalber.
00:08:44Cachorro velho pra caramba.
00:08:46Sem dente nenhum na boca, o cachorro.
00:08:48Só a gengibra ressecada.
00:08:50Casalber,
00:08:52o cachorro acordou com o barulho do tabaque.
00:08:54Cheio de grau coma.
00:09:02O cachorro olhou pra cima e viu aquela jaca pendurada, Cadalber.
00:09:04Eu criando conexão,
00:09:06eu criando conexão com o pai de Santos,
00:09:08saco derivando embaixo da cadeira, o tabaque tocando, tico-toco-no-cotoco,
00:09:10tico-toco-no-cotoco.
00:09:12O cachorro largou uma língua
00:09:14de 70 centímetros,
00:09:18e fez um anzol na ponta.
00:09:20Que cachorro velho tem língua grande,
00:09:22já reparou? A língua nem recolhe pra dentro,
00:09:24ele fica andando com a língua pendurada.
00:09:28Criando conexão com o pai de Santos, Cadalber.
00:09:30O cachorro veio dando aquele polimento,
00:09:32com 100% de aproveitamento, Cadalber.
00:09:36Aí eu falei, opa,
00:09:38olha a energia voltando aí.
00:09:42Já mirei mais o pai de Santos, o tabaque tocando,
00:09:44eu me empolguei, o cachorro me empolgou também,
00:09:46o cachorro foi dando linguada, eu fui pulando pra um lado, pulando pra outro,
00:09:48o cachorro dando linguada, o tabaque tocando,
00:09:50o pai de Santos jogando fumaça de chá, voltou na minha cara,
00:09:52eu pulando de um lado, pulando pro outro, aí o pai de Santos falou,
00:09:54para o tabaque! O pai de Santos falou, para o tabaque,
00:09:56Paulinho, agora desse jeito não vai dar pra continuar.
00:09:58Você tá agoniado, você tá pulando de um lado pra outro,
00:10:00tá quebrando minha conexão contigo,
00:10:02desse jeito não dá. Respira fundo,
00:10:04relaxa, senão o caboclo
00:10:06não entra.
00:10:08Aí eu falei, mas tem que ser pela bunda?
00:10:20Ai, Cadalber,
00:10:22Cadalber, tu aguenta
00:10:24da outra? Aguento.
00:10:26Mas não vou não, tem mais
00:10:28que pegar a minha.
00:10:30Tamo junto em mestruado,
00:10:32quem não tem dinheiro?
00:10:50Como é que tamo, Alberto?
00:10:52Tô ótimo. Sensacional.
00:10:54Alberto, um pouco chateado, um pouco chateado.
00:10:56Tu sabe que o que eu me inscrevi?
00:10:58Ia ter um concurso de mentira,
00:11:00lá na fronteira do Rio Grande.
00:11:02Um concurso de mentira, pra quem é o maior mentiroso.
00:11:04Eu me inscrevi, fui no concurso, não teve.
00:11:06Era mentira.
00:11:10Caí que nem um pato, Alberto.
00:11:12Mas essas coisas...
00:11:14A gente cria problema
00:11:16onde não tem, né Alberto?
00:11:18Às vezes o problema tá escrito, problema.
00:11:20Tu vai lá e pega igual o problema.
00:11:22Tá escrito.
00:11:24Eu comprei, tem um livro ali que fala
00:11:26resolva 50% dos seus problemas.
00:11:28Eu comprei dois livros pra resolver 100.
00:11:30Resolve 100% dos problemas.
00:11:32Até porque
00:11:34essas coisas... Na verdade, né Alberto,
00:11:36em situação, em preocupação,
00:11:38em problema, tu sabe
00:11:40quebrando o gelo um pouco,
00:11:42tu sabe... Alberto!
00:11:46Tu sabe
00:11:48a semelhança do bungee jumping?
00:11:50Sabe o bungee jumping? Aquele negócio que tu pula,
00:11:52que tu estica e volta. O bungee jumping
00:11:54e da camisinha, tu sabe a semelhança?
00:11:56Não.
00:11:58É que se arrebentar a borracha, tu tá
00:12:00ferrado, né?
00:12:02Qualquer um dos dois
00:12:04se arrebentar a borracha,
00:12:06porque há uma preocupação hoje em dia,
00:12:08né Alberto, com os piá de hoje em dia.
00:12:10A piazada de hoje em dia, a gurizada
00:12:12tá uma nuteliz.
00:12:14Não, você faz mais piá de merda
00:12:16como antigamente, né? Aquele piá raiz.
00:12:18Aquele que corria a rua, você esfolava
00:12:20tudo, não dava nada, né?
00:12:22Naquela época aqui, tu
00:12:24brincava na rua, se tu quebrasse a perna,
00:12:26tu continuava brincando que se voltasse pra casa.
00:12:28A mãe não deixava
00:12:30tu voltar pra brincar, então jogava o pé, vai, vai,
00:12:32depois eu vejo o que que houve.
00:12:34Porque, se tu
00:12:36parar pra pensar, Alberto, eu acho,
00:12:38é só pra gente refletir
00:12:40sobre, eu acho que é capaz
00:12:42da humanidade acabar.
00:12:44Porque é o seguinte, vamos lá, fazer
00:12:46só na matemática.
00:12:48A nossa bisavó, a nossa bisavó, por exemplo,
00:12:50tinha uns 14, 15 filhos.
00:12:52A nossa avó tinha uns
00:12:548, 9, né?
00:12:56A nossa mãe, uns
00:12:585, 6. A nossa geração
00:13:00faz 1, 2. A geração
00:13:02que nós estamos deixando, tá criando cachorro
00:13:04e tão castrando os cachorro!
00:13:10Nós não vamos mais existir,
00:13:12se tu parar pra pensar, né, Alberto?
00:13:14A solução pra tu resgatar a criança
00:13:16raiz, aquela que respeita
00:13:18pai e mãe, que tem essa noção
00:13:20do respeito, da educação,
00:13:22a gente tem que trazer de volta
00:13:24os nomes raiz, tá?
00:13:26Os nomes. Os nomes. Acho que, juntos,
00:13:28se tu trouxer o nome raiz, tu traz
00:13:30a alma do bagual de volta.
00:13:32Chega de Enzo, Lorenzo.
00:13:36Teu, Léo, Mel,
00:13:38Caia, Laia, Raia.
00:13:42As tribos de Valentina,
00:13:44seu que tinha que dar.
00:13:46Tem que trazer de volta
00:13:48os Nelson. Não se faz
00:13:50Carlos Alberto, porque não nasce mais
00:13:52Carlos Alberto.
00:13:54Tem que trazer de volta.
00:13:56Se for mulher, tem que trazer a
00:13:58Cirlei, a Conceição.
00:14:00Se tu ver uma Cirlei
00:14:02pequenininha correndo, é uma nã.
00:14:04Não tem mais.
00:14:06E outra coisa, o pessoal
00:14:08tem que abrir o olho com essa coisa, porque agora
00:14:10a moda é botar os nomes
00:14:12bíblicos nas crianças.
00:14:14Tem que abrir o olho. Semana passada
00:14:16vi Matheus fumando maconha com o Pedro lá na praça.
00:14:20Os homens e as mulheres estão concorrendo
00:14:22hoje em dia. É um querendo
00:14:24ficar melhor que o outro. A gente tem que ser parceiro.
00:14:26Tem que unificar as coisas.
00:14:28Uma peça encaixa na outra, tudo bonitinho.
00:14:30Aí tu parava pra pensar. Por exemplo,
00:14:32eu sou do tempo que a mulher
00:14:34usava calça justa e o homem
00:14:36era forte. Hoje a mulher tá forte e o homem
00:14:38tá com calça justa.
00:14:40Já mudou tudo.
00:14:42Aí tu olha, as gurinhas
00:14:44estão grandando.
00:14:46Tu tá tomando algumas coisas aí,
00:14:48tem algum suquinho diferente.
00:14:50Ela te olha.
00:14:54Ah, é só
00:14:56whey protein.
00:15:00Aí eu fico pensando.
00:15:02E eu não. Eu com a singela
00:15:04minha patroa. Eu e a singela.
00:15:06Rapaz!
00:15:08A gente brinca, se diverte.
00:15:10A gente viaja, pega estrada.
00:15:12Uma vez eu olhei umas vacas lá no
00:15:14descampado. Falei pra singela.
00:15:16Ah, singela, tuas parentes lá.
00:15:18Olha.
00:15:20Ela chegou e me olhou. É verdade.
00:15:22Minhas cunhadas e minha sogra.
00:15:24Deu uma risada.
00:15:26Não tem frescura.
00:15:28E tu sabe que teve um compadre meu lá perto.
00:15:30Um compadre meu que ele
00:15:32cria um monte de bicho.
00:15:34Aí os bichos
00:15:36começaram a morrer os bichos.
00:15:38Será que entrou uma infecção? Algum vírus? Alguma coisa?
00:15:40Aí tinha um benzedor lá do centro
00:15:42da cidade. Ele chamou o benzedor
00:15:44pra ir lá pra benzer os bichos dele.
00:15:46Aí só que o benzedor era
00:15:48metido a namorador. Benzedor malandro.
00:15:50Alberto!
00:15:54Aí o benzedor chegou pra
00:15:56benzer e tal.
00:15:58Ele viu que a mulher do meu compadre era bonitona.
00:16:00Uma elegância.
00:16:02Ele falou. Eu tenho um jeito de benzer.
00:16:04Que é pela
00:16:06sintonia do casal.
00:16:08Então eu vou benzer fazendo
00:16:10uma benzedura diferente na tua mulher.
00:16:12Então eu vou pro quarto com ela
00:16:14e tu fica aqui esperando que eu vou
00:16:16fazer o meu jeito de benzer. Tu vai ver que vai estar tudo certo.
00:16:18Ele ficou meio desconfiado. Tá, vai. Foi pro quarto com a mulher.
00:16:20Aí agora a senhora
00:16:22ele só escutando na porta. A senhora pode ficar
00:16:24de calcinha e sutiã.
00:16:26Ela ficou aí. Ele já. Ah, que que é isso?
00:16:28Aí ele chegou e falou.
00:16:30Dô um beijinho na canela
00:16:32pra salvar a vaca amarela.
00:16:34Dô um beijinho no joelho
00:16:36pra salvar o boi
00:16:38vermelho. Dô um beijinho
00:16:40na coxa pra salvar
00:16:42a vaca roxa. E ele gritou.
00:16:44Ah, olha só. A vaca preta, o boi cebudo,
00:16:46deixa eu morrer, tá?
00:16:48Deixa eu morrer que eu não quero mais isso.
00:16:50Pelo amor de Deus. Não, não, não dá.
00:16:52Alberto, meu amor, sensacional.
00:16:54Tá louco?
00:17:02Tio Carlos, como que eu vou te ver?
00:17:06Nada a ver.
00:17:08Oi, tio Carlos.
00:17:10Olha, gostou do meu uniforme de futebol?
00:17:12Achei lindo.
00:17:14Ô tio, você não sabe.
00:17:16Eu tô no time de futebol feminino
00:17:18da escola, sabia? Você joga de que?
00:17:20Oxi, eu jogo
00:17:22de uniforme, ó. De blusa.
00:17:24De short.
00:17:26Ó minha chuteira, tio. Tio, eu tenho um chute maior
00:17:28forte, sabia? É mesmo? Você chuta com os dois pés?
00:17:30Óbvio que não, né, tio.
00:17:34Cada pergunta...
00:17:36Se eu chutar com os dois pés ao mesmo tempo,
00:17:38eu caio de bunda no chão, tio. Oxi.
00:17:40Não.
00:17:42Ah, você não sabe.
00:17:44Quando eu entrei no time,
00:17:46sabe qual era o meu apelido? O meu apelido era
00:17:48Carlos Alberto, em sua homenagem, tio.
00:17:50Ah, porque eu jogava muito bem?
00:17:52Não, porque eu vivia no banco.
00:17:56Ô tio, você joga
00:17:58futebol ainda? Joguei, agora não.
00:18:00Você jogava? Jogava.
00:18:02Eu era zagueiro central. Mentira.
00:18:04Meu Deus do céu. E você era bom?
00:18:06Se eu era bom, me chamavam de
00:18:08o monstro. É sério?
00:18:10É. Nossa, tio, ainda bem que você mudou,
00:18:12né? Ainda bem que você mudou, porque
00:18:14tipo, hoje, você não é nenhum
00:18:16Brad Pintcher, sabe?
00:18:18Mas, monstro,
00:18:20monstro, você não é não.
00:18:22Tá, tá, tá, tá bom, tá, tá.
00:18:24Ô tio, sabia que a minha família
00:18:26toda jogava futebol? O meu avô
00:18:28jogava. Você deve ter jogado com ele.
00:18:30O meu avô jogava.
00:18:32O meu pai jogou futebol.
00:18:34O meu pai jogou também. O meu irmão jogava.
00:18:36O meu irmão, mas
00:18:38ele teve que parar de jogar, porque ele
00:18:40torceu o Tornorzelo. No buraco?
00:18:42Não, tio, que no buraco?
00:18:44Quem é o tonto que torce o Tornorzelo
00:18:46jogando buraco, tio? Não.
00:18:48Sentado no baralho.
00:18:50Não, foi no futebol
00:18:52mesmo. E ele foi no médico,
00:18:54meu irmão, o médico falou
00:18:56que ele torceu o Tornorzelo, porque
00:18:58ele tem, ele coloca o pé
00:19:00padrento, assim, sabe?
00:19:02Sabe? Assim, ó.
00:19:04Igual o Batoré, sabe?
00:19:06O tio, sabe? Eu já ouvi falar
00:19:08Marcha do Periquito. É isso, Marcha do
00:19:10Periquito, ele falou mesmo. Marcha do
00:19:12Periquito. Marcha do Periquito. Ô tio, ainda bem que eu sou
00:19:14menina e não tenho os pés padrentos,
00:19:16porque senão, ia ser, eu ia ter a Marcha
00:19:18do Periquito.
00:19:20É, mas,
00:19:22sabe? Não é só sorrisos, não,
00:19:24porque eu tretrei, eu tretrei
00:19:26como a menina do time. Tretrei
00:19:28mesmo. Mas o que que houve?
00:19:30O que aconteceu? Ah, ela me ofendeu,
00:19:32tio. O que que ela disse? O que que ela disse?
00:19:34Tio, eu tava com a bola no ataque,
00:19:36eu ia pra cima da zagueira,
00:19:38aí ela gritou, vai, nina,
00:19:40faz o drible da vaca.
00:19:42Tio, larguei a bola na hora e falei,
00:19:44dá uma bicuda na canela dela. Mas por quê?
00:19:46Porque eu falei pra ela, eu falei, se você me chamar de
00:19:48vaca de novo, eu vou dar outra bicuda
00:19:50na outra canela. Xinguei ela mesmo,
00:19:52xinguei ela mesmo, vaca.
00:19:54É um drible que os jogadores
00:19:56dão, que é pra enganar,
00:19:58eu não sei como é que é, que eu não me lembro mais.
00:20:00Ah, é, ah, é um jeito de fazer.
00:20:02É um drible. Ah, um drible.
00:20:04Eu chego pra lá, vou pra cá, sei lá.
00:20:06Ah, a coisa que eu falei.
00:20:10É, mas sabe, hein, tio?
00:20:12Sabe, eu tretei com a técnica,
00:20:14eu tretrei mesmo com a...
00:20:16Você já reparou que você
00:20:18briga com todo mundo? Mas eu tinha razão,
00:20:20tio Carlos, eu tinha razão.
00:20:22Ela, a técnica, me enganou.
00:20:24Me enganou. Enganou por quê?
00:20:26Porque, tipo, eu tava
00:20:28na lateral do campo, e aí
00:20:30a número 10 tava com a bola
00:20:32no pé, né, e ela não tinha pra quem passar a bola.
00:20:34Aí a técnica gritou,
00:20:36Nina, desce pra receber!
00:20:38E você desceu. Desci,
00:20:40mas eu desci no vestiário, tio, não tinha nada!
00:20:42Não tinha nada pra eu receber,
00:20:44não tinha presente, não tinha nada.
00:20:46O vestiário tava vazio, tio.
00:20:48A pior treta foi quando
00:20:50eu perdi o gol, tio.
00:20:52Ah, imagina, gol qualquer jogador perde.
00:20:54Vê lá o São Paulo.
00:20:56É, né?
00:20:58Aqueles mais perdem lá é gol.
00:21:00É, né? É, mas a técnica,
00:21:02ela virou pra mim e falou que eu não devia ter
00:21:04perdido o gol, que eu devia ter matado
00:21:06a bola no peito e chutado.
00:21:08Aí eu virei pra ela e falei, como eu vou matar a bola no peito
00:21:10se nem peitinho eu tenho?
00:21:12Não, tio, eu não uso! Sou criança!
00:21:14Aí ela me deixou na reserva.
00:21:16Mas só até ontem.
00:21:18Por que só até ontem?
00:21:20Porque ontem, tio, você não sabe, ontem teve jogo.
00:21:22E aí faltava cinco minutos pra acabar o jogo.
00:21:24Ela me chamou pra jogar.
00:21:26Tava zero a zero.
00:21:28O que que eu pensei? Vou fazer o gol da vitória.
00:21:30E você fez?
00:21:32Aham, eu fiz, tio.
00:21:34Eu entrei, então, eu peguei a bola no campo.
00:21:36Não vou fazer com a bola, senão vai pra lá.
00:21:38Aí, tio, eu peguei a bola, eu chutei a bola.
00:21:40Driblei uma, driblei outra.
00:21:42Aí, eu parecia motoboy
00:21:44costurando no trânsito, sabe assim?
00:21:46Aí, isso, fui uma, fui outra.
00:21:48Isso, isso, e tal.
00:21:50Aí a goleira me agarrou, eu consegui sair dela
00:21:52e pulou na rede.
00:21:54Gol da Nina!
00:21:58Ai, tio, eu até chorei, tio.
00:22:00Claro, chorou de emoção.
00:22:02Não, chorei de vergonha,
00:22:04porque o gol que eu fiz foi o gol contra, tio.
00:22:06Ah!
00:22:08Ah, gol do Patriarca.
00:22:10Demais.
00:22:12Gol.
00:22:14Ah, meu Deus do céu.
00:22:16Que coisa.
00:22:18Ah.
00:22:20Ai.
00:22:22É...
00:22:24O senhor não achou ruim agora de receber as vaias?
00:22:26Estou cansado.
00:22:28Cansado.
00:22:30Menino cansado.
00:22:32Não faz nada, não, para a canção.
00:22:34Estou todo cansado, cansado, cansado.
00:22:36Cheguei agora de viagem.
00:22:38Já foi viajar?
00:22:39Cheguei de viagem agora.
00:22:41Cheguei de viagem.
00:22:42A minha secretária te estimunha disso.
00:22:47É verdade.
00:22:48O deputado esteve em vários países tratando de assuntos oficiais.
00:22:51Que tipo de assuntos oficiais?
00:22:54É uma coisa complexa.
00:22:55Você não vai entender.
00:22:56É melhor não falar.
00:22:57Se eu falar, vai ter que se explicar.
00:23:00Você não vai entender merda nenhuma.
00:23:02Você não vai entender.
00:23:06Essa questão.
00:23:08Eu estive na Ásia.
00:23:09Você sabe onde é a Ásia?
00:23:10Sei, sei.
00:23:11Sabe o que é a Ásia?
00:23:12Sei.
00:23:13É a Europa.
00:23:14Aí eu estive na Ásia.
00:23:15E nós fizemos um acordo.
00:23:17Foi um processo que eu coloquei.
00:23:19Isso é uma coisa muito diferente.
00:23:23Eles vieram com o propósito de que era uma ciranda financeira,
00:23:27que era rodada.
00:23:32E eles ficaram impressionados com a minha proposta.
00:23:35Então foi uma negociação muito complexa.
00:23:38É melhor deixar pra lá isso.
00:23:40Não entendi nada.
00:23:41Claro, foi eu que fui.
00:23:42Não é você.
00:23:46Você não entende nada.
00:23:47Não entende nada de um profissional como eu.
00:23:50É isso mesmo.
00:23:51E o deputado ainda está sentindo os efeitos do fuso horário.
00:23:54Porque ele acabou de voltar de uma viagem à Rússia e à China.
00:23:57Ah, interessante.
00:23:58O presidente também esteve lá na Rússia e na China.
00:24:00Não sei.
00:24:01Eu fui no mesmo avião dele.
00:24:02Fui no mesmo.
00:24:05Foi no mesmo avião da presidência?
00:24:06Foi no mesmo.
00:24:07É porque eu...
00:24:11O senhor foi convidado pra ir junto com o presidente?
00:24:15Sim, sim, sim.
00:24:17Foi convidado no mesmo avião?
00:24:19No mesmo avião.
00:24:20Mas o presidente e a comitiva dele foram e voltaram na primeira classe.
00:24:25Eu fui no setor de bagagem.
00:24:27Como?
00:24:29Na verdade, isso tudo aconteceu por um mero acaso, né?
00:24:33Porque o deputado entrou no avião pra se despedir do presidente.
00:24:36Só que como o avião é grande, ele acabou se perdendo.
00:24:39E aí ficou no setor da bagagem.
00:24:44O senhor viajou como clandestino?
00:24:46Como?
00:24:47Não, clandestino é uma palavra muito forte.
00:24:49Como clandestino?
00:24:50É uma palavra muito forte.
00:24:51Viajou na presidência?
00:24:53É uma palavra muito forte.
00:24:55Foi muito forte, deputado?
00:24:56É o que eu confundi.
00:24:58Tá cheio de malas.
00:24:59Na comitiva do presidente também tinha mala.
00:25:01Então era mala do comitivo do presidente, mala do...
00:25:07Aquela confusão de mala.
00:25:10Sim, mas nessa confusão o senhor não viu que lá só tinha mala?
00:25:13Exatamente, por isso.
00:25:14Só tinha mala dos misturados.
00:25:18Era mala do presidente.
00:25:20Era mala dos vagabundos que não sei.
00:25:23E aí viram que era demais.
00:25:24Mala disso, mala daquilo, mala daquilo...
00:25:28Mas olha só, essa ida sem querer do deputado
00:25:32acabou sendo fundamental para a reunião do presidente Lula com o Putin lá na Rússia
00:25:36e também com o Xi Jinping na China.
00:25:39E o que é que o senhor fez?
00:25:41Nada, eu nem apareci na reunião.
00:25:46Mas isso foi bom?
00:25:48Claro, claro.
00:25:49Eu não queria atrapalhar.
00:25:53E também, depois de toda essa dedicação, todo esse trabalho do Jojô,
00:25:58vem a oposição dizendo que ele só estava na viagem para fazer contrabando.
00:26:08Deputado.
00:26:11Deputado Jojô Renato.
00:26:14O senhor trouxe contrabando no avião do presidente?
00:26:18Isso não é o caso.
00:26:19Como não é o caso?
00:26:22O senhor é contrabandista no avião oficial?
00:26:25Isso não é o caso.
00:26:27Ah, não dá para entender nada.
00:26:29O senhor passou dos limites.
00:26:31Na verdade, o Jojô até trouxe algumas coisinhas assim.
00:26:35Mas nada demais.
00:26:37E o que é que o senhor chama de nada demais?
00:26:39Que coisinhas o senhor trouxe?
00:26:41Tenho até medo de perguntar.
00:26:43Vodka.
00:26:44Vodka.
00:26:45O senhor trouxe vodka.
00:26:51O senhor achava que era o quê?
00:26:53Eu queria...
00:26:59Era vodka, parecendo água.
00:27:01Água limpa, transparente.
00:27:02Eu falei, isso é água.
00:27:06O senhor não viu que está escrito lá na garrafa?
00:27:08Vodka.
00:27:09Eu sei falar russo?
00:27:14É meu filho.
00:27:16Eu sou poliglote, eu falo várias línguas.
00:27:20Eu falo várias, mas russo eu não falo.
00:27:25Não, não.
00:27:26E ainda estão fazendo um escarcel só porque o deputado trouxe alguns celulares da China.
00:27:31Ah, meu Deus.
00:27:32Não.
00:27:33Isso é porque quando eu estava indo embora, os chineses falaram, lembranças lá em casa.
00:27:38Lembranças lá em casa.
00:27:40Lembranças lá em casa.
00:27:41Aí eu resolvi trazer, entendeu?
00:27:46É assim.
00:27:47Casal, perto não pense o senhor que o deputado trouxe essas coisinhas pra distribuir entre os amigos aqui, viu?
00:27:54Ah, não foi, não?
00:27:59Eu trouxe pra vender.
00:28:01Eu não ia depreciar o trabalho.
00:28:04Eu ia ir trabalhando, fazendo os produtos.
00:28:06Pra eu chegar aqui e dar no alto e ter trabalho feito.
00:28:09Ah, meu deputado.
00:28:10Pelo amor de Deus.
00:28:11O sonho é daqueles que não dá valor ao produto nacional.
00:28:15Faz isso não.
00:28:16Faz isso não.
00:28:19Isso é feio pra você.
00:28:20Talvez isso é muito feio.
00:28:23Eu estive na Rússia e vi as russas.
00:28:26Eu estive na China e vi as chinesas.
00:28:29Entendeu?
00:28:30Fui na China e vi as chinesas e vi as russas.
00:28:34Entendeu?
00:28:35Entendi. E daí?
00:28:36E daí que agora, por exemplo, eu vou encontrar com a tua irmã, que é uma vagabunda.
00:28:40Entendeu?
00:28:42Pra ninguém, pra ninguém dizer que eu não prestigio o produto nacional.
00:28:56Benicito!
00:28:57Benicito!
00:28:59Hoje é um dia especial, hein, bi?
00:29:00Por que?
00:29:01Porque é hoje que eu me mudo pra minha mansão.
00:29:04Peraí, você tá falando que aquele quartinho de fundo de quintal que você acabou de alugar é uma mansão?
00:29:10Pera lá, é a mesma coisa que você dizer que o Buiu é o Kid Bengala, né?
00:29:15Veneno!
00:29:17Não o quê, bibi?
00:29:20Bicha, para de falar bobagem, tá? E confia em mim.
00:29:23Foi confiando em você que meu nome foi aparado no Serasa.
00:29:28Só me segue, tá? E não me desmente.
00:29:30Já tô te seguindo nas redes e tudo.
00:29:32Ai, bicha!
00:29:34Foi pra cá, cá, cá!
00:29:38Tá aqui no Brasil?
00:29:39Ai, eu tô, Carlos, sabe por quê? Mas eu vim numa missão.
00:29:42Que milagre!
00:29:43Um milagre tá aqui nesse país.
00:29:44Mas, Carlos, estou radiante.
00:29:46Tô vendo pela cara.
00:29:48Para! Para!
00:29:49O dinheiro contou que tá radiante.
00:29:51O dinheiro é que é o sorriso.
00:29:53O grana é a gente sorrir.
00:29:56Caramba, velho!
00:29:57Estou de mudança porque eu comprei uma mansão nova.
00:30:01Carlos, que delícia!
00:30:03Ai, Carlos, é demais, é demais.
00:30:06Eu achei que ia dar aquele trabalhão, né?
00:30:08Mudança, aquela coisa toda. Horrível.
00:30:10Mas contratei uma equipe de primeira.
00:30:12Carlos, olha, transportadora de luxo, carregadores, montador de imóveis.
00:30:17Tudo de primeira. Chique mesmo.
00:30:19Que chique, então, hein?
00:30:20Muito chique!
00:30:21Nossa, a transportadora foi a Kombi Velha da Tia Lurdes.
00:30:26Quem carregou e quem montou tudo fui eu sozinha,
00:30:30com meu carrinho de mão e com meu serrote.
00:30:32Ai, que serrote, bicho!
00:30:34Ela tá falando o quê? Que serrote?
00:30:36Ué, eu não tive que encerrar tua cama pra caber no quartinho?
00:30:40Que estupidez!
00:30:41Ai, o cara tá doido, tá doido, cara.
00:30:43Mas, olha, deixa eu falar do bairro.
00:30:45Ah, fala.
00:30:46O bairro é maravilhoso, Carlos.
00:30:49Olha, é um bairro seguro.
00:30:50Arborizado, assim, cheio de verde, sabe?
00:30:53Conta pra ele.
00:30:54Assim, um verde lindo, alto, grande, desse tamanho.
00:30:57O pessoal chama de matagal.
00:30:59Matagal, alto assim.
00:31:01Tem que entrar com a foice, cortando o matagal.
00:31:04É doido, é doido.
00:31:05Não, Beni, eu tô falando das árvores lindas, das plantas.
00:31:08Conta pra ele.
00:31:09Bibi do céu, eu já te falei.
00:31:11Aquilo é do lado de uma boca de fuma.
00:31:13É plantação de maconha!
00:31:17Pamonha!
00:31:18Pamonha!
00:31:19Pamonha!
00:31:20Pamonha!
00:31:21Pamonha fresquinha!
00:31:24Exatamente!
00:31:25É o puro creme do milho!
00:31:29É pamonheiro, Beni.
00:31:31É, pamonheiro.
00:31:33Carlos, mas deixa eu falar da mansão.
00:31:35Carlos, a mansão ficou do jeitinho que eu queria.
00:31:37Carlos, cada detalhe, assim.
00:31:39O banheiro da suíte, Carlos Alberto, ficou fora de série.
00:31:42Fora de série e fora de casa também, né?
00:31:47Como o quintal é comunitário, sabe?
00:31:50E aí tem que dividir com mais dez famílias que moram lá na pensão.
00:31:53Então, cantinho.
00:31:54Você falou pensão?
00:31:56Isso, mas pensão.
00:31:57Ela mora em pensão?
00:32:00Pensão!
00:32:01Fala normal!
00:32:02Ah, pensão, pensão!
00:32:04Pensão!
00:32:06Isso é absurdo!
00:32:10Beni, o Beni tá falando da pensão.
00:32:14Da pensão que o meu ex-milionário me dá, sabe, Carlos?
00:32:18Eu não preciso, claro, mas ele faz questão de me dar, né?
00:32:21Peraí, o teu ex-trombadinha, você tá querendo dizer que ele é milionário?
00:32:30Conta outra agora!
00:32:32Conta do papagaio!
00:32:34Conta aquela do Arito Oledo que você sabe!
00:32:37Fica quieta, bicha!
00:32:39Não tô falando do meu ex-milionário, não.
00:32:41Tô falando do meu ex-bi, meu amor.
00:32:43Ah, é verdade, ele é bi.
00:32:45Ele é bi, ele corta pra tudo quanto é lado.
00:32:49Ficava me desejando horrores.
00:32:53Como é que é, bicha?
00:32:54Como é que é?
00:32:55A senhora tá me dizendo que ele dava em cima de você
00:32:57e você nunca me contou, amiga da onça!
00:32:59Dava em cima, dava embaixo, dava no meio.
00:33:03Dava de ladinho.
00:33:05Tô acreditando que o Joseph Clayton fez isso comigo.
00:33:08Não tô acreditando, bandido!
00:33:10Calma, relaxa.
00:33:11Não vamos falar do Cleitinho.
00:33:13Deixa o Cleitinho pra lá, não é, Sarlinho?
00:33:16Deixa o Cleitinho pra lá.
00:33:18Vamos falar do presente, não é, Sarlinho?
00:33:20Vamos falar sobre a sua mansão nova.
00:33:22Não!
00:33:23Vamos falar sobre a sua mansão nova.
00:33:25Não!
00:33:27Eu fui corna, Carlos Alberto!
00:33:29Eu fui corna!
00:33:30Calma, Bibi.
00:33:31Não fica assim, Bibi.
00:33:33Pelo menos, olha, pensa pelo lado bom.
00:33:35Você era corna mansa.
00:33:37Agora você é corna mansão.
00:33:40Carlos, desculpa.
00:33:41Eu não nasci pra ser corna.
00:33:42Corna não, cara.
00:33:44Calma, espera aí, Bibi.
00:33:45Vamos conversar.
00:33:46Calma, Bibi.
00:33:47Calma, Bibi.
00:33:48Calma, Bibi.
00:33:49Calma, Bibi.
00:33:50Calma, Bibi.
00:33:51Calma, Bibi.
00:33:52Calma, Bibi.
00:33:53Calma, Bibi.
00:33:54Calma, Bibi.
00:33:55Seu Carlos é só desse jeito.
00:33:57Quando eu pego, eu chaco.
00:34:01Já entregou os panfletos?
00:34:02Já entreguei.
00:34:03Toda vez eu venho entregando esses panfletos,
00:34:05mas agora que eu olhei,
00:34:06faz três anos e meio que eu estive nessa cidade.
00:34:11E aí, seu Carlos?
00:34:12Tudo bem?
00:34:13Você está bom?
00:34:14Estou bem, graças a Deus.
00:34:15Estamos chegando em Serquilho agora, com o circo.
00:34:17Coisa linda.
00:34:18Aonde?
00:34:19Serquilho, Serquilho.
00:34:20Mas é bom demais, né, seu Carlos?
00:34:22A chegada do circo é coisa bonita.
00:34:24É bonita, né?
00:34:25Mas é bonito pro povo,
00:34:26é bonito pra gente do circo também,
00:34:28que a gente conhece a cidade, né?
00:34:29Uma vez, me lembrei esses dias,
00:34:31eu cheguei numa cidade,
00:34:32disse que a cidade, seu Carlos,
00:34:34estava uma esculambação, seu Carlos.
00:34:39Um pegando a mulher do outro,
00:34:40aquele negócio todo, sabe?
00:34:42Muito errado.
00:34:43As coisas eram muito erradas mesmo.
00:34:44Muito feias.
00:34:45Muito feias, seu Carlos.
00:34:47Aí, o que aconteceu, seu Carlos?
00:34:49O padre da cidade botou uma placa na frente da igreja.
00:34:54Botou escrito assim, ó.
00:34:55Se está cansado de pecar, entre.
00:34:59A dona das ondas escreveu debaixo.
00:35:00Se não está, terceira à esquerda.
00:35:05Acontece, né, seu Carlos? Acontece.
00:35:14Eu fui na missa, foi eu na missa, né?
00:35:16Eu fui na missa, eu cheguei na missa,
00:35:18o padre começou, missa lotada,
00:35:20o padre começou a falar assim.
00:35:21Irmãos, quem daqui quer ir pro céu?
00:35:26Todo mundo ergue a mão.
00:35:27Eu!
00:35:28Eu não erguei a mão,
00:35:29fiquei paradinho, filho da puta.
00:35:32O padre perguntou a segunda vez,
00:35:35mas a segunda vez já perguntou dando um olhado pra mim,
00:35:37assim, meio de canto de olho, assim.
00:35:39Irmão!
00:35:43Quem daqui quer ir pro céu?
00:35:48Todo mundo, eu!
00:35:49Eu não erguei a mão, fiquei com a mão baixada.
00:35:51A terceira vez, de lá de cima,
00:35:53ele olhou dentro dos meus olhos, seu Carlos.
00:35:55Irmão!
00:35:58Quem daqui quer ir pro céu?
00:36:03Todo mundo, eu!
00:36:04Eu não erguei a mão.
00:36:05Ele parou a missa, parou a missa,
00:36:07olhou pra mim e falou,
00:36:08senhor Tubinho, quando o senhor morrer,
00:36:09o senhor não quer ir pro céu?
00:36:11Eu falei, ah, seu padre,
00:36:12quando eu morrer, eu quero,
00:36:13eu tava achando que era excursão pra hoje.
00:36:18Pisterja, né, seu Carlos?
00:36:20Ele tá doido, ele tá com o diabo no diabo.
00:36:22Aí, ressuscitado, seu Carlos,
00:36:24ele começou a hora de passar a sacolinha.
00:36:26Sabe aquela hora de passar a sacolinha?
00:36:27Sei, sei.
00:36:28Ele vinha passando a sacolinha
00:36:29de um jeito que eu não tinha visto.
00:36:31Diferente.
00:36:32Ele vinha gritando assim,
00:36:33quem tem põe, quem não tem tira.
00:36:38Quem tem põe, quem não tem tira.
00:36:43Eu falei, quem não tem,
00:36:44quem não tem tira?
00:36:45Isso aí tá esquisito, né?
00:36:47E ele gritando,
00:36:48quem tem põe, quem não tem tira.
00:36:52Aí, quem chegou perto de mim,
00:36:53eu falei, seu padre, como é que é esse negócio?
00:36:55Quem tem põe, quem não tem tira?
00:36:58Ele falou, é, meu filho,
00:36:59é pra ajudar as pessoas.
00:37:00Quem não tem, tira.
00:37:02Eu falei, mas eu tô sem nada.
00:37:03Ele falou, então você pode tirar.
00:37:05Eu dei uma olhada,
00:37:06tinha uma nota de 100 bem em cima, assim, ó.
00:37:08Fui direto.
00:37:10Meti a mão, tirei a de 100.
00:37:11A hora que eu tirei, ele falou,
00:37:12agora você tem, põe.
00:37:18Não adiantou nada, seu Carlos.
00:37:21O pior foi o Manivello.
00:37:22Já falei pro senhor do Manivello,
00:37:23o cara que monta o circo,
00:37:24bate as estacas.
00:37:25É forte ele, né?
00:37:27Metido, metido.
00:37:28Tava na porta da igreja,
00:37:29o pessoal saindo da igreja.
00:37:30E aí, Manivello.
00:37:31E aí, Manivello.
00:37:33Tudo bom, Manivello?
00:37:34Falei, não, eu nunca esteve nessa cidade.
00:37:36Como é que o pessoal conhece o Manivello, né, cara?
00:37:39Falei, Manivello,
00:37:40o pessoal da cidade te conhece?
00:37:42Falei, todo mundo me conhece.
00:37:43Todo mundo me conhece.
00:37:45Falei, como assim, cara?
00:37:46Todo mundo me conhece.
00:37:47Chegou a noite,
00:37:48teve um show do Gustavo Lima.
00:37:50Lá, o Gustavo Lima cantando,
00:37:51eu olhei no canto,
00:37:52o Manivello cantando junto,
00:37:53falei, como é que você conseguiu subir no parque?
00:37:55Falei, porque todo mundo me conhece, cara.
00:37:57Todo mundo me conhece.
00:37:58Falei, como assim, Manivello?
00:37:59Todo mundo me conhece.
00:38:00Falei, você é louca, cara.
00:38:04Ele me botou no carro
00:38:05e me trouxe pra Avenida Paulista.
00:38:07Lotado.
00:38:08Ele andando na Avenida Paulista,
00:38:09o pessoal,
00:38:10e aí, Manivello?
00:38:11Beleza, Manivello?
00:38:12Beleza, Manivello?
00:38:13Falei, rapaz,
00:38:14todo mundo te conhece aqui em São Paulo.
00:38:16Falei, tudo bem, você não tá entendendo.
00:38:20Não é aqui em São Paulo,
00:38:22é no mundo inteiro.
00:38:23Toda pessoa do mundo me conhece.
00:38:26Eu falei, mas, Manivello,
00:38:28eu acho que você cheira maconha,
00:38:29você faz alguma coisinha.
00:38:33Você bate a maleta, né?
00:38:34Não sei como é que as pessoas te conhecem, cara.
00:38:36Ele é tão metido
00:38:37que ele me pagou uma paixagem.
00:38:39Foi nós dois pra Itália.
00:38:41O senhor acredita?
00:38:42Chegamos na Itália,
00:38:43só que nós chegamos bem nesse dia agora
00:38:45que descobriram o Papa Novo,
00:38:47tava lotado.
00:38:48E eles aqui falaram, né?
00:38:50O Papa Novo foi matado.
00:38:54Aí o que aconteceu?
00:38:56Tinha mais de um milhão de pessoas lá.
00:38:58Perdi o Manivello.
00:38:59Não achava o Manivello,
00:39:00não achava o Manivello.
00:39:01Daqui a pouco me interdiram,
00:39:02daqui a pouco abriu a cortininha,
00:39:04saiu o velhinho todinho de branco,
00:39:06coisa bonita, né?
00:39:07Todo mundo emocionado.
00:39:09Eu perguntei pro rapaz do lado, falei,
00:39:11aquele ali é o novo Papa?
00:39:13O cara falou, se é o Papa, não sei,
00:39:14mas do lado é o Manivello.
00:39:21Vamo pra gente, Manivello?
00:39:22Vamo pra gente?
00:39:23Vem comigo!
00:39:24Vem!
00:39:25Tô liberado!
00:39:34Cada vez mais bonito, hein, seu cara?
00:39:38Que elegância, lindo!
00:39:40Tá bem, hein, seu cara?
00:39:41Gostou?
00:39:42Tá todo bom!
00:39:45Eu até vou pedir licença,
00:39:46porque eu preciso estar bem também.
00:39:48Preciso dar uma relaxada nos pés.
00:39:52Olha aqui,
00:39:53eu tenho que comprar umas 69,
00:39:54toda cozida essa daqui.
00:39:56O senhor tá bem?
00:39:57Inclusive,
00:39:58o senhor acha que isso aqui é fungo?
00:40:02Tá me doendo,
00:40:03aperta na butina,
00:40:04eu tenho que ir na minha...
00:40:09Podóloga.
00:40:10Quem?
00:40:11Podóloga.
00:40:12O quê?
00:40:14Que cuida de pedra.
00:40:15Pé de cule.
00:40:16O quê?
00:40:17Pé de cule.
00:40:18Sim, eu fui.
00:40:19Eu fui.
00:40:20Esse eu fui.
00:40:21Olha aqui.
00:40:22Senhor, eu pintei, ó.
00:40:23Eu pintei.
00:40:24Mas só pintou de um lado?
00:40:25Ah, sim.
00:40:27Eu só pintei esse pé.
00:40:28Por quê?
00:40:30Porque...
00:40:32É que eu não tava com dinheiro suficiente.
00:40:36Aí esse mês eu pintei esse pé.
00:40:38Mês que vem eu vou lá e pinto outro.
00:40:43A gente que não tem muito dinheiro
00:40:45pintei esse pé.
00:40:47O importante é você estar feliz.
00:40:49Ah, o importante é estar bem com as coisas...
00:40:51Agora, eu tô com um pouco de coisa.
00:40:53De quê?
00:40:54Do quê?
00:40:55Ah, não.
00:40:56Eu tô...
00:40:57Ah, eu tô...
00:40:58Na verdade, assim, eu tô bem,
00:40:59mas eu tô...
00:41:00Num sentimento, eu tô meio...
00:41:02Sabe?
00:41:04Eu tô meio que...
00:41:05Eu vou confessar,
00:41:06pra um negócio de firma,
00:41:07eu tô meio que...
00:41:08Possesso de raiva, assim.
00:41:09Eu tô com...
00:41:10Eu tô...
00:41:11Se tu perguntasse pra mim,
00:41:13seu Carlotãozãozinho,
00:41:14qual o meu estado de espírito hoje,
00:41:17seria um cachorro pincher.
00:41:19Sabe?
00:41:21Nervoso.
00:41:22Eu tô me tremendo...
00:41:25Toda.
00:41:27Porque lá na firma,
00:41:28seu Carlotãozãozãozãozãozinho...
00:41:33Entrou uma colega de trabalho...
00:41:35Olha isso aqui.
00:41:36Eu não sei se não é tudo.
00:41:38Deixa o teu fone lá.
00:41:39Tá.
00:41:40Aí, ó, mas aqui.
00:41:41Esse ladinho.
00:41:42Aí, seu Carlotãozinho...
00:41:43Desculpa.
00:41:44Desculpa.
00:41:45Depois eu vou ficar aqui.
00:41:46Entrou uma colega de trabalho nova lá,
00:41:48seu Carlos.
00:41:49A...
00:41:50Tiaga.
00:41:51Tiaga.
00:41:52Tiaga...
00:41:53Tá um rolê muito estranho lá
00:41:54que tá acontecendo,
00:41:55que é Tiaga,
00:41:56seu Carlotãozera.
00:41:57Ela é...
00:41:58Linda.
00:41:59Linda.
00:42:00Linda.
00:42:01Até aí, tudo bem.
00:42:02Coisa boa.
00:42:03Colega de trabalho nova.
00:42:04Linda.
00:42:05Mas o grande problema é que...
00:42:07O quê?
00:42:08A firma, seu Carlos,
00:42:09é cheia de peão.
00:42:10Os peão...
00:42:11Olha,
00:42:12fica tudo babando em cima, sabe?
00:42:14Uma fa...
00:42:15Não.
00:42:17Uma falta de respeito, seu Carlos.
00:42:20Fica tudo em cima babando.
00:42:22Coisa...
00:42:23Coisa...
00:42:24O quê?
00:42:26Coisa feia, sabe?
00:42:28Fica tudo em cima, assim.
00:42:29Parece o porpetone quando chega comida no camarim,
00:42:32sabe?
00:42:34Sabe?
00:42:36É uma falta de respeito, sim.
00:42:39Essa semana, só,
00:42:40cinco peão, eles foram afastados da firma, já.
00:42:43Algum motivo?
00:42:44Sim, torcicolo.
00:42:45O quê?
00:42:48Porque a Tiaga é linda, passa,
00:42:50e eles fazem aquela coisa de homem bobo.
00:42:54Ai, que coisa...
00:42:55Que coisa...
00:42:57Seu Carlotãozera, coisa...
00:42:59Mas olhar é pecado.
00:43:00É.
00:43:04Não, olhar tudo bem,
00:43:05mas eles ficam olhando meio que assim...
00:43:07Fica, tipo...
00:43:10Parece os cachorros babando, coisa...
00:43:12Agora, quem tá chateada com isso aí,
00:43:14o seu Carl...
00:43:15Ah, o senhor tá muito lindo.
00:43:17Bem, né, seu Carlos?
00:43:18Eu tô bem, tô ótimo.
00:43:19O senhor tá...
00:43:20Meu, que coisa mais linda que o senhor tá.
00:43:24Tá mais magrinho, isso aí...
00:43:26O senhor faz as abduzirmãos?
00:43:27Faço, faço abduzirmãos.
00:43:28Quantos, quantos?
00:43:30Quantos?
00:43:31Faço três de dez.
00:43:32Vamos brincar, vamos fazer.
00:43:33Não.
00:43:35O senhor tem certeza que ganha de mim?
00:43:39O senhor tá fino, hein?
00:43:40Eu, parece que tô grávida.
00:43:44Agora, com a chegada da Tiaga lá na firma,
00:43:47quem não tá gostando muito é a Fabrícia.
00:43:50A Fabrícia?
00:43:51O senhor conhece?
00:43:52Não, mas...
00:43:55Não, porque a Fabrícia...
00:43:57A Fabrícia se acha linda.
00:43:59Aí ela tá toda...
00:44:00Aí ela tá toda...
00:44:03Aí eu falei...
00:44:07Aí a Fab...
00:44:08Não, se a Fabrícia se acha linda, linda, linda,
00:44:10mal ela sabe que faz três anos
00:44:12que ela ganhou lá na firma o Miss Estrupício.
00:44:19Não.
00:44:20Mas o senhor é muito bonito.
00:44:21Ai, gente, seu Carlos,
00:44:22tem que respeitar as individualidades, né?
00:44:24Eu sou uma pessoa...
00:44:25O senhor não é a mesma pessoa que eu.
00:44:27O senhor é uma...
00:44:29Que é diferente da outra...
00:44:31Cada um é igual.
00:44:32Cada um tem a pessoa que não é um do outro.
00:44:34Exato.
00:44:35Equipe.
00:44:36E eu respeito,
00:44:37mas a Fabrícia é um pecado de tão feia que é.
00:44:39Claro.
00:44:41A Fabrícia é tão feia, tão feia,
00:44:43seu Carlotãozãozera,
00:44:44que se ela passa na frente de uma obra,
00:44:46os pedreiros começam a trabalhar.
00:44:49Não.
00:44:50Mas...
00:44:52Nem todo mundo, seu Carlotãozão,
00:44:54tem, assim, a sorte de nascer belo assim.
00:44:59Galã, um galã, seu...
00:45:01Eu sou um senhor idoso.
00:45:03Meu Deus, seu Carlos,
00:45:05se todo idoso...
00:45:06Se todo idoso tivesse uma pele boa assim,
00:45:09duas coisas boas...
00:45:11Olha só, uma coxa...
00:45:13Aí, agora,
00:45:14aí o negócio é as cantadas lá na firma com a Tiaga,
00:45:17que estão me dando uns troços que eu fico...
00:45:22Já estão chamando a Tiaga de quinto dia útil.
00:45:25Ficam torcendo a hora que ela chega, sabe?
00:45:28Que eu não gosto.
00:45:29Aí o Palomo, esse dia, viu a Tiaga passar,
00:45:32meteu...
00:45:36Aí meteu pra ela, assim...
00:45:41Meteu pra ela...
00:45:42Tu não é cigarro eletrônico,
00:45:44mas tu tá acabando com a minha vida.
00:45:48Aí eu falei,
00:45:49ô Palomo, trouxa,
00:45:50pára, sai, não faz respeito.
00:45:53Agora, uma coisa que a...
00:45:55O senhor fala quantas línguas?
00:45:57Só português.
00:45:58Não.
00:45:59Olha lá.
00:46:00Bom, aí, seu Carlos,
00:46:01a Tiaga, além de ser linda,
00:46:04ela tem um currículo...
00:46:05Ela fala inglês,
00:46:07que lá na firma não faz diferença, né?
00:46:09Porque os peão mal falam português avançado.
00:46:14E eu tô no aprendizado de coisa ainda, né?
00:46:17Mas eu ainda também não tenho essa coisa de falar coisa de...
00:46:21Aí a Tiaga chegou pra mim,
00:46:23meteu assim,
00:46:24How are you?
00:46:29Eu não sabia o que responder,
00:46:30eu falei,
00:46:31How's you?
00:46:36E saí correndo.
00:46:38Agora, o seu Carlos,
00:46:39ele é uma mulher muito assim, tipo,
00:46:41ô Ingrid, levanta um pouquinho pra nós, por favor.
00:46:43Ó, a Ingrid, bonita?
00:46:45É, mais ou menos.
00:46:47Mas vamos lá, com todo respeito,
00:46:49quem é mais bonita?
00:46:50Euzinha aqui.
00:46:52Quem se veste melhor?
00:46:54Euzinha aqui.
00:46:55É você.
00:46:57Quem é mais esforçada?
00:46:59A Ingrid.
00:47:00Isso aí é alguma coisa...
00:47:02Esforçada por quê?
00:47:03O quê?
00:47:04Por que ela é esforçada?
00:47:05Porque alguma coisa ela tem que ter de bom, né?
00:47:08Brincadeira.
00:47:09Mas, por exemplo,
00:47:10quer ver o Ingrid?
00:47:11A Ingrid é bonita.
00:47:12A Ingrid é bonita.
00:47:13A Ingrid é bonita.
00:47:14A Ingrid é bonita.
00:47:15Mas, por exemplo,
00:47:16quer ver o Ingrid?
00:47:17Alguém aqui já deu em cima de ti?
00:47:19Não, claro que não,
00:47:20porque o pessoal me viu primeiro.
00:47:22Entendeu?
00:47:23Olha o seu carinho!
00:47:31Olha quem chegou!
00:47:32Carlos Alberto!
00:47:33Um dos maiores nomes do esporte brasileiro!
00:47:36Meu amigo Milton Nevoas!
00:47:38Que beleza, Carlos Alberto!
00:47:40Você parece aquele jogador perna de pau
00:47:42que só fica no banco de reserva,
00:47:43que é o Naeta.
00:47:46Você tem mais tempo de banco
00:47:48do que jogador perna de pau reserva,
00:47:50Carlos Alberto!
00:47:51Não sai do banco!
00:47:52Não sai!
00:47:53Não sai do banco!
00:47:54O que é isso, Carlos Alberto?
00:47:55Hoje eu vim apresentar
00:47:57meu programa aqui direto da praça.
00:47:59Ah, então eu quero assistir.
00:48:00Ah, que beleza!
00:48:01Tá começando mais um
00:48:02Perdendo Tempo!
00:48:05Aqui com o Milton Nevoas,
00:48:07o maior cabeção da crônica esportiva
00:48:09interplanetária.
00:48:11E eu já tô começando
00:48:12chamando...
00:48:13Olha!
00:48:14Temos com exclusividade aqui
00:48:15o maior artilheiro do Flamengo,
00:48:18o craque do Mengão,
00:48:20Pedro!
00:48:23Aê, Pedro!
00:48:24Eu fiquei até em pé
00:48:25pra te dar um abraço!
00:48:26Sou seu fã, rapaz!
00:48:28Vamos ser fãs!
00:48:29Larga o Pedro!
00:48:30Larga ele!
00:48:32Eu queria tirar uma foto com você, pode?
00:48:34Vamos agora!
00:48:35Não, não vai tirar foto!
00:48:36Não vai tirar foto, não!
00:48:38Vem pra cá, Pedro!
00:48:39Aguenta aí!
00:48:40Pô, você ré lá nele
00:48:41e vai ficar mais um ano
00:48:42no Departamento Médico, Pedro!
00:48:45Não, não ré!
00:48:46Deixa o Pedro em paz!
00:48:47Segura essa franga!
00:48:49Segura a franga!
00:48:50Beleza!
00:48:51Deixa o Pedro em paz
00:48:52aqui com a Zolbert!
00:48:53E vou chamar ele
00:48:54que é o maior, menor jogador
00:48:56do Corinthians,
00:48:57holandês, craque,
00:48:59Memphis Filho de Pai!
00:49:02Beleza!
00:49:03Chuta, Memphis!
00:49:04Chuta!
00:49:05Outra bola!
00:49:06Outra bola!
00:49:07Chuta, Memphis!
00:49:08Calma, Memphis!
00:49:09Calma, Memphis!
00:49:10Provoca os palmeirenses, Memphis!
00:49:13Provoca!
00:49:14De novo!
00:49:15Provoca os palmeirenses!
00:49:17Olha só!
00:49:18É Corinthians!
00:49:19É o Memphis!
00:49:20É pênalti pro Corinthians!
00:49:22É pênalti pro Corinthians!
00:49:24Grande, Memphis de Pai!
00:49:27É, vou começar
00:49:28essa bagaça logo aqui.
00:49:30Eu queria saber aqui
00:49:31do Pedro, né?
00:49:32Ô, Pedro, você que ficou
00:49:33mais de um ano lá
00:49:34no Departamento Médico aí
00:49:36e já voltou fazendo gol, rapaz!
00:49:38Fez um monte de gol!
00:49:39Faz gol pra caramba!
00:49:41Você pensa que você vai ser
00:49:42o artilheiro do Campeonato Brasileiro?
00:49:44Hein, ô Pedro?
00:49:45Com certeza, senhor Milton!
00:49:46O Pedro tá vindo
00:49:47com tudo esse ano aí
00:49:48e vai fazer muito...
00:49:49Aguenta aí já, já,
00:49:50o seu pai!
00:49:51Porque agora, Dani,
00:49:53eu vou falar no oferecimento
00:49:54de cueca Noronha!
00:49:56Que beleza!
00:49:57Cueca Noronha!
00:49:58Aqui o seu peru pequeno
00:49:59não passa vergonha!
00:50:03A cueca Noronha,
00:50:04ela já...
00:50:05Ela já vem com enchimento
00:50:07pra você não passar vergonha!
00:50:08Faz...
00:50:10Faz que...
00:50:11Faça que nem o Carlos Alberto
00:50:13que só usa cueca Noronha!
00:50:16Que beleza!
00:50:17Aqui o peru pequeno
00:50:18não passa vergonha!
00:50:20Que beleza!
00:50:21Que beleza!
00:50:22Mais 10 milhões
00:50:23na minha conta!
00:50:24Que beleza!
00:50:25Beleza!
00:50:26Ô, Carlos Alberto,
00:50:27eu trago aqui
00:50:28o Memphis Filho de Pai,
00:50:29trago o Pedro,
00:50:30você fica com essa cara
00:50:31de esplantar e eu...
00:50:32Como é que você
00:50:33não deixa a gente falar?
00:50:34Você fica fazendo mexente!
00:50:36Ô, Pedro,
00:50:37você acha que o Flamengo
00:50:39é o melhor...
00:50:40É o melhor time
00:50:42em conjunto,
00:50:43com equipe?
00:50:44Você acha que ele vai chegar a final
00:50:46em primeiro lugar?
00:50:47Com certeza!
00:50:48O Flamengo tá vindo...
00:50:49Aguenta aí!
00:50:50Já, já!
00:50:51Você fala, Pedro!
00:50:52Porque agora eu vou falar
00:50:53no oferecimento
00:50:54de motel conto de fadas!
00:50:56Aqui no motel conto de fadas,
00:50:58a mulher beija a sapo
00:50:59esperando virar um príncipe!
00:51:01E o homem beija a princesa
00:51:02esperando a pereneca!
00:51:05Que beleza!
00:51:06Mais 20 milhões na minha conta!
00:51:08Obrigado, Anny!
00:51:09Que beleza!
00:51:10Ô, Pedro,
00:51:11você voltou agora,
00:51:12você já faz gol de tudo,
00:51:13você faz gol de cabeça,
00:51:14faz gol de queixo,
00:51:15olha o tamanho do queixo!
00:51:16Olha o tamanho do queixo!
00:51:17Rapaz,
00:51:18ele faz gol de cotovelo,
00:51:20faz gol de tudo,
00:51:21quanto é coisa!
00:51:22Você é uma pergunta
00:51:23que não quer calar!
00:51:24É verdade
00:51:25que você vai dar um pé na bunda
00:51:26do Flamengo
00:51:27e vai pro Barcelona,
00:51:28pro Real Madrid,
00:51:29você vai abandonar o Flamengo
00:51:30e vai pra eles,
00:51:31vai pra gringa!
00:51:32Fala, Pedro!
00:51:33É verdade,
00:51:34eu recebi uma...
00:51:35Eita!
00:51:36E já já!
00:51:37Fala, rapaz!
00:51:38Porque agora
00:51:39eu vou falar no oferecimento
00:51:40de óculos de sol
00:51:41manja-tromba!
00:51:42Olha só!
00:51:43Óculos de sol
00:51:44manja-tromba!
00:51:45Ele já vem
00:51:46com as lentes escuras
00:51:47pra você que gosta
00:51:48de ir no banheiro
00:51:49dar uma abisolhada
00:51:50no cara
00:51:51que tá mijando do lado!
00:51:52Olha lá!
00:51:53Faça que nem o Carlos Alberto
00:51:54que só compra
00:51:55óculos manja-tromba!
00:51:56Mais 10 milhões
00:51:57na minha conta,
00:51:58Anny!
00:51:59Que beleza!
00:52:00Ô, Carlos Alberto,
00:52:01faz uma pergunta,
00:52:02justifica o Caxê!
00:52:03Rapaz!
00:52:04Ô!
00:52:05Do jeito que você tá jogando,
00:52:06você acha que vai
00:52:07ser titular
00:52:08da seleção?
00:52:09E você acha
00:52:10que a seleção
00:52:11vai ser campeã?
00:52:12Com certeza,
00:52:13a seleção
00:52:14tá vindo com...
00:52:15Aguenta aí,
00:52:16já já!
00:52:17Fala, Pedro!
00:52:18Porque agora
00:52:19eu vou falar
00:52:20no oferecimento aqui
00:52:21de briguete inflável
00:52:22do Miltão!
00:52:23É...
00:52:24Olha aí,
00:52:25ô Neymar!
00:52:26Ô Neymar!
00:52:27Ô Neymar!
00:52:28Ô Neymar!
00:52:29Ô Neymar!
00:52:30Esses boleiros
00:52:31que gostam
00:52:32de dar festinha,
00:52:33então vocês têm
00:52:34que trazer
00:52:35a briguete inflável
00:52:36do Miltão!
00:52:37Essa aí
00:52:38não engravida,
00:52:39essa não faz barraco
00:52:40e essa não pede pensão!
00:52:41Que beleza!
00:52:42Mais 20 milhões
00:52:43na minha conta aqui!
00:52:44Mais 10 milhões
00:52:45na minha conta!
00:52:46Que beleza!
00:52:47Tá vendo?
00:52:48Você não deixa
00:52:49ninguém falar, pô!
00:52:50Eu vou pro Rio
00:52:51que é melhor
00:52:52que eu faço!
00:52:53E eu, hein?
00:52:54Mascarado!
00:52:55Vai, Pedro,
00:52:56seu mascarado!
00:52:57Mascarado!
00:52:58Vai, vai,
00:52:59se lascar
00:53:00seu abeção!
00:53:01Peraí, peraí!
00:53:02Querem um repito,
00:53:03please?
00:53:04Querem um repito?
00:53:05Vai, vai,
00:53:06se lascar
00:53:07seu abeção!
00:53:08Olha,
00:53:09ele falou em holandês,
00:53:10rapaz!
00:53:11Ele falou em holandês,
00:53:12rapaz!
00:53:13Eu não entendo
00:53:14essa linguagem!
00:53:15Mascarro!
00:53:16Tá vendo?
00:53:17Você viu o que você faz?
00:53:18Você só fica fazendo aí
00:53:19merchandise
00:53:20e eles vão embora!
00:53:21Aí dá bem
00:53:22que eles foram embora,
00:53:23porque meu programa
00:53:24é assim,
00:53:25enquanto eu fico aqui
00:53:26ganhando din-din,
00:53:27eu não tenho dinheiro
00:53:28para fazer nada!
00:53:29Obrigado!
00:53:30Obrigado,
00:53:31caos aberto!
00:53:32Vai, vai,
00:53:33vai!
00:53:34Terminando,
00:53:35mais um feijão do feijão!
00:53:36Tchau!
00:53:37Tchau!
00:53:38Você precisa
00:53:39me ajudar, rapaz!
00:53:40Saideiro,
00:53:41eu já falei
00:53:42que eu não vou fazer isso!
00:53:43Você também é chato, hein?
00:53:44Toda hora que eu preciso
00:53:45que você me ajude,
00:53:46você não me ajuda!
00:53:47É toda vez esse negócio!
00:53:48Não vou!
00:53:49Quem diz que são essas
00:53:50e estão olhando aqui
00:53:51e estão me atrapalhando?
00:53:52O João!
00:53:53Esse cara aqui,
00:53:54eu tô falando pra vocês,
00:53:55esse cara aqui
00:53:56Eu tô precisando que ele faça um negócio pra mim e ele não quer nem saber de me dar uma mão.
00:53:59Eu já falei, saideira, que eu não vou te dar uma mão.
00:54:02É.
00:54:02A mão você não quer dar, mas o resto você tá distribuindo pra galera, entendeu?
00:54:06Ô, ô!
00:54:08Respeita o teu amigo.
00:54:09Ô, João, eu respeito o meu amigo, mas ele precisa me ajudar,
00:54:13porque amigo é pra essas coisas e eu tô pra receber uma herança, entendeu?
00:54:16Um parente meu distante deixou herança pra mim.
00:54:19E aí, é uma herança. Eu nem conheço ele direito.
00:54:22Nem nunca vi na vida, mas ele deixou herança pra mim
00:54:24e aí eu preciso da ajuda dele.
00:54:26É, só que no testamento tá escrito que o saideira tem um irmão gêmeo.
00:54:30É, é a condição pra receber o herança, entendeu?
00:54:34Eu tenho que chegar junto lá com o meu irmão gêmeo,
00:54:36senão eles não dão uma grana pra mim e eu tô precisando muito de dinheiro, rapaz.
00:54:39É, e sabe o que...
00:54:41E sabe o que que ele quer que eu faça?
00:54:43É.
00:54:43Ele quer que eu me passe por irmão gêmeo dele.
00:54:46Pelo amor de Deus, você são totalmente diferentes.
00:54:49Não, mas aí é fácil.
00:54:50Só a sua cara, a cara dele.
00:54:51Não, mas aí é fácil. É só eu fazer a cara dele.
00:54:54Fazer uma cara de bosta, assim, ó.
00:54:57Eu não vou ser seu irmão gêmeo e acabou.
00:55:00Oi! Eu te dou metade da herança, você topa?
00:55:04Bom, aí se você me der metade da herança, eu topo.
00:55:09Você vê como são as pessoas? Você vê também como são as pessoas?
00:55:11Isso não vai descer.
00:55:12Você vê como são as pessoas? É só, é só, é só falar que vai dar metade.
00:55:16Agora também, eu não quero mais. Pronto, acabou.
00:55:18Eu não quero mais.
00:55:20Boa noite, senhores. Boa noite.
00:55:22Boa noite, boa noite.
00:55:23Qual dos senhores é o senhor Saideira?
00:55:25Saideira, é ele aqui, ó.
00:55:27Saideira, é ele.
00:55:28Senhor Saideira, eu sou o testamenteiro do seu parente.
00:55:31Ah, como vai? Tudo bem? Tudo tranquilo?
00:55:33Muito prazer, muito prazer.
00:55:35Muito prazer.
00:55:36O prazer é meu.
00:55:37Ah, o prazer é meu?
00:55:38Não, o prazer é meu.
00:55:39Não, o prazer é meu. O meu prazer é meu.
00:55:40O prazer é meu, senhor Saideira.
00:55:42Aqui, vamos fazer o seguinte, vamos rachar esse prazer no meio, então.
00:55:46Como eu estava dizendo, eu sou o testamenteiro do seu parente.
00:55:49Olha.
00:55:50E vim aqui trazer os documentos da herança, senhor Saideira.
00:55:52Olha lá.
00:55:56Mas para entregar os documentos, eu preciso ver o seu irmão gêmeo.
00:56:01Aqui!
00:56:03Prazer, tudo bem?
00:56:04Aqui, aqui, aqui.
00:56:06Não, não é possível.
00:56:08Vocês não são gêmeos.
00:56:09Não, na verdade, nós é descorpião.
00:56:14Vocês não são nada parecidos.
00:56:16Como não?
00:56:17Vocês são gêmeos mesmo?
00:56:18Sim, sim, nós viemos do mesmo ovo.
00:56:20É, do mesmo ovo.
00:56:22É.
00:56:23Nós viemos do mesmo ovo, tanto é que ele virou uma franga.
00:56:26Olha lá.
00:56:28Ah, tudo bem, tudo bem.
00:56:29E qual é a idade dos gêmeos?
00:56:3140.
00:56:34Pera, me desculpa.
00:56:35Se vocês são gêmeos, como pode um ter 30 e o outro ter 40?
00:56:41O papai era ruim de matemática.
00:56:42É, papai.
00:56:43Péssimo, péssimo.
00:56:44Péssimo, ele bombou no Jardim de Irmãs.
00:56:46Errava tudo, é.
00:56:47Massa, ele errava tudo.
00:56:48É, isso.
00:56:49Ah, tá.
00:56:50Tudo bem, tudo bem.
00:56:51Eu vou entregar aqui os documentos da herança, senhor saideiro.
00:56:53Tá aqui, ó.
00:56:55É aqui que tá o dinheiro.
00:56:56É aqui que tá a grana.
00:56:59Agora é bom, gêmeo.
00:57:00A grana é meio a meio, tá, irmão gêmeo, tá?
00:57:03Desculpa, desculpa, desculpa.
00:57:05A herança não é grana, pessoal.
00:57:07A herança...
00:57:08O quê?
00:57:09A herança é cuidar da bebezinha.
00:57:10O quê?
00:57:11Cuidar de uma bebezinha?
00:57:12Não.
00:57:14Eu tô fora.
00:57:16Eu tô fora.
00:57:17Eu não nasci pra ser pai.
00:57:19Já ele nasceu pra ser mãe.
00:57:20Toma, filha.
00:57:22Eu?
00:57:23Nem morta, não.
00:57:24Não quero.
00:57:25Não.
00:57:26Tchau pra vocês.
00:57:30Quer saber?
00:57:31Eu também não...
00:57:32Eu também não tenho irmão gêmeo.
00:57:33Fica pra você a bebezinha.
00:57:34Tô fora, irmão gêmeo.
00:57:37Seu Carlos, isso que ele tá dizendo é verdade?
00:57:40Ah, isso aqui é um vigarista.
00:57:42Não é assim.
00:57:43É sim.
00:57:45Ele pensou que a herança fosse ser dinheiro.
00:57:47Agora, cuidar de uma criancinha, ele não quer.
00:57:49Criar criança com a altura do campeonato dessa?
00:57:52Não.
00:57:53Criança, gente, a gente tem que levar pra passear.
00:57:55Tem que dar banhozinho.
00:57:57Tem que levar pra caminha.
00:57:58Não.
00:57:59Vamos ver o que você tem a dizer.
00:58:02Tá tudo certo?
00:58:03Infelizmente, não, bebezinha.
00:58:05Ah, não acredito.
00:58:10Do... Do...
00:58:11Do quê que você chamou ela?
00:58:12Bebezinha.
00:58:13Mas bebezinha...
00:58:14A bebezinha é a bebezinha que dá...
00:58:15Isso, ela é a bebezinha da herança.
00:58:20Bebezinha.
00:58:21Esse é meu apelido.
00:58:22Eu sou a herança que papai deixou ao mundo.
00:58:25Ai, meu Deus.
00:58:30Você mama muito?
00:58:34É que o leite hoje tá caro, sabe?
00:58:36O ovo tá caro, a carne tá cara, o leite tá muito caro.
00:58:39Se for nessa questão aí...
00:58:41Aí não, aí a gente tem que conversar,
00:58:43porque a gente não pode abandonar um ser humaninho
00:58:45e ir pra cima da rua, entendeu?
00:58:47Esse é um karma que veio pra mim,
00:58:49e eu vou com esse karma até o resto da minha vida,
00:58:52viu, doutor?
00:58:53Eu vou cuidar da bebezinha, pode deixar que eu cuido da bebezinha.
00:58:57Mas olha que tem um problema.
00:58:59Sem ter irmão gêmeo, você não pode receber herança.
00:59:02Não, não, mas tem irmão gêmeo, tem.
00:59:04Que irmão gêmeo?
00:59:05Rapaz, pra uma bebezinha dessa daqui,
00:59:07eu viro dois, rapaz.
00:59:08Pelo amor de Deus, não comigo, meu Deus.
00:59:12Sem ter, sem ter, sem ter.
00:59:14Sem ter, sem ter, sem ter.
00:59:18Ah, Carlos, irmão.
00:59:20Tudo bom?
00:59:21Felizmente.
00:59:22Ai, que ótimo.
00:59:23Sabe o que eu andei pensando, Carlos?
00:59:25Eu procurei homens de todas as profissões, Carlos, na minha vida.
00:59:28A minha vida regressa, a vida que eu não tenho mais.
00:59:34Um homem que eu saí por muito tempo.
00:59:36Você que tá dizendo, saiu, não.
00:59:37Ele que entrou, não, Carlos.
00:59:41Apenas saí, apenas saí, era um advogado.
00:59:44Era um advogado, um advogado bom.
00:59:46Uma pessoa boa pra mim.
00:59:48Eu sei o que você tá pensando.
00:59:49Você queria entrar na vara.
00:59:53Na vara da família, do trabalho, não, Carlos.
00:59:59Você vai dizer, você gostava da leidura rígida.
01:00:04Mas a verdade, Carlos, é que ele era um advogado de pequenas causas.
01:00:09Eu acabei processando ele por propaganda enganosa, Carlos.
01:00:16Mas eu andava na lei, Carlos.
01:00:17Sempre andei na lei, sabe?
01:00:19Às vezes eu sentava na lei, deitava na lei.
01:00:22Eu saí muito com policial, por isso que eu sentava na lei.
01:00:28Esse policial que eu saí não foi a pior coisa, não.
01:00:31Ele me deu um dos maiores presentes que eu já recebi na minha vida, Carlos.
01:00:36Qual?
01:00:37Prendeu o meu ex que tava com a pensão atrasada.
01:00:43E era um bom policial, era uma boa pessoa, sabe?
01:00:47Você vai dizer, era um cabo? Não, Carlos.
01:00:52Era um soldado digno, digno.
01:00:54A gente se conheceu na lei seca.
01:00:57Você vai dizer, é lei seca pra você que vive molhada? Não.
01:01:02Eu me apaixonei pelo policial assim que eu vi.
01:01:06Eu sei, você vai falar, você gostou do cacetete, da pistola.
01:01:12Ele foi tão educado, ele me pegou na blitz, na lei seca.
01:01:16Eu não bebo, não bebo.
01:01:18Ele falou, você bebeu? Eu falei, não bebi.
01:01:20Ele falou, você coloca isso aqui na boca pra comprovar.
01:01:22Eu falei, tá bom, abaixa as calças que eu boto.
01:01:25Mas eu não faço mais isso, fecha a perna, madame.
01:01:32Mas, esses homens colocam coisas na nossa boca.
01:01:35Teve um homem que me deixava com muita boca aberta.
01:01:37Foi quando eu saía com o dentista, Carlos.
01:01:42Esse dentista queria colocar aparelho nos meus dentes.
01:01:45Depois queria colocar outras coisas na minha boca.
01:01:48Aí reclamava que o aparelho arranhava.
01:01:52Ele tinha aquela broquinha ali, que fazia uma tremedinha, né?
01:01:55Treme aquela broquinha.
01:01:57Eu naquele tempo, uma mulher muito fogosa, eu sentava em cima da broquinha.
01:02:05Por isso que eu vi que esse homem não era pra mim.
01:02:07Não era pra mim.
01:02:09Aí eu depois, eu me sentava, eu sentava, eu sentava.
01:02:13Eu sentava, eu sentava, eu sentava.
01:02:15Não era pra mim.
01:02:17Aí eu depois, eu conheci um engenheiro, Carlos.
01:02:21Um engenheiro muito bom, uma pessoa muito boa.
01:02:24Eu sei, você vai dizer.
01:02:25Claro, você não gosta de broquinha, gosta de brintadeira.
01:02:30Que podre, Carlos, como sua mente é suja.
01:02:33Suja, suja, suja.
01:02:35Mas também não foi fácil viver com esse engenheiro.
01:02:38Ele me humilhava.
01:02:39Dizia, eu te comprei na planta, era um terrenão descampado.
01:02:45Eu oferecia minha área de lazer, ele queria minha rede de esgoto, Carlos.
01:02:57Foram tantas profissões que passaram por mim.
01:03:01E passaram, é, passaram por mim.
01:03:06Eu conheci um médico, Carlos.
01:03:08Que ainda era, fosse assim, como você, que casou com uma médica conceituada do hospital.
01:03:14Bom, eu arrumei um médico do SUS.
01:03:19Me deixava na fila, esperando por horas.
01:03:25Eu me atirava nele, dizia, ai, acho que dói aqui, acho que dói aqui.
01:03:30Ele falava, então tira a mão, paparazzo doente.
01:03:35Mas também não fiquei com ele, não fiquei com esse médico.
01:03:38Eu não sentia nada, Carlos, nada.
01:03:41Não sei porque, porque ele era médico anestesista.
01:03:47Eu me despedi, fui embora, deixei uma carta.
01:03:50Tempos depois, ele me mandou uma carta.
01:03:52Eu não entendi nada que ele disse, porque letra de médico horrível.
01:03:58Conheci até jogadores de futebol, né, Max?
01:04:00É, conheci vários.
01:04:04Eu ia lá no CT do Max, que ele joga lá.
01:04:08Eu fui trabalhar como massagista, massageava as coxas deles.
01:04:12Ai, fecha a perna, madame!
01:04:17Eles não gostavam, diziam que eu me aproveitava.
01:04:20Chamaram o RH, queriam me demitir por justa causa.
01:04:23Aí descobriram que nem lá eu trabalhava, Carlos.
01:04:28Eu ia por amor, por amor à camisa.
01:04:31Eles tiravam a camisa, eu ficava louca, Carlos Alberto.
01:04:36E homens ciumentos, né?
01:04:38Muitos homens ciumentos que apareceram na minha vida,
01:04:41que fez eu ser hoje uma mulher pura, pura.
01:04:44Você ia falar outra palavra, Carlos Alberto?
01:04:48Pura, pura.
01:04:49Não troca o R pelo T, é pura.
01:04:54Mas esse homem, ele me controlava.
01:04:57Eu não podia falar um A dele, que ele brigava.
01:05:00Ele não me deixava ter rede social, Carlos Alberto.
01:05:03Por isso que eu não saio mais com o ministro da STF, Carlos Duque!
01:05:11Carlos Alberto!
01:05:13E aí?
01:05:14Olha quem está de volta, Carlos Alberto.
01:05:16Sumiu?
01:05:17Sumiu? Tem que ser assim, Carlos Alberto.
01:05:19Não pode ficar aparecendo, não.
01:05:20Senão chega os agiotas, leva a morte.
01:05:24Isso é um novidade pra você, Carlos Alberto.
01:05:26Ó, isso aqui, ó.
01:05:29Sapinho. Sapinho massa, tá vendo?
01:05:31Sapinho.
01:05:32Não.
01:05:33Sapinho aqui, ó.
01:05:34Ele pula, ó.
01:05:35Um, dois, três.
01:05:36Pula, Sapinho!
01:05:38Pula, Sapinho!
01:05:39Tá vendo?
01:05:40Não.
01:05:41Por causa do chapéu dele.
01:05:42Segura o chapéu dele aqui.
01:05:43Chapéu.
01:05:44Vai, Sapinho.
01:05:45Pula, já.
01:05:46Pula, pula!
01:05:47Valeu.
01:05:48Tira a blusa dele.
01:05:49Segura a blusa aqui.
01:05:50Pula, Sapinho!
01:05:51Pula!
01:05:52Aí, pulou.
01:05:53Nossa, não é não?
01:05:54Viu, Sapinho?
01:05:55Não.
01:05:56Não?
01:05:57Por que que tá segurando na roupa dele?
01:05:59Você é juiz, cara.
01:06:00Fica ligado, cara.
01:06:01Fica ligado.
01:06:02Fica ligado.
01:06:03Fica ligado, cara.
01:06:04Se não, o povo leva você de doido.
01:06:06O povo leva a gente de doido, cara.
01:06:08Você sabe falar em doido?
01:06:09Meu amigo tá doido.
01:06:10Eu encontrei ele no jockey agora.
01:06:11Tá bravo.
01:06:12Tá bravo no telefone.
01:06:13Eu vou parar de gastar dinheiro com burro.
01:06:15Não invisto mais em burro.
01:06:16Não quero mais saber de burro.
01:06:17Não vou mais botar dinheiro em burro.
01:06:19Eu falei, vai parar de jogar, ele disse,
01:06:20não, vou tirar meus filhos da faculdade.
01:06:25Já fez muita burrice, Carlos Alberto?
01:06:27Já?
01:06:28Já, já.
01:06:31Já fez uma que você arrepende mesmo?
01:06:33Algumas.
01:06:34Algumas?
01:06:35Pra mim a maior, a minha foi ter comprado uma moto.
01:06:38Aí só o perigo.
01:06:39Eu comprei uma moto.
01:06:40Foi a pior coisa que eu fiz.
01:06:41Eu comprei aquelas grandonas, sabe?
01:06:42Pô, eu andava feito tão louco, Carlos Alberto.
01:06:44Uma vez, peguei a retona, dei.
01:06:47Tem!
01:06:48Chegou na curva, Carlos Alberto.
01:06:49Capotei a bicha.
01:06:50Desci um barranco do tamanho do mundo.
01:06:52Achei que ia morrer, Carlos Alberto.
01:06:54Cheguei lá, quando vi, parou um carro lá em cima.
01:06:56Só vi descer uma loura.
01:06:57Eu digo, é o céu.
01:06:58Será que é o céu?
01:06:59É o céu, é o céu, é o céu.
01:07:01Desceu uma lourinha.
01:07:03Ela falou, eu vou lhe salvar.
01:07:05Eu falei, minha mulher não vai gostar não.
01:07:09Ela disse, vamos, vou tirar você daqui.
01:07:11Subiu comigo, Carlos Alberto.
01:07:12Disse, vou botar você no meu carro.
01:07:13Eu digo, minha mulher não vai gostar não.
01:07:16Botou dentro do carro, ela disse,
01:07:17vou levar você pra minha casa e vou cuidar de você.
01:07:19Eu digo, minha mulher não vai gostar não.
01:07:22Chegou na casa dela, Carlos Alberto.
01:07:23Ela tirou minha roupa, me deu um banho.
01:07:24Disse, vou lhe dar um banho.
01:07:25Eu digo, minha mulher não vai gostar não.
01:07:28Foi, me deu um banho.
01:07:29Colocou na cama dela.
01:07:30Deitou do meu lado e disse,
01:07:31agora eu vou cuidar de você a noite inteira.
01:07:33Eu disse, minha mulher não vai gostar não.
01:07:36Ela disse, cadê sua mulher?
01:07:37Eu digo, tá lá embaixo no barranco.
01:07:42Eu fico reparando.
01:07:43Chega o dia dos namorados.
01:07:44Eu não tenho namorada, Carlos Alberto.
01:07:45Eu tenho um problema muito sério.
01:07:46Porque eu já tive muitos relacionamentos,
01:07:47mas não deu certo.
01:07:48Preciso fazer terapia pra entender o porquê
01:07:50que eu me dou mal com as mulheres, sabe?
01:07:51Mas é bom fazer.
01:07:52Faz bem.
01:07:53É bom fazer.
01:07:54A primeira mulher que eu tinha,
01:07:55comecei a namorar.
01:07:56Dois anos ainda com ela.
01:07:57Ela nunca quis assumir o namoro,
01:07:59porque parte da família dela...
01:08:00Não queria você.
01:08:01Não queria.
01:08:02Sabe o que não queria da parte dela?
01:08:03O quê?
01:08:04O marido, os filhos.
01:08:05Não aceitava.
01:08:07Besteirinha, besteirinha, besteirinha.
01:08:10Coisa beixa, coisa beixa.
01:08:11E não aceitava.
01:08:12Mas eu acho que meu problema com as mulheres,
01:08:14que eu acho que é de terapia,
01:08:15é porque eu comecei na vida,
01:08:17na vida sexual muito tarde, sabe?
01:08:20E comecei de uma forma errada.
01:08:21Eu comecei no velório do meu avô, sabe?
01:08:24Quando meu avô morreu...
01:08:25No velório você começou?
01:08:26É.
01:08:27Porque teve o velório do meu avô,
01:08:28aí lá no Ceará,
01:08:29aí meus tios daqui foram pra lá,
01:08:30e eu tinha um tio que era muito esbantelado.
01:08:32Ele falou pro meu pai assim,
01:08:33e esse menino aí, 18 anos,
01:08:34já viu a mulher?
01:08:35Eu disse, não.
01:08:36Esse menino aí é igual a azeite,
01:08:37extra virgem ainda.
01:08:42Vou levar você pro cabaré comigo.
01:08:44Eu disse, vai tio, desvou.
01:08:45Aí ele só voou na frente,
01:08:46você vai de bicicleta atrás.
01:08:47Aí eu fui com aquelas camisas,
01:08:48que lá no Ceará,
01:08:49quando o povo morre,
01:08:50as pessoas fazem umas camisas assim, sabe?
01:08:51Aí bota a volta do avô assim,
01:08:52saudades eternas.
01:08:53Aí bota a volta do velho
01:08:54olhando pro nada, assim.
01:08:55Olhando pro nada,
01:08:56olhando pro céu.
01:08:57O céu azul e o velho
01:08:58olhando pra cima, sabe?
01:08:59Aí fui, cheguei lá,
01:09:00aquela luzinha vermelha,
01:09:01cabaré raiz mesmo.
01:09:02Entrei, cara,
01:09:03eu me conectei com aquele lugar,
01:09:04digo, ô, lugar maravilhoso,
01:09:05que sensação boa.
01:09:06Aí viram me receber,
01:09:07olhou a camisa e disse,
01:09:09seu Raimundo morreu.
01:09:13Dizem que você conhecia ele,
01:09:14né?
01:09:15Cliente número um da casa,
01:09:16seu Raimundo, voou.
01:09:17Aí, cara,
01:09:18só aquele constrangimento, sabe?
01:09:19Foi um minuto de silêncio
01:09:20que fizeram pra vovô no cabaré.
01:09:22As cangas, tudo fazendo
01:09:23um minuto de silêncio pra ele
01:09:24em homenagem.
01:09:25Desligou a música
01:09:26do Amado Batista
01:09:27na Juquebox.
01:09:30Ele falou,
01:09:31segura na mão de Deus,
01:09:32vai tocar um silêncio, assim.
01:09:33Aí, meu tio
01:09:34deu dois tiros pra cima
01:09:35de revolver.
01:09:36Pá, pá, não.
01:09:37Papai gostava de emoção
01:09:38e de zoado e de alegria.
01:09:39Vamos comemorar.
01:09:40Aí começou a bebida,
01:09:41ele falou,
01:09:42escolha um menino aí,
01:09:43escolha o que você quiser aí.
01:09:44Aí passou uma loura, assim,
01:09:45grandona,
01:09:46eu digo, tio,
01:09:47e aquela ali?
01:09:48Ele disse, rapaz,
01:09:49aquilo eu acho que é um homem.
01:09:50Eu digo, rapaz,
01:09:51é um homem.
01:09:54Ele disse,
01:09:55mas você não conhece ainda
01:09:56uma e outra,
01:09:57uma e outra.
01:09:58Aí eu digo,
01:09:59foi numa feinha.
01:10:00Ele disse,
01:10:01não precisa ser feia nas feias,
01:10:02não.
01:10:03Tu tá chavecando as feias,
01:10:04eu tô pagando.
01:10:05Pode ir na purinha também,
01:10:06viu?
01:10:07Aí tinha uma maga lá,
01:10:08eu digo, vamos, maga,
01:10:09vamos subir com a maga,
01:10:10maga, maga,
01:10:11maga, maga, maga,
01:10:12maga, maga,
01:10:13se fosse um Transformer,
01:10:14era uma bicicleta.
01:10:15Aí, subi com ela
01:10:16pros quartos,
01:10:17ela disse, escolha o quarto,
01:10:18eu disse, quanto que é?
01:10:19Ela disse,
01:10:21aí tem a suíte prêmio,
01:10:22que é 10 reais.
01:10:25Eu disse, o que que tem na prêmio?
01:10:26Ele disse, mosquiteiro.
01:10:29Bem higiênica,
01:10:30bem higiênica, sabe?
01:10:31A suíte, nós entrando,
01:10:32tinha uma placa escrita,
01:10:33proibido matar barata na parede.
01:10:36Eu sei que foi aquele negócio todo,
01:10:38aquela emoção toda.
01:10:39Ela disse, você trouxe proteção?
01:10:40Trouxe proteção?
01:10:41Eu disse, trouxe.
01:10:42Fui na carteira,
01:10:43peguei uma foto de Padre,
01:10:44insiste, me protege, meu Padre.
01:10:47Ela disse, com você
01:10:48eu vou fazer um negócio diferente.
01:10:49Ela disse, o que?
01:10:50Eu vou fazer um negocinho
01:10:51que eu comprei no sex shop.
01:10:52Casalberto,
01:10:53quando eu saí assim,
01:10:54do banheiro,
01:10:55que eu voltei,
01:10:56essa mulher tava com a perna aberta,
01:10:57com umas bolinhas sexual.
01:10:58Já viu essas bolinhas, Casalberto?
01:10:59Já.
01:11:01Na internet, na internet, na internet.
01:11:03Claro, na internet.
01:11:04Botando as bolinhas, Casalberto,
01:11:05botando as bolinhas,
01:11:06botando bolinhas,
01:11:07socando bolinhas,
01:11:08tacando bolinhas,
01:11:09enfiando bolinhas,
01:11:10tacando bolinhas,
01:11:11socando bolinhas,
01:11:12enfiando bolinhas.
01:11:13E eu olhando,
01:11:14que abelha,
01:11:15isso é uma sinuca?
01:11:16E ela botando as bolinhas,
01:11:17ela falou, o que foi?
01:11:18Você nunca viu isso, não?
01:11:19Eu disse, rapaz, eu vi,
01:11:20mas se alimentando é a primeira vez.
01:11:29Antes de encerrar,
01:11:31eu quero dizer que
01:11:32esse programa foi gravado
01:11:33no dia 8 de maio,
01:11:36e esse ano completou
01:11:3838 anos
01:11:40de faixa nossa
01:11:41aqui no SBT.
01:11:43Isso eu devo a você,
01:11:44povo brasileiro,
01:11:45pelo carinho que eu recebo
01:11:46em todos os lugares
01:11:47que eu vou do Brasil.
01:11:49Por hoje é só.
01:11:51Quinta-feira,
01:11:52estaremos de volta novamente.
01:11:53Eu aqui,
01:11:54no meu velhíssimo
01:11:55e querido banco.
01:11:56Vocês em todo o Brasil,
01:11:57porque...
01:11:58Abra-se-nós!
01:12:02Obrigado!