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Ex-jogador do Flamengo relembra estrutura ruim e revela craque que não vingou

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Esportes
Transcrição
00:00Então, já que você puxou esse gancho, agora me bateu a curiosidade de entender o porquê de você ter ido.
00:06Porque assim, você sai do Flamengo, você vai pro Macaé, não é isso?
00:10E aí, logo depois você já dá esse salto de ir pro Oriente Médio, como é que é essa história?
00:16Não, não, cara, primeiro vai pelo sonho, né? Tu já tem aquele sonho de querer ir pra fora, jogar fora.
00:22Aí eu fiz uma base ali pra time de top, minha base foi muito boa.
00:25Aí eu começo a rodar, vou pro Macaé, que não era ruim, Macaé era Série C de Brasileiro naquela época.
00:31Cara, parece ser loucura, mas é muito difícil você sair do Sub-20 e ir pra um time que tá em Série C de Brasileiro.
00:43Porque, vamos botar assim, quase todos os caras saem do Sub-20 e vão pro Estadual.
00:48Vão pro Estadual, time pequeno, Série C do Estadual.
00:54Eu fui lá pro Macaé, mas aí tu sai, é um baque muito grande, com uma estrutura completamente diferente.
01:01E o Flamengo naquela época, não tinha estrutura, não é essa a uva que é hoje.
01:05Hoje em dia é fácil, né?
01:07Lá do Ninho, já, como é que era o Ninho?
01:08Eu vi já, brincadeira, né?
01:10O Ninho tinha nem portão, pô. O Ninho do Ninho não tinha nem portão.
01:13Agora que você falou, me conta um pouco dessa diferença.
01:16Porque muita gente vê o Flamengo hoje com toda essa estrutura, mas cara, na época que
01:21você jogava, na época de 2011 mais ou menos, o Flamengo não era toda essa uva como você
01:26disse, né?
01:27Nada, não era o Ninho, pô.
01:28Era veneno do Flamengo também.
01:30E os campos, vamos botar aí, tinha dois campos bons só pra treino.
01:34Lá no Ninho tinha quatro campos assim.
01:35Não sei como tá hoje, mas eu vi pelas fotos assim.
01:38Acho que os campos tudo tapete.
01:40Eram quatro campos, dois eram fera, que era profissional, usava, de vez em quando a gente
01:45usava, e tinha dois campos ali, um pra caramba.
01:48Um campo lá, que era o campo cinco, que era metade de um campo assim, também horrível.
01:53E estrutura de alojamento, eram uns contendezinhos, beliche, um anciano da outra, beliche, é o
02:02que a realidade do futebol aqui era.
02:04Hoje o Flamengo é, pô, potência.
02:06Isso porque, se eu não me engano, já era um Flamengo de Ronaldinho Gaúcho, de grande
02:09jogador.
02:10É, pô, os caras, imagina, os caras chegarem já de Europa, ele veio do Milan.
02:14Gaúcho veio do Milan, tomar banho no chuveirão ali, sair do boro, do buraquinho, pô, tá maluco.
02:20É isso, e esse é o futebol, né?
02:22Tu vê, o Ronaldinho Gaúcho veio pra cá, saiu do Milan, do Barcelona, veio pro Flamengo
02:27e viveu com essa realidade.
02:29E você, que tava no Flamengo, foi pro Macaé viver outra que é, em tese, mais de baixo
02:33ainda, né?
02:34Aí, tipo, tu chega no Macaé, pô, o campo de treino assim, ó, no meio de uma roça
02:41mesmo, aí o vestiário, pô, ficava com lama, né?
02:44Cheio de lama, areia, terra, pô, entrava a vaca no campo ali, era no meio da roça mesmo.
02:50Aí tu já, caraca, e aí eu vou pra jogar lá no profissional e acabo que não consigo
02:54jogar, que era muito novo, o cara lá da posição tava indo muito bem.
02:58Macaé naquela época, ó, na minha vez é doiderado, né?
03:00Na verdade, o Macaé começa a ganhar de todo mundo, o cara da minha posição, Valdir, lateral,
03:05Valdir destruindo o campeonato.
03:07Foi o Pipico na época, que foi pro Vasco, Pipico só do Macaé.
03:10Santa Cruz, né?
03:10Valdir cruzava, gol do Pipico.
03:12Valdir cruzava, gol do Pipico.
03:13Foi o Macaé que chegou a beirar a Série B do Brasileirão.
03:16Foi no ano, não foi, chegou a subir no ano seguinte, depois que eu, tipo, o Macaé foi pra Série B.
03:21Mas aí a estrutura muito precária, assim, de comparação do que eu tava, né?
03:26Que já também não era tópico.
03:28Mas aí comecei a rodar, né?
03:30Fui ali, depois saí do Macaé, fui pro Olaria, jogar Série B do Camargo do Carioca.
03:34Fui, joguei a Série B do Catarinense.
03:37Joguei a Série B do Carioca outra vez pelo Barra.
03:41E aí foi onde eu tive a sequência.
03:43Esse ano aí, em 2014, eu tive a sequência na Série B lá do Catarinense.
03:46E na Série B daqui, né?
03:49Aí eu fiz o DVD ali e aí saiu um negócio pra ir lá pra Costa Rica.
03:54E, pô, naquele sonho, porque ali, quando eu tava jogando no Barra da Tijuca, na Série B aqui,
04:00pô, ganhava mil prata, mil prata.
04:03Faculdade ali, 600 prata.
04:06Aí, pô, sobrava só mesmo do Pouco Mortadela.
04:08Não tem jeito.
04:09É, do Pouco Mortadela e vem a parada pra tu ir pra fora.
04:12Ganhar em dólar, falei, ah, vou meter o pé.
04:14Aí nem perguntei quanto era o salário.
04:17Só falei que ia.
04:18Aí fui...
04:19Aí começa, né?
04:20Começa essa aí de...
04:22Vai pra um lado, vai pra outro.
04:23Começou na Costa Rica, então.
04:24Essa aventura.
04:25Antes de passar pra sua carreira internacional,
04:27só queria perguntar ainda da experiência do Flamengo,
04:30qual foi o maior nome que você conseguiu de vídeo de campo?
04:32Pode ser tanto na esfera da base quanto no profissional.
04:35Jogo ou treino?
04:37Fica à vontade.
04:38Ah, então.
04:38Eu treinei com os caras.
04:39Eu cheguei a treinar tanto quanto...
04:41Com o profissional.
04:42É, eu cheguei a treinar, mas foi um treino...
04:43Tipo, que eram os caras que estavam...
04:46Eram os que estavam voltando de lesão com os que tinham cartão amarelo.
04:52Aí, tipo, tinha Ronaldinho, Renato Abreu, Williams, Maldonado.
04:59Treinei com vários caras desses aí.
05:01E fora os treinos que jogavam a conta.
05:02Só que esse dia foi fera, porque...
05:05Foi a última convocação do R10, mas a última convocação dele contra a Gana.
05:11Aí tinha um monte de câmera.
05:13Aí, porra, muita câmera, muita câmera desse dia.
05:15Aí ele falava assim, fica pertinho aqui, que vai ser um monte de foto.
05:19Não se dá bem lá na área de vocês lá.
05:22Aí, porra, só ficava perto dele lá, mano.
05:24Pra ver se tinha uma fotinha dele.
05:26Perfeito.
05:26Aí eu fui pegar uma foto.
05:28E naquela época não é como é hoje.
05:30Que hoje cada treino sai 50 fotos por treino.
05:32Naquela época tu tinha aqui no site, buscar que saia 5 fotos.
05:36Pô, na minha vez, vou pegar minha foto.
05:38O cara botou a mão na minha cara.
05:39Aí não tem como.
05:40Tampou minha cara, mané.
05:41E tu perto do homem?
05:43Não, ele lá no bobinho, pô.
05:44Fazendo um bobinho, ele lá no bobinho, pô.
05:46Achei ele no bobo.
05:47Pô, tampou minha cara.
05:48Mas a foto ficou feia.
05:49Mas saiu vários vídeos, porque como ele foi convocado, né?
05:55Aí tinha como tirar uns printzinhos ali.
05:57Eu tenho um printzinho da foto com ele lá, pô.
05:59Tá registrado.
06:00Se alguém falar que é mentira, tá lá.
06:02E eu joguei com o Ronaldinho Gaúcho.
06:04E até um vídeo lá do treino também que a gente faz, que eu não passo pra ele, ele
06:07mete um gol.
06:07Pô, foi mais melhor.
06:08Deu assistência pro Ronaldinho Gaúcho.
06:10E não é ele que...
06:12Não é você que jogou com ele, não.
06:13Ronaldinho Gaúcho que jogou com o Sertinho, pô.
06:16A moral, a moral do homem.
06:18E aí é isso, né?
06:19Então...
06:19O gol é muito de oportunidade.
06:21Você contou do caso do Valverde.
06:23Até da sua passagem em Laos, que você lembrou do pastor que você conhecia desde a adolescência.
06:28Então, assim, é muito do timing, muito do momento.
06:31E isso é capaz de definir a carreira de alguém.
06:33É, eu costumo dizer, cara, que tem muita sorte envolvida.
06:36O futebol, muita sorte.
06:37Mas a sorte também, o cara tem que ser bom pra caramba.
06:39E tem que estar ali, no meio.
06:42Vamos dar...
06:43Cara, eu vou dar um exemplo aqui.
06:45Não vou falar de mim.
06:46Lá no Flamengo, eu jogava com um cara que pra mim eu achava ele...
06:49Genial.
06:51Genial.
06:51Era um volante.
06:52João Vitor.
06:53O João Vitor, ele nasceu em 91.
06:55Eu era 90...
06:56Eu sou...
06:57Era, não.
06:58Eu sou 93.
06:59E quando eu vou lá pro Júnior do Flamengo, pô, treinava com o João Vitor direto.
07:03Ele chegou a subir lá com o Luxemburgo, alguns jogos.
07:06Jogou no profissional.
07:07E o profissional do Flamengo, lá no volante daquela época, não tinha muito espaço.
07:12Cara, o João Vitor, depois, eu fui bater de frente com ele.
07:15Ele jogando na Série B do Carioca.
07:18Então, tipo assim, o cara, pra mim, que era o melhor.
07:21Pra mim, ele era o melhor.
07:22Tem muitos casos assim.
07:23Marcava, era forte, era rápido.
07:25Ele fazia tudo.
07:26O João Vitor fazia tudo.
07:27E o João Vitor, depois, eu fui contra ele.
07:29E foi um jogo que a gente foi jogar contra o Barcelona do Rio.
07:34Um time que já ia cair pra Calecer.
07:36Tô aquecendo.
07:38Tô aquecendo.
07:39Pô, vejo um cara igual o João Vitor.
07:41Eu falei, não acredito.
07:42Não é possível.
07:43Não é possível igual o João Vitor.
07:44Cara, era o João Vitor.
07:45Para saber como que é o futebol, cara.
07:47Loucura.
07:47E, às vezes, um moleque que você não dava nada, tá aí hoje brilhando, né?
07:51Cara, eu acho que já não existe essa parada de não dar nada.
07:54Quem tá ali é fera.
07:55É fera.
07:56Essa parada que a gente vê os caras nos jogos e o povo fala assim, pô, esse cara é ruim.
08:00É bagre.
08:00É bagre.
08:01Esse cara joga pra cá.
08:02Bota ele pra jogar tua pelada aí, pra tu ver.
08:05Porque a gente falou, né?
08:07Todo mundo tem um sonho de virar jogador.
08:09Que é uma parcela muito mínima que consegue alcançar esse sonho.
08:13E uma parcela ainda menor que, de fato, consegue jogar nos grandes clubes.
08:17Jogar uma Champions, uma seleção brasileira.
08:19Então, de fato, é muito difícil.
08:22Muito difícil chegar num nível alto.
08:24E, cara, muito difícil também jogar uma divisão baixa e tu seguir vivendo do futebol.
08:30Eu vivo do futebol, cara.
08:31Eu tenho 32 anos e eu vivo do futebol.
08:34Eu sou jogador de futebol.
08:37Isso é muito difícil, cara.

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