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Os Estados Unidos confirmaram tarifas de 35% sobre exportações do Canadá, com a Casa Branca justificando a medida pela entrada de fentanil no país. A política tarifária de Donald Trump sobre produtos brasileiros, também pode impactar o agro brasileiro.

O professor de relações internacionais, Marcus Vinícius de Freitas alerta que a inconstância das decisões de Trump prejudica não só o comércio global, mas também o desenvolvimento econômico americano.

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Transcrição
00:00Só que o Brasil não foi o único país que recebeu os anúncios das tarifas dos Estados Unidos nesses últimos dias, não.
00:06O vizinho Canadá foi taxado em 35% pelo governo americano, que cita os problemas envolvendo a entrada de fentanil.
00:15Também uma outra bravata. O governo canadense comprovou com números que a entrada de fentanil pela fronteira norte é ínfima.
00:22Quem também recebeu tarifas bem altas foi a Mianmar, que está aqui atrás de um com 40%.
00:27O governo militar disse que pode enviar uma delegação para Washington na próxima semana para tratar do assunto com os americanos
00:34e pode até mesmo cortar as taxas para os produtos dos Estados Unidos para algo entre 0% a 10%.
00:42Japão e Coreia do Sul, dois parceiros asiáticos muito ligados ao setor de automóveis e de tecnologia, receberam tarifas de 25%,
00:52mas estão em negociações com a Casa Branca. E produtos específicos também foram taxados.
00:57Nesse caso, o cobre, que recebeu uma tarifa de 50% para importação e está ligado muito a veículos elétricos,
01:05equipamentos militares, semicondutores, eletrodomésticos.
01:10Quem sai mais prejudicado com essa tarifa contra o cobre?
01:13Definitivamente é o Chile, que vende mais de 600 mil toneladas por ano de cobre para os Estados Unidos.
01:19Em segundo lugar, o Canadá, com cerca de 150 mil toneladas, seguido pelo Peru, a República Democrática do Congo,
01:27lá no centro da África, e também o México.
01:30Para falar mais sobre esse assunto, a gente recebe o professor de Relações Internacionais,
01:34Marcos Vinícius de Freitas.
01:37Atendeu o nosso chamado da semana passada, né, professor?
01:39A gente falou, quando você voltar de Pequim, por favor, já deixa a passagem comprada aqui para São Paulo,
01:45porque nós contamos com a sua presença e você voltou mesmo, não é isso?
01:49Foi um voo rápido.
01:50Foi um voo bem rápido.
01:52Professor, seja muito bem-vindo ao JP Internacional.
01:56Olha, é uma semana muito cheia envolvendo essa questão das tarifas.
01:59Trump ainda afirmou que os outros países que ainda não receberam as cartas tarifárias
02:03devem ser taxados entre 15% a 20%, aproximadamente.
02:09Agora, a gente já vem falando da questão das tarifas há algum tempo,
02:13envolvendo o Donald Trump, desde que ele voltou à Casa Branca.
02:15Porque isso é uma promessa de campanha dele.
02:17E dos reflexos internos que isso causa nos Estados Unidos,
02:21o primeiro impacto mais claro é o da inflação.
02:24Trump já tinha adiado as tarifas uma vez.
02:27Agora ele está dizendo que vai implantar tudo a partir de 1º de agosto,
02:30está dando até uma margem para a negociação.
02:33Existe a possibilidade de Trump voltar atrás mais uma vez na questão das tarifas?
02:38Fabrício, o problema todo gira em torno do fato de que ele havia prometido
02:43em 90 dias, 90 negociações e 90 acordos.
02:48Não saíram dois.
02:49Então, o que você nota é que toda aquela ameaça do presidente Donald Trump,
02:54tudo aquilo que ele falou com relação à sua capacidade de convencer os países,
03:00a vassalagem que ele esperava que houvesse em muitos casos, não aconteceu.
03:04E é por essa razão que ele começou a emitir essa série de cartas,
03:07até no caso brasileiro, com vários equívocos,
03:10porque quando você lê a carta, a impressão que se tem é de que o governo brasileiro
03:13é superavitário com relação aos Estados Unidos, o que não é o caso.
03:17Então, o que a gente nota é que existe aí um presidente que está tomando uma série de medidas
03:23sem levar em consideração o custo que ele cria toda vez que adota uma medida
03:29que não é dentro daquilo que as pessoas esperam, no sentido de ter estabilidade.
03:34Porque tudo isso começou com uma história.
03:36Primeiro era a reindustrialização dos Estados Unidos,
03:39depois era a punição da China,
03:41depois era balancear o comércio internacional dos Estados Unidos.
03:46Ao final das contas, ninguém sabe qual é o objetivo efetivo dessas medidas que Trump está tomando.
03:51Agora, a gente tem aqui uma questão muito importante,
03:55que ele está promovendo essa guerra comercial,
03:57e no caso brasileiro, ele está falando para o presidente Lula,
04:01e na carta que ele escreveu, ele deixou muito claro essa questão de uma perseguição
04:05ao ex-presidente Jair Bolsonaro, pedindo o fim do julgamento.
04:09A gente sabe que os poderes aqui no Brasil são independentes.
04:12O executivo não tem autoridade sobre o judiciário,
04:16o judiciário não tem autoridade sobre o legislativo,
04:18e por aí vai essa sequência infinita.
04:22Qual que é o objetivo de Trump aqui nesse momento,
04:25quando ele fala exatamente sobre o fim do julgamento a Jair Bolsonaro?
04:28Ele não está passando do limite como chefe de Estado,
04:31querendo ingerir na justiça brasileira?
04:33E a impressão daqueles que apoiam esse tipo de medida
04:36é de que o Brasil é uma república de bananas.
04:39Até porque os Estados Unidos, em algum sentido,
04:42têm se transformado nessa situação,
04:45justamente nessa instabilidade criada pelos constantes decretos do presidente Trump.
04:49Mas o fato é de que existe aí uma ingerência,
04:52até eu escrevi recentemente um artigo sobre isso,
04:55dizendo que a impressão que se tem é que Trump é o imperador,
04:57estabeleceu um édito a partir de Washington que o Brasil precisa cumprir.
05:02E, obviamente, que isso passa por uma situação doméstica.
05:05Claro que nós sabemos de todos os problemas que existem no Brasil,
05:08tanto na questão do Supremo Tribunal Federal como no Poder Executivo,
05:12mas isso é um assunto que precisa ser resolvido domesticamente,
05:14porque, senão, você passa a ter o presidente de um país
05:17determinando o que os outros vão fazer.
05:19Quando é um país pequeno, você até poderia admitir esse tipo de situação
05:24justamente por falta de capacidade de criar um instrumento nacional
05:30para resolver esse tipo de problema.
05:32Mas, no caso de um país que tem instituições,
05:36embora falhas, mas que tem instituições,
05:38é uma situação um pouco complicada.
05:41E, se o Brasil cumprisse, aí sim que nós estaríamos muito mais evidentes
05:46como uma república de bananas.
05:48Se alguém manda em Washington, nós somos obrigados a cumprir.
05:51Agora, chama muito a atenção também o timing dessa carta enviada por Donald Trump
05:55logo na sequência da reunião dos BRICS,
05:57que foi justamente aqui no Brasil, no Rio de Janeiro,
06:00para ser mais específico, onde o Brasil falou abertamente
06:02sobre uma moeda em comum que não seja o dólar
06:05para negociar com a China, para negociar com outros países.
06:10Uma análise que tem sido feita é de que essa mensagem
06:13que Trump passou ao Brasil, na verdade,
06:15foi passada para países que estão considerando
06:18integrar os BRICS daqui para frente.
06:20Você compartilha dessa opinião?
06:22O que você pensa em relação a isso, professor?
06:24Na minha opinião, essa foi a melhor coisa que Trump poderia fazer para os BRICS.
06:29Eu já disse, eu acho que uma conversa com você,
06:31que hoje em dia os chineses consideram o Donald Trump
06:33o melhor presidente que a China poderia ter eleito,
06:35justamente pelas medidas que ele vem tomando ao longo do prazo.
06:39E, com certeza, havia toda uma série de analistas falando contra o BRICS,
06:45mas o BRICS é uma nova realidade de governança global.
06:49Ele tem ali economias em evolução, em crescimento,
06:52e que é extremamente importante nesse processo todo
06:54para a evolução internacional.
06:56Então, eu acho que a medida do Trump fez uma coisa muito importante
07:02nesse processo todo.
07:03Para aqueles que acham que a subserviência aos Estados Unidos,
07:07a União Europeia é o que vai resolver os problemas do Brasil,
07:09ficou muito claro que, com uma canetada,
07:12essa situação de qualquer acordo preferencial inexiste.
07:16Até porque, mesmo o Japão, que você mencionou, e a Coreia,
07:19que foram os primeiros a negociar,
07:21estão sofrendo justamente pela falta de garantias e de estabilidade
07:26por parte das medidas adotadas por Trump.
07:28Então, é o momento de os economistas brasileiros,
07:31eu sempre falo isso,
07:33começarem a estudar a China a partir do modelo chinês,
07:37parar de olhar para a China,
07:38lendo o livro dos Estados Unidos e da Europa.
07:41E também é o momento de os brasileiros entenderem
07:44que o crescimento global, hoje em dia, se dá na Ásia,
07:47não mais na Europa e nem nos Estados Unidos.
07:49O senhor conhece muito bem a China,
07:51todos os BRICS ali, todos os integrantes dos BRICS.
07:55Há mercado por ali para suprir uma eventual ausência
07:59dos Estados Unidos nas negociações?
08:01Ausência não, mas uma diminuição do comércio com os Estados Unidos.
08:05Ele pode ser resolvido através dos BRICS?
08:07Fabrício, eu sempre digo uma coisa,
08:10todo brasileiro deveria acender uma vela de sete dias
08:14para a China continuar crescendo economicamente,
08:16por uma única razão.
08:18Hoje em dia, a China tem uma renda per capita de 12, 13 mil dólares.
08:21O objetivo é que em 2049,
08:23quando a República Popular da China completar 100 anos,
08:26essa renda per capita atinja 20 a 25 mil dólares.
08:30Em toda a China.
08:31Existem partes da China que têm renda per capita
08:33de mais de 40 mil dólares,
08:35superior a países europeus.
08:36Agora, imagine o seguinte,
08:38a quantidade de oportunidades
08:40que uma China economicamente rica
08:43pode criar para o Brasil,
08:45que é um fornecedor de produtos importantes.
08:48Claro que cabe aí nós agregarmos mais valor
08:50aos produtos que nós exportamos para a China,
08:53mas se nós crescermos junto e acompanharmos isso,
08:56para o Brasil será uma das grandes coisas
08:58o que favorecerá com que o país cresça e se desenvolva mais.
09:02Perfeito.

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