Políticos aliados a Jair Bolsonaro falam em perseguição política após a operação realizada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (18) na casa do ex-presidente. O repórter Misael Mainetti traz detalhes do assunto. Acompanhe a análise de Ana Beatriz Hirsh, Acacio Miranda e Márcia Dantas em Tempo Real.
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00:00A gente vai voltar a falar com o Misael Mainete, que segue acompanhando a repercussão da operação contra o ex-presidente aqui em São Paulo, Bolsonaro.
00:08Misael, então existe agora uma movimentação também dos políticos aliados a Bolsonaro, é isso?
00:15É interessante a gente notar, né, que a gente vai citar nomes agora que aparecem como possíveis candidatos para tentar a presidência no ano que vem.
00:24A gente já falou de Tarcísio de Freitas, do Republicanos, aliado de Bolsonaro, que chamou o ex-presidente de corajoso, fez uma publicação certamente rápida, né, e bastante elogiando bastante Bolsonaro.
00:38Também citamos Romeu Zema, ele que é governador de Minas Gerais pelo Novo, que disse aí que foi mais um ato absurdo de perseguição política a Jair Bolsonaro.
00:48Trazemos agora também a reação do governador de Santa Catarina, Jorginho Melo, ele que é do mesmo partido do ex-presidente Bolsonaro, publicou uma foto ao lado de Bolsonaro, disse que o aliado não merecia estar passando por isso, repudiou o avanço do judiciário em relação ao ex-presidente e escreveu.
01:07Tudo isso partiu de um pedido do PT, partido que tem clara intenção de tirar Bolsonaro das eleições.
01:14O Brasil precisa baixar a fervura, é hora de distensionar o ambiente político, escreveu Jorginho Melo, do PL, governador de Santa Catarina.
01:24Também temos aqui a reação de outro governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, publicou uma foto ao lado do ex-presidente,
01:32condenando o tratamento que ele recebeu e disse que ele deve ter o direito de defesa preservado.
01:38Ele escreveu, Bolsonaro sempre esteve à disposição da justiça e nunca se escondeu, não dá para tratar um ex-presidente dessa forma.
01:48Ainda não se pronunciaram, interessante também, isso é notícia também.
01:51Ratinho Júnior, do Paraná, e Ronaldo Caiado, Goiás, os dois governadores de centro-direita,
01:58simpatizantes, aliados de Bolsonaro, que também aparecem como possíveis nomes para tentar, no ano que vem, a presidência da República.
02:07Ainda não se pronunciaram em relação à operação do STF.
02:10A gente segue acompanhando aqui na programação da Jovem Pan.
02:14Obrigada, Misael Mainete, pelas informações.
02:17Agora a gente volta a conversar com nossos comentaristas, a Ana Beatriz e o Acácio Miranda.
02:22Ana, você viu aí que essa narrativa de perseguição vai ser muito usada pela direita, né?
02:30Você acredita que ela cola realmente entre os aliados?
02:34Márcia, ela cola porque, em primeiro lugar, existem aqueles que acreditam em toda e qualquer coisa
02:42que saiam da boca e das redes sociais daqueles que eles idolatram, daqueles em quem eles acreditam.
02:50Mas a gente tem uma questão, que eu considero, inclusive, a mais delicada de todas dentro dessa situação,
02:57que é com relação à forma como este processo está sendo conduzido.
03:02Eu sempre falo aqui nos programas da Casa que é essencial, mais do que nunca,
03:07pelo tamanho da repercussão política destes processos que envolvem o ex-presidente,
03:12que o procedimento seja feito da forma mais rigorosa possível, mais dentro da lei possível.
03:21Nós já vimos, em casos anteriores, como a Lava Jato,
03:25condenações que, inclusive, foram embasadas em confissões anuladas por questões processuais.
03:32Então, o meu medo, neste momento, é que também, por questões processuais,
03:37a gente não consiga chegar a um julgamento justo.
03:41Esse julgamento que pode acontecer até setembro.
03:45Até lá, Cássio Miranda, quais as manobras que os aliados vão ter
03:50para tentar realmente reverter alguma situação ou amenizar a pena de Bolsonaro?
03:55O Bruno falou que pode, a mínima pena que ele acredita que pode ser enquadrada nesse caso,
04:0015 anos de prisão.
04:01Se nós pensarmos que são cinco os crimes imputados e há robustez probatória,
04:08pelo menos em relação a três, há uma tendência, e o Bruno bem disse,
04:12o Bruno conhece muito bem os bastidores de Brasília,
04:16que ela seja próxima a esses 15 anos.
04:19Mas fato é que, hoje, a oposição tem dois grandes problemas na sua mão.
04:25Um primeiro problema é a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro,
04:30porque a Ana tocou nesse ponto e é importante nós ressaltarmos.
04:34Bolsonaro, hoje, fala para uma bolha, para uma grande quantidade de convertidos.
04:41Bolsonaristas e direita não necessariamente são sinônimos.
04:45A direita do Brasil é muito maior que o bolsonarismo,
04:49mas ele tem defensores bastante contundentes neste papel.
04:55Então, há necessidade da direita brasileira se desvincilhar de Bolsonaro
05:01ou achar caminhos para que Bolsonaro saia desta situação?
05:07Obviamente, eu aposto no primeiro contexto.
05:10Em segundo lugar, a oposição tem um trabalho que também é se desvincilhar do tarifácio,
05:17porque nós falávamos há pouco, vale reiterar,
05:21o governo Lula vinha a duras penas até aqui,
05:25com os seus índices de popularidade caindo a cada dia.
05:29O tarifácio deu uma sobrevida,
05:32deu uma razão para que o presidente Lula se defendesse
05:36e defendesse um eventual nacionalismo.
05:39E nós percebemos que a direita tem muita dificuldade
05:42de se livrar dessa pecha de quem está taxando os brasileiros,
05:48que até aqui era do governo.
05:50Então, há dois obstáculos que dificilmente serão superados tão facilmente.
05:57Obrigada, Cássio Miranda e Ana Beatriz Riche, pelas análises.
