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  • 17/07/2025

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00:00Olá, olá! É um prazer estar com vocês.
00:11Hoje, no Humanamente Possível, nós vamos receber duas convidadas especiais.
00:16Eu tenho aqui comigo a Marisa Barbara e a Mara Belal.
00:22Elas são especialistas em comunicação e vão nos dar uma aula.
00:26Eu estou até nervoso. Eu preciso dizer que eu estou nervoso porque eu também quero aprender bastante.
00:32E a responsabilidade de entrevistar vocês duas é enorme para a gente falar de um tema tão gostoso
00:38e que todo mundo precisa muito.
00:41A Marisa veio da área de, por incrível que pareça, parece que não tem nada a ver, mas tem tudo a ver.
00:47Nós vamos falar sobre isso. Ela vem da área técnica, da área de sistemas, analista de sistemas na sua formação.
00:54Enquanto que a Mara tem uma formação em saúde, é fonoaudióloga.
00:59E essas duas se encontraram um dia e resolveram fundar uma parceria que tem tido muito sucesso
01:05no propósito de ajudar as pessoas a se comunicar melhor.
01:09As pessoas, as empresas, as organizações e, inclusive, o Estado.
01:14Então, muito bem-vindas. Muito obrigado pela presença de vocês.
01:18Marisa, você quer se apresentar num segundo, por favor?
01:20Nós que agradecemos, Leonel. É um prazer estar aqui no Humanamente Possível.
01:25Como você falou, a minha formação é uma formação em sistemas de informação.
01:30É uma época que tecnologia também estava causando muito com a vinda dos microcomputadores.
01:38E falar de sistemas nas informações, nas corporações, é muito interessante
01:46porque eu já trabalhava muito com comunicação e não sabia.
01:49As pessoas se comunicavam muito mal, desde o chão de fábrica até o presidente da empresa.
01:55Não sabiam o que acontecia.
01:57Não sabia como os sistemas funcionavam, como as informações se conectavam.
02:02E muitas vezes eu vinha como facilitadora, imagina, para construir processos.
02:09Tive a oportunidade também de ser executiva na área administrativa financeira, muito jovem.
02:15Fui consultora de empresas para planejamento estratégico, reorganização de estruturas,
02:23processos de fusões e aquisições para avaliar culturas de empresas.
02:27Olha como a comunicação vai permeando tudo isso.
02:31E aí, na nossa primeira formação em neurociência social, encontrei com o Mara e deu uma liga imediata.
02:41E aí não separamos mais, né?
02:42Estamos nessa parceria desde então.
02:45Esse desde então são 17 anos, Vandrinha.
02:48É, são 17 anos.
02:50Vai ter que fazer as contas direitas.
02:51Vai ter que fazer as contas direitas.
02:53Eu venho da área da saúde, eu fiz fonoaudiologia, dentro da fono.
02:57A minha especialização sempre foi voz humana, falar em público, que é um gancho direto para o trabalho com os executivos.
03:07E no meio dessa trajetória ficou muito claro para mim que além dos distúrbios da comunicação humana,
03:17que era meu foco original na área da saúde,
03:20existia uma área onde a minha formação em fonoaudiologia me permitiria compreender melhor
03:28e levar um pouco de saúde na comunicação para as organizações.
03:35Uma comunicação que deixaria um ambiente menos tóxico.
03:39Minha via de entrada foi a indústria farmacêutica, as farmas, óbvio.
03:44A fusão na década de 1980, eu já sou jovem há muito tempo,
03:50então fusão de cultura, organização, comunicação,
03:56e dali para ampliar para todos os outros cenários, as outras indústrias.
04:02E hoje ainda tenho um trabalho na área de voz humana, na fonoaudiologia,
04:07que é um trabalho que eu gosto demais.
04:09coordeno duas pós-graduações na área e faço esse trabalho com empresas e com indivíduos
04:17para o desenvolvimento da comunicação e liderança com a Marisa, quase 17 anos, mais ou menos.
04:24Muito bem, muito bem. Muito obrigado por se apresentarem.
04:27É impossível não se comunicar.
04:30Esse parece ser um axioma muito forte do setor e que vocês adotam,
04:34e que vocês gostam de falar.
04:36Eu queria explorar um pouco mais isso para que a gente entre melhor no assunto.
04:42Mesmo no silêncio, a gente se comunica.
04:44Sim.
04:45Não é possível não se comunicar.
04:49A comunicação não tem oposto, como vida, morte, em pé deitado, branco-preto.
04:58Eu me comunico quando eu falo e quando eu calo.
05:00Existe uma maior chance de eu transmitir melhor a mensagem quando eu falo,
05:08se eu escolho as persas.
05:10Se eu escolho as palavras, o tom de voz,
05:14mas muitas vezes uma virada de olho, uma bufada,
05:19já foi uma comunicação certeira.
05:21Então, nós enviamos informação 100% do tempo.
05:26E a maior parte das vezes, as pessoas não têm a consciência disso.
05:32E por essa razão, nós chamamos a metodologia que nós trabalhamos de comunicação consciente.
05:38O que eu comunico quando eu me comunico.
05:41E a jornada é levar a pessoa a compreender o impacto,
05:48não somente do conteúdo de sua comunicação,
05:52mas também da forma de tudo que é o verbal e o não verbal.
05:57Muito bem.
05:58Marisa, quer complementar alguma coisa?
05:59É, só da mesma forma que a Mara falou,
06:02que às vezes uma virada de olho já passa uma mensagem suficiente.
06:09Mas se você fala também com as pausas corretas, com o tom de voz,
06:14conhecendo-se, o que que impacta na comunicação para você?
06:20Porque você pode imediatamente ter uma reação e passar uma mensagem.
06:25Sem desejar passar aquela mensagem.
06:28Simplesmente por ser uma reação.
06:30Olha a minha responsabilidade aqui.
06:33Olha a minha responsabilidade.
06:35Ótima.
06:36Olha aqui, olha aqui.
06:37Tem um livro sensacional.
06:41Se chama Comunicação Consciente.
06:43O que comunico quando me comunico.
06:46É o livro de vocês.
06:47Sim.
06:48Eu tive o prazer de ler.
06:49Fiz todos os testes, inclusive.
06:51Que bom, que bom.
06:52Apliquei.
06:53Que bom.
06:54Aprendi bastante.
06:55E eu queria usá-lo.
06:56Eu recomendo muito, inclusive.
06:58E eu queria usá-lo para desenvolver aqui alguns tópicos.
07:01Me chamou muito a atenção, logo no começo do livro e logo na largada, digamos assim.
07:07Me chamou muito a atenção sobre a motivação da comunicação.
07:10Sim.
07:12É sobre o SCARF, que eu vou pedir para que vocês expliquem melhor.
07:16E a partir daqui a gente vai desenvolvendo melhor o assunto.
07:20Mas me chamou bastante a atenção isso.
07:23O que significa, de fato, essa motivação na comunicação?
07:26O SCARF é um modelo motivacional e de comunicação que foi desenvolvido pelo nosso mentor, David Rock,
07:35que criou um instituto de neurociência social voltado para a liderança.
07:41Ele juntou diversos estudos de neurocientistas e psicólogos sociais para verificar.
07:48O objetivo principal dele era entender por que algumas organizações, as pessoas,
07:55tinham uma performance melhor em situações complexas.
08:00E outras organizações, muitas vezes na mesma organização, outros times,
08:04não performavam também, em mesmos cenários.
08:07E ele foi buscar o que de fato impactava.
08:14E ele chegou nessas cinco, o que ele chama de domínios,
08:17e que, na verdade, são necessidades humanas.
08:20Todos nós, automaticamente, buscamos no ambiente cinco coisas, cinco necessidades.
08:27E a neurociência, ele mostra, assim, os estudos, né?
08:31Ele juntou esse grupo de neurocientistas para chegar nesses cinco domínios
08:37quebrando a pirâmide de Maslow, onde a pirâmide de Maslow mostrava que a necessidade de relação humana,
08:45de aprovação social, estava no meio da pirâmide.
08:49E, na verdade, está na base, junto com a alimentação, junto com o abrigo, é uma proteção.
08:55Nós estamos falando da necessidade de reconhecimento, que é o status.
09:01Então, reconhecimento, nível de importância, o quanto que, nos grupos que eu participo,
09:06eu me sinto valorizado e importante.
09:08Nós estamos falando da necessidade de previsibilidade, que é a certeza, que ele chama de certeza.
09:15E a gente fala que, depois da pandemia, ele teria chamado isso de clareza e não certeza,
09:21porque, com certeza, a gente não vai ter mais nenhuma.
09:23O cérebro, constantemente, está buscando previsibilidade, comparando a informação atual
09:28com a informação vivida, para encontrar um padrão.
09:32Aí, a gente começa a fazer conexão com comunicação, porque a gente supõe o tempo inteiro
09:36e nem sempre a suposição é correta.
09:40Nós estamos buscando também a autonomia.
09:43A autonomia, eu posso fazer escolhas de como fazer, pelo menos, as coisas.
09:48Quando eu faço escolhas, eu tenho mais controle sobre os resultados.
09:54Eu pertenço à necessidade de pertencimento, é a relação.
09:58Eu pertenço a grupos.
09:59Senso de pertencer.
10:00Senso de pertencer.
10:01É uma necessidade humana, básica.
10:04E, imediatamente, se você falar alguma coisa que eu não concordo,
10:07eu posso fazer imediatamente uma avaliação moral
10:11e você já não faz parte do meu grupo.
10:14É automático isso para o cérebro.
10:15E, não menos importante, extremamente importante,
10:19é a necessidade de fairness, que é a equidade, não é nem igualdade.
10:25E essa necessidade é uma necessidade de avaliação muito particular,
10:29porque cada um faz uma avaliação daquilo que é justo ou não,
10:33que é fair ou não, de uma maneira, baseado nas suas próprias experiências.
10:38E aí está o SCARF.
10:40E, Mário, a gente tem uma frase, que a gente fala do SCARF.
10:42SCARF na veia.
10:45SCARF na veia.
10:46Porque, como são necessidades sociais, o acróstico, ele é muito claro.
10:52Eu preciso de ter meu status reconhecido, que é o S.
10:57Eu preciso ter clareza da situação, que é o C.
11:00Eu preciso ter um senso de escolha, que é a autonomia.
11:04Eu preciso me sentir parte do grupo, que é a relação.
11:07E eu preciso entender que a troca é justa, que é o fairness, que é o F do SCARF.
11:12Quando essas necessidades são respeitadas, nós entramos em modo de aproximação.
11:19E nesse modo de aproximação, nós colaboramos, nós somos criativos,
11:25vêm ideias novas.
11:27Eu fico feliz de estar naquele grupo.
11:31Vejo muitas possibilidades.
11:33Por outro lado, quando o meu status não é respeitado, as pessoas não valorizam o meu trabalho.
11:41Quando eu tenho um briefing que não é claro, eu acho que eu tenho que fazer uma coisa e aparece outra.
11:46Quando alguém me microgerencia, eu não tenho autonomia para nada.
11:50Tem sempre alguém atrás de mim microgerenciando.
11:54Quando eu sou excluída de um grupo, de um processo, de um projeto.
11:58E quando a troca não é justa, quando a empresa é injusta comigo, eu entro em modo de afastamento.
12:05Isso serve para qualquer relação de comunidade.
12:07Você pode ter empresa e consumidor.
12:11Família.
12:12Família, claro.
12:13Amigos.
12:14Tem uma mudança no cérebro dos químicos produzidos pelo cérebro.
12:20E isso interfere na energia.
12:23Isso aqui é...
12:23Nós estamos em modo de aproximação de afastamento.
12:26É, exatamente.
12:27E aí, por isso que impacta na performance das pessoas.
12:30As pessoas, numa empresa, e a gente fala muito, hoje em dia se fala muito de burnout, né?
12:36A gente vê muitas empresas em situações da pressão que as pessoas têm, nas incertezas,
12:43nas brigas, às vezes, internas, ambientes tóxicos, várias coisas relacionadas a isso.
12:50Se as organizações souberem disso e souberem que isso prejudica a performance das pessoas
12:56e a maneira como as pessoas se relacionam por meio da comunicação, a gente faz, a gente
13:03dá uma virada de comportamento humano total.
13:09As empresas passam a usar isso como uma linguagem interna para favorecer a aproximação.
13:16Quando a gente fala em aproximação e afastamento, são os sistemas cerebrais.
13:22Em qual sistema que eu vou estar?
13:23É um sistema que eu tenho que me defender, como a Mara falou, eu não vou colaborar,
13:28eu não vou ter ideias porque eu só vou olhar para o passado, do presente para o passado,
13:32vou procurar me proteger.
13:34Então, eu me fecho numa redoma ou com algumas pessoas contra outras pessoas,
13:41num mesmo ambiente, para alcançar os mesmos resultados.
13:45Sabe?
13:45Faz todo sentido, olhando para isso, pensar que a comunicação tem muito a ver com o interlocutor.
13:52Total.
13:52Se você quer ter sucesso na comunicação, vale prestar bastante atenção em quem é o interlocutor,
13:58para quem você está falando ou se comunicando.
14:00E aí vocês aconselham bastante que isso se faça um equilíbrio entre mensagem e interlocutor.
14:06Explica um pouco isso, por favor.
14:07Nós consideramos que o foco na comunicação tem que ser duplo.
14:11Muitas vezes a pessoa vem de uma área extremamente técnica, como engenharia, por exemplo,
14:18ou o mercado financeiro.
14:20Advocacia.
14:21E a advocacia e a comunicação é profundamente técnica.
14:27E ela não é certeira.
14:29Para eu ter uma comunicação que tenha muito mais chance de tocar o outro
14:34e de realmente eu fazer uma troca justa,
14:37eu preciso ter foco no interlocutor e ter foco na mensagem.
14:40Também, se eu só tiver foco no interlocutor,
14:43eu vou ficar devendo a mensagem em si.
14:47Então, eu preciso focar nas duas coisas.
14:51E usar o SCARF para conhecer o interlocutor.
14:55E sempre lembrando que todos os seres humanos têm essas cinco necessidades.
15:01E quando nós desenvolvemos o nosso modelo de comunicação,
15:04que é o AEC, que é a Arquitetura Estrutural da Comunicação,
15:08a gente pensa, eu tenho um objetivo na comunicação,
15:11uma forma de passar esse objetivo,
15:14quem é o meu destinatário, o meu contexto,
15:16o que ele quer ouvir,
15:19mas muitas vezes o que ele precisa ouvir,
15:23que não é o que ele quer ouvir,
15:25mas eu só conseguirei dizer o que ele precisa ouvir
15:29e ele realmente me escutar
15:30se eu fizer o foco duplo.
15:33Mensagem interlocutor.
15:35Um terceiro elemento, que é a mensagem verbal e não verbal.
15:39E essas três coisas,
15:42objetivo e ex-condutor, destinatário e contexto,
15:44mensagem verbal e não verbal.
15:46se sustenta na comunicação se eu tiver um processo de escuta bem desenvolvida.
15:51A escuta é estruturante na comunicação.
15:53E muitas vezes dói para aprender, né?
15:56Eu estou lembrando de mim, tá?
15:57Vou dar um testemunho pessoal aqui.
15:59Todos nós.
16:01Todos nós.
16:02Eu era diretor comercial da Losango,
16:05isso na época era a maior financeira do Brasil,
16:08estamos falando aqui de 25 anos atrás, mais ou menos,
16:11e eu tinha um chefe maravilhoso com quem eu me dei muito bem e adoro,
16:17que é o Conrado, mas o Conrado é uma pessoa muito, muito, muito engenheiro.
16:22Engenheiro na veia.
16:23Sim.
16:24E aí eu era o comercial e ia levar para ele...
16:26Lá do Mano.
16:28Eu ia no...
16:28Perto.
16:30Na empolgação e eu quebrava a minha cara.
16:32Ainda tinha um colega, o Elcio,
16:35Elcio Santos, que é maravilhoso também.
16:37O Elcio era o meu pá,
16:39ele era responsável pela área de crédito,
16:41e eu querendo vender.
16:42E toda vez que eu ia conversar,
16:44eu ia empolgado e o Elcio vinha com uma planilha aí.
16:48E o Conrado não me deixava fazer as coisas.
16:50Até que eu fui aprendendo que eu tinha que chegar para o Conrado com um balanço também.
16:53Eu fui e as coisas foram melhorando,
16:56porque aí eu passei a entender,
16:58e eu acho que vale para todo mundo isso,
17:00que comunicação não é o que o Seth diz,
17:03é o que o outro escuta, né?
17:04Então é que você tem que entender quem é essa outra pessoa.
17:06Exato.
17:07Se adaptar a cada pessoa.
17:09Outro dia um engenheiro nos falou uma coisa tão interessante,
17:12porque nós duas rejeitamos o termo soft skills para comunicação.
17:16Porque não tem nada de soft, né?
17:18Se falha de comunicação vai demitir você ou vai promover você,
17:22isso aqui não é soft, isso é hard, tá?
17:24Então nós gostamos de chamar essential skills.
17:27Comunicação é uma habilidade essencial que eu preciso desenvolver.
17:32E aí esse engenheiro virou e falou assim,
17:34olha, soft é você fazer uma planilha,
17:36você se comunicar numa situação difícil,
17:39numa negociação com pessoas que têm tradições acadêmicas diferentes
17:44ou funções diferentes numa empresa.
17:47Isso é hard.
17:48Soft é fazer planilha.
17:50Nós não rimos de quem, né?
17:51É, mas é isso mesmo.
17:52A gente tem a tendência de...
17:54A sua descrição foi maravilhosa, né?
17:56Se eu contar agora.
17:57Porque a gente vem com toda a empolgação,
18:00achando que o outro está enxergando exatamente a mesma coisa que a gente.
18:04Mas quando a gente conhece o nosso interlocutor,
18:08que é um dos nossos elementos do modelo AEC,
18:12eu passo a saber, eu avalio o que é valor para aquela pessoa.
18:17A pessoa só vai...
18:20A gente chama a atenção de uma pessoa para querer nos escutar
18:23quando a gente traz alguma coisa que é relevante e útil para pessoas.
18:29Claro.
18:29Se não tem relevância e utilidade,
18:31a pessoa não vai fazer um esforço cognitivo
18:34para compreender o que você tem a falar
18:37e aí a gente passa desapercebido.
18:40Ou senão a gente entra no que a gente está vendo no mundo,
18:43que é a polarização.
18:44Ou na superficialidade total.
18:46Existe polarização, né?
18:48Não, quase nada.
18:48Ah, não.
18:49Quase nada, quase nada, quase nada.
18:51Mas assim, olha, lendo o livro de vocês,
18:53eu me lembrei dessa situação minha,
18:55porque a gente fala muito aqui sobre reagir e compreender.
18:59Mas antes que eu passe aqui, eu preciso dizer,
19:03Conrado, eu adoro você, aprendi muito com você.
19:05Elcio, você é meu amigo de coração,
19:08eu devo muito a vocês mesmo e adoro vocês dois.
19:11Desculpa eu usar o nome de vocês,
19:13vocês são maravilhosos.
19:15Agora, vamos falar aqui sobre reação e compreensão.
19:19Porque tem, aí é o lado da escuta,
19:22o que é que eu escuto compreendendo,
19:24eu escuto reagindo.
19:26E também tem, claro, tudo a ver com o escarfe.
19:29Quando qualquer coisa me ameaça,
19:33a tendência para manter a minha sobrevivência é reagir.
19:38É bater ou levou.
19:39É aquela hora que a gente fala assim,
19:40eu não sei o que deu em mim.
19:42No passado eram os cinzeiros que voavam nas reuniões.
19:45Hoje é celular, copo de água,
19:48porque não tem mais cinzeiro nas reuniões.
19:50Mas a reação, ela está muito relacionada
19:55a eu sentir que os meus elementos do escarfe,
19:59as minhas necessidades não estão sendo respeitadas.
20:03Então, reação é estímulo, pá, resposta.
20:07Não passa pela consciência.
20:09Tanto que na maior parte das nossas reações,
20:12a gente fala assim, eu não sei o que deu em mim.
20:14Não sabe mesmo, porque não acessou a consciência.
20:18Por outro lado, quando o estímulo passa a ser uma informação,
20:22não é só um estímulo, não é o bateu, levou.
20:25Essa informação, eu tenho a consciência, eu processo,
20:30eu decido o que eu vou fazer e eu vou responder.
20:34Só que a distância entre o estímulo e a reação é meio segundo
20:37e entre a informação e a resposta também é meio segundo.
20:43Mas nesse segundo modo de operar o cérebro,
20:47que o cérebro opera, eu tenho o zero dois,
20:50que é o que a gente carinhosamente chama de tecla pausa,
20:53que é a hora que eu quero.
20:54Eu me seguro e viro e falo assim, não entendi.
20:57Você pode repetir?
20:58Respire.
21:00Que é para você respirar e responder e não reagir.
21:05Então, são dois modos de operação.
21:08Só que quanto mais cansado eu estiver,
21:11estressado, sobrecarregado,
21:14com metas irrealistas,
21:16com cobrança de tudo quanto é lado,
21:19a maior chance minha é de reagir e não de responder.
21:22Acho que todo mundo já passou por isso.
21:25Todo mundo já teve a sua reação indevida.
21:26Eu já fiz cada coisa.
21:30É interessante porque, assim,
21:33outro dia eu estava numa aula
21:35e um advogado falou assim,
21:38mas eu não me sinto ameaçado com isso.
21:41Eu falei assim, a palavra ameaça
21:42é usada pela neurociência e pela psicologia social.
21:45Por que que se usa ameaça?
21:48Porque o cérebro, ele vê se um animal te ataca
21:53ou se uma pessoa discorda de você,
21:56a área do cérebro ativado é exatamente a mesma.
21:59Por isso que é uma reação de ameaça,
22:01porque toda a energia do cérebro,
22:03ela sai da área da capacidade cognitiva
22:07e ela vai para aquilo que a gente tem
22:10que vai nos dar mais força,
22:13como se fala, atacar, fugir, congelar.
22:16Não tem diferença.
22:17Por isso que muitas, quando a Mara fala
22:19a questão da tecla pause,
22:21se a gente tem essa capacidade cognitiva
22:23de fazer isso,
22:25porque é uma região desse sistema
22:30que faz todas essas funções
22:32muito mais executivas do que as reações automáticas,
22:36a gente fala ameaça pela similaridade
22:39que se tem com uma reação mais forte.
22:42Aí eu, até explicando para ele, falei o seguinte,
22:45só o fato de você começar a pensar
22:48como é que você vai responder para uma pessoa
22:51com quem você não concorda,
22:53o seu cérebro já começa a vir uma vozinha interna,
22:58que a gente chama, é a mente narrativa.
23:01Eu gosto de chamar, nós chamamos de anjinho e diabinho.
23:04Sim.
23:04Então, aquilo lá já é um ruído de comunicação.
23:07Sim.
23:08Você fecha os seus canais de comunicação,
23:10você não está mais escutando a pessoa,
23:11você está ouvindo,
23:13mas você não está processando conscientemente.
23:15Você já está elaborando como é que você vai responder para a pessoa.
23:18Nós aprendemos desde cedo a responder.
23:23Na escola, para os pais, professores, cuidadores.
23:28Chegamos no mundo das organizações,
23:30queremos responder e mostrar que a gente sabe fazer as coisas.
23:34Mas escutar com consciência é algo que,
23:39cada vez mais, a gente tem que fazer um esforço maior
23:41para poder escutar.
23:43E escutar com consciência não significa não fazer nada.
23:47O que a gente costuma falar, e isso é fato,
23:52o diálogo começa com a escuta.
23:55Sem dúvida.
23:57E é escutar para compreender e não para responder.
24:03Aqui no trabalho de vocês tem uma coisa muito bacana,
24:08porque todo mundo pode evoluir em comunicação.
24:10Não existe algo impossível.
24:14Aquelas pessoas que falam assim,
24:15ah, eu não sei falar em público,
24:18eu não sei me comunicar,
24:19eu não gosto de interagir.
24:21Isso parece que essa pessoa não tem como evoluir.
24:27A primeira coisa, além da escuta,
24:31a primeira coisa é a escuta,
24:33eu concordo 100%,
24:34e uma das formas de você melhorar essa escuta
24:38é através da empatia,
24:40ou talvez a forma principal.
24:42Não sei.
24:42A escuta e a empatia,
24:44elas estão juntas,
24:46elas estão de mãos dadas.
24:49A gente não vai ter empatia,
24:52a empatia da forma correta
24:54de se aplicar nas organizações,
24:58se a gente não escutar para compreender.
25:00Porque quando a gente fala sobre empatia,
25:04as pessoas pensam na empatia mais natural,
25:07que é a empatia emocional,
25:08é eu sentir o que você sente.
25:12Isso é, crianças, bebezinhos,
25:14seis meses já demonstram essa empatia.
25:16Vocês definem três formas de empatia.
25:17Três formas de empatia.
25:18Vamos explorar.
25:19Então, a empatia emocional é essa mais natural.
25:23Ela é contágio, a gente reage.
25:25São áreas do sistema emocional que são ativadas
25:28quando a gente tem a empatia emocional.
25:30Quando a gente vê um filme
25:32e reage no filme chorando,
25:35rindo ou torcendo pelo protagonista.
25:40Aí a gente tem a preocupação empática,
25:42que é fantástica.
25:44Essa é a única geração.
25:46Projetos sociais, religiosos.
25:48Campanha do agasalho.
25:49Campanha do agasalho.
25:50Dentro de uma empresa,
25:52alguém que se coloca para fazer uma mentoria
25:55para alguém de uma hora completamente diferente.
25:58Sem ganhar nada.
25:59Panogama e voluntariado.
26:00Todo isso é preocupação empática.
26:03E aí nós temos...
26:04E essa área da preocupação empática
26:06tem várias regiões do cérebro que são ativadas.
26:08Tanto da área emocional,
26:09quanto da área...
26:12Racional.
26:12Racional.
26:13Que a gente tem que definir ações.
26:16E aí tem a empatia cognitiva,
26:18que é a empatia da teoria da mente.
26:21Eu me coloco no lugar do outro procurando enxergar o que o outro está enxergando,
26:28não obrigatoriamente concordando com o outro.
26:31Não preciso concordar.
26:32Preciso ver o ponto de vista.
26:33A chamada tomada de perspectiva.
26:35Mas aí que a gente junta com a comunicação,
26:38porque essa fica muito mais forte quando a gente vai buscar a perspectiva do outro,
26:43perguntando.
26:44Que é uma coisa que a gente está aprendendo a fazer.
26:48Eu estou falando que a gente está aprendendo,
26:49porque agora com as inteligências artificiais,
26:52a gente tem que fazer o prompt correto.
26:54Muito antes disso,
26:57a gente já falava que a gente tem que aprender a fazer boas perguntas.
27:01E não obrigatoriamente eu preciso concordar.
27:05Mas se eu estou numa situação de tomada de decisão em conjunto,
27:09eu preciso perguntar.
27:11Eu preciso escutar.
27:14Eu preciso esclarecer.
27:17E a partir daí a gente vai gerando diálogo.
27:19Tirando as melhores coisas do meu interlocutor e as minhas,
27:23nós vamos gerar uma ação
27:25para chegarmos no resultado desejado.
27:29Então a ação é a tomada de decisão.
27:32Quando a gente encontrar o resultado desejado,
27:34nós vamos ficar contentes juntos.
27:37Então veja que a ordem do uso das empatias
27:40é uma ordem contrária à natureza humana.
27:43A gente tem que fazer esforço para escutar,
27:45para compreender junto com a empatia cognitiva.
27:48Não é bem contrário da natureza humana.
27:51É o contrário do desenvolvimento.
27:53Do desenvolvimento, bem corrigido.
27:55É, do desenvolvimento.
27:57Porque a gente nasce de fábrica com a empatia do contágio.
28:01Um bebê chora, outro chora, chora, chora.
28:03A gente desenvolve preocupação e empática com o quê?
28:05Um ano e meio, um ano e meio, um ano e meio.
28:07Oito meses.
28:0885% das crianças com ano e meio já demonstram que querem ajudar.
28:12Nós somos seres colaborativos por natureza.
28:15E graças a isso é que nós sobrevivemos.
28:18A solicitude é da natureza humana.
28:20Sim.
28:21E a terceira empatia, que é essa racional cognitiva,
28:24a gente desenvolve quando a gente tem pessoas diferentes da gente.
28:28Eu e o Conrado.
28:29Exato.
28:30Mas o Leonel, é isso mesmo.
28:36O ambiente do trabalho é o ambiente mais rico, principalmente para a nossa geração.
28:42Porque hoje, nossos filhos, ou netos, ou sobrinhos,
28:45eles já estão em escolas com ambientes diversos.
28:48Eles já frequentam a diversidade.
28:50Nós não tivemos isso em nossa vida.
28:53É, muito mais.
28:54Nós não tivemos.
28:55Nós éramos muito nichados.
28:56Agora, então, explorando isso, dois pontos.
29:01Explorando a diversidade, porque essa diversidade, ela é que faz, de fato, o mundo andar.
29:07Com certeza.
29:10A primeira coisa que me parece fundamental, inclusive para a empatia,
29:15para você ser mais empático, é você trabalhar fortemente para eliminar preconceitos.
29:20Sim.
29:20Porque se você estabelece um preconceito, você não consegue reduz muito a sua capacidade de olhar pelos olhos dos outros.
29:34Mas o preconceito, ele é muito debaixo do tapete.
29:39É uma comunicação sempre escondida ou travada.
29:43Sim.
29:43Eu tenho uma diferença entre preconceito e viés inconsciente.
29:47Por favor.
29:48O preconceito, por mais que a pessoa não queira assumir, ela, no fundo, sabe que ela tem.
29:56O problema é o viés inconsciente, porque a gente não percebe o nosso próprio viés.
30:01E tem vários estudos de vieses.
30:03Sim.
30:04O próprio professor Daniel Kahneman, ele, prêmio Nobel, naquele livro Rápido, Devagar,
30:12Duas Formas de Pensar, ele fez o estudo do funcionamento do cérebro como psicólogo social,
30:17atrelado à economia, para destacar exatamente os vieses nas tomadas de decisões.
30:24E o viés inconsciente, você só ameniza o efeito em grupo, porque você não enxerga o seu,
30:32você pode enxergar o do outro.
30:34E aí que entra a comunicação.
30:35Porque é explorando o pensamento das pessoas, explicitando o pensamento das pessoas,
30:44alinhando as expectativas e trabalhando com o SCAF,
30:48é que a gente consegue fazer um diálogo melhor com a...
30:51Veja a amarração que a gente fez disso tudo com a nossa metodologia de comunicação consciente.
30:56Então, se comunicando melhor, a gente consegue enxergar melhor o que está por trás
31:03disso que você falou, das tomadas de decisão.
31:06Agora, o preconceito é um grande ruído, né?
31:09Porque se eu tenho um preconceito, eu, a priori, já tenho um julgamento sobre a pessoa,
31:15a situação em específico, eu não vou nem ter a empatia real,
31:20que é a curiosidade de querer entender o que aquela pessoa vê.
31:24Porque se a pessoa fala, ah, não, eu não sou empática porque eu não concordo.
31:28Mas ninguém falou que empatia é para concordar com o outro,
31:31é para validar que o outro pode ter aquela posição.
31:35Então, a empatia não prevê a priori concordância,
31:39mas prevê a validação que você tem uma posição diferente da minha.
31:43Um diferente ponto de vista é só a vista de um diferente ponto.
31:47Então, o que nós entendemos é que o preconceito é um grande ruído,
31:54a consciência do preconceito ajuda a lidar com ele,
31:58a curiosidade de conversar com pessoas diversas,
32:03que hoje o nosso mundo nos traz muito mais facilmente do que 40 anos atrás,
32:0950 anos atrás, 60 anos atrás, é uma beleza.
32:12Porque a hora que eu converso com a diversidade,
32:15com pessoas que são diferentes de mim,
32:17eu não posso usar o sistema automático, porque eu não entendo.
32:22Se eu quero entender essas pessoas,
32:24eu vou fazer uma verdadeira ginástica na mente,
32:27é um atletismo mental,
32:29eu vou acionar várias áreas do cérebro,
32:32e com isso, Leonel, eu mantenho o meu cérebro mais jovem.
32:39Opa!
32:39Eu sou fã das relações inter...
32:41É, geracionais.
32:44Geracionais.
32:45Então, a escuta da diversidade, ela é neuroprotetora.
32:50Ela ajuda o cérebro a combater a deterioração natural da idade.
32:57Você nos...
32:58Na conversa maravilhosa que nós tivemos,
33:00antes de estarmos aqui, nessa interlocução privilegiada,
33:05nós ficamos muito superiores com a sua carreira,
33:07e da sua decisão de maturidade,
33:09de querer contribuir num fórum diferente
33:12daquele que você tinha feito a carreira.
33:14Isso é a busca da diversidade.
33:15Com isso, seu cérebro fica mais jovem, com certeza.
33:18E eu quero destacar uma outra coisa que o Leonel faz,
33:21que é o que a gente recomenda muito
33:24para as pessoas, no uso da empatia,
33:28a gente tem que ter uma humildade intelectual
33:31e buscar a perspectiva do outro,
33:33que é o que você faz hoje.
33:34Olha a riqueza com quem você já conversou,
33:37da forma como você sabe que você tem que...
33:42Você pode colaborar com o desenvolvimento das pessoas.
33:46Quando a gente fala de diversidade,
33:48a gente fala de diversidade de pensamento.
33:50Sim.
33:51Olha, eu agradeço muito esse fórum aqui,
33:53inclusive, para levar pessoas como vocês
33:56para qualquer pessoa que tenha capacidade de
34:00alcançar a internet.
34:02e hoje, graças a Deus, praticamente todos têm.
34:05Porque a gente precisa disseminar mesmo pontos de vista diferentes
34:11e dar oportunidade às pessoas de aprender
34:14onde quer que estejam.
34:16Pessoas como vocês têm notório saber,
34:21têm portas abertas normalmente em grandes organizações
34:24ou no mundo acadêmico.
34:25E aqui, o nosso propósito é que isso seja disseminado
34:28para qualquer um que tenha curiosidade de se desenvolver.
34:32Então, eu agradeço.
34:33Mas eu vou voltar para vocês,
34:34porque o tema são vocês, não sou eu, tá bom?
34:36Então, agradeço.
34:37Agradeço o coração.
34:39Já fizemos aqui a propaganda.
34:41Exato.
34:41Nós estamos aproveitando a oportunidade,
34:44porque a oportunidade está aqui à mesa.
34:46A oportunidade está à mesa.
34:47Você não está falando para a sua geração.
34:50Você está democratizando um conhecimento,
34:52compartilhando uma experiência,
34:55que é a melhor forma de a gente ter uma sociedade mais justa,
34:58mais digna.
34:59Claro.
34:59Pelo amor de Deus.
35:01Muito bem.
35:01Polarização.
35:02Só para a gente polarizar um pouco.
35:04Polarizar um pouco.
35:06O quanto isso atrapalha?
35:08E onde é que mais dói?
35:09Marisa adora falar de polarização.
35:11Força, Marisa.
35:12Passa para a próxima, né, Mara?
35:14Marisa adora falar de polarização.
35:18Marisa, por favor.
35:19É que polarização, claro, que atrapalha.
35:22É a partir do momento que as pessoas se veem como inimigas.
35:27E aí entra uma questão da natureza humana de buscar poder.
35:34Então, nós temos várias situações, não só da atualidade,
35:40mas do passado também.
35:42A liderança pode ser boa, que é o que nós trabalhamos para ser,
35:45mas pode ser ruim.
35:46Liderança é todo mundo que influencia.
35:49E a boa liderança é aquela que busca as relações,
35:56por mais diversa que seja, para alinhar com foco em resultados.
36:03Então, quando a gente fala de polarização, existem diversos estudos
36:07que nós somos muito praticantes e buscamos a neurociência,
36:12a psicologia social, para alimentar a nossa metodologia de comunicação.
36:17Então, os estudos foram muito ampliados em 2016, nos Estados Unidos,
36:25com as universidades americanas, trabalhando com a questão da política,
36:31democratas e republicanos.
36:34A gente vê isso muito até hoje.
36:36Naquela época, era Trump e Hillary.
36:39E eles começaram a ver essas divergências.
36:42Tiveram muitos estudos a partir da pandemia,
36:44pessoas que queriam, que não queriam tomar a vacina.
36:48Então, a polarização parte-se do princípio que, assim,
36:52eu tenho que alimentar o meu grupo contra o outro grupo.
36:58Nós versus eles.
37:00Muitas vezes, dentro do seu próprio grupo,
37:03a primeira coisa que você vai olhar é a sobrevivência.
37:06Então, você vai olhar para o eu.
37:08Então, às vezes, dentro do próprio grupo,
37:09você pode falar assim,
37:10opa, esse grupo aqui está...
37:12estou divergindo aqui.
37:15E aí, a questão é que as lideranças têm que construir,
37:19e líderes, grandes líderes,
37:21são grandes empreendedores de identidade compartilhada.
37:26Adorei.
37:29Adorei, porque eu sempre falo que o grande líder
37:33é aquele que trabalha pelas semelhanças do seu grupo,
37:37e não pelas diferenças.
37:39Exato.
37:39Tem muita gente que lidera dizendo,
37:40esse é diferente, este é melhor, este é pior.
37:43E com grupos diversos.
37:45Quase, quase.
37:45Quer dizer, ter um grupo diverso...
37:47Com propósito comum.
37:49Isso.
37:50Quer dizer, você tem a clareza,
37:51e a clareza vai ser feita por meio da comunicação,
37:55explorando diversos pontos de vistas,
38:00com foco no objetivo, no propósito comum,
38:02no objetivo comum,
38:04e criando essa identidade compartilhada,
38:08porque mesmo nas divergências,
38:10os estudos mostram que democratas e republicanos
38:14têm pontos comuns,
38:16e quando trabalham juntos, trabalham muito melhor.
38:19Sim.
38:19Sem dúvida.
38:19Mas vem aí, o que muda é a disputa pelo poder,
38:24e é isso que acaba pensando em si próprio,
38:28na maioria das vezes,
38:30e é isso que não no bem comum.
38:33Não sei se vocês já viram,
38:35tem um livro do Arthur Brooks,
38:38é um autor,
38:39recentemente lançou um livro chamado
38:41A Segunda Montanha,
38:42sobre a segunda fase de vida,
38:44Mas ele tem um livro que se chama
38:47Ame Seus Inimigos.
38:49E ele é baseado no que vocês estão falando,
38:52o livro, inclusive com muito estudo
38:54do cenário político americano em 2016.
38:58Sim.
38:59E é muito por aí,
39:01e ressaltando tudo o que vocês estão falando,
39:03então eu recomendo.
39:04E é base dos estudos de identidade social,
39:08que é um estudo que vem da psicologia.
39:11Muito bem.
39:12Persuasão.
39:16Eu não ia perder essa aqui,
39:17para a gente...
39:18Vai dar uma liga enorme
39:20com isso que a gente acabou de falar, né irmão?
39:21Mais de 80% da nossa comunicação no dia a dia
39:24é sobre persuasir o outro,
39:27conversei até do horário da reunião,
39:29de onde vamos almoçar,
39:31do que vamos pedir.
39:32Tentar diferenciar.
39:33Tentar diferenciar e etc.
39:35Persuasão é convencer educadamente,
39:39com elegância, com empatia.
39:41Às vezes brasileiro fala assim,
39:42ah, não, persuadir é igual a abaixo.
39:44Não, não, não é igual a dia.
39:47Convencer, que é vencer conjuntamente.
39:49A pessoa fala, não, convencer é comando o controle.
39:52Convence que é fulano que mandou.
39:53Não, nada disso é.
39:55A persuasão, ela é uma atitude de influência.
40:02Influência é essa força, entre aspas, invisível
40:07que uma pessoa tem sobre outra ou sobre outras.
40:11Se a gente for pensar na origem da palavra influência,
40:15era a influência dos astros,
40:17do sol, da lua, das marés e na colheita.
40:21Logo em seguida,
40:22pensou-se nessas forças estranhas
40:24que influenciam as pessoas.
40:26Aí alguém resolveu falar sobre horóscopos,
40:30como as forças de influência.
40:32Mas a influência vem exatamente disso.
40:35Coisas maiores que influenciam outras coisas.
40:40E quando nós pensamos no que nos ajuda a influenciar o outro,
40:44do momento que mais de 80% das nossas conversas
40:48são sobre a influência,
40:50geralmente nós pensamos no aspecto cognitivo.
40:53Quais são os dados, os fatos, os argumentos.
40:57Mas isso não é suficiente.
40:59O que você fazia concorrado nisso.
41:01Não era suficiente para você influenciar o outro lado.
41:03Até que chega a emoção.
41:05Até que chega a emoção.
41:06Então, além desses aspectos cognitivos,
41:09eu tenho que ter os aspectos afetivos,
41:12o humor das pessoas,
41:14os sentimentos que estão relacionados
41:17temos aquela questão de influência
41:20que toca o outro.
41:22O que toca o que toca.
41:23Que pode ser diferente do que toca você.
41:25Claro.
41:26E o terceiro aspecto é o aspecto social.
41:29Quem são essas pessoas?
41:31Quais suas crenças e quais os seus valores?
41:35O comercial tem uma crença e um valor diferente?
41:39Ainda bem.
41:40Da engenharia, diferente.
41:42Ainda bem, porque é essa diferença que constrói o mundo.
41:45E é exatamente um grupo de diferentes
41:48com o mesmo propósito
41:50que faz a excelência de uma organização qualquer.
41:54Então, persuadir pressupõe
41:56conteúdo,
42:01pressupõe forma,
42:03pressupõe a emoção que está relacionada
42:06e quem são essas pessoas,
42:08o que elas acreditam e quais são os seus valores.
42:10Senão, não vai dar certo.
42:10Olha, é uma pena que tudo tem sua hora.
42:16Faz parte.
42:17Antes de partir por finalmente, eu vou reiterar.
42:20Obrigada, Daniel.
42:22É preciso ler.
42:23Este livro é preciso ler.
42:26Eu acho que todo mundo deveria trabalhar
42:29e fazer seus testes
42:31e se descobrir aqui de alguma forma
42:33e, a partir daí, trabalhar para melhorar.
42:38Partindo para o finalmente.
42:41Olhando hoje,
42:44tem uma turma começando a vida
42:45de onde vocês começaram.
42:47Sim.
42:48Há algum tempo atrás.
42:49Não vou falar quanto tempo.
42:50Há algum pouco tempo atrás.
42:52Adorei o que você falou.
42:53Você é jovem há bastante tempo.
42:55E tem gente começando a vida
42:57e buscando a oportunidade
42:59aos caminhos que vocês trilharam.
43:00Que conselhos,
43:03o que é que você,
43:04dicas você daria para alguém
43:05que te procurasse hoje
43:07com 20 anos e falasse
43:08eu quero fazer o que você fez.
43:10Como é que faz?
43:11Eu diria para a pessoa começar
43:13a pensar sobre sua própria comunicação.
43:15Porque a minha entrada na comunicação
43:17foi pelos distúrbios da comunicação humana.
43:20Então, pelos problemas de voz,
43:22de gagueira, de linguagem.
43:24Isso aqui é a área da fonoaudiologia.
43:26E eu levei muito tempo
43:27para entender que eu precisava ter a consciência
43:29da minha própria comunicação.
43:31De qual era o impacto
43:33que eu causava no outro.
43:35Então, o conselho é
43:36se você se observasse
43:38se comunicando na empresa,
43:41com familiares, com amigos,
43:42você teria orgulho da sua comunicação?
43:45O que você comunica?
43:46Quando se comunica?
43:49Principalmente para entender
43:50se a sua intenção
43:54ela é percebida
43:56de modo positivo
43:57para o outro
43:59e se realmente existe
44:00uma troca justa.
44:02Então, autoconhecimento,
44:03autoanálise é tudo.
44:05Opa!
44:06Eu vou aprofundar,
44:09dentro da comunicação,
44:11a Mara trouxe comunicação,
44:12eu vou dentro da comunicação.
44:14Eu tenho um filho jovem
44:16que está começando
44:17a sua carreira profissional
44:19e o que eu falo para ele
44:21é investir mais ainda na escuta.
44:25Quando a gente fala de comunicação
44:27as pessoas pensam muito na fala.
44:30Mas a escuta,
44:31a escuta não é ser passivo.
44:33Temos escutas passivas,
44:35temos escutas ativas.
44:37Faça boas perguntas
44:38para você poder receber a mensagem
44:41que você precisa receber.
44:44Então, perguntas abertas
44:45muitas vezes geram reflexão no outro.
44:47perguntas específicas
44:49você vai ganhar mais informação.
44:52Esclareça com a sua escuta.
44:55É isso que todo mundo fala
44:57como escuta ativa.
44:58Parece um jargão,
45:00mas de fato é...
45:01A gente chama de escuta consciente
45:03porque tem duas passivas
45:05que são muito importantes.
45:07Quando a gente aprecia
45:08o que o outro fala,
45:09a gente não precisa fazer
45:10pergunta nenhuma,
45:11a gente só pode dizer
45:12que bacana,
45:13que bonita a história.
45:15quando a gente apoia o outro
45:18que a pessoa precisa
45:18só desabafar.
45:21Então, a gente também
45:21não faz nada.
45:22A gente fala,
45:23puxa, não queria que você
45:23estivesse passando por isso.
45:25Só isso.
45:26Não precisa resolver
45:27o problema da pessoa.
45:28E aí as escutas ativas.
45:30Então, os jovens de hoje
45:31têm que realmente investir
45:34em perguntar,
45:36escutar, esclarecer...
45:38Compreender.
45:39Compreender.
45:39Para a gente ter
45:40uma comunicação consciente
45:42completa.
45:42Mais claro, impossível.
45:45Olha só.
45:46Eu sempre pergunto aqui
45:48também se vocês têm
45:50alguma dica de livros
45:51ou de qualquer outro material
45:53para ajudar a formação
45:54das pessoas.
45:55Mas eu vou comentar
45:56que no livro de vocês
45:58me chamou bastante atenção
45:59a quantidade de recomendações
46:03que vocês dão.
46:04Em cada capítulo
46:05vocês dão lá.
46:06Leia essas fontes,
46:07tem esses livros
46:08ou tem esses vídeos.
46:09Tem editor.
46:10E tem para todas as mídias.
46:12Exato.
46:13Me chamou a atenção
46:14que praticamente
46:15talvez 90% das recomendações
46:19são estrangeiras.
46:21Pouca coisa em autores brasileiros
46:24ou em língua portuguesa.
46:26Isso demonstra muito
46:28que a gente está para trás
46:29e que a gente tem muito gap
46:30em comunicação.
46:31Não comunicação.
46:33Comunicação do ponto de vista
46:34de educação
46:35ou para cobrir
46:37e para chegar
46:38aos países de primeiro mundo
46:40e também.
46:41Eu entendo
46:43que nós temos
46:43produções maravilhosas
46:45na área acadêmica
46:46de comunicação,
46:48livros sobre teoria
46:49da comunicação,
46:51mas que comunicação
46:53voltada para o mundo
46:54das organizações hands-on,
46:57coloca a mão na massa
46:58e melhora,
47:00livros de alta aplicabilidade
47:02são muito poucos.
47:03essa junção da neurociência social
47:06com a comunicação profissional,
47:10ela não é muito comum
47:12na nossa área.
47:14Talvez no Brasil
47:15a gente tenha uma
47:16dissonância ainda muito grande
47:19entre a formação acadêmica
47:20e o mundo.
47:22A prática corporativa.
47:23É, se pudessem
47:25incluir nas faculdades
47:27algumas matérias
47:29obrigatórias
47:31de comunicação
47:31para favorecer
47:33o relacionamento
47:34das pessoas,
47:35porque elas vão chegar
47:36no mundo corporativo
47:37e vão encontrar
47:38diferenças de pensamentos.
47:40Como a gente lida com isso
47:41para tomar
47:42uma melhor decisão?
47:44Essas matérias
47:45deveriam ser incorporadas
47:46nas faculdades.
47:48Talvez
47:49essa é uma reflexão
47:50que eu estou fazendo aqui,
47:51mas eu entendo que poderia.
47:52Nós fazemos a nossa parte,
47:54nós lecionamos no INSPER
47:55comunicação para negócios,
47:58o lado humano
47:59da comunicação.
48:01Mas o INSPER
48:02é um centro de excelência.
48:04O que a gente precisa
48:05é disseminar
48:06principalmente também
48:08para chegar
48:08nas escolas públicas.
48:10Não, no segundo grau,
48:12no segundo grau,
48:13não faz nenhum sentido
48:14no segundo grau
48:15com a quantidade
48:16de comunicação violenta
48:18que nós vemos no Brasil
48:19não haver uma
48:21disciplina
48:22de comunicação
48:24para redução
48:26da violência,
48:28para desenvolvimento
48:29de carreira,
48:30porque quem se comunica
48:31melhor é menos violento,
48:33recebe menos violência
48:34da sociedade,
48:36tem mais chance
48:36de ter sucesso
48:38na vida pessoal
48:38e profissional.
48:40O bom do meu propósito
48:41aqui desse programa
48:42é que chegam vocês,
48:44dão dicas,
48:44eu já tenho aqui,
48:46já vou convidar
48:46uma pessoa especialista
48:48nisso.
48:49É assim que eu também
48:50cheguei em vocês
48:51e a coisa boa
48:53é que a gente vai
48:53diversificando
48:54e trazendo
48:55toda a forma
48:56de formação
48:57e de educação
48:57para todo mundo
48:58e de informação
48:59o tempo todo.
49:01Então,
49:01digo para o meu coração,
49:02muito obrigado,
49:03muito obrigado
49:04por estarem aqui,
49:05por ter ajudado tanto.
49:06Leiam o livro,
49:08leiam o livro
49:09da Marisa Bárbara,
49:10Bárbara,
49:11olha,
49:11eu não posso errar,
49:13a Marisa é Bárbara
49:15e leiam o livro
49:16da Mara Belal,
49:18elas trabalham juntos
49:18o livro
49:19Comunicação Consciente,
49:21o que comunicamos
49:22quando?
49:23Nos comunicamos.
49:24Nos comunicamos.
49:25Obrigado.
49:26Obrigado a todos
49:27e todas de novo,
49:28é um prazer,
49:30continuem contando
49:31com o humanamente possível,
49:32lembrem que a vida é leve
49:33e que nós estamos juntos,
49:35humanamente é possível,
49:37melhor assim.
49:38Obrigado.
49:38Obrigado.

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