O prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP) declarou que pode se candidatar ao governo de São Paulo, caso haja um pedido de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). A afirmação sinaliza uma possível articulação política para as eleições de 2026.
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00:00Olhando também para o processo eleitoral de dois mil e vinte e seis, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse que pode se candidatar ao governo de São Paulo, se Tarcísio de Freitas pedir.
00:13Durante a corrida à prefeitura no ano passado, Nunes havia dito que cumpriria o mandato de quatro anos.
00:19O prefeito também voltou a defender a candidatura de Jair Bolsonaro à presidência no ano que vem.
00:23Para ele, o ex-presidente deveria disputar a eleição e a população definir o que é o melhor caminho, se esse é o melhor caminho, tirar alguém do cenário eleitoral ou não.
00:35Ficar nas mãos do povo, do eleitor, determinar se uma figura política deve continuar na cena ou não.
00:43Chama o Dávila, Luiz Felipe Dávila, porque eu tenho lido algumas sinalizações ou umas reflexões de figuras que entendem que a pré-candidatura
00:53ou a possibilidade de uma candidatura de Tarcísio estaria ganhando corpo, mês a mês.
00:59Algumas sinalizações aqui, outras ali, uma fala de Ricardo Nunes, o episódio com Eduardo Bolsonaro.
01:05Pode ser conjectura de muita gente, né Dávila, mas o que a gente precisa considerar em relação à figura de Tarcísio de Freitas,
01:12que ganha notoriedade quando a gente discute problemas nacionais, enfim, ele é sempre apontado como o número um, caso Jair Bolsonaro não possa disputar.
01:23O governador Tarcísio de Freitas foi eleito para cumprir quatro anos no comando do governo do estado de São Paulo.
01:33E ele vai cumprir essa promessa, ele vai terminar o seu mandato.
01:36Se ele vai disputar a reeleição ou não, é um outro jogo, é uma outra consideração.
01:41Portanto, se o nome de Tarcísio começar a crescer cada vez mais e se distanciar de outros candidatos,
01:47é possível mesmo que ele seja pressionado a disputar a presidência da república e a não disputar a reeleição do estado de São Paulo.
01:54Ele mesmo avalia isso, pondera, como um grande risco.
01:58Afinal de contas, ter de abrir mão do mandato em abril do próximo ano,
02:03ficar no limbo político até o fim de julho, que quando são as convenções partidárias,
02:09e até esse momento contar, achar que vai ter o apoio total da direita, principalmente dos bolsonaros,
02:14é um jogo de altíssimo risco que pode dar errado.
02:19E dar errado significa perder a reeleição em São Paulo e ainda não conseguir viabilizar a candidatura presidencial.
02:25Então, ele está ponderando esse risco.
02:28Agora, o prefeito Ricardo Nunes, não, ele foi eleito para cumprir quatro anos como prefeito de São Paulo.
02:36Portanto, qualquer declaração que aventa abrir mão no meio do mandato de uma candidatura
02:43para disputar outro cargo é sempre visto com péssimos olhos pelo eleitor.
02:49Aliás, é uma traição ao eleitor.
02:51Na verdade, cargo político é feito para se eleger e cumprir o mandato,
02:56e não para se servir de trampolim para ambição pessoal.
02:59Portanto, a primeira parte da declaração do prefeito Ricardo Nunes está correta.
03:03Ou seja, Tarcísio de Freitas deveria sair governador, apoio ali ao ex-presidente Jair Bolsonaro,
03:10todo um direito dele.
03:11Agora, insinuar que poderia deixar a prefeitura para disputar o governo do estado de São Paulo
03:18é, sim, oportunismo político de abrir mão de um mandato legitimado nas urnas
03:26para ser cumprido durante quatro anos por causa de uma ambição política.
03:31E no Brasil, nós temos de deixar de usar cargos políticos como trampolim para ambição pessoal de políticos.
03:40Mas também, né, Beraldo, pode ser uma declaração para já preparar o eleitorado de São Paulo?
03:46Que, assim, quantos prefeitos ou governadores não disseram que cumpririam os quatro anos
03:53e no meio do processo mudaram de ideia, né?
03:56Ah, o povo pediu.
03:57Ah, é uma necessidade.
04:00Sempre tem aquele argumento, né?
04:01Ah, é para um bem maior, né?
04:03É um grande objetivo.
04:04Tarcísio precisou sair à presidência da República.
04:06Tudo bem, faremos esse esforço.
04:08Faz parte do jogo político, né, Beraldo?
04:13É do jogo político.
04:14Agora, é importante lembrar que tem algumas nuances interessantes nesse xadrez de São Paulo.
04:21O vice-prefeito, a que foi eleito com o Ricardo Nunes nas eleições do ano passado,
04:28foi indicado por Bolsonaro.
04:30Foi a condição colocada por Jair Bolsonaro para que apoiasse Ricardo Nunes à reeleição.
04:38E esse foi o acordo feito no PL.
04:40O PL queria não abrir a mão de apoiar o então prefeito, Ricardo Nunes, à reeleição.
04:47E, com isso, deu a oportunidade do Jair Bolsonaro indicar Alexandre Ramagem como candidato do PL no Rio de Janeiro.
04:55A candidatura de Alexandre Ramagem naufragou.
04:59A campanha e a eleição de Ricardo Nunes foi bem-sucedida.
05:04Se agora Ricardo Nunes sai para disputar o governo do Estado, ele precisa renunciar ao mandato.
05:14Ganhando ou perdendo, ele deixa de ser prefeito da cidade de São Paulo.
05:19E, com isso, Bolsonaro tem um aliado fiel.
05:23Quer dizer, não sei até que ponto essa fidelidade vai,
05:27mas, a princípio, é um fiel escudeiro, o Jair Bolsonaro, na principal prefeitura do país.
05:34Não é um jogo ruim para Bolsonaro.
05:37O problema é que, para esse jogo dar certo, primeiro,
05:40Ricardo Nunes tem que se consolidar como o candidato viável, popular,
05:47com efetivas chances de ganhar, conseguir fazer uma grande aliança
05:51que traga partidos para a base, não só para financiar a campanha,
05:55mas também para dar tempo de televisão e fazer uma chapa robusta.
06:01E, para isso, ele enfrenta uma dificuldade no Partido PP,
06:06no Progressistas e no União Brasil, que se juntaram numa federação.
06:11E essa federação tem de apoiar o nome de Guilherme Derritte
06:15para disputar o governo do Estado.
06:16Então, o Tarcísio vai ter que trabalhar com os republicanos,
06:21de Marcos Pereira e de Tarcísio de Freitas,
06:24e com o PSD, sendo que Gilberto Kassab também tem pretensões
06:28de ser candidato ao governo do Estado.
06:30Então, é um quebra-cabeça bastante interessante ser avaliado.
06:34Mas, a gente tem um aspecto importante que o Távila trouxe.
06:40Ricardo Nunes foi reeleito para ficar quatro anos como prefeito.
06:47Ele tem um vice que foi indicado por Bolsonaro e tal,
06:51mas que não tem uma identidade com a massa da população da cidade de São Paulo.
06:57Diferente do que foi Ricardo Nunes para o próprio Bruno Covas,
07:01uma vez que Ricardo Nunes já tinha sido vereador,
07:05já tinha uma vivência de vida pública na cidade de São Paulo.
07:08O coronel não tem isso.
07:10Então, vamos ver assim, várias peças se movem conforme esse passo é dado.
07:18Você, Durso, como avalia essas movimentações?
07:21A possibilidade de Tarcísio de Freitas não concorrer à reeleição em São Paulo,
07:26sair para a disputa da presidência,
07:28e aí, naturalmente, abriria a possibilidade para Ricardo Nunes
07:32ser um candidato que representaria, talvez, um grupo centro-direita,
07:36ou mais à direita, mas também tem outros players que reivindicam esse eleitorado.
07:42Como observa essas movimentações?
07:45Olha, Caniato, é uma situação não tão fácil de acontecer.
07:49O prefeito dependeria de vários fatores para viabilizar a sua candidatura.
07:55Mas é claro que, como todo bom prefeito da cidade de São Paulo,
07:59que é a maior cidade do estado de São Paulo,
08:02há sempre, em regra, aquele sonho de você progredir na cadeira do executivo.
08:08Então, começa o prefeito, ou melhor, começa no legislativo como vereador,
08:12depois vai para a prefeitura, chega a governadora,
08:15e às vezes até pleiteia a cadeira da presidência da República.
08:17Então, o governo é sempre uma possibilidade para o prefeito.
08:21Não à toa, há poucos anos, nós tivemos isso acontecendo na prática
08:27com a candidatura do João Dora Júnior.
08:29Foi prefeito, saiu durante seu mandato para se eleger governador e foi eleito.
08:35Então, sempre há uma possibilidade no coração do prefeito de São Paulo,
08:40aquele que tem vontade de ser governador, de sair.
08:43E poderia também cair no colo, mesmo sendo bem concorrida,
08:47essa campanha para o governo de São Paulo, do Ricardo Nunes.
08:50Por quê?
08:51Porque ele foi eleito com apoio de Jair Bolsonaro,
08:54e se tivesse, em razão da saída do Tarcísio para a presidência,
08:58o apoio de novo de Bolsonaro,
09:00ele teria uma chance política maior do que outros modelos
09:05que os ventos da política poderiam trazer.
09:09Então, poderia ser uma oportunidade interessante.
09:11Mas, lembrando, como já foi bem dito aqui, arriscada.
09:15Você largar a prefeitura para tentar um governo que você não tenha muita certeza na candidatura,
09:20pode ser um tiro no pé, politicamente falando.
09:23Agora, se os ventos apontarem uma possibilidade de um apoio,
09:27de fazer uma chapa grande, do Tarcísio saindo para a presidência,
09:31e o Ricardo se viabilizando para candidato ao governo,
09:34ele, com essa declaração, coloca a sua peça no tabuleiro.
09:38Na verdade, às vezes, não tem nem pretensão, não está nem pensando nisso,
09:42mas não quer ser esquecido se a possibilidade for ventilada.
09:45E aí, ele, eventualmente, nessa declaração,
09:48coloca ali a peça do xadrez no tabuleiro, dizendo,
09:50se precisar, eu estou aqui.
09:53É que, assim, tantos acordos firmados, né?
09:56A administração de Tarcísio de Freitas está muito bem encaixada, né, Dávila?
10:01Inclusive, conseguiu reunir muitas forças políticas
10:03que entendem que o melhor caminho seria que ele tentasse essa reeleição.
10:10E aí, eu fico imaginando, se de sopetão,
10:13aos 47 do segundo tempo, há uma virada,
10:16e aí os republicanos,
10:17e o entendimento entre as lideranças dos republicanos,
10:21o próprio Tarcísio, outras forças políticas,
10:23viabilizam a candidatura à presidência da República,
10:26seria também um desafio pensar na candidatura
10:30que iria suceder em Tarcísio de Freitas,
10:34porque Felício Ramotti desejaria disputar,
10:38Ricardo Nunes,
10:39há várias figuras importantes,
10:41teve um levantamento que colocou o Dávila,
10:44o Dávila como possível candidato ao governo do estado de São Paulo.
10:47Há muitas forças importantes no estado,
10:50e figuras muito talentosas, né, Dávila?
10:52Como administrar essa situação?
10:54Bom, primeiro, Caniato,
10:57que a candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas
11:01não dá pra ser anunciada aos 47 do segundo tempo,
11:05vai ter que ser anunciada aos 30 minutos do segundo tempo,
11:09porque ele vai ser obrigado a renunciar em abril,
11:12então já é mais complicado o jogo, né,
11:14vai ter que ser, vai ter que,
11:1630 minutos de jogo, tem que cair fora, vai pro banco,
11:20e aí vamos ver o que que acontece,
11:21então já é um enorme risco esse movimento do governador de São Paulo.
11:27É principalmente com essa instabilidade dos apoios dos bolsonaros, né,
11:34uma hora gosta, outra hora briga,
11:35é difícil confiar nisso aí,
11:37até a convenção partidária que vai se dar até o fim do mês de julho,
11:42então é um momento muito complicado já.
11:45Então ele precisa estar muito seguro de uma base política muito sólida
11:50pra fazer um movimento desse.
11:52O segundo ponto é que no caso do estado de São Paulo existem ótimos nomes,
11:57e qualquer um desses nomes aventados em pesquisa,
12:00com apoio de Tarcísio de Freitas,
12:03vai decolar como candidato, eu não tenho a menor dúvida.
12:05Então, o ponto é,
12:08se o prefeito de São Paulo sonha em ocupar a candidatura,
12:13ou se tornar candidato ao governo do estado de São Paulo,
12:16ele tem que ficar quieto,
12:17e quem tem que aventar esse nome é alguém,
12:19não ele mesmo,
12:20esse é o erro doço.
12:21Você não pode chegar e falar,
12:22eu sou candidato,
12:23se me chamarem,
12:24esse é um erro estratégico gigantesco.
12:28Então, amanhã o Derrite fala,
12:30olha, agora eu acho que o nome importante tem que considerar o prefeito de São Paulo,
12:33o endosso tem que vir de terceiro,
12:36não de você mesmo.
12:38Esse é um erro estratégico gigantesco,
12:41porque aí mostra que é uma ambição pessoal,
12:44e não uma ideia de um projeto coletivo.
12:46Não, olha aqui,
12:47as forças estão se reunindo aqui,
12:49acho que a gente deve ter um candidato do MDP,
12:51porque o presidente Ricardo Nunes
12:54é o que está mais consolidando o nome do interior e tal,
12:57e aí vai.
12:57Então, o problema é ele se anunciar como possível candidato.
13:02Aí que está o erro.
13:03Porque aí mostra essa história do trampolim político,
13:06e isso pega muito mal no eleitorado.
13:09O Durso lembrou bem o que aconteceu com o caso do João Doria,
13:13mas veja qual foi o segundo ato desse jogo.
13:17Uma candidatura totalmente fracassada à presidência da República,
13:21porque as pessoas acabam vendo que é oportunismo,
13:24você é candidato, depois quer ir para o outro,
13:25você quer usar qualquer cara como trampolim político.
13:28E acabou dando muito errado.
13:30Então, é preciso olhar de maneira estratégica qual é o candidato
13:35que consegue angariar o maior apoio de partidos políticos,
13:39se o governador Tarciso sai ou não sai à presidência da República,
13:44e tudo isso precisa ser feito de uma forma muito cuidadosa,
13:47para não mostrar que você quer atropelar a candidatura,
13:49que você já está considerando que o Tarciso está fora do governo do Estado de São Paulo.
13:52Não é nada disso.
13:53Tarciso é uma pessoa altamente calculista, pragmática,
13:57e está fazendo o conto o tempo inteiro,
13:59se vale a pena ou não sair do governo do Estado de São Paulo
14:02para disputar a presidência da República.
14:03Então, ainda tem muita água para rolar.
14:07E qualquer movimento precipitado,
14:09ao invés de fazer a candidatura crescer,
14:12faz com que ela diminua,
14:13porque mostra que a ambição pessoal está à frente
14:16de um desejo coletivo de transformar o seu nome