#ExposedFortal é o #MeToo de Fortaleza | Visão Libertária - 26/06/20

Name: #ExposedFortal é o #MeToo de Fortaleza | Visão Libertária - 26/06/20 | ANCAPSU
Uploaded: 2025-05-02T07:55:05+00:00
Duration: 10 min 15 s
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02/05/2025

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Título Original: #ExposedFortal é o #MeToo de Fortaleza
Publicado em OS, 26 de Junho de 2020 ; BC, First published at 16:45 UTC on June 26th, 2020.
Créditos: JJ Liber, Visão Libertária, ANCAP.SU, Visão Libertária
Publicação Original | Vídeo : https://odysee.com/@ancapsu:c/exposedfortal-o-metoo-de-fortaleza:e
Publicação Original | Descrição ou Thumbnail : https://old.bitchute.com/video/Udq3te5qP3jB/

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No início dessa semana surgiram várias páginas nas redes sociais postando diversos prints de supostos assédios e abusos cometidos por alunos e funcionários de algumas escolas de Fortaleza. Uma hashtag chama #ExposedFortal tomou conta do Twitter na última semana, virou Top Trendings Brasil. Em resumo, surgiu um movimento disposto a incentivar mulheres a expressar seus relatos e denunciar casos de assédio ou importunação sexual que sofreram. As páginas prometem total anonimato para o acusador expor o acontecimento nas redes, mesmo que alguns não passem de mero relato, sem prova alguma. Isso é algo que está se tornando recorrente na internet ultimamente, quase todos os dias nos deparamos com "exposed" de alguma pessoa famosa, alguns são verdadeiros, outros não. Os defensores dessa prática apontam que a internet ajuda a "amplificar a voz das vítimas" que, segundo eles, não costumam ser bem acolhidas pela justiça.
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00:00Exposed for Tal é o Me Too de Fortaleza.

00:04Muito triste saber que existem tantos casos de assédios em colégios, mas será que todos

00:10eles são verdade?

00:12Esse é o Visão Libertária, sua fonte de informações descentralizada e distribuída

00:18com viés libertário.

00:20No início dessa semana surgiram várias páginas nas redes sociais, postando diversos

00:25prints de supostos assédios e abusos cometidos por alunos e funcionários de várias escolas

00:32de Fortaleza.

00:33Uma hashtag, Exposed for Tal, tomou conta do twitter na última semana e virou top trendings

00:40do Brasil.

00:41Em resumo, surgiu um movimento disposto a incentivar mulheres a expressar seus relatos e denunciar

00:47casos de assédio, estupro ou importunação sexual que sofreram.

00:52As páginas prometem total anonimato para o acusador expor o acontecimento nas redes,

00:58mesmo que alguns não passem de mero relato, sem nenhuma evidência.

01:02Isso é algo que está se tornando recorrente na internet ultimamente.

01:06Quase todos os dias nos deparamos com Exposed de alguma pessoa famosa, alguns são verdadeiros,

01:12outros não.

01:13Os defensores dessa prática apontam que a internet ajuda a amplificar a voz das vítimas, que,

01:18segundo eles, não costumam ser bem acolhidas pela justiça.

01:22O assunto lembra muito o movimento Me Too, que surgiu lá em Trumplandia alguns anos atrás,

01:28que também incentivava mulheres a denunciar abusos que tinham sofrido.

01:32É evidente que a violência contra a mulher é algo deplorável, e pessoas que cometeram

01:36esse tipo de ação merecem toda a execração pública possível.

01:41Mas falta um detalhe importante nessa história, o devido processo legal.

01:45Ali existe apenas a acusação, não necessariamente há uma prova sequer de que aquela pessoa tenha

01:51mesmo cometido tal ato.

01:53Ao expor acusações publicamente sobre um indivíduo na internet, cria-se um ambiente de

01:58ódio e linchamento público do indivíduo.

02:01E isso é muito perigoso, pois a acusação pode ser falsa, pode não ser exatamente aquilo

02:06que foi descrito, e quando for provada a inocência do indivíduo, ou quando for provado

02:12o que realmente aconteceu, os danos causados a ele já podem ter tomado proporções irreversíveis.

02:18Por exemplo, em maio de 2014, uma mulher foi morta na rua por espancamento após uma

02:24página postar um boato sobre sequestro de criança e bruxaria.

02:29A mulher foi brutalmente assassinada por um crime que não cometeu, que não existiu.

02:33A suposta criminosa se tornou, na verdade, uma vítima da multidão.

02:38A internet não é um tribunal, não há como fazer um julgamento por meio de postagens de

02:43redes sociais.

02:44A única coisa que isso gera é ódio e violência desproporcional.

02:48A população confunde a gravidade do crime com evidências de que a pessoa tenha mesmo

02:53cometido tal crime.

02:55Todos abominamos estupradores e abusadores, mas não se pode confundir nossa repulsa pelo

03:00crime descrito com a evidência de que tal pessoa efetivamente cometeu tal crime, pode

03:05não ser aquela pessoa, pode não ter sido exatamente do jeito como foi descrito, ou pode

03:11ter sido até um relato falso de quem está acusando.

03:14Isso não é algo novo.

03:16Na época da Revolução Francesa, aconteceu algo parecido por meio do jornal L'Amique

03:20de Peuple, ou o amigo do povo em português, de Jean Paul Marat, na qual ele pedia que

03:26fossem guilhotinados supostos traidores da Revolução.

03:30Os jacobinos, crentes que a Revolução poderia ser sabotada por traidores, dirigiam-na cada

03:36vez por meios mais violentos, enquanto os girondinos queriam a diminuição da violência

03:40pois temiam uma guerra civil.

03:42Marat era o maior opositor dos girondinos e os atacava ferozmente em seu jornal, denunciando-os

03:49que ele achava que estavam conspirando contra a Revolução.

03:52Marat recebia denúncia de qualquer pessoa em sua própria casa, muitos nem levavam provas,

03:57apenas meros relatos.

03:59Rapidamente isso foi usado pelas pessoas para tentar eliminar inimigos e até vizinhos que

04:03não gostavam.

04:04Marat chegou a pedir a cabeça de mais de 200 mil pessoas em seu jornal, pois ele acreditava

04:09que ao eliminar essas pessoas, as coisas ficariam bem.

04:12Hoje não existem mais as guilhotinas da Revolução, mas as pessoas estão recriando

04:16esses jornais dos amigos do povo por meio de páginas da internet.

04:21Eles dizem ter boas intenções, querem ajudar as vítimas, mas parece que não veem ou ignoram

04:27o problema que é tentar fazer justiça por meio das redes, sem o devido processo legal.

04:33A única coisa que conseguem fazer de fato é gerar mais problemas, mais vítimas.

04:38Essas pessoas, sem nem ter a certeza se o acusado é culpado ou não, somente pelo testemunho

04:44da suposta vítima, já pressionam empresas para se posicionarem sobre o caso, demitirem

04:49funcionários envolvidos.

04:51Muitas pessoas podem perder seus empregos e sua reputação no mercado por falsas acusações.

04:56Nesse caso, ao tentar ajudar a suposta vítima, causam mais injustiças ainda.

05:01Ignora-se completamente o devido processo legal e considera-se o acusado culpado até

05:07que se prove inocente e não o contrário.

05:09E isso é muito grave.

05:11Lembre-se, muito pior que um culpado sem punição é um inocente pagando por um crime que não

05:16cometeu.

05:17Outro ponto importante de se comentar é que surgiram páginas específicas só para expor

05:22escolas, colocando a responsabilidade das atitudes dos funcionários e alunos da escola

05:28na direção da escola.

05:30Embora uma empresa possa sim ser responsabilizada pelas atitudes de seus funcionários na esfera

05:35civil, na esfera penal, tal responsabilização só ocorre se for provado que a escola sabia

05:41de tais crimes e foi conivente com eles.

05:44Ou seja, além de não haver prova de que os funcionários de fato cometeram tais crimes,

05:49está se supondo também sem provas que a escola sabia disso e nada fez.

05:53Se ocorreu algum tipo de agressão a um indivíduo por parte de um funcionário da empresa, a vítima

05:58deve contactar um tribunal para que o caso seja investigado, passe pelo devido processo

06:03legal e seja resolvido, com prisão ou indenização conforme for.

06:08Lógico que também é do interesse da empresa tomar atitude se o tribunal julgar que o funcionário

06:13é culpado, pois isso interfere negativamente na imagem da empresa.

06:17Mas o responsável pelo crime é o funcionário, é o indivíduo que efetivamente cometeu o

06:22crime.

06:23É que a desculpa de amplificar a voz das vítimas, que segundo eles não são bem

06:27acolhidas pela justiça, deixa claro o problema real, que é a justiça estatal.

06:33Ela é cara, demorada e ineficiente.

06:36Eu sei que provavelmente muitas dessas pessoas quando falam que as vítimas não são bem

06:40acolhidas pela justiça, elas afirmam que isso é causado pelo machismo ou outros ismos,

06:45mas na verdade é só ineficiência mesmo.

06:48O estado é incapaz de fazer justiça de verdade.

06:51Estamos vendo pessoas revoltadas com as coisas que sofrem, tentando resolver isso por conta

06:56própria, só que a justiça pelas próprias mãos leva fatalmente a injustiça.

07:02É preciso dar voz ao acusado, para ele se defender, para ele contar a sua versão da

07:07história, pode não ter sido daquela forma exata que aconteceu, eventualmente mostrar

07:12provas que existem de lado a lado.

07:14E o pior, lembre-se, dentre as vítimas reais que realmente sofreram assédio, podem haver

07:20pessoas que estão apenas se aproveitando da oportunidade para punir desafetos fazendo

07:25denúncias ocultas pelo anonimato.

07:27Vale destacar que na ética libertária, a liberdade de expressão é absoluta.

07:31Nem mesmo injúria, calúnia ou difamação devem ser limitados, pois a ética libertária

07:36protege apenas a propriedade privada.

07:39Então nesse caso, não há crime em se fazer exposed de alguém, afinal a pessoa também

07:44pode se defender da mesma forma, mostrar que tais acusações são falsas por meio da mesma

07:49plataforma.

07:50A honra objetiva é um conceito abstrato referente ao que outros pensam sobre você e, portanto,

07:56não é sua propriedade.

07:58Não há prejuízos a princípio na divulgação dessa informação.

08:02Lógico que a partir do momento que ocorre destruição de patrimônio de um indivíduo

08:06ou empresa, que uma pessoa apanha ou é atacada por tal acusação, aí já há crime

08:11e cabe processo e indenização.

08:14É importante lembrar que o ponto central aqui é dar a importância devida a essas acusações.

08:20Não tomar denúncias feitas na internet como coisas sérias.

08:24Se a pessoa realmente tiver sofrido um ataque, o caminho é procurar um tribunal.

08:28Se você ficou revoltado com os atos descritos, teve vontade de agredir o suposto acusado,

08:34lembre-se que não há evidência real de que a pessoa acusada tenha sido mesmo o autor

08:39da agressão.

08:40Prints de conversa no celular podem ser facilmente manipulados e adulterados.

08:45O ato de agredir ou assediar uma mulher é deplorável, mas é preciso saber se o acusado

08:51efetivamente é culpado disso para não cometer mais injustiças.

08:55E lembre-se, acusar alguém sem provas no twitter pode levar a um processo por calúnia.

09:00Até existe anonimato na internet, mas é bem complicado de chegar nele.

09:04Um mero site que divulga opiniões de terceiros facilmente é contornado por investigação

09:10técnica.

09:11Meramente publicar por outra conta não é anonimato.

09:15O fato é que estamos todos aprendendo a usar a internet.

09:18A tendência no futuro é que as pessoas vão saber dar a devida importância a esse tipo

09:22de acusação.

09:23Você sabe, quando a luz elétrica começou a ser instalada nas grandes cidades, muitas

09:27pessoas morreram eletrocutadas simplesmente porque não sabiam os cuidados básicos que

09:32hoje até crianças de 5 anos sabem.

09:35Com a internet vai ser a mesma coisa.

09:37Infelizmente, vamos ter vítimas nesse período em que a internet ainda está sendo assimilada

09:41pela sociedade.

09:43Isso não torna a internet uma coisa ruim, como a luz elétrica também foi algo extremamente

09:47positivo no longo prazo.

09:50Obrigado pela audiência.

09:52Esse artigo foi sugerido e escrito por JJ Liber, revisado e narrado por Peter Torguniev.

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10:05de novos vídeos.

10:06Além do twitter e facebook, estamos agora também no instagram.

10:09Procure ancap.su lá e veja o nosso conteúdo por lá também.

10:13Até a próxima!

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