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Transcrição
00:00Oi Arthur, boa tarde pra você, boa tarde pra todo mundo que acompanha o JT1.
00:04Os parentes do guarda municipal Carlos Henrique, eles souberam da morte cerebral hoje de manhã.
00:10Hoje de manhã o Hospital da Restauração conversou, uma equipe do HR conversou com os parentes e confirmou a morte cerebral.
00:17Eles estão por aqui ainda, não querem mais gravar entrevista, mas mais cedo eles conversaram com a nossa equipe de reportagem
00:24e explicaram como é que foi a confirmação dessa morte. Vamos ouvir.
00:30A família foi convidada, porque foram feitos os três testes para a confirmação de resposta neural e não houve.
00:42E aí eles convidaram a família pra vir e perguntar se era do nosso desejo e se era do desejo dele transplantar os órgãos.
00:54E aí realmente nós conversamos e confirmamos, assinamos o termo.
01:02A retirada dos órgãos será aqui mesmo no hospital, provavelmente agora no horário da noite,
01:09e será direcionado aos órgãos para os hospitais de referência, onde os pacientes vão aguardar.
01:15Provavelmente o corpo será liberado amanhã pela manhã e vai seguir para o IML,
01:23para que seja concluído o processo para liberar o corpo para a família.
01:28A princípio o corpo vai seguir para Ipojuca, por causa do trabalho dele, que ele tanto amava,
01:36e vai ser acolhido pela guarda de Ipojuca, onde vai ser feito um velório.
01:44Posteriormente vai seguir o cortejo até Recife, onde será feito o sepultamento no domingo.
01:54Mas a família nunca perdeu as esperanças, né?
01:57Nenhum momento, ligaram ontem à noite dizendo que já tinham completado o terceiro teste,
02:04mas que precisava que a gente viesse hoje pela manhã para que fosse passada todas as informações,
02:10e aí eu continuava a ter esperança.
02:12Entrei há pouco, falei com ele várias vezes, toquei.
02:17No meu último momento, porque ele tem respostas fisiológicas, mas não neurais,
02:28e não obtive resposta, isso dói muito em mim e na minha mãe,
02:34porque eu não posso deixar de dizer que é muito importante,
02:38que ele é um grande pedaço da minha vida, muito importante, muito importante.
02:44E eu preciso dizer também que foi muito injusto, muito injusto.
02:49E vou falar sempre que cinco minutos antes do que aconteceu,
02:53estávamos conversando ao telefone.
02:56Então para mim foi inacreditável estar com ele ao telefone,
03:00e minutos depois eu sabia a notícia que ele estava de ambulância vindo para a restauração.
03:06E foi muito difícil, eu cheguei a não acreditar.
03:08Não sei como vai ser a nossa vida, mas com certeza minha cunhada Paulina com meu sobrinho
03:16vão vir morar agora, próxima, vai sair de Pojuca.
03:21Mamãe também vai vir morar comigo agora para que a gente fortaleça essa união que já existia,
03:28porque eu nem quero me sentir só e nem vou deixar minha mãe e minha tia sozinhas.
03:35E meu outro irmão, ele vai precisar voltar para o estado que ele trabalha, que é Minas Gerais, então é longe.
03:42E eu vou ficar sem meu irmãozinho aqui, que é o meu pedacinho.
03:50Vocês não têm noção do amor que a gente tem um com o outro.
03:53É uma ligação muito, mas muito forte.
03:59É uma ligação de fazíamos as mesmas coisas, comprávamos as mesmas coisas.
04:06Éramos muito ligados e as nossas ligações eram diárias.
04:11E eu sempre questionei ele pelo fato dele morar longe, que nem é tão longe.
04:16Mas ele tinha um amor muito grande pela guarda.
04:21Então, eu só tinha que respeitar o trabalho dele.
04:25Mas eu sempre quis meus dois irmãos por perto, na verdade.
04:30Em algum momento ele chegou a comentar dentro de casa sobre o que aconteceu em abril desse ano com esse adolescente?
04:37Nunca, nunca.
04:38Eu até comentei com um dos meninos da guarda, o que foi isso que aconteceu.
04:43Aí ele fez e não aconteceu nada demais.
04:46Isso é muito rotina da gente.
04:48Então, assim, uma vez eu...
04:52Quando eu fui conhecer Ipojuca, eu até brinquei.
04:55Eu disse, a gente vê polícia militar, mas a gente vê muita guarda nas ruas de Ipojuca.
05:02Todos os locais que a gente vira é guarda.
05:04É guarda municipal, é patrimonial, é guarda de trânsito.
05:09E eu achei até brincar, assim.
05:11Eu acho que aqui tem mais guarda do que polícia militar atuando durante o dia.
05:16Então, é muito forte a guarda lá.
05:19Então, para eles, esse tipo de ocorrência é rotina.
05:25Bárbara.
05:25Se eu for falar de lembrança, agora é muito precoce, porque neste momento eu ainda não aceito.
05:37Eu ainda não internalizei.
05:40Não, eu não sei o que é que vai ser.
05:42Segunda, terça, quarta, eu olho para a foto dele a cada dez minutos e eu não entendo.
05:49Assim como eu estava com ele lá dentro, agora, por favor, por favor, só um sinal, só um sinal, só um dedo mexendo.
05:58Qualquer coisa para você me dar um sinal de vida.
06:01Então, para mim ainda ele não vai deixar.
06:04Para mim, ele ainda está aqui comigo.
06:07Bárbara, qual que é o maior desejo da família agora em relação a essa investigação?
06:12Da minha parte, eu não quero saber.
06:18Eu quero que a guarda tome conta, que a polícia militar tome conta.
06:24Eu não quero saber quem foi, eu não quero saber como foi.
06:27Porque o importante para mim é o meu irmão.
06:30Mas que se for feita prisão ou se for feita alguma outra revelia, para mim não deixa de ser lucro, sabe?
06:39Mas eu não quero desejar a mal a ninguém.
06:44Ele tirou a vida, ele tirou a vida do meu filho, amor.
06:53Ai, eu quero vim com a vida, e não é lá como foi.
07:03Eu quero.
07:04Eu quero.
07:09Eu quero.
07:10Eu quero.
07:10Eu quero.

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