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: As principais notícias sobre o agronegócio, os índices do setor agrícola e informações sobre a vida no campo, além de reportagens especiais.

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00:00:00Bom dia!
00:00:10Bom dia!
00:00:11Uma mudança de hábito que levou a uma mudança no campo.
00:00:15O Globo Rural de hoje fala sobre batata doce.
00:00:18Um cultivo que cresceu muito nos últimos anos graças à busca por uma alimentação mais saudável.
00:00:24Você vai conhecer pioneiros nesse cultivo, que antes era só para uso da casa.
00:00:31Antigamente ela não era conhecida e quase ninguém comia.
00:00:34Demorou, demorou uns 15 anos.
00:00:38O estado de São Paulo é o segundo maior produtor de batata doce do país.
00:00:43Aqui no Oeste Paulista a gente mostra os avanços na cultura.
00:00:48Equipamentos que facilitam o cultivo.
00:00:51Pesquisas para garantir mudas saudáveis.
00:00:53E a diversificação nos usos.
00:00:56O serviço que eu mais amo é plantar batata.
00:00:58É motivo de orgulho mesmo.
00:01:01E tem muito mais no programa de hoje.
00:01:03Novo Plano Safra vem com juros mais altos para médios e grandes produtores.
00:01:08Para a agricultura familiar, a taxa se manteve em 3%.
00:01:12Produtores de Mato Grosso enfrentam dificuldades para colher o milho segunda safra.
00:01:18Por causa do período chuvoso prolongado.
00:01:20Pé de café com as folhas avermelhadas.
00:01:24Por que isso acontece?
00:01:26Em Goiás, uma tradição que atravessa séculos.
00:01:30A romaria de carros de moito.
00:01:31A gente começa pelo Plano Safra, que foi notícia na semana.
00:01:55O governo anunciou os detalhes do programa de crédito rural.
00:01:58Os juros estão mais caros para parte dos produtores.
00:02:03O cronograma para a próxima safra já está pronto.
00:02:07A gente está colhendo tomate, batata.
00:02:10Daqui a uns dias a gente entra no feijão.
00:02:12E daí começa todo o planejamento para a safra de verão.
00:02:15Soja, milho-semente e arroz.
00:02:17O seu Ademir cultiva 2.700 hectares de grãos e hortaliças em Cristalina, Goiás.
00:02:24Para fazer a safra acontecer, vai precisar de um empréstimo para bancar 30% dos gastos com a lavoura.
00:02:30A gente precisa de recursos para comprar produtos antecipados, que a gente vai usar muitas vezes seis, sete, oito meses depois.
00:02:39Então, o custo do dinheiro impacta diretamente na atividade.
00:02:42Para financiar a safra 2025-2026, o governo federal vai destinar 516 bilhões de reais.
00:02:511,5% a mais do que na temporada passada.
00:02:55Para custeio e comercialização, serão quase 415 bilhões de reais.
00:03:00Para investimento, 101 bilhões.
00:03:02Mas os médios e grandes produtores, como o seu Ademir, que precisam desse dinheiro,
00:03:07vão pagar mais caro pelo empréstimo para financiar a próxima safra.
00:03:11Para eles, todas as taxas de juros subiram em média 2 pontos percentuais em relação ao ano passado.
00:03:19Ficou assim, para os médios, 10% ao ano.
00:03:22Para os grandes, 14%.
00:03:24Os juros mais altos significam mais dificuldade de aquisição de insumos,
00:03:29insumos mais caros, uma margem menor e, por consequência, uma diminuição na rentabilidade.
00:03:38Em alguns casos, de algumas culturas, até uma perda de rentabilidade.
00:03:42A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil critica o volume de dinheiro anunciado para o plano
00:03:48e o aumento das taxas de juros.
00:03:51Nós temos, nesse momento, um incremento nos cursos de produção, puxado pelo menos para os fertilizantes,
00:03:55em função dessa crise internacional que a gente tem visto, da geopolítica.
00:03:58Está aumentando o custo de frete, aumentando o combustível, aumentando, enfim, tudo aquilo que o produtor usa.
00:04:03Então, é um cenário muito mais desafiador que nós tínhamos no ano anterior.
00:04:07O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, admite que as taxas ficaram acima do desejado para os médios e grandes produtores.
00:04:14Mas, ainda assim, abaixo da Selic, a taxa básica de juros do país, que está em 15% ao ano.
00:04:21O produtor que vai pegar uma linha de crédito a 10% ao ano,
00:04:26um juros de mercado que parte da taxa básica de juros de 15% vai chegar a 18%, 19%, 20%, é metade.
00:04:34É bastante caro. A gente não quer isso.
00:04:37Mas o governo está se esforçando para oferecer o que tem de melhor para os produtores brasileiros.
00:04:43Já para a agricultura familiar, o governo federal vai manter os juros em 3% ao ano.
00:04:48E isso para quem produz alimentos da cesta básica, como arroz, feijão, mandioca, ovos e leite.
00:04:54A taxa cai para 2% quando o cultivo é orgânico ou em agrofloresta, que agrupa várias culturas no mesmo espaço.
00:05:02No total, serão R$ 89 bilhões para os pequenos agricultores, 3% a mais do que o volume destinado na safra passada.
00:05:11A CONTAG, entidade que representa os trabalhadores da agricultura familiar,
00:05:16considera o valor suficiente e as taxas de juros acessíveis,
00:05:19mas critica a dificuldade para o pequeno produtor acessar esse dinheiro.
00:05:25O que a gente avalia de mais estratégico é fazer com que os bancos,
00:05:29eles consigam de fato operacionalizar esse recurso que foi disponibilizado.
00:05:35Foi assim com a Edileuza, que cultiva banana no Distrito Federal.
00:05:39Ela conta que já tentou pegar recursos do governo federal 3 vezes e nunca conseguiu.
00:05:44Muitas vezes a gente entra com a documentação, só que assim é barrado,
00:05:51porque nós não temos a titularidade das nossas propriedades.
00:05:55Nós não temos a garantia para o banco.
00:06:00Então isso é um empecilho.
00:06:02O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira,
00:06:05disse que está trabalhando para que o dinheiro chegue a quem realmente precisa.
00:06:09Nós estamos agora chamando os bancos e fazendo um debate com eles sobre o programa,
00:06:16porque muito do que é exigido é desnecessário, não precisava exigir.
00:06:20E é por isso que a gente quer desburocratizar ainda mais o programa,
00:06:24mas traduzir isso para o gerente.
00:06:28Falta anunciar o valor do seguro rural.
00:06:31O Ministério da Agricultura disse que vai reformular o programa nos próximos meses.
00:06:35A colheita do milho está atrasada em Mato Grosso.
00:06:39O clima não tem colaborado com os produtores de lá.
00:06:43Quando o tempo ajuda, a máquina trabalha na fazenda do Sidney,
00:06:48em Sorriso, Médio Norte de Mato Grosso.
00:06:51São 460 hectares de milho.
00:06:55A expectativa é colher, em média, 150 sacas por hectare,
00:07:009% a mais que no ciclo anterior.
00:07:03Os dias a mais de chuva contribuíram para o bom desenvolvimento do milho.
00:07:08Por outro lado, a estiagem já deveria ter começado de volta.
00:07:14Os dias de sol ainda estão irregulares.
00:07:17Com o solo e as espigas úmidos, não é todo dia que a colheitadeira trabalha.
00:07:23A consequência disso é atraso.
00:07:27Até o fim de junho, os produtores tinham colhido 27% da área plantada no estado.
00:07:33Contra 62% na mesma época do ano passado.
00:07:38Atrasa, né? Você tem uns contratos para cumprir, né?
00:07:41Às vezes você quer vender logo, fazer, gerar o dinheiro, então você tem que vender rápido.
00:07:46Então, só mais nessa questão aí mesmo.
00:07:48Apesar da dificuldade inicial, a produtividade média em Mato Grosso deve ficar quase 2% acima do resultado alcançado na última temporada.
00:08:00A produção estimada é de 50 milhões de toneladas, alta de quase 7% em relação à safra anterior.
00:08:09Mas, para isso, o tempo tem que ajudar.
00:08:13Em Pernambuco, uma praga deu prejuízo em pequenas lavouras numa cultura importante por lá.
00:08:21O verde das plantações de milho na zona rural de Passira, na Grécia de Pernambuco, não está do jeito que o Antônio queria.
00:08:28E tudo por causa de uma praga, a cigarrinha do milho.
00:08:31Não tinha essa plaga aqui na região.
00:08:33Mais de certos meses para cá, uns 10 meses, essa plaga contagiou a nossa plantinha aqui, que ficou uma coisa deixando a gente de cabeça quente.
00:08:42Isso aqui tem 98% de perca.
00:08:44O inseto é bem pequeno, menos de meio centímetro, mas causa um grande estrago.
00:08:49Ele ataca principalmente os pés de milho jovem se alimentando da seiva.
00:08:53Além de transmitir doenças para o milharal, a cigarrinha prejudica o desenvolvimento das plantas e as espigas acabam ficando pequenas.
00:09:02Essa, por exemplo, tem 50 gramas, aproximadamente.
00:09:05Mas uma espiga comercial chega a mais que o dobro, pesando mais de 200 gramas.
00:09:11O Instituto Agronômico de Pernambuco já registrou a praga em três municípios do Agreste.
00:09:16E os agricultores ainda contabilizam as perdas.
00:09:19Eu, como presidente da Associação União dos Agricultores, fico muito preocupada.
00:09:23A associação tem 80 sócios e mais ou menos 50 sócios ele está prejudicado com a cigarrinha.
00:09:29Para ajudar os agricultores, o IPA e a Associação de Agricultores do município visitam comunidades rurais para dar assistência técnica e orientação especializada.
00:09:39Uma maneira de diminuir os danos.
00:09:41O IPA recomenda que ele plantou uma vez naquela área, ele faça na próxima cultivar, que ele foi implantar, que ele não plante o milho, plante o feijão, para fazer uma rotação de cultura.
00:09:53Mas tratando-se do milho, a gente tem que fazer um tratamento prévio da semente.
00:09:57A semente vai ser plantada e ela vai ter um período que ela vai poder receber outras aplicações de outros inseticidas.
00:10:05Para quando for lançado o pendão, o milho já esteja seguro e a cigarrinha não causa mais tanto dano.
00:10:10Nesta outra lavoura de 4 hectares, quase tudo foi perdido.
00:10:15O prejuízo foi grande, o milho de tirar 1.600 mãos, eu tirei 300 mãos só.
00:10:21Mas nesta outra área ele está conseguindo o resultado melhor, graças a técnicas de manejo que reduziram a praga.
00:10:28Eu fiz um tratamento de semente, botei um veneno na semente e plantei o milho.
00:10:33Até a lagarta diminuiu e a gente vê que o resultado do milho é diferente.
00:10:36Ainda deu umas pragas, mas foi muito pouco.
00:10:39A produção aqui, em média, vai dar uns 80%, 90% de lucro.
00:10:45Apesar do ataque da cigarrinha em algumas regiões, a produção de milho em Pernambuco deve crescer quase 14% nesta safra.
00:10:53Junho foi um mês de queda nos preços internacionais.
00:10:57Vamos ver a variação das bolsas.
00:10:58O café com nilon caiu 20,1%, suco de laranja 19,4%, café arábica 11,7%, açúcar 6%, milho 3,3%, cacau 2,4%, trigo 1,8% e a soja 0,7%.
00:11:19Só o algodão teve uma leve alta de 0,4%.
00:11:24E tem mais Mercado Internacional no nosso Giro de Notícias.
00:11:29As exportações brasileiras de suco de laranja estão em queda.
00:11:33Segundo informações reunidas pelo CPEA, o país embarcou cerca de 731 mil toneladas em 11 meses.
00:11:4022% a menos que no mesmo período da safra passada.
00:11:44Consequência dos altos preços praticados ao longo do ano passado no mercado internacional
00:11:49e da menor qualidade do suco brasileiro por conta do clima seco.
00:11:53O preço do leite pago aos produtores caiu em junho.
00:11:57A média nacional ficou em R$ 2,64 o litro, 7,5% abaixo de junho de 2024.
00:12:05Além de uma maior produção, o crescimento das importações também aumentou a oferta
00:12:09e impactou nos valores praticados no mercado interno.
00:12:13O índice de preços pagos ao produtor divulgado pelo CPEA esta semana caiu 4% em maio.
00:12:21Mas no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o índice cresceu 20% em comparação
00:12:27ao mesmo período de 2024, puxado pelas altas no grupo dos grãos, pecuária e cana e café.
00:12:34Uma operação das polícias de Goiás e Minas Gerais fechou uma fábrica clandestina de defensivos agrícolas.
00:12:43Os agentes abordaram um carro carregado com agrotóxicos falsificados em uma rodovia no município de Cristalina.
00:12:51Os dois ocupantes do veículo foram presos e levaram a polícia até um laboratório clandestino em Unaí.
00:12:58Lá, além de embalagens e equipamentos, foi apreendida mais de uma tonelada e meia de agrotóxicos contrabandeados do Paraguai,
00:13:08cuja venda é proibida no Brasil.
00:13:10Em São Paulo está na época da produção de cambucis, fruto típico da Mata Atlântica, de gosto marcante e bem azedinho,
00:13:18muito usado para fazer doces e sucos.
00:13:21O calor atrasou o desenvolvimento, mas a qualidade e a produtividade estão boas.
00:13:26E mesmo com mais fruta disponível, o preço se mantém nos R$ 9,00 o quilo.
00:13:33Uma das curiosidades do Cambuci é que ele não é colhido direto do pé.
00:13:37É só quando cai que ele está no ponto ideal para o consumo.
00:13:42Minas Gerais recebe até o dia 11 de julho a Expo Montes, um dos maiores encontros do agronegócio no estado.
00:13:50São esperados mais de 350 mil visitantes ao longo dos 11 dias do evento,
00:13:56que terá estandes com venda de máquinas, feira da agricultura familiar e leilões de animais.
00:14:03De acordo com a organização, a expectativa é de que a feira movimente mais de R$ 400 milhões em negócios.
00:14:11Agora a gente confere o preço do boi.
00:14:14Em Rolim de Moura, Rondônia, a Arroba Vista foi negociada na sexta-feira por R$ 265.
00:14:21Feira de Santarabahia, R$ 300.
00:14:23Presidente Venceslau São Paulo, R$ 315.
00:14:27A média CP, com os preços do estado de São Paulo, fechou em R$ 310,40.
00:14:33Uma queda na semana de 2,2%.
00:14:36Quando se fala Minas Gerais, você pensa em quê, Cris?
00:14:41Ah, Nelson, eu penso naquele queijinho gostoso lá de Minas.
00:14:44A gente sabe que por lá tem muito queijo bom, variado, né?
00:14:48E nunca falta concurso de queijo.
00:14:50Sempre tem para escolher os melhores.
00:14:53A gente vai conhecer alguns premiados recentemente
00:14:55e que carregam a tradição de gerações de queijeiros.
00:15:00Na estrada estreita de terra, esse produtor já saiu cedo no lombo do animal
00:15:04para ir para a lida da roça.
00:15:07E cercado pelas montanhas de Minas Gerais, a vida no campo segue no seu ritmo.
00:15:12Estamos no município de Serra do Salitre, região do Alto Paranaíba.
00:15:17Essa aqui é a fazenda Pavão, do seu João Melo.
00:15:21Queijo, para ele, é memória de infância.
00:15:23A gente ia a pé para a escola, mas primeiro a gente tinha que juntar,
00:15:27buscar as vacas no pasto e tirar um pouquinho de leite
00:15:30para ajudar a adiantar na lida da fazenda de meu pai.
00:15:36No curral, as vacas da raça Girolando vão sendo ordenhadas de 12 em 12.
00:15:41Alimento no coxo e elas passam pelo processo com tranquilidade.
00:15:45Tudo seguindo rigorosas regras de segurança sanitária.
00:15:48O queijo da fazenda Pavão é certificado.
00:15:51Até 2014, Serra do Salitre fazia parte da região do Cerrado.
00:15:56Naquele ano foi então criada a micro região de queijo minas artesanal Serra do Salitre.
00:16:02A primeira cidade a ter essa denominação individualizada.
00:16:06Mas a produção de queijos por aqui remonta do século XIX.
00:16:10São mais de 200 anos mantendo a tradição artesanal de fazer essa iguaria.
00:16:16Patrimônio imaterial da humanidade.
00:16:18Depois da ordenha, é pelas mãos dessas habilidosas artesãs que os queijos vão ganhando forma.
00:16:24Tudo com apenas quatro ingredientes.
00:16:27Leite, coalho, sal e o principal segredo, o pingo.
00:16:32Esse líquido aqui, colhido da mesa onde o queijo fica escorrendo.
00:16:36Sem o pingo, não tem queijo minas artesanal.
00:16:39Ele carrega o sabor, a característica de cada propriedade.
00:16:45Então, você tem a identidade típica de cada região.
00:16:49No queijo branco simples, seu João inovou e criou outros tipos.
00:16:53Esse defumado e os protegidos por essa resina comestível.
00:16:57Ela ajuda na maturação e colabora para criar um sabor a cada variedade de alimento.
00:17:03Os prêmios vieram.
00:17:05Esse, vermelho, foi medalha de ouro na Expo Queijo.
00:17:08O concurso internacional de queijos artesanais certificados recebeu mil queijos inscritos de todo o mundo.
00:17:15Para esse ano, a quinta edição realmente conta com mais de 20% de queijos estrangeiros participando.
00:17:22Sendo que para ser reconhecido como um evento internacional, 10% já vale.
00:17:27A gente já está mais que o dobro.
00:17:29Mas o queijo Minas tem lugar de destaque.
00:17:33Da Fazenda Pavão, a gente foi para a queijaria Três Irmãos, em Tapira.
00:17:37A mais de 160 quilômetros de distância.
00:17:41Seu Reginaldo e a família que cuidam da produção estrelada da propriedade.
00:17:46Aqui é a micro região do queijo Araxá.
00:17:49Hoje é o marco da história do queijo Araxá.
00:17:52Então, são infinitos sabores de queijo, né?
00:17:56A forma de fazer é a mesma, porém os queijos daqui também são únicos.
00:18:01No ano passado, os queijos do seu Reginaldo receberam quatro medalhas na Expo Queijo, competindo com outros do mundo todo.
00:18:08Ele também tem medalha conquistada na França.
00:18:11Tudo é combustível para manter a tradição artesanal e buscar sempre melhorar o produto.
00:18:17Vamos falar assim que o público está procurando queijo diferente hoje?
00:18:21Então, o povo quer novidade hoje.
00:18:23O público quer novidade.
00:18:24Os produtores mineiros de queijo receberam 60 dos 126 prêmios do concurso de Araxá.
00:18:33Uma pequena criação de cabras no quintal.
00:18:36Esse é um retrato comum no semiárido nordestino.
00:18:39Mas nesse cenário de subsistência, a gente encontrou um criador que apostou em assistência técnica
00:18:45e tecnologia simples para construir um rebanho para lá de premiado.
00:18:50Para quem passa por essas bandas todos os dias, é só mais uma casa de beira de estrada...
00:19:04Com algumas cabrinhas serelepes lá dentro.
00:19:16Até aí tudo bem.
00:19:17Esse é um clássico no cariri paraibano.
00:19:21Ainda mais no caso de prata, que ostenta o título de capital da cabra leiteira.
00:19:27Agora, o que bem pouca gente sabe é que nessa criação de quintal, estão alguns dos animais mais premiados do país.
00:19:38A fala que carrega um certo entusiasmo contido é do Fita, que chega apresentado na reportagem pelo apelido mesmo.
00:20:00Se eu chegar no centrinho de prata agora e perguntar pelo Erivaldo Vieira, alguém vai me indicar aqui a tua casa?
00:20:08Não.
00:20:09Só indica se perguntar para o Fita, porque na prata o Erivaldo ninguém conhece, não.
00:20:14Pronto.
00:20:15Um terreno de menos de mil metros quadrados com um punhado de cabras.
00:20:21Bem-vindos ao Caprio Fita.
00:20:24Sempre eu costumo dizer, né, que eu não sou o criador de cabra.
00:20:27As cabras são quem me criam.
00:20:28Antes de ser criado pelas cabrinhas, o Fita trabalhava como pedreiro.
00:20:34Ele queria muito ter um rebanho, era o sonho dele.
00:20:37Mas no fim do mês nunca sobrava dinheiro para investir.
00:20:41Foi então que num belo dia ele saiu de casa de moto.
00:20:45Voltou sem ela, mas não desacompanhado.
00:20:49Uma moto por seis cabras.
00:20:50Foi, troquei uma moto de seis cabras e comecei botando leite no laticínio,
00:20:54que tem um laticínio aqui, né, perto, próximo.
00:20:57Chegava no laticínio, puxa, dizendo, isso é um doido, mano.
00:21:00Trocava uma moto em seis cabras.
00:21:01E eu botando três litros de leite das seis, né.
00:21:03Depois fui melhorando, aumentando o leite, né.
00:21:07Foi aumentando porque o Fita, mesmo principiante na atividade,
00:21:11sabia que precisava apostar no melhoramento genético dos seus animais.
00:21:16Foi o que ele fez.
00:21:19Botou as cabras mestiças que tinha para cruzar com os bodes da raça Sunning.
00:21:25Hoje, a maioria do rebanho é da raça, originária da Suíça,
00:21:29e que se destaca como uma excelente produtora de leite.
00:21:33Eu sempre pesquiso aquele reprodutor que tem família,
00:21:36que tem filhos, que produz muito bem,
00:21:40para poder a gente fazer um agasamento com nossas matrizes,
00:21:43para daí a gente tirar bons frutos.
00:21:45E a seleção sai disso.
00:21:47É melhor eu com poucos, com muita qualidade, do que com pouca qualidade.
00:21:52Aí, para mim, é isso.
00:21:53Eu quero qualidade, não quantidade.
00:21:57É verdade que o começo do Fita na atividade teve lá seus dessabores.
00:22:02Afinal, ele tinha as cabras, mas não tinha com o que alimentá-las.
00:22:07Não tinha nada de alimentação.
00:22:09Rodava aqui 12 quilômetros de bicicleta,
00:22:11que era bicicleta na época, para tirar ração.
00:22:13Eu tirava da beira da pista, da estrada.
00:22:16Tirava capim.
00:22:17Aí, na época, que eu não tinha palma, eu estava mandando a caru.
00:22:20Foi muito difícil no início.
00:22:23A gente continuei, porque tinha muita vontade e era o que eu queria,
00:22:28que nem é o que eu quero hoje.
00:22:29Não que a vida hoje seja fácil, longe disso.
00:22:34Mas os tempos de aperto ficaram para trás.
00:22:38Hoje, o Fita tem condições de comprar tudo o que os animais precisam
00:22:42para uma dieta adequada.
00:22:43O rebanho recebe o concentrado, a base de milho e farelo de soja.
00:22:49Além de feno e a palma, o único alimento que o Fita não precisa comprar,
00:22:56já que a forrageira é bastante acessível no semiárido.
00:22:59Quem fica com a função de cortar e fornecer a planta aos animais
00:23:06é o Eric, filho do Fita.
00:23:09O menino é um capricho que só no trato com a criação.
00:23:12De tudo, eu faço um pouco.
00:23:15O que tem para fazer, eu vou fazendo.
00:23:17Crescer um custo de água, dar um banho nos bichos, tirar o leite.
00:23:23O que você quer fazer depois que terminar o ensino médio?
00:23:25Eu quero muito fazer curso de veterinária.
00:23:29Cuidar, continuar com essa presença dos animais na minha vida,
00:23:32que é uma coisa muito boa.
00:23:34Você tem alguma inspiração?
00:23:35Tenho.
00:23:35Quem é?
00:23:36Doutor Pedro Marinho.
00:23:37Bom, hora de trazer o doutor Pedro para a história.
00:23:44É uma pessoa que batalhou muito para poder chegar onde ele é hoje.
00:23:49O veterinário é amigo da família.
00:23:51Vamos estar aqui, ó.
00:23:52Primeira muda, 14 meses.
00:23:55A amizade começou há uns 7 anos,
00:23:57quando o Pedro passou a prestar assistência técnica à propriedade,
00:24:02a pedido do Fita.
00:24:04Nesse momento, o cabra de 40,
00:24:07dia de gestação, ela nunca pariu.
00:24:10Reparei agora, a primeira vez, e comprei isso, confirmada,
00:24:15uma cabrita.
00:24:17Nessa visita, o veterinário veio fazer o exame de ultrassom nas cabras.
00:24:22A gente pega uma cabra que consideramos muito boa no rebanho,
00:24:27e fazemos um tratamento hormonal nela de superovulação.
00:24:32Essa cabra é inseminada ou coberta por um bom reprodutor.
00:24:36E aí, se colhe os embriões dessa cabra,
00:24:39cinco dias depois dessa inseminação ou monta,
00:24:42e esses embriões, eles são colocados em outras cabras,
00:24:46chamadas receptoras ou as barrigas de aluguel.
00:24:48As barrigas de aluguel são as mestiças,
00:24:51criadas no mesmo espaço onde ficam as cabras Sanem.
00:24:56O Fita tem mais de 30 cabras, mas uma delas é especial,
00:25:00e ele não faz nenhuma questão de esconder isso de ninguém.
00:25:04Essa aqui é a Gisele, ela tem nove anos e nasceu aqui mesmo, na propriedade.
00:25:09O Fita já chegou a receber pela bichinha uma oferta de 80 mil reais.
00:25:15É bem verdade que ele deu uma balançada, mas não quis saber de vender não.
00:25:19Fita, Gisele é inegociável?
00:25:22É inegociável, aqui é um xodó.
00:25:24É, não saia aqui não.
00:25:26Essa proposta foi muito tentadora, né?
00:25:28Em 2020, me ofereceram 50 mil nela, eu não digo nada.
00:25:31Aí não vendi, quando foi depois?
00:25:33Acho que no meado de 2022, por aí,
00:25:36o qual eu botou 80, eu não digo nada, eu não vendo não.
00:25:38Aí, quando eu disse, deixa de ser frouxa, eu não vendo as filhas dela,
00:25:41as três por 70, mas ela não vende por 80, não.
00:25:44Um daninho vai chamar o Fita de louco,
00:25:45quando ele recusa uma proposta que parece muito vantajosa, né?
00:25:49Quando ele pensa, vou vender um animal que me deu todo o meu plantel,
00:25:54me deu toda a minha condição de vida hoje,
00:25:57talvez você estivesse vendendo a cabra dos cabritos de ouro, né?
00:26:02A metáfora usada pelo veterinário faz todo sentido.
00:26:07Cada cabra, cada doadora, ela dá uma média de 7 embriões por coleta.
00:26:13Temos Gisela que deu 28 embriões.
00:26:17A genética privilegiada da mãe valoriza a prole.
00:26:21Não à toa, a venda de filhotes é a principal fonte de receita do Fita.
00:26:26Ó, só pra comparar, hein?
00:26:29Com os quase 600 litros de leite produzidos por mês, em média, pelas cabras,
00:26:34o criador recebe pouco menos de 3 mil reais.
00:26:38Um filhote vendido representa quase três vezes esse valor.
00:26:44Quatro filhas dela que eu vendi, o dinheiro deu pra comprar um carro, né?
00:26:47Isso aqui não se vende uma coisa dessa, não.
00:26:50É, dá pra entender o apego.
00:26:53O timaço de cabras e esse aí, o bode Atmos,
00:26:57fazem o maior sucesso em exposições de Capri nos Brasil afora.
00:27:01Lara do Capri Fita é a grande campeã da raça.
00:27:06Agora a gente sai do quintal e vai entrar aqui na parte interna da casa,
00:27:10de poucos cômodos, começando pela cozinha.
00:27:13Aqui do meu lado esquerdo, um banheirinho, um pouco mais pra frente, um cômodo,
00:27:19onde a família guarda um freezer pra armazenar o leite.
00:27:23Sala, dois quartos, um espaço pequeno,
00:27:26que foi ficando cada vez mais apertado,
00:27:29à medida que o Fita foi ganhando prêmios e acumulando.
00:27:33Tudo aqui dentro.
00:27:34Chegou num ponto da família tropeçar em troféu aqui na casa.
00:27:39Foi quando o Fita teve uma ideia.
00:27:41Ele construiu um cômodo extra bem na frente da casa.
00:27:48Aqui você tem quantos prêmios? Você tem ideia?
00:27:51Aqui eu tenho mais de mil.
00:27:52Aqui foi o meu primeiro troféu.
00:27:54Torneio leiteiro foi em Jacenã, no Rio Grande do Norte.
00:27:57Daqui foi da nordestina, em São Luís, no Maranhão, Lagoas.
00:28:03Nas competições, os juízes avaliam a capacidade de reprodução dos animais
00:28:08e também a quantidade de leite produzida pelas cabras.
00:28:13Nesse quesito, a Gisele é praticamente imbatível.
00:28:17No auge, chegou a dar mais de 10 litros por dia.
00:28:21Quatro a mais do que a média do rebanho.
00:28:24Prato, bebê, Gisele.
00:28:26Esse aqui foi de Gisele, foi em Sertânia, né?
00:28:33Se a gente ficar falando aqui, tudo que você ganhou de prêmio, vai ficar parado no Fantástico, não vai?
00:28:39É, demora um bocado, né? Porque tem muitos.
00:28:41E olha, nós chegamos até o Fita depois de receber uma mensagem do José Nunes, que é amigo dele.
00:28:56Então, ao José, muito obrigada por ter dividido a sua história incrível com a gente.
00:29:01Hora de responder a sua dúvida.
00:29:03O Josimar Dutra, de Mandaguari, Paraná, quer saber por que as folhas do pé de café nasceram manchadas com tons de vermelho.
00:29:13Ele diz que essa planta não dá frutos e pergunta se é uma doença.
00:29:17A repórter Bruna Marim foi buscar uma explicação para você, Josimar.
00:29:22No meio da lavoura, um pé com folhas avermelhadas.
00:29:26Encontramos esse caso curioso em Marechal Floriano, região serrana do Espírito Santo.
00:29:32Quem vai nos ajudar a desvendar esse mistério, Josimar, é o César Kroling, agrônomo do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural.
00:29:43César, o que aconteceu com o Espé de Café?
00:29:46Olha, nós estamos diante de uma mutação genética, né, que ocorre a nível de DNA, né, num alelo específico que determina a cor do fruto.
00:29:55Nesse caso, é a purpurácea, ou seja, cor púrpura ou arroxeado ou avermelhado, como queira falar.
00:30:03O DNA como se fosse um livro e dentro desse livro, né, num alelo específico que seria uma página desse livro.
00:30:10Então, determina essa cor.
00:30:11Basicamente é isso, é uma mutação genética que ocorre.
00:30:15Simplesmente isso.
00:30:15Um artigo publicado em 1954 pelo Instituto Agronômico de Campinas já falava sobre essa mutação.
00:30:25Só que até hoje a ciência não conseguiu explicar por que ela acontece.
00:30:30Geralmente, a folha de café é verde ou bronze.
00:30:35Quando o pé nasce com as folhas assim, mais roxinhas ou vermelhas, é sinal de que ele não vai se desenvolver.
00:30:44Mas ela dá café?
00:30:45Ela dá.
00:30:46Nesse caso aqui, a gente está diante de uma planta de porte pequeno, ela ainda não está produzindo fruto, assim como as plantas vizinhas do lado.
00:30:54Mas esta planta vai produzir muito pouco café.
00:30:57Inclusive, você pode observar, ela tem um tamanho reduzido em relação a uma cultivar normal de café.
00:31:05Mas esse café que ela dá, ele pode ser usado?
00:31:07Pode ser usado, sem problema nenhum.
00:31:09Só que vai produzir muito pouco, não compensa comercialmente.
00:31:12Jocimar, entre os agricultores existe até uma história que diz que sem essa planta, a lavoura não produz.
00:31:20Mas...
00:31:21Isso é uma mentira.
00:31:22Os produtores, de um modo geral, chamam essa planta de café macho.
00:31:26Porque ele pensa que esta planta é importante para a polinização da sua lavoura.
00:31:32Coisa que não é verdade.
00:31:34Não tem como um pé de café fornecer grão de pólen para polinizar toda uma lavoura.
00:31:39Agora, apareceu na lavoura.
00:31:41O que o agricultor deve fazer com esse pé de café?
00:31:43O produtor que já é tradicional da cafeicultura, que já sabe que esse pé vai produzir pouco,
00:31:48ele costuma vir aqui já no início, ele arranca esse pé de café e já planta outra muda, né, da variedade do lado.
00:31:54Porque ele sabe que não vai produzir café, isso não interessa para ele.
00:31:57E está ocupando espaço.
00:31:58Mas não tem problema nenhum deixar também.
00:32:00Não, não tem problema nenhum.
00:32:01Mistério resolvido, então.
00:32:02Opa, com certeza.
00:32:05Para evitar que isso aconteça, é importante comprar sempre mudas de viveiros certificados.
00:32:10Em 76 anos de vida, o Jackson Correia, de Aracaju, disse que nunca tinha visto um caju assim, olha só, com duas castanhas.
00:32:21Jackson, agrônomo Chukit Kurosawa, consultor do Globo Rural, diz que é realmente raro, viu?
00:32:27Ele explica que isso pode acontecer quando dois óvulos ficam grudados ainda no ovário da flor e quando crescem, continuam juntinhos.
00:32:37É uma anomalia, uma deformidade na planta.
00:32:40Sobre o consumo, não se preocupe, você pode aproveitar as castanhas sem problema.
00:32:46Veja só o vídeo que a Juliana Rindac, de São José dos Pinhais, Paraná, enviou para a gente.
00:32:53Alguns peixes grandes aparecem mortos no tanque de criação.
00:32:57Ela pede ajuda para entender o que aconteceu.
00:33:00Oi, Juliana, bom dia. Tudo bem aí em São José dos Pinhais, no Paraná?
00:33:04Aqui no município gaúcho de Fazenda Vila Nova, a gente encontrou uma propriedade que também trabalha com criação de peixe.
00:33:12São 12 espécies distribuídas em quase 40 tanques.
00:33:16Para responder sua dúvida, eu vou bater um papo com o zootecnista João Alfredo Sampaio,
00:33:20ele que é da Emater, a empresa de assistência técnica e extensão rural aqui do Rio Grande do Sul.
00:33:26João, o que pode estar causando a morte dos peixes da Juliana?
00:33:30Os peixes que morreram são justamente os peixes que têm maior movimentação dentro da água.
00:33:36Dourados, piaus, são peixes muito ágeis, que estão sempre em movimento.
00:33:41Todo o material orgânico que ingressa nesse açude.
00:33:45Então, a ração do peixe, os dejetos do próprio peixe, isso vai se acumulando lá no fundo e ele vai fermentando.
00:33:54Provavelmente o açude da Juliana está com excesso de material orgânico,
00:33:58que em função da temperatura acelerou a decomposição e consumiu oxigênio no período da noite.
00:34:04O problema é que quando a temperatura sobe muito,
00:34:07tanto a decomposição dessa matéria orgânica quanto a respiração dos peixes ocorrem bem mais rápido.
00:34:14Isso consome mais oxigênio.
00:34:16E foi isso que aconteceu.
00:34:17Deu uma falta de oxigênio e matou os peixes.
00:34:21Nessa situação, os peixes maiores e mais velhos são os mais vulneráveis.
00:34:27Correm primeiro.
00:34:28Os menores e mais novos conseguem resistir um pouco mais.
00:34:32Então, Juliana, o zootecnista indica que você passe a rede e pegue os peixes.
00:34:39Os mortos devem ser levados para uma composteira.
00:34:42Os que ainda estão vivos podem ser transferidos para outro tanque.
00:34:46Aí seca.
00:34:47Seca bem esse viveiro.
00:34:50É o exemplo que a gente tem aqui.
00:34:51Esse exemplo aqui.
00:34:52Seca bem.
00:34:54O que tiver de excesso de matéria orgânica, ela pode,
00:34:56depois que estiver bem seco, isso é muito rápido, muito leve, o açude dela é pequenininho.
00:35:00Então, ela pode raspar, botar num saco.
00:35:04Isso é um adubo.
00:35:05Agora, você precisa desinfetar o açude.
00:35:09Ela vai aplicar um cal virgem.
00:35:11O ideal é aplicar na parte que vai ficar úmida ainda.
00:35:15A gente usa 100 gramas por metro quadrado.
00:35:18Isso é importante.
00:35:18Não usar mais que isso.
00:35:20Deixa esse açude, esse fundo, pegar sol.
00:35:24O sol é o que vai estimular as algas a produzirem oxigênio.
00:35:28Então, quanto mais sol pegar, melhor.
00:35:29Quantos dias, em média?
00:35:30Dez.
00:35:31O ideal é que rache, que nem está ali, o fundo.
00:35:34Aí, essa mistura da matéria orgânica com a cal precisa ser retirada do tanque.
00:35:39Leva para a horta, para a lavoura.
00:35:41Depois desses dez dias, tomando sol, começa a botar água.
00:35:46Quando chegar em um terço do volume, no máximo até 15 dias, a água vai estar verde.
00:35:53Pelo efeito do cal, que se transforma em calcário, que corrige o pH e estimula a produção do plâncton de novo, porque o plâncton vem.
00:36:00A partir daí, pode largar o alevino, o peixinho.
00:36:04Mas aí, larga a quantidade certa.
00:36:06E a espécie certa para ela, não.
00:36:08E o ideal seria que ela fizesse isso uma vez por ano, porque daí nunca vai dar excesso.
00:36:15Juliana, vale procurar um especialista para te orientar na escolha da espécie e na quantidade de peixes no tanque.
00:36:23Pegue o seu celular, que vem dica de cartilha.
00:36:27O pedido é do Manuel Matias, de Santo Antônio do Içá, Amazonas.
00:36:31Ele quer começar um cultivo de coco.
00:36:34Manuel, é só apontar a câmera para o código, que já está aqui no cantinho da tela.
00:36:38Você vai ter acesso a essa publicação da Emater de Minas Gerais, com dicas para o plantio de coqueiro.
00:36:46As variedades, a produção de mudas e como cuidar da lavoura.
00:36:50Bom saber também quais são as pragas e doenças mais comuns na cultura.
00:36:57O link para baixar esse material fica disponível lá no nosso site.
00:37:01G1.com.br barra Globo Rural. É de graça.
00:37:05Dúvida agora sobre horta.
00:37:07A Marilza, de Cambará, Paraná, a Daniela, de Serra Dourada, Bahia e a Ana Luíza, de São Paulo, estão com o mesmo problema.
00:37:17Folhas de couve cheias de furos.
00:37:20Elas perguntam o que causa esse dano todo e como o controlar.
00:37:25Eu levei a questão para um agrônomo da Unesp, a Universidade Estadual Paulista.
00:37:30Nesta horta em Pardinho, São Paulo, tem pé de couve junto do repolho.
00:37:36São plantas da mesma família, a família das brássicas, e por isso sofrem do mesmo jeito com o ataque de bichinhos que causam esse estrago nas folhas.
00:37:45Aqui é o repolho, o mais atacado.
00:37:48Para ajudar as nossas telespectadoras, eu vou conversar agora com o agrônomo Santino Seabra.
00:37:53Professor, que praga é essa?
00:37:54Temos diversas lagartas que causam um dano muito semelhante.
00:38:00As lagartas são a fase de larva de mariposas que estão sempre rondando a horta.
00:38:06Elas colocam os ovos na folha.
00:38:08Quando eclodem, saem as lagartas que ficam se alimentando da planta,
00:38:12até caírem no solo, formarem o casulo e se transformarem em novas mariposas.
00:38:20Por aqui encontramos duas lagartas em ação.
00:38:23Uma é a medipalmo ou falsa medideira.
00:38:27Ela é bem fácil de identificar, uma coroação verde clara,
00:38:30e ela tem essa característica de estar se locomover como se ela estivesse medindo a folha.
00:38:35Já essa daqui é a traça das crucíferas.
00:38:38A traça, ela raspa a folha, daí ela vai raspando até furar essas folhas.
00:38:43Em um ataque severo, a gente vai ver que a folha fica como se fosse um rendilhamento,
00:38:49como se ela fosse uma renda.
00:38:50Outra lagarta que também gosta das brássicas é a curuquerê da couve.
00:38:56Cada uma come a folha à sua maneira, mas o prejuízo é igual.
00:39:01Reduz a fotossíntese que reduz a produção da planta.
00:39:04Por exemplo, essa folha pode ser consumida, mas não pode ser comercializada.
00:39:08Para combater as lagartas em hortas caseiras, o agrônomo sugere o uso de produtos biológicos,
00:39:15inimigos naturais da praga.
00:39:18Eu recomendo o tricograma.
00:39:19É uma microvespa que vai fazer o controle das lagartas.
00:39:23Essas cartelas são cheias de ovos dessa vespinha.
00:39:27Cada quadradinho desse, colocar dentro das folhas, e aí, em torno de 36 horas, vai eclodir, vai sair a microvespa.
00:39:37E aí, ela bota o ovinho dentro do ovo da praga, da lagarta, e com isso, né, ela inviabiliza o nascimento de novas pragas.
00:39:48A dica é espalhar as cartelas toda semana até diminuir a infestação.
00:39:54Siga a recomendação do fabricante sobre a quantidade por área.
00:39:59Para prevenir, o agricultor deve fazer a rotação de cultura, trocar o cultivo depois da colheita, para quebrar o ciclo da praga.
00:40:08Agora ele entrou com brascas, e depois ele pode entrar com outras famílias.
00:40:13Pode entrar com quiabo, pode entrar com berinjela, de preferência espécies que não tenham as mesmas pragas e as mesmas doenças.
00:40:23E atenção ainda ao entorno da horta.
00:40:27Áreas de mata nativa também ajudam no controle.
00:40:30É extremamente importante que o produtor trabalhe em talhões,
00:40:34e que deixe áreas, né, que possam ser refúgios para os nossos insetos benéficos,
00:40:40que seria um controle biológico natural.
00:40:44O controle biológico das lagartas também pode ser feito com a ajuda de fungos.
00:40:50E tem ainda os inseticidas químicos.
00:40:52Mas siga as dicas de um agrônomo pra escolher qualquer tipo de produto, viu?
00:40:57Mande uma mensagem pra gente também.
00:41:00Anote aí o número do nosso WhatsApp, 11-988-95-5505.
00:41:07Vale enviar texto, foto e vídeo.
00:41:10Não se esqueça de escrever o seu nome e o do seu município.
00:41:14E vamos à agenda do campo.
00:41:17Tem feira agropecuária em Oriximinar, Pará.
00:41:21Encontro de muladeiros em Sete Lagoas, Minas Gerais.
00:41:25Festa do produtor rural de Santa Terezinha, Pernambuco.
00:41:29Em São Paulo, feira de sementes em Andradina.
00:41:33E festa da tainha em Conchal.
00:41:35Arraiá do munguzá em Nova Viçosa, Bahia.
00:41:40Em Santa Catarina, encontro sobre criação de ovinos em Santa Terezinha.
00:41:44E festa do carro de boi em São João do Sul.
00:41:47No Rio Grande do Sul, Café da Colônia, em Morro Reuter.
00:41:53E festa da polenta em Boqueirão do Leão.
00:41:56E um evento de 185 anos marcou a semana em Goiás.
00:42:01Fé e tradição se unem numa romaria.
00:42:04Os carros de boi vão até Trindade para a festa do Divino Pai Eterno.
00:42:09Os primeiros raios de sol nem tinham apontado e as panelas já estavam no fogo.
00:42:16É o almoço da madrugada, servido assim que os romeiros acordam.
00:42:21Agora são exatamente 5h40 da manhã e o almoço na barraca da Iraides já está servido.
00:42:28Cheguem mais aqui para vocês verem qual que é o prato de hoje.
00:42:31Uma carne de lata tradicional, carne de porco frita, um arroz.
00:42:37Tem também o feijão e a tradicional almôndega, que os carreiros chamam de pelota.
00:42:45Esse prato aqui é para mim.
00:42:47Está cedo, mas eu vou aproveitar que a cobitiva está almoçando
00:42:51para experimentar essas delícias aqui que fazem parte dessa cultura.
00:42:57A Isa também já está almoçando aqui.
00:42:59Não atrapalha depois não, na estrada.
00:43:02Já se acostumou a comer tão cedo?
00:43:03Já acostumou.
00:43:05Já acostumamos, porque é muitos anos de romaria,
00:43:08então você não tem esse prazo para parar no caminho para almoçar.
00:43:14Barriga cheia, hora de levantar acampamento.
00:43:17Esse foi o terceiro pouso da comitiva que saiu do município de Moçâmites,
00:43:22no oeste de Goiás, em direção à Trindade,
00:43:25onde acontece a festa do Divino Pai Eterno.
00:43:28É a primeira romaria do João Kleber.
00:43:30Como é que foi essa primeira noite aqui?
00:43:33Foi boa, dormi tranquilo.
00:43:36Aonde? Em barraca ou dentro do carro de boi?
00:43:37Debaixo do carro de boi.
00:43:39Debaixo do carro de boi?
00:43:39Aham.
00:43:40Assim que o dia começa a clarear, os carreiros vão para o pasto buscar os bois.
00:43:45Os animais são unidos por cangas, essas estruturas de madeira.
00:44:04E depois, enfileirados de dois a dois.
00:44:07A junta é atrelada ao carro e está pronta para seguir viagem.
00:44:13Antes das oito da manhã, os treze carros de boi pegam a estrada,
00:44:18o caminho de fé do carreiro.
00:44:19Era assim, na estrada de chão batido, debaixo de um sol escaldante,
00:44:26que os romeiros cruzavam as estradas do estado até a capital da fé.
00:44:32Hoje, apesar de toda a tecnologia, muitas famílias fazem questão
00:44:36de caminhar do mesmo jeito, para reviver uma tradição centenária.
00:44:41O seu Valdivino é um dos veteranos da comitiva,
00:44:48que é uma das pioneiras da Romaria.
00:44:51Era uma viagem pesada, porque não tinha estrada,
00:44:55não tinha assistência de carro,
00:44:59não tinha banheiro da estrada, era de morro,
00:45:02não tinha fogão a gás, era só na lenha.
00:45:06Rasgava o estradão no mato mesmo.
00:45:08Era o estradão, assim o seguinte, o sertão mesmo.
00:45:10A Maria Eduarda representa a nova geração.
00:45:14Ela é bisneta de um dos fundadores do grupo.
00:45:17Desde qual idade você vem?
00:45:18Desde os seis meses.
00:45:20Seis meses? Bebezinha.
00:45:23E nunca falhou uma?
00:45:24Nunca falhei uma.
00:45:26Enquanto o grupo avança, ganha o carinho dos camponeses.
00:45:30Literalmente, eu nasci aqui, né?
00:45:32Então, sempre que tem os carros de boi,
00:45:34eu venho aqui para a estrada para ver,
00:45:36tenho os meus filhos, sempre venho aqui.
00:45:38O passo é lento, mas firme.
00:45:39A comitiva viaja de 20 a 40 quilômetros por dia.
00:45:44Elas vêm de todo canto do estado e se encontram no mesmo lugar,
00:45:49o Santuário do Divino Pai Eterno.
00:45:52O município, com 140 mil habitantes,
00:45:55recebe 5 milhões de romeiros nos 10 dias da festa.
00:45:59Nesse tempo, o que mais se vê pelas ruas
00:46:01são comitivas de carreiros.
00:46:03A prefeitura calcula que chegam mais de 500 carros de boi na cidade.
00:46:08Faz as contas.
00:46:09Cada um, geralmente, é puxado por pelo menos 6 bois.
00:46:14Então, são cerca de 3 mil animais em Trindade.
00:46:18Os carreiros alugam pequenas propriedades e até lotes vagos para o rebanho.
00:46:23Essa chácara no entorno da cidade vira acampamento para várias comitivas.
00:46:28Os carros de boi ficam estacionados no gramado,
00:46:32enquanto os animais pastam tranquilos e podem descansar da viagem,
00:46:36assim como os romeiros.
00:46:38Entre as barracas, achamos essa comitiva de Piracanjuba, sul do estado.
00:46:43Quando a gente chega em Trindade, é o momento que a gente entrega assim,
00:46:48agora sim, pode tomar aquele banho, relaxar, está tudo entregue.
00:46:52Cumprimos a missão.
00:46:53São muitos dias de estrada, é muito cansativo,
00:46:57mas a fé leva a gente a qualquer lugar, né?
00:47:00A vida pacata no acampamento dura até amanhã de quinta-feira,
00:47:05dia em que os carreiros e muladeiros são homenageados num desfile.
00:47:08As comitivas recebem a bênção do padre e seguem em comboio
00:47:13até o centro de eventos da cidade.
00:47:15Do alto dá para ver a fila quilométrica que se forma
00:47:19e seguem em marcha por ruas e avenidas.
00:47:24Para fazer bonito na pista, as comitivas capricham na tralha
00:47:29e fazem questão de levar junto as regiões e comunidades que representam.
00:47:34E olha aí a comitiva de MoSummits, que acompanhamos no início da reportagem.
00:47:40Depois de seis dias na estrada, o grupo chegou e já entrou na fila.
00:47:45Qual que é a emoção de chegar aqui?
00:47:47Chegar a todo mundo.
00:47:49Paz, saúde, graças ao Deus do Divino, está eterno.
00:47:52É só agradecer e pedir da força, da saúde,
00:47:56a revoltar o ambiente, se Deus quiser.
00:47:57O desfile é patrimônio cultural e material goiano desde 2023.
00:48:05E o encontro termina hoje.
00:48:07Em menos de 15 anos, a produção de batata doce quase dobrou no Brasil.
00:48:12Consequência do aumento no consumo,
00:48:15a batata doce entrou no cardápio da alimentação saudável.
00:48:19Para atender esse mercado, o agricultor investiu em tecnologia,
00:48:23melhorou a lavoura.
00:48:25A Ellen Martins visitou um polo de cultivo em São Paulo.
00:48:32Batata doce virou queridinha entre os adeptos da alimentação saudável.
00:48:37E não é à toa.
00:48:39A batata doce, ela veio muito do mundo fitness,
00:48:41pensando em melhora de performance, pensando em melhora de ganho de massa muscular.
00:48:45E ela tem mesmo um benefício comparado com a batata inglesa.
00:48:48Ela tem uma quantidade de carboidrato boa com bastante fibras.
00:48:51Então, ela entrega energia mais contínua, evitando picos de açúcar no sangue.
00:48:55Isso é muito interessante para a saúde, de modo geral.
00:49:00E na região de Presidente Prudente, em São Paulo,
00:49:03tem agricultor que, pode-se dizer, lançou essa moda.
00:49:07Olha, desde 1986.
00:49:10Primeira planta minha.
00:49:11Lutar para comer desde 82.
00:49:13De lá para cá, a produção só cresceu.
00:49:18Segundo o IBGE, em 2009, o Estado de São Paulo produziu pouco mais de 45 mil toneladas de batata doce.
00:49:26No último levantamento, em 2023, foram mais de 158 mil.
00:49:32O Brasil, no mesmo período, quase dobrou sua produção.
00:49:35Para garantir batata o ano todo, enquanto tem plantio numa área, a colheita está sendo feita em outra.
00:49:46São, no máximo, duas colheitas num mesmo local.
00:49:49É para evitar que os restos que ficam no solo sejam foco de pragas e doenças para a próxima safra.
00:49:56A necessidade de mudar constantemente o local do cultivo leva os produtores a arrendarem terras.
00:50:05Normalmente, são áreas de pasto degradado que se beneficiam com isso.
00:50:09Esse pasto aqui, que hoje está bem bonito, há um ano era um plantio de batata doce, como esse, bem ao lado.
00:50:17A terra bem cuidada para o plantio de batata vai favorecer o novo pasto que virá com essa rotação de culturas.
00:50:26Esta é a propriedade dos Monteiro, batateiros conhecidos na região.
00:50:31Ao todo, eles têm 400 hectares de cultivo.
00:50:35A família toda trabalha na terra e está sempre se reunindo para discutir o negócio.
00:50:40Colocar batata sempre boa na caixa.
00:50:43Antes era só nós quatro para trabalhar.
00:50:45Agora a gente já está em bastante, né?
00:50:47Agora nós estamos em nove.
00:50:49A curiosidade aqui é que são dois irmãos, Nelson e Celso, casados com duas irmãs, Ivanete e Madalena.
00:50:58Juntos, eles evoluíram como família e como batateiros.
00:51:02Nós temos de pouco escolaridade, mas temos o orgulho dos nossos filhos, são todos formados.
00:51:08E formamos com a benção da batata.
00:51:11Agora vocês chegaram a passar dificuldade?
00:51:13Quantas vezes?
00:51:16A gente às vezes ia com 20 caixas para o Seasa e voltava com 25.
00:51:20Antigamente ela não era conhecida, quase ninguém comia.
00:51:22Até a coisa começar a andar, demorou, demorou uns 15 anos.
00:51:27Com o aumento do consumo, vieram também mudanças na forma de cultivo, que antes era todo manual.
00:51:34Não existia nem adubação no próprio trator, né?
00:51:38Era uma carriola.
00:51:40Colocava o adubo, a gente saia empurrando ela, né?
00:51:43Na roça para poder adubar.
00:51:47Hoje é Felipe, filho do Celso, que coordena o plantio.
00:51:52Equipamentos desenvolvidos há poucos anos já agilizam o trabalho.
00:51:56Esse empremento é um ilerador.
00:51:59Ele já faz a cova da leira também, que isso aqui já vai rodando em cima do ilerador.
00:52:04Aqui nós já temos a parte dos adubos, que vai nessa caixa e naquela outra caixa.
00:52:10E também nós já faz a aplicação de inseticida no suco.
00:52:13Quando não tinha esse equipamento, nós usava em torno de uns 4, 5 pessoas a mais para fazer essas covas.
00:52:23Depois de 3 dias, a planta, olha só, já começa a lançar as suas raízes.
00:52:29Se o clima ajudar com calor e umidade, em 120 dias a batata doce está pronta para a colheita.
00:52:36Se houver uma estiagem, esse período pode se prolongar até uns 6 meses.
00:52:42Nesta área, já está sendo feita a colheita.
00:52:45As batatas vão depois para este galpão, onde a primeira etapa é a de lavagem.
00:52:55Que já deu mais trabalho.
00:52:57Quando a gente começou mesmo, a gente lavava a batata na mão.
00:53:01Lavava assim na buchinha, esfregando, né?
00:53:03Batata por batata.
00:53:05Depois de lavadas, as batatas passam pelas mãos de vários funcionários.
00:53:11O crescimento do mercado abriu novas vagas de emprego.
00:53:15Dos 42 funcionários da empresa, 23 são novos.
00:53:20Você trabalha aqui há quanto tempo?
00:53:22Há 3 meses.
00:53:23Eu fico aqui na separação de batata, faço caixinha para exportação.
00:53:28E é registrado tudo direitinho?
00:53:30Está tudo certinho.
00:53:31Nelson e Ivanete ajudam na seleção.
00:53:36Mariana, filha do casal, fica na pesagem das caixas.
00:53:40O trabalho de seleção separa a batata doce em 7 tipos diferentes.
00:53:45Daqui para cá, é a batata doce que vai para exportação.
00:53:48Daqui para lá, tudo fica para o mercado interno.
00:53:51Qual que é a diferença entre elas, além do tamanho que é bem visível?
00:53:56Mas é a estética dela.
00:53:57Essa daqui talvez tenha umas curvinhas.
00:54:00Um quebrado a mais na polpa.
00:54:03A batata para exportação, ela tem que estar com a casca mais perfeitinha.
00:54:06É a estética, né?
00:54:07Qual que é a diferença de preço entre as que vão para exportação e as outras?
00:54:11Aqui você vende a base de 3, 3,30, 3,50 o quilo.
00:54:15Aqui é 1,20, 1,50, 1,80 o quilo.
00:54:19Em média, um quarto da produção é exportado, principalmente para a Holanda, de onde se distribui
00:54:27o produto pela Europa.
00:54:30Mas a exportação começou pequena.
00:54:33Em 2017, era um container a cada 15 dias.
00:54:37Hoje, são dois por semana.
00:54:39A família até investiu numa certificação internacional, chamada Global Gap, como explica a Tamires, filha do Celso.
00:54:48É um selo de boas práticas agrícolas, que faz com que o meu produto seja rastreável.
00:54:54Então, tem em torno de uns 150, 200 requisitos, que precisam ser cumpridos de forma obrigatória.
00:55:01Por exemplo, o agrotóxico, ele precisa ser registrado para a batata doce dentro do Brasil e também na União Europeia.
00:55:09Uma vez por ano, a empresa passa por uma vistoria para garantir que todas as normas estejam sendo cumpridas.
00:55:17Esse selo faz com que a gente venda mais.
00:55:20Talvez não a questão de valores, mas faz com que a gente continue trabalhando com o produto.
00:55:25Para assegurar o mercado, também é preciso oferecer produtos cada vez melhores.
00:55:32E é aí que entra o desenvolvimento de variedades mais produtivas, resistentes e nutritivas.
00:55:39O agrônomo Edgar Silva mostra um pouquinho da diversidade.
00:55:43O padrão comercial que o brasileiro gosta de consumir é esses dois aqui, com uma casca rosa e polpa branca, polpa amarelada.
00:55:52Mas nós temos também as batatas coloridas, que são principalmente a de polpa laranja, como essa,
00:55:58que é uma batata que tem um pigmento que a gente chama de beta-caroteno.
00:56:02E temos as batatas com tons arroxeados, que são as batatas que apresentam antocianina.
00:56:08O beta-caroteno é um precursor de vitamina A, um nutriente muito importante para a saúde humana.
00:56:14E no caso da antocianina, é um pigmento que tem poder antioxidante.
00:56:19Então ela é muito interessante para incluir na dieta de maneira geral.
00:56:23Prova disso é que foi mandada para o espaço.
00:56:262, 1, 2, 3...
00:56:29Isso mesmo.
00:56:31Em maio, pequenas mudas de batata doce foram enviadas ao espaço.
00:56:36A ideia dos pesquisadores da Embrapa é avaliar os efeitos da gravidade zero nas plantas.
00:56:41Enquanto isso, em Presidente Prudente, a Unoeste Universidade do Oeste Paulista
00:56:50mantém há cinco anos este banco de germoplasma, com 60 variedades de batata doce.
00:56:56Isso aqui é a maior riqueza que nós podemos ter, que são os recursos genéticos.
00:57:00Aqui nós realizamos vários tipos de trabalho.
00:57:03O principal é melhoramento da batata doce para a tolerância seca.
00:57:07O estudo do Rafael, que está aí pilotando um drone, é justamente sobre resistência à seca.
00:57:16Ele monitora uma área em que as plantas receberam apenas 40% de água.
00:57:21Nem todo mundo tem acesso à água.
00:57:23Então, isso aí a gente consegue determinar se 40% é o suficiente.
00:57:28Às vezes o produtor tem pouca água e ele consegue ter um resultado bom.
00:57:32Outro estudo que vem sendo feito é voltado para a produção de mudas.
00:57:39Lá no campo, elas são feitas a partir das próprias plantas do cultivo.
00:57:44A Samara, trabalhadora rural, explica como são retiradas as ramas para o plantio.
00:57:49Geralmente, sempre dois palmos de rama.
00:57:53Ela não pode sair sem essa ponta.
00:57:56No campo, ela vai ser deitada nas covinhas dela, jogada duas mãos de terra em cima, encarcar bem.
00:58:05E sempre está levantando essa ponta.
00:58:06Geralmente, deixando esse ponteiro aqui para fora.
00:58:10Esse ponteiro interessa para os produtores e para os pesquisadores.
00:58:14Dessa pontinha, pode ser produzida uma muda limpa, livre de vírus.
00:58:20É que os vírus só circulam desta área para baixo, que é chamada de meristema apical.
00:58:25Mais mudas desse tipo só são produzidas em laboratório e ainda em pequena escala.
00:58:31No laboratório, o desafio dos pesquisadores é acelerar e baratear a produção de mudas.
00:58:38Para culturas como morango, como batata inglesa, como banana, não se compram a muda dessas plantas que não sejam livres de vírus.
00:58:46Em batata doce, isso existe em uma escala muito pequena.
00:58:50E isso pode representar aumentos na ordem de 100% da produtividade.
00:58:55Nesta propriedade, os batateiros são a Lucy e o pai dela, Luiz.
00:58:59A área fica em Álvares Machado.
00:59:02E aqui já tem variedades novas, com mudas sadias sendo testadas.
00:59:07Desde 2016, a APTA, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, vem fazendo o melhoramento genético da batata doce.
00:59:16A APTA Regional de Presidente Prudente e o Instituto Agrônomo de Campinas já lançamos em conjunto sete cultivais de batata doce.
00:59:23Qual que é o aumento de produtividade que vocês conseguiram?
00:59:26A gente conseguiu até o dobro de produtividade.
00:59:29Mas não pense que o agricultor vai ter que comprar mudas para o plantio inteiro.
00:59:33Será apenas uma quantidade pequena para iniciar o cultivo.
00:59:38Eles adquirem esse material, aí levam a campo para a multiplicação.
00:59:43Nesse campo de multiplicação, eles vão produzir plantas matrizes que vão fornecer ramas para daí assim fazer o plantio comercial.
00:59:51Geralmente, os produtores gostam de ver um outro produtor testar primeiro.
00:59:57E em função de dar certo ou não, ele adota ou não essa tecnologia.
01:00:01São Tomé.
01:00:02Isso, ele gosta de ver para crer.
01:00:06Daí a importância daqueles que arriscam por acreditar na inovação.
01:00:10É assim com a Lucy.
01:00:12Por que você decidiu diversificar tanto?
01:00:14A primeira coisa é pela minha profissão anterior que eu tinha, que era enfermeira.
01:00:18E pelo ato de cuidar e de trabalhar com as crianças, vendo o valor nutricional no que elas consumiam.
01:00:24Eu comecei a visualizar as batatas doces de polpa colorida.
01:00:27E aí pedi ao meu pai para que me desse um pedacinho ali para a gente poder testar e plantar.
01:00:32A princípio foi um pouco resistente, porque falou, vou plantar uma batata que não tem no mercado.
01:00:36Luiz é cauteloso, mas sabe que o novo pode trazer benefícios.
01:00:41Viu isso acontecer com a produtividade.
01:00:44Através de pesquisas de 8, 10 anos para cá, nós conseguimos simplesmente dobrar a produção por conta de pesquisa.
01:00:5490% do cultivo ainda é da batata doce de casca roxa e polpa branca.
01:01:00Apenas 10% das coloridas.
01:01:03Hoje a colheita é da batata de casca branca.
01:01:06Olha só.
01:01:07A Lucia organizou aqui uma mesa para mostrar toda a versatilidade da batata doce.
01:01:17O que a gente pode ver aqui, Lucia?
01:01:19Bom, temos muitas receitas que podem ser feitas com a batata doce, né?
01:01:23Essa é uma farofa feita com batata doce, cenoura e cabotiã, doce de batata doce, marrom glacê, farinhas de batata doce.
01:01:32Aqui tem uma massa italiana feita com purê de batata doce e um outro carro-chefe da família também, que é o bolo feito com a batata doce de polpa laranja.
01:01:40E qual que é o prato que faz mais sucesso aqui?
01:01:42Esse é o nhoque de batata doce recheado com ricota e com pesto de manjericão.
01:01:47Então vou ter que provar, né?
01:01:49Com certeza.
01:01:52É uma delícia mesmo.
01:01:54Tem o docinho da batata doce e o salgado do molho.
01:01:57Não é à toa que fez sucesso, né?
01:02:00Para acompanhar os pratos, tem até cerveja à base de batata doce.
01:02:06Diversificar os usos é garantir a presença da batata doce no cardápio do consumidor.
01:02:12Mas os produtores locais querem mais.
01:02:15Buscam agora o reconhecimento da região como tradicional no cultivo de batata doce.
01:02:22A indicação geográfica é muito importante para a nossa região, para valorizar o produto
01:02:27e para reconhecer que essa região é a região que começou a batata doce.
01:02:32Que promove tecnologia, que leva os melhores produtos para o Brasil e mundo afora.
01:02:38Tem algum outro lugar onde exista essa indicação geográfica?
01:02:41No Brasil, não.
01:02:42Nós vamos ser os pioneiros e no mundo a gente sabe que tem Portugal.
01:02:47Muita gente investiu na batata doce quando viu o mercado aumentar.
01:02:52Mas produtores como os Monteiro e os Rocha, que estão nessa estrada há anos,
01:02:57já podem contar uma história de sucesso.
01:03:00E deixar bem enraizado para futuras gerações o amor pelo cultivo.
01:03:05Para quem ama plantar batata doce, sempre tem o tempo de plantar.
01:03:10Para mim isso aqui é vida.
01:03:12E se te falarem, vai plantar batata?
01:03:14O serviço que eu mais amo é plantar batata.
01:03:16Eu vou fazer sem me ofender.
01:03:20Nossos filhos cresceram e eles também gostam de plantar batata.
01:03:24Falar para plantar batata para eles não é nenhuma ofensa, né?
01:03:27É motivo de orgulho mesmo.
01:03:31É essa, vamos plantar batata.
01:03:41São Paulo é o segundo maior produtor de batata doce do Brasil.
01:03:45Está atrás do Ceará, segundo o IBGE.
01:03:48E o Globo Rural de hoje termina aqui.
01:03:51Sábado que vem tem a nossa reprise às seis da manhã.
01:03:54E domingo às oito e meia.
01:03:56Te esperamos com um programa inédito.
01:03:58Um bom dia para você.
01:03:59Uma ótima semana.
01:04:00Tchau, tchau, tchau.

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