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  • 13/05/2025
Os Correios divulgaram nesta segunda-feira (12) um plano estratégico de trabalho para contornar o prejuízo de R$ 2,6 bilhões obtido em 2024 e melhorar o fluxo de caixa da empresa. Entre as medidas anunciadas estão a suspensão das férias temporárias e do trabalho remoto. Deysi Cioccari e José Maria Trindade comentaram.

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Transcrição
00:01Os Correios anunciaram que vão suspender as férias e o trabalho remoto devido ao prejuízo de 2 bilhões e 600 milhões de reais.
00:11A Luciana Verdolim traz mais informações.
00:14Olha os Correios que já entraram e saíram da lista das estatais que podem ser privatizadas,
00:19amargou no ano passado um prejuízo de 2 bilhões e 600 milhões de reais.
00:25Esse valor é três vezes superior ao resultado de 2023, quando houve também um prejuízo, mas de apenas 633 milhões.
00:36Diante do resultado negativo, a saída foi anunciar um plano para tentar sanear a empresa.
00:42Como a folha de pagamento é o grande problema da estatal, a ideia é fazer cortes.
00:50As férias estão suspensas até janeiro do ano que vem.
00:54Os Correios falam também em reduzir a carga horária dos trabalhadores com redução de salários
01:01e prorrogar a inscrição para o PDV, o programa de desligamento voluntário, para tentar reduzir os custos.
01:10A estatal espera ser possível economizar algo em torno de um bilhão e meio de reais.
01:16A estrutura da sede da empresa também terá que ser revista.
01:20A expectativa é de um corte de 20%, além do retorno ao regime de trabalho presencial a partir do próximo dia 23 de junho.
01:32A empresa pretende também lançar novos formatos de planos de saúde com economia estimada de 30%
01:39para a empresa e para os empregados.
01:43A estatal diz que o novo marco regulatório das compras internacionais, a chamada taxação das blusinhas,
01:54foi o grande responsável pelos problemas da estatal, que investiu 830 milhões de reais no último ano,
02:02com a renovação da frota e modernização da infraestrutura para atendimento à população.
02:09De Brasília, Luciana Verdolim.
02:14Deixa eu chamar a Deise Siocari para a gente repercutir essa notícia.
02:18Deise, essa medida que não deixa de ser emergencial pode ajudar a sanar esse problema de prejuízos do correio?
02:25Dificilmente, Soraya, porque o problema dos correios não pode ser atribuído somente à taxa das blusinhas
02:33ou à diminuição de pequenas importações, pequenos produtos de importação.
02:39Os correios já faz algum tempo, alguns anos, inclusive, que eles estão presos numa lógica
02:44que não acompanhou a digitalização do mercado, não acompanhou a concorrência.
02:49Eles estão presos em pequenas burocracias e isso, obviamente, acabou deixando eles à margem da competição
02:57que a gente viu outras empresas chegando no mercado e tomando essa fatia.
03:02E aí, obviamente, não adianta agora tomar essas medidas paliativas para tentar compensar
03:07anos de descaso, anos de atraso, anos de miopia em relação ao que estava acontecendo no mercado.
03:15Então, qualquer atitude agora que seja tomada num curto prazo, ela não vai resolver um problema de anos de displicência.
03:23Então, a gente estava lembrando aqui, o Nonato estava falando, a gente estava conversando,
03:27os correios já foram um grande exemplo aqui no Brasil.
03:30Então, o que precisa fazer agora é uma grande reestruturação para que eles voltem a ser aquela máquina exemplar de estrutura
03:39e não fique parada no tempo como ficou.
03:42Então, essas medidas, elas são bem paliativas e, com certeza, elas não vão resolver o problema maior.
03:46Atribuir a taxa das blusinhas é um paliativo que não resolve o problema estrutural dos correios.
03:52José Maria Trindade também está com a gente nesta manhã.
03:55José, e quando a gente fala de uma estatal que dá prejuízo, é de se imaginar que vá buscar recursos
04:03para conter esse prejuízo, para dar uma segurada nesse buraco nos bancos do setor privado,
04:10nos bancos normais, né? Ou será que vai ser necessário recorrer ao Tesouro também para esse auxílio?
04:16Aí, já tem INSS e mais correios para a gente desembolsar, José?
04:21A quanta pesa, né?
04:23Nonato, é só recorrer aos orçamentos, aos últimos orçamentos aí do país, né?
04:28O projeto de orçamento da União e ver os investimentos das estatais.
04:34Eles, num certo momento, diminuíram e agora começaram a aumentar.
04:39Ou seja, é dinheiro do Tesouro injetado nas estatais.
04:43Houve um momento em que o Estado é que tinha capital, o Estado é que tinha dinheiro.
04:47E se não fosse assim, grandes empresas, como Rede Ferroviária Federal,
04:53Usiminas, Petrobras e outras grandes estatais, não seriam criadas por falta de investimentos.
05:01Mas o mundo mudou e hoje quem tem o capital é a iniciativa privada.
05:06No mais, antigamente, os correios eram estratégicos.
05:11Era uma empresa estratégica que tem representação em todas as cidades do país.
05:16É um sistema monstruoso e que não mais se justifica.
05:21Não é mais um sistema estratégico.
05:23O sistema de comunicação mudou, já não é mais de telégrafos.
05:27E continua, correios e telégrafos, empresa de correios e telégrafos.
05:31Não se usa mais telégrafos.
05:33Está na hora de privatizar, está na hora não.
05:35Já passou da hora.
05:37Agora, o que eu vejo é que pessoas que impediram, que fizeram greve contra a privatização,
05:43agora estão sendo chamados a não receberem salários integrais.
05:48Estão sendo chamados a pedir demissão.
05:51Enquanto isso, empresas que estavam nas mãos do governo e que foram privatizadas,
05:57melhoraram os salários, o rendimento melhorou e todos querem trabalhar naquelas empresas privatizadas.
06:04Esse deve ser o caminho dos correios.
06:07O que me assusta é que os empresários já sabem disso, mas os funcionários dos correios ainda não acordaram.
06:15É, é isso.
06:16Talvez a palavra seja realmente essa modernização.

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