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Marcelle Débora Ferreira Araújo, de 51 anos, e Ronnyson dos Santos Alcântara, de 50, foram presos nesta sexta-feira (4), no bairro do Guamá, em Belém, suspeitos de envolvimento na morte de Flávia Cunha Costa, de 43 anos. Segundo a Polícia Civil, o casal, que se apresentava como líder de um grupo religioso, teria abandonado a vítima em estado grave no Pronto Socorro do Guamá, no dia 18 de junho deste ano, onde ela morreu no dia seguinte. A delegada Bruna Paolucci, titular da Divisão Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), explica como a PC conseguiu solucionar o caso e contabilizar quatro vítimas dos suspeitos, entre elas, Erlica de Araújo Corrêa, sobrinha de Marcelle.

Reportagem: Saul Anjos
Imagens: Wagner Santana
Edição: Bia Rodrigues (supervisão: Tarso Sarraf)

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Transcrição
00:00Bem, nós iniciamos a investigação em maio, por meio de uma denúncia que nós recebemos do canal Denúncia 181.
00:08E nos chamou a atenção o teor da denúncia.
00:11Então nós começamos a diligenciar em loco, com angariando testemunhas,
00:16e com a ajuda primordial da família dessa moça, conseguimos ouvir também outras vítimas desse casal,
00:23que se intituava como pastor.
00:25Os dois se diziam pastores e que aplicariam nessas vítimas uma cura espiritual.
00:31E a Flávia foi uma das vítimas que, infelizmente, em decorrência de toda a violência psicológica
00:37que ela foi submetida e aos maus tratos, ela infelizmente evoluiu a óbito, agora dia 19 de junho.
00:44No decorrer das investigações, nós encontramos várias igrejas registradas nos nomes, principalmente da pastora.
00:53E Flávia, agora, depois da apreensão, a gente descobriu alguns documentos que Flávia era como uma obreira,
01:01uma secretária dessa igreja.
01:03E eles criaram várias igrejas, inclusive a pastora, ela usava dois nomes.
01:09Tanto de nascimento, nós encontramos vários cartões de crédito no nome,
01:13tanto no nome de nascimento como o nome de Marcele Débora Ferreira de Araújo.
01:18E tudo era em prol, todo o patrimônio dessas vítimas, inclusive de outras que nós já ouvimos em inquérito,
01:28eram destinados às obras da igreja.
01:31Os cultos, as reuniões, se davam dentro de um salão na casa desse casal.
01:37Essa casa fica localizada em que bairro?
01:39No bairro Guamá.
01:40Ela dizia que eu tinha um espírito, né?
01:42Eu tinha um espírito maligno e que esse espírito, ninguém ia acabar comigo se eu não procurasse buscar a libertação, né?
01:51Que ela dizia.
01:52E que também toda a minha família tinha.
01:54Só que ela perguntou se eu estava disposta a pagar um preço para que toda a minha família fosse liberta desse espírito maligno.
02:02Agora, ela dizia que tinha um espírito maligno, mas ela não relatava assim, né?
02:05Então, eu acreditava que tinha, né?
02:07De fato, eu fui, né?
02:09Então, eu cheguei aí porque eu acreditei, né?
02:12Então, eu fui em busca para libertar minha família, como pai, mãe, irmãos, né?
02:17Porque eu tenho dois irmãos.
02:19Então, eu fui a primeira aí e após isso eu levei o meu ex-marido.
02:26Na época, que era meu marido, eu levei ele.
02:28Ele não queria entrar.
02:29Eu, basicamente, forcei ele a entrar comigo, instruído por ela.
02:35Ela dizia, olha, se ele não quiser entrar contigo, deixa eu ir.
02:38Porque ele gosta de ti.
02:39Então, ele vai entrar também, né?
02:43E aí, foi quando ela também conseguiu alcançar o meu marido a fazer também tudo o que ela queria, né?
02:49Fomos vítimas dela, eu e ele, junto, né?
02:53Com a nossa família, que nós temos três filhos, né?
02:56A gente foi morar, passar a morar lá na casa dela e, dessa passada dessa morada, já começaram os sofrimentos, né?
03:03Porque a gente já não passou a não trabalhar mais.
03:06A gente já não tinha mais vida própria.
03:09A gente só vivia em prol dela.
03:11A fazer as coisas para ela, compras para ela, preparar a melhor comida para ela, né?
03:17Como a esposa era cozinheira, na época, né?
03:20Eu e o chefe de cozinha.
03:21Então, ela sabia que ele podia preparar os melhores banquetes para ela, né?
03:25Ela sempre gostou das coisas muito, com taças e uma mesa bem posta.
03:31Então, tudo isso, realmente, a gente fazia o que a gente sabe fazer.
03:33Então, ela se aproveitou de tudo isso.
03:35No decorrer das investigações, nós angariamos elementos informativos de que as vítimas,
03:42inclusive outras três, residiram com esses pastores, como a Flávia.
03:47Eles eram levados a crer que, para contribuir com os trabalhos da igreja, eles deveriam prestar trabalhos domésticos.
03:57Tudo aquilo que era angariado pelo trabalho externo deles seria revertido para a igreja.
04:04E a alimentação, tudo que era provido a essas vítimas, só passava pelo casal de pastores.
04:12Eles é que podiam fornecer.
04:14E assim, eles faziam uma violência psicológica, uma manipulação emocional dessas vítimas.
04:21Elas iam se distanciando de amigos, familiares, iam largando o trabalho aos poucos, perdendo o patrimônio.
04:29Era essa a forma que eles usavam para poder manter as vítimas ao lado deles e financiando as obras da igreja.
04:37Legenda Adriana Zanotto

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