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Medida deve entrar em vigor nos próximos dias, e auxílio a empresas está entre as ações propostas.
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Transcrição
00:00As vésperas do tarifácio imposto pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros,
00:08o Espírito Santo está em busca de alternativas para enfrentar esse momento crítico na economia.
00:15Os impactos podem ser muito severos aqui no Espírito Santo.
00:20E isso inclui o agro, o setor de rochas, setores tão importantes para a nossa economia.
00:26Só para você ter uma ideia, hoje 30% das exportações capixabas tem destino certo, os Estados Unidos.
00:35Nós preparamos uma reportagem para falar sobre os impactos no agronegócio. Vamos ver, na tela.
00:42A vida no campo virou um jogo de resistência.
00:45O produtor que colhia para exportar agora colhe sem saber para onde mandar.
00:49No Espírito Santo, cadeias produtivas inteiras, como a do mamão, gengibre e pescado, estão à beira do colapso por causa das tarifas americanas.
00:59A nível de Brasil, os Estados Unidos é o maior consumidor de café do mundo e é o maior importador de café.
01:09De todo café que o Brasil exporta para o mundo, 16% vai para os Estados Unidos.
01:14De todo café que o Brasil importa do mundo, 33% é café brasileiro.
01:20O maturamento do ano passado da economia americana em café foi da ordem de 373 bilhões de dólares.
01:26Em meio à crise provocada pela nova rodada de tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros,
01:33o governo do Espírito Santo realizou nessa segunda-feira a primeira reunião prática do Comitê Estadual criado
01:39para acompanhar os impactos da medida sobre a economia capixaba.
01:44O encontro, realizado no Palácio da Fonte Grande, reuniu representantes do agronegócio, lideranças setoriais e autoridades estaduais.
01:52Aproximadamente 30% de tudo aquilo que o Espírito Santo exporta tem como destino os Estados Unidos da América.
01:59Alguns segmentos estão organizados, estruturados, como é o caso do café, como é o caso da celulose,
02:06mas outros segmentos nos preocupam pelo seu impacto social.
02:10É o caso do gengibre, é o caso do mamão, é o caso do pescado, que são pimenta do reino,
02:18que são estruturas dependentes da produção de base familiar.
02:23E é com esse foco que nós vamos estar estudando cada um desses segmentos
02:27para ver como mitigar esses impactos no dia a dia dos nossos produtores.
02:32Nessa primeira reunião, o protagonismo foi do agro.
02:35Com exportações direcionadas principalmente aos Estados Unidos,
02:39culturas como a do mamão, gengibre, pimenta do reino e pescado estão no centro das preocupações.
02:44O número que a gente contabiliza são cerca de mil pescadores,
02:49pescadores do sul do estado, Iancheta, Guarapari, Itaipava.
02:53A gente contabiliza cerca de 120 milhões de anos.
02:57Se a gente for parar para analisar que seria essa saída dura geralmente 20 dias,
03:03ou seja, um mês de produção entre tempo cais-cais, seria em torno de 10 milhões.
03:08Com essa tarifa de 50%, zerar as exportações.
03:12A gente fica totalmente inviável porque a gente concorre com o país da América Central.
03:16Sem ter como redirecionar a produção e com o mercado interno incapaz de absorver tudo,
03:21pequenos produtores capixabas estão encurralados.
03:24Com a tarifa de 50%, cada fruta pode virar perda.
03:28A estimativa é de prejuízo imediato.
03:31O gengibre é exportado hoje para o mundo todo, para aproximadamente 40 países, gengibre capixaba.
03:38E tem uma representação nacional dele, praticamente toda do Espírito Santo.
03:44Posso dizer dados de esses oficiais, em torno de 80% a 90% é produzido no nosso estado.
03:48E não existe demanda para esse produto no mercado nacional.
03:53A gente hoje, se for tentar fazer esse escoamento, não vai ter esse caminho.
03:57E o que vai acontecer naturalmente, na verdade, vai ser um impacto para aproximadamente 3.500 famílias
04:04que são de Santa Maria, Santa Leopoldina e Domingos Martins, que são produtores desse produto.
04:08Enquanto as negociações não avançam, o Espírito Santo busca agir.
04:12O vice-governador, Ricardo Ferraço, anunciou que o estado pretende oferecer um apoio emergencial
04:18aos produtores mais afetados pelo tarifaço.
04:21A medida ainda não teve detalhes divulgados, mas a expectativa é de uma resposta rápida
04:26para evitar demissões e perdas ainda maiores no campo.
04:29Se houver a manutenção das tarifas, nós vamos atuar no curtíssimo prazo, seguramente em razão
04:40do impacto social na pequena propriedade de base familiar, criando condições para essa transição acontecer.
04:47Porque você não consegue redirecionar os produtos de um mercado, pelas suas características, para outros mercados.
04:58Então, nós vamos acenar com possibilidade real, eventual, de operação de crédito, com prazo, com carência,
05:07em condições compatíveis, para que as famílias capixabas não sofram redução da sua sobrevivência.
05:15Graças a Deus, nós temos um governo organizado, estruturado, com capacidade de investimento, com poupança,
05:22para que, em momentos como esse, o governo do estado possa oferecer a sua mão para quem efetivamente precisa.
05:28O Espírito Santo é o segundo estado mais afetado do país pelas novas tarifas.
05:33Quase 30% das exportações capixabas tem os Estados Unidos como destino.
05:38Em 2025, só o agronegócio já movimentou mais de um bilhão e meio de dólares em exportações do primeiro semestre,
05:46sendo os norte-americanos o principal mercado, com mais de 20% de participação.
05:53Bem, o George Bitt já está aqui junto comigo e, como a gente viu na reportagem, né, George,
05:58o governo do estado busca meios para ajudar os setores que serão diretamente prejudicados
06:04com essas medidas impostas pelos Estados Unidos.
06:07E aqui com a gente hoje estamos recebendo o vice-governador do estado, Ricardo Ferraço,
06:12que está presidindo o comitê de enfrentamento das consequências desse tarifácio.
06:17Tudo bem, governador? Boa tarde.
06:19Tudo bem, Guamagão. Prazer. Tudo bem?
06:20Tudo bem.
06:21Boa tarde, governador.
06:23Eu queria já começar a fazer a pergunta, puxando para a reportagem.
06:26Depois dessa reunião, quais medidas o governo, já que isso vale a partir do dia 1º de agosto,
06:32ou seja, sexta-feira agora, já tem alguma medida efetiva para ajudar todos esses setores?
06:39Olha, primeiro, nós não estamos aguardando que as coisas aconteçam para poder agir.
06:45Nós já estamos agindo.
06:47E a melhor maneira é dialogando com os segmentos,
06:49para que a gente possa entender e compreender a profundidade do impacto dessas medidas
06:57em cada um dos nossos arranjos econômicos.
07:00Sempre lembrando que são arranjos muito importantes economicamente,
07:04mas muito mais importantes ainda socialmente, pelos empregos que gera
07:09e pela estrutura da nossa produção agrícola no estado do Espírito Santo,
07:14que é uma estrutura liderada pela agricultura de base familiar.
07:18Então, nós temos aproximadamente mil pescadores que dependem dessa exportação.
07:24Nós temos 3.500 famílias que se dedicam à produção do gengibre nos municípios
07:33de Santa Maria, Santa Leopoldina, Domingos Martins.
07:37Somente no café com nilon, são 60 mil propriedades rurais no estado do Espírito Santo.
07:4460 mil famílias.
07:46Portanto, essas riquezas são riquezas distribuídas.
07:50E o nosso papel, neste momento, é se precaver, se preparando.
07:54Por isso, nós estamos dialogando com os segmentos.
07:58Ainda não temos o decreto chamado a ordem executiva do governo norte-americano,
08:05que tem uma carta do presidente Trump anunciando essas injustas medidas contra o Brasil.
08:12Porque isso não é contra o presidente Lula, isso é contra o Brasil, é disso que se trata.
08:18E o momento, para muitos, é de lacração.
08:23Para mim, é de trabalhar para encontrar solução.
08:26Então, eu pessoalmente acho que o governo brasileiro e todos nós precisamos continuar defendendo a nossa soberania.
08:34A soberania do nosso país é inegociável.
08:37Mas nós precisamos estar na mesa negociando como outros países estão fazendo.
08:43Caso essas medidas aconteçam, as nossas secretarias de Agricultura e de Desenvolvimento Econômico,
08:49conversando com os segmentos para entender a profundidade, para que nós possamos lançar mão dos nossos instrumentos.
08:57Que instrumentos são esses, Jorge? É isso que você pergunta.
09:01Crédito com prazo, com carência, em condições compatíveis, postergação eventual de tributos, cobrança de ICMS.
09:11Ou seja, nós poderemos colocar de pé um programa de transferência de renda,
09:15para que a gente possa socorrer as famílias capixabas.
09:20O nosso Estado, sob a liderança do governador Casagrande,
09:23trabalhamos muito para que o Estado possa estar organizado com investimento, com capacidade de poupança.
09:30Poupança para quê?
09:32Para que em momentos como esse nós possamos estar preparados para poder socorrer os nossos arranjos.
09:38E o nosso foco são as pequenas propriedades de base familiar.
09:41Lá é o microempresário, é aquele que efetivamente precisa desse apoio.
09:49Porque você tem alguns segmentos que estão mais organizados.
09:53No caso da siderurgia, uma empresa como a Cellol Nital, que exporta 40% do que produz para os Estados Unidos,
10:01mas ela tem plantas em diversas regiões do mundo.
10:04Então, ela faz a relocação da produção.
10:09É o caso da Suzano, uma importante empresa do Estado do Espírito Santo,
10:14mas que é também uma empresa de classe global, que, portanto, está estruturada para esse tipo de enfrentamento.
10:19Agora, o pequeno produtor, o pequeno empresário, a família rural,
10:24essa que precisa do Estado, do governo, nós vamos estar junto com eles.
10:27O senhor falou que o Estado tem poupança.
10:30Esse dinheiro inclui também o valor do Fundo Soberano?
10:33Ele pode ser utilizado para essas emergências ou não?
10:36Não temos necessidade de utilização do Fundo Soberano.
10:39Nós somos um Estado organizado.
10:41Nós somos um Estado que há 13 anos é a nota A no chamado rating da Secretaria do Tesouro Nacional.
10:48Nós somos um Estado que temos dívida negativa.
10:51Ou seja, se nós pegarmos tudo o que o Estado deve para os próximos 20 anos
10:55e trouxermos para valor presente, nós podemos liquidar essa dívida em poucos dias,
11:01porque nós nos organizamos, nos preparamos, nós fazemos responsabilidade na aplicação dos recursos públicos
11:08e, por isso, temos poupança e temos muita capacidade de investimento,
11:13porque o governo precisa se organizar para isso.
11:16É a velha história da cigarra e da formiga.
11:18A cigarra, Camargão, canta o tempo todo, a formiga trabalha o tempo todo.
11:24Só que a cigarra, quando chega o inverno, ela não tem poupança.
11:28Nós somos muito mais formiga, nós trabalhamos, poupamos,
11:31trabalhamos com responsabilidade, com disciplina,
11:34para podermos ajudar o nosso povo e a nossa gente nos momentos que as pessoas realmente precisam.
11:40Vice-governador, voltando um pouquinho na questão do café,
11:43O senhor acredita que o café, digamos assim, que seria a cereja do bolo para essa negociação também com os Estados Unidos,
11:50já que os Estados Unidos são os maiores consumidores de café e o Brasil o principal fornecedor?
11:55É exatamente isso.
11:56Ou seja, os Estados Unidos é o principal consumidor de café no mundo.
12:01E nós, brasileiros, capixabas sobretudo, somos grandes fornecedores de café para os Estados Unidos.
12:08Para cada dólar de café que nós exportamos, os americanos geram, na sua cadeia local, outros 40 dólares.
12:17Então, isso não é apenas ruim para o Brasil, vai ser ruim também para os Estados Unidos.
12:22Então, a minha expectativa, a minha esperança é que, no caso do café, por exemplo,
12:27os Estados Unidos não produzem café.
12:30Eles dependem de importar café.
12:32E se há uma bebida que o americano gosta, é o café.
12:35E, sobretudo, o café capixaba.
12:38Porque nós somos líderes nacionais na produção de café conilon.
12:42Somos o maior produtor brasileiro de café conilon disparado.
12:46E somos ótimos produtores também de café arábica,
12:50com características de sabor, aroma, acidez, que os americanos gostam muito.
12:57Então, eu quero crer que, em algum momento, os próprios consumidores
13:00e os próprios empreendedores americanos farão também uma pressão muito grande em torno dos prejuízos que eles terão com essa medida,
13:08que é uma medida injusta com os brasileiros.
13:11Inclusive, acionando a própria justiça deles, né?
13:13Como a empresa lá de suco de laranja já fez, está aguardando aí uma resposta.
13:18Exatamente.
13:18Exatamente.
13:19Governador, o setor de rochas do Espírito Santo exporta cerca de 75% de chapas polidas para o mercado americano.
13:27O presidente do Cinde Rochas falou sobre essa dependência dos Estados Unidos logo após a reunião que vocês tiveram.
13:34Vamos ouvir.
13:35A nossa dependência do mercado americano é muito grande realmente, né?
13:39Se a gente pensar em chapas lustradas, que é o produto que eles compram, não é bloco e não é material acabado.
13:45Rodapé, piso, é chapa lustrada que alimenta o arranjo produtivo de lá.
13:50Eles lá têm 200 mil funcionários que trabalham só com as marmorarias de lá, no caso.
13:55A nossa dependência vai a 75%.
13:57De tudo que a gente exportou ano passado, 56% foi para os Estados Unidos.
14:02Mas entra bloco, entra tudo.
14:03Quando você separa só a chapa, que é a indústria capixaba, aí vai a 75%.
14:10Quando você elimina a exportação de bloco, vai a 75% para os Estados Unidos.
14:15Então, o primeiro ponto é o seguinte.
14:18A dependência é realmente muito grande, é muito preocupante.
14:21Mudar para novos mercados, a gente já vem fazendo há muito tempo.
14:25A gente está imaginando que os próximos dois, três meses vão ser complexos até conseguir formatar.
14:31E outra coisa, como eu falei, o mercado americano não substitui.
14:35Não substitui a dependência muito grande do mercado americano.
14:40Pois é, ele traz ali, não é vice-governador, que eles já tentaram fazer para exportar para outros lugares,
14:46mas ainda reafirma essa dependência do mercado norte-americano.
14:50É o setor mais prejudicado do Estado?
14:52É um dos mais prejudicados até pela sua característica.
14:56Ele é formado em sua grande dimensão por micro, pequenas e médias empresas.
15:03São quase 300 empreendedores capixabas que exportam material industrializado.
15:10Este é um segmento que gera mais de 20 mil empregos diretamente em todo o Espírito Santo,
15:15sobretudo na Serra, em Cachoeiro de Itapemirim, no município de Nova Venécia,
15:20porque a mineração está espalhada em todo o Estado, mas as indústrias estão concentradas nesses municípios.
15:26Cachoeiro, Serra e Nova Venécia.
15:29E esse segmento se organizou muito ao longo da sua trajetória para que ele pudesse escalar o principal mercado,
15:36que é o mercado norte-americano.
15:38E, ao longo desse processo, nós deixamos de produzir apenas bloco para produzir material industrializado,
15:46porque gera maior valor agregado.
15:48Se gera maior valor agregado, também oferece empregos de maior qualidade.
15:53Então, por ser um setor que tem muitas empresas pequenas, médias, microempresários,
15:58e não apenas esses, também você tem uma cadeia de fornecedores,
16:03que são prestadores de serviço para esse segmento.
16:06Então, esse impacto é muito grande e, de fato, o setor de rochas nos preocupa muito,
16:12mas o nosso secretário de desenvolvimento já está atuando junto com o BANDES,
16:17junto com o BANES, para que nós possamos fazer levantamento,
16:21e não faltará apoio justo do nosso governo para esses empreendedores, com uma contrapartida.
16:29A contrapartida é a manutenção do emprego, do trabalho e da oportunidade das pessoas,
16:37porque não há melhor política social do que o emprego e o trabalho.
16:40Então, a determinação do governador Casagrande é que nós possamos, de fato,
16:44e o nosso governo ajudar os empreendedores,
16:47desde que a gente mantenha as pessoas trabalhando e levando dignidade para suas famílias.
16:53Obrigado.
16:54Obrigado.
16:55Obrigado.
16:56Obrigado.
16:57Obrigado.

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