Colonialismo Portugues Em Africa (Prt 8/20) O 4 de fevereiro 1961

  • há 7 anos
A TRAIÇÃO

O 4 de Fevereiro e o assaulto ao paquete Santa Maria

A 4 de Fevereiro de 1961, teve lugar a primeira revolta organizada contra o regime colonial português, com o ataque à Cadeia de São Paulo e à Casa de Reclusão, em Luanda, onde se encontravam detidos vários independentistas.

A imprensa internacional aguardava a chegada a Luanda do paquete Santa Maria, assaltado nas vésperas por Henrique Galvão num gesto contra o regime fascista de Oliveira Salazar.
O Santa Maria não aportou em Luanda e os jornalistas estrangeiros preparavam-se para levantar âncora quando, no meio popular surgem alguns elementos a aproveitar a presença da imprensa internacional para dar destaque mundial a uma acção de revolta anti-colonial. Assim terá nascido, há 50 anos, o 4 de Fevereiro de 1961.


Fevereiro 1961

4 - Revolta em Luanda, com ataques à Casa de Reclusão, ao quartel da PSP e à Emissora Oficial de Angola, acção considerada como o início da luta armada em Angola
7 - Primeira aterragem na pista do Negaje, em Angola. Esta data passou a ser o Dia da Unidade do AB3
17 - Chegada a Lisboa do paquete Santa Maria
20 - Pedido de uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU para apreciação do caso de Angola, apresentado pela Libéria


Repressão após ataque
Diogo Sebastiãao revela que o pós 4 de Fevereiro foi trágico: “Icolo e Bengo tem 14 valas comuns com muitas pessoas enterradas vivas. As sanzalas de Cacedo, Banza Quitel, Caculo Cazombo, Kingongo, Camuteba, Calomboloca sofreram uma razia. Nenhum homem era deixado vivo. Até crianças do sexo masculino eram mortas”.

A versão de José Victor de Brito Nogueira e Carvalho, inspector da PIDE-DGS em Angola:
Em finais de Janeiro de 1961 surge a informação de que iria haver uma ocorrência violenta, sem contudo se precisar o quê, data e onde. Falava-se contudo que teria relacionamento com os estabelecimentos prisionais.
A 3 de Fevereiro nova informação de que seria na noite daquele dia continuando a desconhecer-se o quê, hora e onde. As autoridades Governativas bem como as Militares são postas ao corrente, mas dada a imprecisão e ausência de recorte de detalhes, não são levadas muito a sério havendo até comentários de que era mais uma da PIDE. Por razões que se desconhecem, o informador que tinha ficado de dar mais pormenores nessa noite, não aparece ao encontro estabelecido.
O Pavilhão Prisional da PIDE está contudo em alerta, tendo-se avisado também o carcereiro da cadeia civil que estava próxima, o carcereiro Arezes, que deveria ter consigo a caçadeira que tinha distribuída bem como cartuchos para a mesma.

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