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  • 28/07/2025
Kaique se diverte longe das telas e mostra habilidade incomum para a idade.
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Transcrição
00:00Gente, esse garotinho, cadê a imagem dele? É o Kaique, tá? O Kaique, ele brinca, sobe em árvore, aproveita a praia, é a verdadeira infância raiz.
00:11Tão raiz que, vejam só, ele pesca com as mãos. É só mais uma das inúmeras atividades que ele faz.
00:19Difícil encontrar uma criança tão longe das telas assim, hein?
00:23Tô super curioso pra conhecer o garotinho. Vamos ver? Roda aí!
00:30Uma criança que corre, planta a bananeira, dá aquele tibum no mar, constrói um castelo de areia, faz trilha.
00:52Deveria ser comum, mas cenas assim têm sido cada vez mais raras.
00:56Mas não para o Kaique, de 10 anos, que prefere muito mais a vida fora do celular.
01:02Kaique, não é mais divertido um joguinho no celular, não?
01:05Não.
01:06Por quê?
01:07Porque eu gosto mais de brincar na rua.
01:10E do que você gosta de brincar?
01:11De pique ajuda lá.
01:13Com as crianças, com seus amigos, né?
01:16Sim, com meus amigos. Gostam de subir nas árvores, subir o morro do Moreno também.
01:21A relação com o mar atravessa a vida de Kaique, que cresceu banhado pelas águas salgadas das orlas de Vila Velha.
01:29E é daí que vem essa manha de pescar com a mão mesmo.
01:32Tem sangue de pescador, além de ser um amante dos animais.
01:37E me fala dessa sua relação com o mar.
01:39Você gosta de pescar também?
01:40Sim, eu peguei o peixe lá já.
01:43Com a mão?
01:44Sim.
01:45Mas é que não dá nervoso pegar o peixe com a mão, não?
01:48Não, só tem que tomar cuidado que ele tem um espinho em cima.
01:52E o que você faz? Quando você pega o peixe, você solta, você leva pra casa? Me conta.
01:55Depende. Se ele estiver grande, a gente leva pra pegar e comer.
01:59E se ele estiver pequeno, a gente solta ele.
02:01Toda essa vontade que o Kaique tem de viver experiências da vida real,
02:06só existe porque ele foi estimulado.
02:08E a responsável por cultivar esse interesse, esse hábito dele, está bem aqui, ó.
02:14Ao meu lado.
02:15A mãe dele, a Marcela.
02:16Que está presente em tudo, participando em tudo, dando exemplo, né, Marcela?
02:20Mas me conta, foi realmente, desde menorzinho, mais ainda do que ele é,
02:25você tirou o celular, não deu, logo de início?
02:28Não dei telefone, entendeu?
02:30Logo de início não dei, eu era contra.
02:33Eu fui evitando ao máximo, dar telefone.
02:35Evitei, evitei, evitei.
02:37Aí, como ele viu que muitas crianças, amiguinho dele tinha,
02:40ficou achando, está querendo também, tem um velho, ruim.
02:43E aí, como é que você fez, então, pra preencher a rotina dele?
02:47Já que não tinha o celular, como é que você organizava a rotina?
02:51Bom, eu como uma artista tatuadora, eu sei que o ósseo é bom pra criatividade.
02:57Então, como ele tem muito ósseo, ele é bastante criativo.
03:01Então, ele acaba que faz um monte de coisa.
03:03Ele faz artesanato, ele pinta, ele desenha, ele brinca, ele corre, então, não sobra tempo do telefone, entendeu?
03:11E não é que o exemplo arrasta mesmo?
03:13Até os amigos entraram na onda de desconexão total do Kaique.
03:18Maria, você é amiga do Kaique há quanto tempo?
03:20Muito tempo.
03:21Desde que vocês nasceram?
03:22Aham.
03:23E é que ele te faz sair do celular também?
03:25Faz, muitas vezes no dia.
03:28Então, é uma amizade que te faz curtir a natureza, o que vocês fazem?
03:34Brinca pelo condomínio, a gente nunca perdeu a amizade, assim, de brigar.
03:41E aí, acaba que você prefere também ficar sem usar o celular?
03:44Prefiro.
03:45É bem mais divertido?
03:46É.
03:46E quando a gente fala que ele nem sente falta do celular, não é exagero, viu?
03:51Fica sem bateria, aí eu olho que tá sem bateria, eu olho assim, faz assim, graças a Deus, tá sem bateria.
03:57Eu não coloco pra carregar, e ele esquece, aí fica dias sem usar o telefone, por quê?
04:01Tá sem bateria, e a mãe não bota pra carregar.
04:04E aí, fica lá.
04:05Aí, quando ele lembra que tem telefone, ele coloca pra carregar, aí joga um pouquinho, daqui a pouco acaba a bateria de novo e assim, vai.
04:11E como será que a avó fica vendo o neto aproveitar a infância, assim como na geração dela?
04:17O que tá chamando a atenção no Kaique não é um menino que pega peixe com a mão,
04:22e sim dele ser um menino que faz tudo que uma criança deveria estar fazendo na idade dele,
04:28e não é o que tá acontecendo hoje, né?
04:30Na verdade, hoje as crianças estão na tela, as crianças estão dentro do apartamento, trancada.
04:34Que aí que brinca, que vem pra praia, que aí que sobe o Mordo Moreno, que aí que gosta de parque aquático, sabe?
04:42Então ele é ativo demais.
04:43E criança tem que ser criança, né, cara?
04:45Criança tem que viver a infância, tem que brincar, sujar, correr, por lá.
04:50Por causa do telefone não, o telefone é pra quem trabalha.
04:52Que infância boa é essa, sem telefone, curtindo a vida.
05:05O quintalzinho, né, gente, uma varandinha ali, também dá pra aproveitar, tá?
05:08Vamos sair aí do celular, garotada.
05:10Tchau, tchau.

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