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Transcrição
00:00E ao contrário do que muitos imaginam, o período mais crítico para a vida na Terra
00:05não foi a queda do asteroide que extinguiu os dinossauros.
00:10Vamos agora voltar no tempo para entender melhor o passado do nosso planeta. Vamos!
00:21Cerca de 252 milhões de anos atrás, a Terra passou pela maior extinção em massa da história.
00:30Conhecido como a Grande Morte ou Extinção do Permiano Triássico, o evento aniquilou 94% das espécies marinhas
00:39e 70% dos vertebrados terrestres. As florestas tropicais que ajudavam a equilibrar o clima global
00:46também foram significativamente destruídas. O episódio foi causado por um aquecimento extremo do planeta,
00:53provocado pela liberação de gases do efeito estufa por uma série de erupções vulcânicas gigantescas
01:00na região onde atualmente é a Sibéria. As monstruosas erupções lançaram enormes quantidades de lava e gás carbônico,
01:08alterando drasticamente a atmosfera. O dióxido de carbono emitido aquecia o planeta de forma intensa e rápida.
01:16Em poucos milhares de anos, a temperatura terrestre subiu entre 6 e 10 graus centígrados,
01:23o que tornou a sobrevivência de muitas espécies impossível.
01:27Esse aumento de temperatura criou um estado de superestufa,
01:31com temperaturas médias nos trópicos acima de 34 graus centígrados,
01:36cerca de 8 graus a mais do que temos hoje.
01:39Esse cenário extremo durou cerca de 5 milhões de anos. Um dos principais mistérios era entender
01:45por que o planeta permaneceu tão quente por tanto tempo, mesmo após o fim das erupções.
01:52Um estudo recém-publicado na revista Nature Communications oferece uma resposta para esse enigma.
01:58Os autores analisaram fósseis de plantas de várias regiões do globo,
02:02desde zonas áridas até florestas tropicais, para entender como os biomas mudaram antes,
02:08durante e depois da extinção.
02:12A principal conclusão foi que o aquecimento foi tão rápido que exterminou grande parte
02:17da vegetação tropical e subtropical, especialmente as florestas que absorviam o gás carbônico da atmosfera.
02:24Com menos plantas para capturar o CO2, o ciclo desse gás ficou desequilibrado.
02:30Antes do evento, havia muitas florestas e áreas úmidas perto do Equador,
02:35e elas agiam como filtros naturais de carbono.
02:38Após o desastre, esses biomas desapareceram completamente, criando um hiato nos registros geológicos.
02:46A vegetação que restou era composta por pequenas plantas de até 20 centímetros,
02:51com baixa capacidade de absorção.
02:54As poucas áreas em que plantas maiores sobreviveram estavam nos polos,
02:59ou em regiões mais frias e elevadas.
03:01No decorrer do processo, as plantas conseguiram se adaptar e recolonizar várias partes do planeta.
03:08No entanto, as novas espécies que surgiram tinham menor eficiência em capturar o dióxido de carbono atmosférico,
03:15o que ajudou a manter o estado de superaquecimento por milhões de anos.
03:20A terra só começou a esfriar quando a vegetação tropical voltou a se estabelecer em maior escala,
03:27permitindo a retomada do ciclo natural.
03:30O estudo reforça a importância das florestas tropicais e subtropicais na regulação do clima global.
03:36Elas atuam como grandes esponjas de carbono, ajudando a manter a estabilidade do planeta.
03:42A perda acelerada dessas florestas pode levar a um novo ponto de inflexão,
03:47tornando as mudanças climáticas ainda mais difíceis de reverter.
03:52Proteger essas regiões é essencial para evitar um futuro semelhante ao da superestufa do passado.

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