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No Só Vale a Verdade, Marco Antonio Villa recebe o General Santos Cruz para uma análise franca: o Exército se misturou indevidamente na política? O General atribui a pressão de Jair Bolsonaro a essa "mistura indevida", afirmando que Forças Armadas e política não devem se confundir. Ele detalha sua experiência ao lado do ex-presidente e os perigos de "pessoas se perderem nesse ambiente".

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/2vQaZjXvaSo

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00:00General, eu pergunto para o senhor, os últimos dias, na verdade mais do que isso, os últimos meses, nós temos assistido um momento em que o exército, que é o principal das forças armadas, está sendo muito questionado por ter uma relação com a política, teve recentemente, como nunca em longevidade tão forte na história republicana.
00:22Em momentos muito difíceis, como o 8 de janeiro de 2023, que deu origem a uma série de processos e mais recentemente, inclusive envolvendo a cúpula do governo até o final de 2022, o então presidente da república Jair Bolsonaro, boa parte dos seus auxiliares políticos, parte deles inclusive são réus e o julgamento, alguns imaginam, deve concluir em setembro, inclusive do ex-presidente Jair Bolsonaro.
00:47O senhor acha que houve uma mistura indevida de exército e política?
00:50Não houve essa mistura de exército com política, a política fez parecer que o exército estava envolvido, o exército não estava, algumas pessoas meio que se perderam nesse ambiente, mas isso aí foi bem visível desde o início do governo, eu estava lá, o pessoal da reserva, que nem eu, que foi chamado ali, foi convidado, participou,
01:18mas durante o período de governo, foi uma, eu lembro que em julho de 2020 eu fiz um primeiro artigo no estado de São Paulo, no jornal estado de São Paulo, falando do absurdo que era o empurrão que o presidente da república estava dando para empurrar o exército para a política,
01:41para dar uma ideia para a população de que o exército estava comprometido com o governo, quando houve aquele, chamando todo o tempo de, eu sou comandante em chefe, o meu exército, teve até um discurso em cima de um carro num fim de semana na frente do quartel general do exército,
02:01então, transmitindo a população, essa imagem aí, isso aí mais tarde, veio a se refletir quando perdeu a eleição e criaram uma figura absurda de que o exército tinha que desautorizar a eleição que aconteceu,
02:21que o exército tinha que fazer uma intervenção para não deixar assumir, num clima seguinte, se o meu candidato ganhar, valeu, se o meu não ganhar, não valeu,
02:28isso aí trouxe um prejuízo imenso para o exército, que talvez nunca houve na história do Brasil, trouxe um prejuízo imenso para essas pessoas aí de 8 de janeiro,
02:43que a maioria foi cooptado ali por demagogia, por gente que foi empurrada para aquela situação,
02:50e essa consequência aí que vários militares, pessoas que tiveram uma carreira, inclusive uma carreira bastante destacada, hoje estão com problema por causa disso.
03:06Eu pergunto ao senhor, general Santos Cruz, o senhor participou, se eu estiver errado, senhor, por favor, me corrija,
03:13da campanha de 2018, então candidato Jair Bolsonaro, e depois o senhor fez parte do chamado governo de transição, né,
03:21e inicialmente, creio que 5, 6 meses, aproximadamente, em 2019, do governo Bolsonaro.
03:29Eu pergunto ao senhor, hoje, à distância, em 2025, o senhor analisa que foi correto a sua participação,
03:36o senhor teve alguma ilusão em relação ao então candidato Jair Bolsonaro,
03:39e teve uma desilusão quando o viu como presidente, o senhor estava lá no Palácio do Planalto,
03:45como é que o senhor avalia a participação do senhor?
03:47Olha, eu, como cidadão, ali em 2018, né, foi a eleição,
03:56era um momento que o Brasil estava cansado de 10 anos de inquérito de corrupção, de mensalão,
04:02foram 10 anos, mais ou menos, de muito desgaste com o assunto corrupção no Brasil.
04:10Então, Bolsonaro, ele não era um deputado com grandes realizações de vida, na vida legislativa, nada,
04:19ele não tinha nenhuma realização, mas teve a percepção de aproveitar o momento,
04:23deu um tiro e acertou, foi eleito.
04:27Teve uma grande oportunidade de mudar, porque existia uma expectativa grande de mudança.
04:31Quando eu fui convidado, eu aceitei, e aí perguntou sobre ilusão,
04:38não que tivesse ilusão, mas eu aceitei porque eu achei que era uma oportunidade de fazer política decente,
04:45de reforçar o combate à corrupção, de tratar bem todo mundo, de todos os partidos,
04:51não interessa se o deputado, se é pessoa, prefeita, seja lá quem for,
04:55as organizações, diversas organizações, instituições brasileiras,
04:58fazer política decente e não coisa partidária, coisa de fanfarrão, coisa de populismo.
05:09Mas eu vi de imediato ali, eu vi que tinha coisas que não iam em uma boa direção.
05:14Então, minha posição foi sempre a mesma, saí, não me arrependo de ter participado,
05:22não tenho desilusão nenhuma, acho que simplesmente foi uma perda de oportunidade do ex-presidente,
05:30e podia ter, ele tinha todas as condições para fazer várias modificações e não aproveitou,
05:39por despreparo, por falta de conhecimento, por falta de condições de exercer a função que exerceu.
05:47O senhor falou despreparo, falta de conhecimento.
05:49Eu me lembro que em 2016, eu tive alguma vez, não vou evidentemente falar com quem,
05:55mas com oficiais generais, e batendo papo, conversando aqui em São Paulo ou em Brasília,
06:01e todos eles, o que era curioso, não tinham uma boa visão do Jair Bolsonaro,
06:07deputado federal e do ex-capitão da reforma, que foi reformado tal.
06:13Bem, inclusive chamavam ele de líder sindical, pelos problemas que ele teve durante a sua vida profissional,
06:20e depois, quando saiu, como vereador dois anos, e depois como deputado federal,
06:26e fazendo ataques constantes à direção do comando do exército,
06:30e nas formaturas da academia militar de agulhas negras, comparecendo,
06:35colocando alto-falante, atacando as autoridades e tal, e chamavam, insisto, em líder sindical.
06:40Em certo momento, não sei se começo de 2018, isso mudou, né?
06:45A eleição, só para lembrar quem nos acompanha, foi no mês de outubro,
06:48eles começaram a entender que esse poderia ser um candidato saudável para a política brasileira,
06:54não um candidato da instituição ao exército, mas que será bom para a política brasileira.
06:58Bem, eu estou fazendo essa introdução para colocar para o senhor,
07:01o contato do senhor com o Jair Bolsonaro, antes da campanha, qual era?
07:05O senhor já o conhecia, o senhor tinha esse sentimento também que ele não tinha preparo,
07:09porque todos me falavam que ele não tinha preparo, e todos falavam mal dos seus filhos,
07:13que não liam os livros que alguns generais entregavam, emprestavam,
07:16então havia um despreparo, um desconhecimento.
07:18Como é que esse senhor, despreparado, segundo eles, sem conhecimento,
07:24chegou à presidência da República, apoiado, inclusive, pessoalmente,
07:29não pela instituição, por muitos militares?
07:31A minha amizade com ele vem da época, a gente era jovem, vinte e poucos anos,
07:38eu era primeiro tenente, capitão, ele era tenente,
07:42e fazíamos parte da mesma equipe de esportiva, então foi no esporte que nós nos conhecemos.
07:46Aonde foi isso?
07:47Isso foi em São Paulo.
07:48São Paulo.
07:48E ali ficou uma amizade daquele período, depois moramos muito próximos no Rio de Janeiro,
07:58sempre em contato, mais tarde, inclusive mais tarde, como general, eu estava no Haiti,
08:03ele foi lá como parlamentar, fazer uma visita de inspeção na missão da ONU,
08:10que o Brasil tinha o comando e tinha um batalhão lá.
08:15Então, em algumas oportunidades, assim, a gente se encontrava.
08:20E aí ele me convidou, quando ele foi eleito, ele me convidou para ser ministro.
08:27E eu aceitei.
08:29O que que acontece?
08:31A característica dele é essa aí.
08:35Ele sempre foi um sujeito brincalhão, com dificuldade, às vezes, de se manter atento
08:42em um assunto específico, focado numa coisa específica, sempre muito, muito, fazendo coisas espetaculares.
08:51A própria saída dele do exército é de uma coisa espetacular.
08:55Foi um conselho de justificação, onde ele, aquele problema da veja, com um esqueminha de bomba,
09:03tudo lá no serviço de abastecimento de água do Rio de Janeiro,
09:07que não teria problema nenhum também, porque aquilo lá, em termos técnicos,
09:11se tiver uma explosão, você fecha os registros, conserta, amanhã está funcionando de novo.
09:15Mas fez uma coisa espetacular.
09:17Disse que não fez e ficou naquilo.
09:20O conselho de justificação, que ele respondeu, optou por que ele tinha que sair do exército,
09:26mas ele ganhou no Supremo Tribunal.
09:29Ele ganhou, foi afastado e começou a vida política.
09:34se aposentou legalmente pela absolvição lá no Supremo Tribunal Militar.
09:42E depois, como deputado também, pode verificar que foram sempre coisas espetaculares,
09:48ou uma briga com o Jean Wyllys, ou com uma outra deputada, etc.
09:52Então, sempre foi assim, mais de coisas espetaculares.
09:54E ele continuou fazendo isso.
09:56O problema é que ele não evoluiu.
09:58Ele podia ter aprendido muita coisa na vida parlamentar,
10:00podia ter atingido um pouco mais de equilíbrio.
10:07Mas não.
10:08Aí, quando começa a presidência, ele começa de novo,
10:14continua com as ações espetaculares, como aqueles discursos,
10:18aquelas tiradas durante a pandemia, que aquilo prejudicou ele muito.
10:22Então, ele não teve uma evolução.
10:26Ele continuou a mesma pessoa, fazendo coisas mais espetaculares.
10:33E no momento em que o populismo toma corpo no mundo, não é só no Brasil,
10:38ele deslanchou e ganhou.
10:41Ele teve percepção naquele momento ali e ganhou.
10:45E ele tem um público, um público forte que, talvez aí, 15, 20%,
10:50que gosta desse tipo.
10:52Não é só no Brasil isso.
10:54A gente vê em outros países aí, países importantes do mundo,
10:58que esse mesmo estilo fanfarrão, esse mesmo estilo populista,
11:07tem um público bastante forte hoje.

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