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No Check Up desta semana, o Dr. Cláudio Lottenberg conversa com a neurologista Dra. Polyana Piza sobre o Alzheimer. Eles abordam os primeiros sinais da doença, fatores de risco, prevenção e os avanços no diagnóstico e tratamento, trazendo informações essenciais para compreender melhor os impactos do Alzheimer na saúde e na qualidade de vida.

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Transcrição
00:00Em 1901, o neuropsiquiatra Alois Alzheimer conheceu Auguste Dieter, uma mulher que apresentava
00:10perda de memória progressiva, alucinações, dificuldades para se concentrar e crises de
00:16choro por horas durante a noite. O caso passou então a ser estudado pelo médico alemão que
00:21após a morte de Dieter, realizou a autópsia da paciente e encontrou anomalias em seu cérebro.
00:28O córtex cerebral atrófico, ou seja, estava mais fino que o normal. O acúmulo de placas
00:34e neurofilamentos foram fundamentais para a classificação da doença. Seis meses depois
00:40da morte de Auguste, o neuropsiquiatra apresentou durante uma conferência na Alemanha a descrição
00:47da demência que viria a ser chamada de mal de Alzheimer alguns anos depois por seu assistente
00:53de pesquisa, Emil Kraepelin. A Alois Alzheimer morreu em 1915, aos 51 anos, sem imaginar que
01:03a doença viria a afetar milhões de pessoas em todo o mundo.
01:07No check-up de hoje, o doutor Cláudio Lutenberg recebe a neurologista Poliana Pisa, gerente
01:12médica do Programa de Neurologia do Hospital Albert Einstein. Quais os fatores de risco?
01:17Quais as características diferenciam os estágios da doença? E quais são os medicamentos
01:23utilizados no tratamento? Fique ligado, o check-up já está no ar.
01:33O check-up de hoje fala a respeito de Alzheimer, uma doença que cada vez mais chama a atenção
01:45de todos nós, brasileiros e não brasileiros. E para conversar sobre isso, nós recebemos
01:51no dia de hoje a doutora Poliana Pisa. Poliana que é médica neurologista, gerente do Departamento
01:57de Neurologia do Hospital Israelita Albert Einstein. Mestre, doutora, com pós-graduação
02:02em Harvard, ela com certeza vai nos encanar sobre um assunto que nos é absolutamente fundamental.
02:08De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 2,7 milhões de pessoas no Brasil com 60
02:17anos ou mais vivem com demência. Deste total, 1,2 milhão são diagnosticadas com Alzheimer.
02:24Em todo o mundo, este número chega a 50 milhões, podendo alcançar a marca de 74 milhões em
02:312030 e 131 milhões em 2050, segundo as estimativas da Alzheimer's Disease International.
02:42Como você pode descrever os sinais dos sintomas do Alzheimer e como diferenciá-lo de outros
02:48tipos de demência?
02:50É muito importante conversar sobre isso, porque o Alzheimer não é a única demência,
02:54ela é a mais falada, ela é a mais comum. No nosso país, em que a gente tem vários desafios
02:59da parte de prevenção e manutenção do acompanhamento das doenças cerebrovasculares, ela não é
03:05a única que tem grande número. As demências cerebrovasculares também são altas no Brasil.
03:10Mas diferenciar uma da outra é muito importante em relação à parte clínica. A gente fala muito
03:16de memória, isso é o que chama mais a atenção das pessoas, mas a memória é uma das esferas
03:20da cognição. Então os sintomas iniciais não necessariamente estão relacionados à memória.
03:25Eles podem estar relacionados a planejamento, principalmente planejamento executivo, a pessoa
03:31conseguir fazer da agenda dela uma rotina que tenha sentido, então ela começa a se atrapalhar
03:37com essa possibilidade. Ela pode se atrapalhar na localização, então ela não tem mais
03:43aquele domínio sobre caminhos, lugares que ela costumava frequentar, ir para aqueles lugares
03:49de forma automática, como acontecia anteriormente. E é claro, a parte da memória, principalmente
03:54aquela memória mais recente. É muito fácil a gente resgatar a memória antiga porque
03:59ela já está armazenada, ela já está no lugar dela que foi adquirido há bastante
04:04tempo. O cérebro é um hardware, então ele tem um espaço a ser ocupado e com o passar
04:10do tempo esse espaço diminui. Eu resgato aquilo que já ocupou, mas para achar um lugarzinho
04:15para ocupar novamente é um desafio, principalmente para quem tem o Alzheimer. Então a memória recente,
04:21a localização, a linguagem começa a dificultar achar nomes, lembrar de nomes que a gente
04:28tinha facilidade, então a fluência da fala ela fica menor. E o comportamento? O Alzheimer
04:34tem uma relação grande com o comportamento, não é a única demência em que o comportamento
04:38está presente. A demência frontotemporal, o comportamento tem um pioneirismo grande,
04:43até maior que o Alzheimer. Mas é muito comum no início do Alzheimer as pessoas terem alguma
04:48coisa persecutória. Mexeram nas minhas coisas, pessoas que já são conhecidas, ah, foi lá
04:53pegou alguma coisa minha, ter essa ideação mais de que estão mexendo nas coisas dele.
04:59E inicialmente o paciente ele tem um insight de que aquilo está fora, que alguma coisa está
05:04errada, mas principalmente com uma reserva cognitiva grande, quando o paciente tem já
05:10uma facilidade, tem um nível escolar alto, ele vai driblando isso e fica difícil às vezes
05:15até do médico na primeira consulta perceber. E o Alzheimer tem várias fases? É possível
05:20que ele pare de progredir? Que ele pare de progredir é o nosso desejo principal, né? A gente
05:26tem tentado com as medicações e maneiras como a gente vai conversar, mas ele tem três
05:32fases principais. Ele tem uma fase que é uma fase leve, ele tem uma fase moderada e ele tem
05:38uma fase grave. O que diferencia essas três fases é o impacto que o Alzheimer traz no cotidiano
05:43da pessoa. Então quanto mais impacto e quanto mais tira dependência, maior é a gravidade
05:49ou ele passa para o estágio subsequente.
05:53Antes disso tudo acontecer, existe um marco importante, que é até importante a gente comentar
05:59para as pessoas, nem todas elas conhecem, que é o que a gente chama de CCL, que é o comprometimento
06:04cognitivo leve. Ele não é o Alzheimer, ele tem uma chance de não se tornar Alzheimer. Metade
06:10se torna e metade não. Esta fase do comprometimento cognitivo leve, lá atrás a gente não tratava,
06:16a gente observava. Hoje a gente começa a tratar nesta fase para que a gente tenha uma chance
06:21maior que não exista essa conversão. E quais são os tratamentos que nós dispomos?
06:26Qual é o arsenal, na verdade, que o médico tem para poder segurar o Alzheimer para que
06:32ele não possa progredir? A gente começou a ter um tratamento efetivo, né? Que a gente começou
06:37a perceber uma modificação, mesmo que mínima da doença, lá por volta de 1990, 91, 92,
06:44em que a gente aprovou uma medicação que altera, melhora a disponibilidade de um neurotransmissor
06:51chamado acetilcolina. Então, a primeira gama de tratamento que teve uma efetividade maior,
06:57ela é uma medicação que inibe uma enzima chamada acetilcolinesterase. Inibindo essa enzima,
07:03ela aumenta a disposição desse neurotransmissor na fenda sináptica. Isso faz com que as ligações
07:09entre os neurônios, elas melhorem. Então, a partir desse momento, a gente começou a ter um pequeno,
07:15mas um crescimento nessa área. E vieram outras medicações desta família de inibir a acetilcolinesterase.
07:22Isso perdurou até 2021. Então, a gente teve um gasto importante em pesquisa, mas que a maioria dos
07:28traios foram negativos. A gente teve mais de 140 traios nesse período que não resultaram em mudança
07:37na doença, na representação clínica da doença. A partir de 2020, a gente começa a ter, com descobertas
07:45novas, um outro foco de tratamento. E aí a gente começou a ter uma teoria, que a gente acredita hoje
07:51em parte dela, mas que existia um mecanismo numa proteína chamada beta-amiloide e essa proteína
07:59se acumularia no neurônio e ela formaria placas e essas placas impediriam o progresso ali da transmissão
08:06neuronal. E aí isso prejudicaria todas as funções cognitivas. Essa teoria amiloide, ela começou a desenvolver
08:13então as medicações focadas nessa placa amiloide. E aí a gente tem alguns tratamentos novos, um
08:21recentemente liberado pela Anvisa, que são os monoclonais que vão atingir essas placas.
08:30O anticorpo monoclonal, o que ele faz? Ele vai lá no receptor, ele é um anticorpo, aquele receptor avisa a
08:35defesa do sistema nervoso central, que a nossa são as micróglias. E aí essas micróglias começam a
08:42afagocitar essa placa e retirar essa placa. Isso trouxe um ânimo muito grande quando a gente começou a ver
08:47nas imagens que as placas começaram a sair. O problema é que não são só as placas. A placa, ela é quase
08:53o final ali do processo de adoecimento, não do paciente, mas de começar a manifestação clínica.
09:00Então tirar só as placas não é o suficiente. Então com esses monoclonais, a gente viu uma resposta melhor
09:07que o inibidor da cetilcolinesterase, mas ainda não o suficiente para a gente dizer que existe um
09:12grande impacto de reverter, modificador da doença.
09:16Esse é o termo que eu ia usar, porque normalmente em neurologia a gente vê que a reversibilidade
09:21nem sempre é fácil. Nós lidamos de oftalmologia muito com paralisia facial periférica.
09:27A gente espera, às vezes seis meses, os próprios quadros de AVC que acometem indiretamente
09:32as reas ópticas. Traduzido como a piora da visão, mas nós também temos um tempo em que pode recuperar.
09:38Será porque o Alzheimer seja algo mais crônico, que essa reversibilidade, ela é de menor chance
09:45do que nos quadros de acidente vascular?
09:48Perfeito. Porque o acidente vascular, ele é algo que está acontecendo de forma abrupta, aguda.
09:52Na grande maioria das vezes, o evento em si. O Alzheimer, ele é uma sucessão de fatores
09:59que culminam em uma alteração cognitiva. Porque são várias esférias cognitivas acometidas.
10:05A gente não tem um lugar específico, é difuso pelo cérebro. E essa teoria amiloide,
10:09por que a gente hoje acredita parte nela? Porque ela existe, ela está ali.
10:13A gente sabe que remover as placas existe em 20 a 30% uma melhora clínica
10:18quando a gente trata nas fases iniciais. Mas outras áreas estão envolvidas.
10:24Então, com o desenvolvimento das pesquisas, a gente sabe que a parte da diabetes,
10:28do metabolismo está bastante envolvido. A gente tem pesquisas com medicações da diabetes,
10:34as canetinhas emagrecedoras, que têm uma relação. Porque o metabolismo é importante.
10:39O estresse oxidativo é importante. A obesidade interfere. A diabetes interfere.
10:46São fatores de risco. Então, a gente precisa abordar essas outras esferas também.
10:50Agora, em 2025, a gente tem uma média de 130 trabalhos rodando pelo mundo
10:56para mecanismos que não são só o beta-amiloide.
10:59Mecanismos que vão agir na proteína tal, que é outra proteína que está relacionada
11:03intimamente com o Alzheimer. A gente tem nessa parte, dessa via de metabolismo
11:08glicogênico também. Então, uma combinação desses fatores, o que a gente acredita hoje,
11:14isso sim pode ser um futuro para uma resposta realmente animadora.
11:19Mas vamos falar alguma coisa sobre genética e também preferência em relação ao sexo masculino,
11:25sexo feminino. Você poderia me dizer alguma coisa disso em relação ao Alzheimer?
11:29Sim. Tem uma relação genética, sim. Tem pacientes, principalmente aqueles pacientes
11:35que têm uma forma genética de apoê, já intrínseca. Existe uma relação também genética
11:43com a parte cardiovascular. Os pacientes que são mais propensos à hipertensão, à diabetes,
11:49erros de metabolismo, isso também está relacionado. E na parte homem-mulher, ela é muito significativa.
11:55As mulheres, elas têm o dobro de chance de desenvolver Alzheimer comparado aos homens.
12:01A gente acredita que isso está muito relacionado ao hormônio, que é o que diferencia mais um do outro,
12:06mas também tem muita relação com a expectativa de vida. As mulheres, enquanto elas ainda não atingiram
12:11no global o nível de estresse masculino, de trabalho e tudo que a vida masculina sempre trouxe a mais,
12:18elas estão caminhando para serem próximas, mas ainda elas têm uma longevidade maior.
12:26E aí, por isso, como o Alzheimer é uma doença que está relacionada à idade, ela também aumenta muito
12:32exponencialmente a cada cinco anos, a partir dos 60 anos. Então, existe essa relação, sim.
12:37Você falou da utilização dos monoclonais e a Anvisa liberou o uso do Kizumla.
12:42Ele é indicado para todo e qualquer momento do Alzheimer ou existem condições
12:47nas quais as pessoas mais se desesperam e não vai ter efeito nenhum?
12:52Importantíssimo a gente colocar isso aqui no programa, Cláudio, porque não é para todas as pessoas.
12:57A efetividade dele, que gira em torno de 30% a 40%, quando a gente fala efetividade,
13:02a gente está falando clinicamente. Não é só ir lá e ver a imagem que melhorou muito,
13:06eu não tenho mais a placa. Mas o que isso repercutiu no dia a dia da pessoa?
13:09O que trouxe de qualidade para ela? Ela se tornou mais independente?
13:13Ela consegue fazer as coisas dela de uma forma mais parecida do que fazia antes?
13:18Então, isso aconteceu nessa faixa entre 20% e 30%, porém, em pacientes tratados no início dos sintomas.
13:27E quando a gente fala início dos sintomas, é quando o paciente não tem uma repercussão
13:31no cotidiano a ponto de ter um estágio maior do que o estágio leve.
13:35Então, quem que é o candidato a essa medicação, esse monoclonal, que tem o foco nessa placa amilóide,
13:42que é o Donanumab?
13:44As pessoas que têm ou CCL, o comprometimento cognitivo leve, quer dizer, não tem o diagnóstico de Alzheimer,
13:50ou aquelas que têm o diagnóstico com comprometimento leve, a fase 1.
13:54Você falou algo muito importante, que é bom, que aqueles que estão nos assistindo tenham um conhecimento, né?
14:00Porque o remédio, o tratamento, ele tem que se mostrar efetivo, agregando valor à vida,
14:06e não necessariamente algo que deve ser usado de forma indiscriminada.
14:11Mas falando sobre medicamentos, né? Quais são os outros medicamentos?
14:14Existe algo muito inovador que está por surgir, ou outros coadjuvantes?
14:19Sim. Nesses 140 trabalhos que estão rodando, 12 deles estão em fase 3.
14:24Quando a gente fala fase 3, é que eles estão quase prontos para virem, né?
14:28Em uma questão de 2, 3 anos, eles vão estar no mercado.
14:31Esses 12 medicamentos, eles abordam essas outras áreas que não só essa teoria beta-amiloide.
14:37Então, trabalhos que estão sendo positivos se relacionam a mexer na proteína tal e a mexer nesse estresse metabólico.
14:44E muitos deles combinando esses dois mecanismos.
14:48Da parte medicamentosa, isso é o que é mais promissor.
14:52Mas existem também muitas novidades nessa área que não são medicamentosas.
14:58E vamos, então, por esse lado, né?
15:00Porque as famílias estão nas suas casas.
15:02Aliás, a neurologia é um campo fantástico, né?
15:05Porque ela mistura uma série de entendimentos.
15:08É verdade? Neuroanatomia, neurofisiologia, a farmacologia que pode ser aplicada, o conhecimento.
15:14Isso é uma coisa maravilhosa, imaginologia.
15:17Alguns usam até filosofia para poder correlacionar com tudo isso, né?
15:21E dentro desse caminho da filosofia, existe alguma coisa que as famílias podem fazer em casa,
15:27no sentido de estimular os portadores de Alzheimer?
15:29Sim, e a gente precisa divulgar muito isso, porque são coisas simples e extremamente validadas cientificamente nos últimos cinco anos.
15:37Então, começou esse estudo e esse ânimo para esse lado não medicamentoso,
15:42quando eles fizeram na Alemanha, em Helsinki, um estudo chamado Fingers.
15:45Esse estudo Fingers, e ele fala Fingers porque são os cinco dedos da mão,
15:50ele coloca cinco atividades, cinco coisas diárias no cotidiano da pessoa que são capazes de mudar o curso da doença
15:57e silenciar aquele que tem o gênio.
16:01Então, você imagina, Cláudio, silenciar o gênio do Alzheimer.
16:03Quais são essas cinco coisas?
16:06Primeira coisa dela, espiritualidade.
16:09Independente de qual é a religião, mas você dedicar um momento real em que você acredita naquilo
16:16e se vê nesse cotidiano, coloca aquilo em você, traz aquilo como um propósito.
16:21Então, essa é a primeira coisa.
16:22Depois, atividade física.
16:24Atividade física regular, não é aquela do fim de semana, não é o futebolzinho no sábado.
16:29É uma atividade física, não precisa ser intensa, não tem que ter alto impacto,
16:33mas ela tem que ter uma rotina de 40 minutos, cinco vezes na semana, ou que está no trabalho.
16:39A outra é um treino cognitivo.
16:42Então, que você tenha um estímulo cerebral diário,
16:46que pode ser desde as palavras cruzadas, que a gente brinca,
16:49mas um hobby que seja cognitivo, uma leitura,
16:51mas aquilo que o seu cérebro seja constantemente estimulado.
16:55Importante também, alimentação.
16:57Cada vez mais a gente vai olhando o impacto que isso causa.
17:02E não é alimentação no sentido de ser gordo ou magro.
17:06É alimentação no sentido de aditivos.
17:08Então, você comer comidas de verdade, comidas que você abre menos pacotinho,
17:12que os nutricionistas gostam de falar.
17:14A alimentação muito importante.
17:17Então, se você juntar a espiritualidade,
17:19se você juntar o treino cognitivo, o exercício físico,
17:24a alimentação, você vai poder mudar a progressão ou mesmo mudar o surgimento da doença.
17:35E isso a gente consegue fazer em casa.
17:36Dentro do Fingers dos Cinco, você ter um convívio social, uma sociabilização.
17:44Então, estar enclausurado, estar fechado, e por isso que o impacto da pandemia,
17:47a gente viu acelerar esse processo em muitas pessoas,
17:51você precisa estar conversando, saindo, dividindo as coisas.
17:56São coisas simples.
17:58Então, o que você pode fazer em casa, que você consegue ir driblando toda essa manifestação,
18:04todo esse conjunto de fatores que entram no cérebro para culminar no Alzheimer.
18:09Acho muito interessante quando a doutora Apuliana fala a respeito da espiritualidade.
18:13Nós sabemos que existem hoje mecânicas de avaliação através de exames funcionais
18:20que são capazes de demonstrar justamente o quanto a espiritualidade desenvolve algumas áreas do cérebro.
18:28São coisas que ainda não têm resposta objetiva, mas não é porque não têm resposta que não existe.
18:34O que você acha que são os próximos passos no sentido de a gente poder trabalhar?
18:40Porque nós temos um Brasil que está envelhecendo, um mundo que as pessoas estão vivendo cada vez mais.
18:44Como é que a gente pode fazer um trabalho de conscientização para que as pessoas possam detectar o mais precocemente
18:50e certamente intervir e utilizar esses elementos que ajudam, além, logicamente, dos medicamentos?
18:57Isso é uma questão de saúde pública, né?
19:00A gente precisa e a gente gasta menos recurso fazendo o diagnóstico precoce
19:04e as medicações que a gente tem hoje, como essa que foi já chancelada pela Anvisa,
19:09mas as próximas também têm esse racional de que elas precisam ser diagnosticadas precocemente,
19:14senão a gente não consegue barrar a progressão da doença.
19:18E diagnosticar precocemente ou mesmo fazer uma política que previna a manifestação da doença é o caminho.
19:25Eu sou de uma época que as pessoas, quando tinham algum tipo de demência, alguma alteração, tipo Alzheimer,
19:32elas eram classificadas pelas famílias como portador de aterosclerose.
19:37E não vamos deixar de lado, não vamos falar, deixa ele falar o que ele quer.
19:41Hoje a gente fica a situação um pouco diferente.
19:43Os familiares que estão assistindo, como eles podem ajudar os seus parentes, os seus conhecidos, os seus amigos que têm Alzheimer?
19:50Duas coisas são muito importantes nesse contexto e o médico que acompanha o paciente, ele precisa estar muito atento a isso.
19:57A primeira coisa é esclarecer.
19:59Ninguém faz as coisas que a gente pede no consultório se não entenderam efetivamente qual é o propósito daquilo.
20:05Então o paciente, o familiar, tem o direito de entender o que está acontecendo.
20:09O que é o Alzheimer? Claro que na linguagem é acessível.
20:11Mas o que? O que está acontecendo no cérebro? Por que é importante fazer isso e aquilo?
20:15Quando ele entender essa dinâmica, ele vai cumprir.
20:18A família vai atrás, vai fazer as coisas.
20:21Então o entendimento.
20:22Depois, e isso é o meu dia a dia, quem cuida do paciente com Alzheimer precisa ser cuidado, no sentido de que ele é uma pessoa também.
20:32Não é fácil.
20:33É um trabalho de uma agenda grande, de estímulos, de coisas para melhorar, disso tudo que a gente conversou, de estimular o paciente.
20:42E muitas vezes esse trabalho, ele pode ser uma sobrecarga quando é uma pessoa só fazendo aquilo sozinha.
20:48E grande parte tem, se não a mesma idade do paciente.
20:52Então a gente precisa olhar para o cuidador e entender que ele precisa estar bem para fazer aquele trabalho.
20:58Então na consulta é importante que o cuidador entenda, olha, quando o paciente tem alguma coisa persecutória do comportamento,
21:05aquilo não é com você.
21:07Aquilo faz parte da manifestação da doença.
21:09A paciência vem desse entendimento.
21:12Quando o paciente tem alguma coisa que ele não quer fazer, alguma coisa que ele faz uma birra para estar ali, para ir no local, aquilo faz parte.
21:21Então a paciência, esse cuidado e a pessoa entender que ela é um ser humano e que tudo bem quando ela se sentir sobrecarregada,
21:29se afasta e volta para ter mais empatia, para ter...
21:33Porque o amor, ele não precisa da cognição.
21:36Então o paciente com Alzheimer, ele não precisa estar cognitivamente sadio para entender que ele é amado.
21:41Então isso precisa ser preservado também.
21:45Mitos e verdades
21:46Nós temos no nosso programa uma parte chamada Mitos e Verdades.
21:54E eu trago aqui algumas perguntas que eu quero rapidamente ver a sua opinião.
21:58Doenças cardiovasculares ajudam a desenvolver o Alzheimer?
22:02Sim, verdade.
22:04Hipertensão arterial sistêmica e diabetes, tabagismo e obesidade são fatores de risco importantes.
22:10Pancadas na cabeça, tem interferência no desenvolvimento do Alzheimer?
22:14Tem, verdade.
22:15Traumatismo craniano é um fator de risco importante.
22:18Pugilistas, futebol americano, eles aceleram esse processo.
22:22E a doença, ela impacta apenas o cérebro ou ela tem outros pontos de repercussão?
22:29Verdade também.
22:31Ela tem muitos outros pontos de repercussão.
22:33Ela traz ansiedade, ela traz depressão, ela traz uma dependência que não era do cotidiano do paciente,
22:42ela traz uma limitação física.
22:43Atividade física e alimentação?
22:45São imprescindíveis para o paciente melhorar ou até bloquear essa progressão.
22:53Poliana, absolutamente fascinante a nossa conversa e os achados e aquilo que você revela.
22:59Ficando a certeza que a gente vai ter que continuar.
23:02Obrigado por estar aqui comigo.
23:03Eu te agradeço.
23:05O nosso check-up de hoje, que fala sobre Alzheimer, fica por aqui.
23:08Eu conto com a presença de vocês na próxima semana, vamos voltar.
23:14E se você tiver dúvidas, sugestões, se quiser, na verdade, participar de alguma forma das pautas do nosso programa,
23:21escreva para mim no drclaudio.com.br
23:27No check-up de hoje, você viu
23:30A origem e descoberta do Alzheimer
23:33Os sintomas que diferenciam a doença de outras demências
23:37Meios para retardar a progressão da doença
23:40A maior incidência em mulheres
23:42E a importância do apoio familiar e suporte do ciclo social para garantir o bem-estar
23:48A opinião dos nossos comentaristas não reflete necessariamente a opinião do Grupo Jovem Pan de Comunicação
24:07Realização Jovem Pan
24:12Sistema das Muitas Astronomilhas
24:14E a importância do Grupo Jovem Pan
24:15A importância do Grupo Jovem Pan

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