O programa Fast News deste sábado (12) contou com a participação do coordenador do Observatório de Negócios Internacionais da PUC-PR João Alfredo Lopes Nyegray para comentar as repercussões que o novo tarifaço de Trump sobre o Brasil vão ter na economia.
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00:00O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, Apex Brasil, Jorge Viana,
00:06acredita que São Paulo vai ser o estado mais afetado pelo novo tarifácio de Trump.
00:11Assunto de Beatriz Manfredini.
00:14Exatamente. Viana deu as declarações depois de uma reunião com o presidente Lula, né,
00:19que convocou ministros e autoridades pra falar do tarifácio.
00:22E, de acordo com Viana, o Sudeste será a região mais afetada do país.
00:28Porque os quatro estados que aqui estão, eles são responsáveis pelo envio de 70% das exportações brasileiras aos Estados Unidos.
00:37Desses quatro estados, o de São Paulo é realmente o mais afetado.
00:41Por isso, Jorge Viana, inclusive, ressaltou a importância de uma conversa e uma atividade unida entre o governo federal e o governo do estado de São Paulo.
00:53Apesar disso, relembro, Tarcísio já disse que acionou a Embaixada dos Estados Unidos por meio da própria gestão estadual,
01:00mas que não pretende conversar sobre o assunto com o governo federal.
01:04Mas Jorge Viana destacou, então, que isso seria importante, uma vez que o estado de São Paulo é exatamente o mais afetado.
01:11Ele disse ainda que vão abrir conversas com a Embraer sobre o assunto.
01:16O próprio governador do estado, Tarcísio de Freitas, diz que a Embraer seria uma das empresas mais afetadas aqui por esse tarifácio.
01:23Mas, por outro lado, apesar da preocupação, Jorge Viana tem dito que acha possível reverter a situação antes do dia 1º de agosto,
01:31que é o dia em que essas tarifas começam, então, a ser aplicadas.
01:35E isso, realmente, se o governo brasileiro não conseguir abrir um diálogo ali com o governo norte-americano.
01:40Jorge Viana, então, acredita que isso vai ser possível, diz que Lula está aberto ao diálogo
01:45e que a lei ali da reciprocidade de devolver os impostos na mesma moeda, digamos assim, só será acionada em último caso.
01:54A gente tem o posicionamento de algumas entidades que também têm demonstrado preocupação com esses impostos,
01:59como, por exemplo, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo,
02:03diz que está preocupada e que a medida é injustificada,
02:06já que os Estados Unidos têm se beneficiado da relação econômica com o Brasil nos últimos 10 anos.
02:11Eles dizem que teve um superávit em favor dos norte-americanos de 51 bilhões de dólares,
02:17com base no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços,
02:21e também da Associação Brasileira da Indústria de Café.
02:23Também demonstrou preocupação,
02:26falou que o tarifácio representa um grave retrocesso
02:29nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos
02:32e pediu atuação estratégica, firme e diplomática por parte do Brasil.
02:38Para a gente aprofundar mais o tema,
02:40conversamos agora com o coordenador do Observatório de Negócios Internacionais da PUC do Paraná,
02:45João Alfredo Lopes Niegrai.
02:47Professor, muito obrigado por atender a Jovem Pan.
02:49Boa tarde.
02:51Boa tarde, Nonato.
02:52Boa tarde.
02:53Super especial aos espectadores aqui do Fashion News.
02:55Bom, fomos afetados aí pela tarifação do Donald Trump,
02:59assim como vários outros países.
03:02A nossa, 50%.
03:03Professor, o senhor vê justificativa econômica para isso ou não exatamente?
03:09De forma alguma, não há justificativa no Brasil ter sido o país mais taxado.
03:15Nós tivemos recentemente, horas atrás,
03:19a tarifação anunciada de outros 30% para México, Canadá e União Europeia,
03:24e a questão é que de todos esses países,
03:27o Brasil é o único que é deficitário no comércio com os Estados Unidos.
03:31Ou seja, nós somos o único país taxado, e o país mais taxado,
03:35que mais compra dos Estados Unidos do que vende para lá.
03:40E por isso, essas alegações do Donald Trump,
03:42elas simplesmente não fazem sentido do ponto de vista econômico.
03:46Só no ano de 2024, nós compramos dos Estados Unidos mais de 40 bilhões de dólares,
03:53o que mostra é que isso realmente não tem um sentido econômico.
03:57E aí há outras especulações, como vem sendo amplamente repercutido,
04:03de que essas tarifas, elas acabam tendo um caráter muito mais político,
04:08em virtude do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro,
04:11do que economicamente, de fato.
04:14Professor, são vários setores preocupados com isso.
04:16Nós já ouvimos CNI preocupada, Firjan, Fieng, que é lá de Minas Gerais,
04:21Federação das Indústrias também, setor do agronegócio,
04:25mostrando preocupação com esse cenário,
04:27em virtude das exportações também que são feitas para o território americano.
04:31Isso teria um peso muito grande na nossa economia,
04:34ou nós teríamos condições de buscar outros mercados para tentar suprir isso?
04:39Com certeza, caso essas tarifas entrem efetivamente em vigor,
04:46isso vai afetar a economia brasileira,
04:48e especialmente o Estado de São Paulo,
04:50em virtude da sua maior industrialização.
04:53Em internacionalização, não é assim tão fácil
04:56nós buscarmos outros mercados para esses produtos,
04:59porque é muito difícil, senão impossível internacionalizar,
05:04sem efetuar adaptações em vários produtos.
05:07No caso das carnes, por exemplo, são cortes diferentes,