Segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil deve ocupar a 87ª posição no ranking global de PIB per capita em paridade de poder de compra (PPC) em 2025, e pode cair para a 89ª até o fim da década. No início dos anos 2010, o país ocupava a 80ª colocação, e agora se aproxima da metade inferior da lista, ficando a apenas nove posições dos 50% com pior desempenho. Apresentador: André Marinho Comentaristas: David de Tarso, Jess Peixoto e Monica Rosenberg
Assista ao Morning Show completo: https://youtube.com/live/GnBVXALdtxk
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Baixe o AppNews Jovem Pan na Google Play: https://bit.ly/2KRm8OJ
Baixe o AppNews Jovem Pan na App Store: https://apple.co/3rSwBdh
Inscreva-se no nosso canal: https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
00:00Um novo levantamento pessoal que aponta que o Brasil está cada vez mais próximo de integrar o grupo da metade mais pobre do planeta.
00:08É, meus amigos, o motivo apontado, o motivo principal destacado está na estagnação da renda da população mais humilde.
00:15David, que levantamento é esse e o que a gente pode extrair dele, pelo menos por enquanto?
00:19É, o levantamento foi divulgado pelo Global Tax Justice, revela que o Brasil está a um passo de entrar na lista dos 50% mais pobres do mundo em termos de distribuição de renda.
00:33Segundo os dados, a renda média dos 50% mais pobres no país é de cerca de 500 reais por mês, valor inferior ao de países com economias bem menores, como Índia e Indonésia.
00:45Então, causa bastante preocupação, porque essa disparidade realmente tem preocupado bastante e a gente pode, então, integrar a lista desses países.
00:53Bom, o problema com o previsível e com o óbvio é que ele acaba se concretizando sempre, né, Mônica Rosenberg?
00:59Década perdida, atrás de década perdida, há pelo menos quatro décadas com crescimento nulo ou pífio, é natural que essa estagnação aconteça
01:06e que qualquer perspectiva duradoura de inclusão econômica e ascensão social simplesmente pare de existir, né?
01:14É exatamente isso, Marinho. Nós temos uma taxa de juros de 15%.
01:19Todos os países do mundo praticam uma taxa de juros que é entre 0,5% e 2% de juros real.
01:26É impossível você ter crescimento num país onde a taxa de juros real é acima de 10%.
01:31Então, não adianta achar que com essa taxa de juros, por mais que a gente possa entender que inflação é um fator de aumento da desigualdade
01:39e que os juros poderiam bater a inflação, infelizmente hoje no Brasil os juros já se tornaram nocivos.
01:46É uma doença que nós temos, precisa baixar esses juros e não vai ter crescimento enquanto a taxa estiver nessa altura.
01:51É, ou a situação só vai piorar se as reformas econômicas estruturantes e administrativas urgentes realmente não saiam do papel
01:57e fiquem só ali, enfim, escanteado em Brasília como se fosse uma tentativa ali de alguma forma desidratar ou destruir o Estado brasileiro por dentro.
02:07Mas aqui está o resultado flagrante para qualquer um que quiser ver.
02:11E acredite se quiser, mas dá para piorar. Acredite, dá para piorar.
02:14E um dos sintomas desse câncer econômico que o Brasil vem sendo assolado, Jess Peixoto, é o fato que a poupança,
02:21que é muito popular aqui no Brasil, um dos principais instrumentos financeiros aqui, queridos pela massa do povo brasileiro,
02:28quase um quarto dos investidores brasileiros aplicaram nela.
02:32Mas o primeiro semestre de 2025 teve mais retiradas do que depósitos, ou seja, mais dinheiro saindo do que entrando.
02:38O que isso revela para você, Jess?
02:39Isso revela um momento econômico complicado e de possível endividamento, né André?
02:45Quando a gente olha para esse primeiro semestre, foram cerca de 50 bilhões que foram retirados das poupanças pelos brasileiros.
02:54E das variadas histórias que levam a isso, muitas delas estão ligadas a um custo de vida mais caro,
03:00a uma situação econômica que não está tão favorável e por isso eles tiram aquilo que é visto quase como uma reserva.
03:08A poupança, ela é muito mais uma reserva de recursos do que o melhor dos investimentos possíveis,
03:15embora seja muito comum aqui dentro do Brasil.
03:17Então as pessoas reservam esse dinheiro para emergências, as pessoas muitas vezes reservam para comprar um carro,
03:23para comprar uma casa, para determinados aportes que eles querem fazer.
03:27E num momento como esse, em que a gente está tendo muito mais saque do que depósito,
03:32isso mostra que as pessoas estão tirando essas reservas para as mais variadas questões.
03:36Concomitante a isso, com o aumento do custo de vida, com o crescimento da inflação, com os juros também muito altos,
03:44a realidade é que muitas dessas pessoas elas estão deixando de poupar.
03:48O Brasil não é um país de cultura de poupança.
03:51Quando a gente compara com países como, por exemplo, que tem isso culturalmente muito inserido,
03:55como a Alemanha, por exemplo, que tem uma cultura de poupança muito alta,
03:58o Brasil não tem essa cultura tão alta.
04:00Mas a realidade é que nesse primeiro semestre desse ano, isso se mostrou ainda mais drástico.
04:06Porque as pessoas estão tirando dinheiro, as pessoas não estão fazendo os depósitos,
04:09as pessoas elas estão com essa dificuldade.
04:12O que que explica isso?
04:13Na minha visão o que explica isso?
04:14É o endividamento, o custo de vida mais alto e as dificuldades que o momento de hoje está cobrando ao brasileiro.
04:20E tem a questão da taxa de juros alta, é que as pessoas saem da poupança para outros investimentos.
04:25E por que que isso é um problema?
04:26Não só o diagnóstico da Jessica, o pessoal está passando fome, mas também um país que tem pouca poupança,
04:33a poupança é investimento em crédito imobiliário.
04:36O dinheiro da poupança vai para o crédito imobiliário, que gera novos empregos,
04:40porque é na indústria do imobiliário que se faz aquele emprego menos qualificado, de pião de obra mesmo.
04:46Então quando a poupança está baixa, falta emprego.
04:50E é por isso que já há medidas para fortalecer a poupança, para ter mais renda,
04:54para que as pessoas voltem a investir em poupança e não em outras coisas.
04:57É, que é uma economia doente, os sinais estão visíveis, ninguém há de negar, mas está aqui.
05:02Pelo menos a gente fez o diagnóstico aqui e torcer para que um dia esse estado de coisas possa ser revertido minimamente.
