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A pobreza da Argentina atingiu 38,1% da população no segundo semestre de 2024, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (Indec). 

Isso representa uma redução de 14,8 pontos percentuais em comparação aos seis meses anteriores no país comandado pelo libertário Javier Milei.

Felipe Moura Brasil, Bruno Musa e Duda Teixeira comentam:

🎙️ Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.

Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.

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Transcrição
00:00E a pobreza da Argentina atingiu 38,1% da população no segundo semestre de 2024,
00:05segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas, o INDEC.
00:09A porcentagem significa uma redução de 14,8 pontos percentuais
00:13em comparação aos seis meses anteriores no país comandado por Javier Milley.
00:17Nos primeiros meses de mandato do libertário, o índice subiu para 52,9%.
00:23A taxa de indigência, contudo, caiu para 8,2%.
00:27Em nota, o governo Milley afirmou que a redução da pobreza
00:29é um efeito direto da luta contra a inflação conduzida pelo presidente,
00:34além da estabilidade macroeconômica e da eliminação de restrições
00:38que, por anos, limitaram o potencial econômico dos argentinos.
00:42A imprensa argentina noticiou ainda que a falta de moradia
00:44teve uma redução no mesmo período, chegando a 6,4% ao fim do ano passado.
00:50No primeiro semestre de 2024, o índice subiu para 13,6%.
00:54Em 2023, o dado estava em 8,7%.
00:58Além disso, a Argentina registrou seu primeiro superávit financeiro
01:01em mais de 10 anos, atingindo 1,8% do PIB, segundo o Ministério da Economia do país.
01:07Foi o melhor desempenho fiscal da Argentina em 14 anos
01:10e reflete um esforço para controlar a dívida pública.
01:13E aí, Bruno, mais uma lição de Milley para o governo Lula?
01:16Mais uma lição, que é justamente o vídeo que eu soltei há pouco lá no meu canal,
01:21então eu estou com esses dados na ponta da língua para a gente aprofundar um pouquinho mais nele
01:26de maneira rápida. Vamos lá.
01:28São 4,4 milhões a menos de argentinos na pobreza.
01:32Tudo isso que ele faz, as ações do Milley, elas estão pautadas em uma escola econômica.
01:39Ele não veio tirando do nada.
01:41Está muito bem fundamentado dentro das bases da escola austríaca de economia,
01:45que é a base que ele segue.
01:47E é a economia que eu estudo desde 2018 e a economia escola na qual eu mais me identifico.
01:53E ela tem um pilar central, Felipe Duda.
01:56Tem um pilar central, que é a organização das contas públicas.
02:00Gastar menos do que arrecada.
02:01Aquilo que a gente faz em casa de maneira quase que obrigatória.
02:05Você ter um respeito com o dinheiro público para trazer uma estabilidade macroeconômica.
02:11E aí sim, os dados começam a melhorar.
02:15Eu fiz um comparativo meio esdrúxulo, mas na prática é verdade.
02:20A grande mídia começou a mostrar que no primeiro semestre de 2024,
02:25a pobreza na Argentina tinha crescido.
02:27E de fato cresceu.
02:28Só que é como você, depois de anos de abuso de drogas,
02:32você retirar isso do sistema, do corpo da pessoa,
02:36no primeiro momento o impacto é negativo.
02:38Para depois ele passar a ter uma vida mais saudável.
02:41A droga, nesse caso, era a injeção de dinheiro
02:44e a dívida monetizada pelo Banco Central,
02:47que estava deixando o país à beira da hiperinflação.
02:50Ou seja, o peso não valia mais absolutamente nada.
02:53Portanto, as contas em dia são 14 meses de superávit consecutivo,
02:57e como você muito bem falou, superávit financeiro,
03:00incluindo os juros da dívida,
03:02fez com que essa pobreza em 2022, 2023 e no primeiro semestre de 2024 crescesse.
03:09E agora está numa tendência clara de baixa.
03:1238,1%, que veio de 53% de pessoas na pobreza,
03:16é uma taxa média.
03:17Portanto, a taxa real hoje é menor do que isso.
03:21Porque essa é a taxa média semestral.
03:23O nível de argentinos na pobreza acima de 65 anos
03:28também caiu quase 2 pontos percentuais,
03:30de 18% para próximo a 16% agora.
03:34E tudo isso veio com, agora, no segundo semestre,
03:37crescimento econômico.
03:39Ou seja, no último trimestre de 2024,
03:41o PIB cresceu 4,1%.
03:42No primeiro de 2025 já cresceu 1,5%.
03:46A inflação, que era 25,5% ao mês em dezembro de 2023,
03:52caiu para próximos a 1,7% ao mês.
03:55Ainda muito alta, mas de 25,5% para 1,7%.
03:59Com redução de pobreza, com crescimento e com reservas do Banco Central da Argentina,
04:04que estavam zeradas, estão hoje na casa dos 25 bilhões,
04:08e é muito próximo de um acordo com o FMI novamente.
04:11Então, de novo, ainda há muito por fazer, muito,
04:15mas fica claro que uma redução de 14 pontos percentuais
04:18com o incremento do salário real no setor privado,
04:23não no público, que cresceu também de maneira considerável,
04:27mostra que a estabilidade macroeconômica oriunda
04:30da responsabilidade fiscal, ou seja, dos gastos do governo,
04:35é só dar tempo.
04:36Não precisa inventar a roda.
04:37Isso levará a uma estabilidade macroeconômica,
04:40estabiliza a moeda, estabiliza preços,
04:43e começa a tirar pessoas da pobreza.
04:45A inflação é o que mais coloca as pessoas na pobreza.
04:49Bruno, agora, como é que se explica esse crescimento da economia argentina,
04:55se lá não tem um governo ajudando ali, por exemplo,
05:00a Petrobras, como faz aqui no Brasil,
05:02a Transpeto, para fazer navio petroleiro com mão de obra nacional,
05:10não tem pé de meia, não tem crédito consignado,
05:13como é que eles conseguem crescer por lá, sem todas essas coisas?
05:19Atraindo investimento através da previsibilidade, como você falou,
05:22o nível de investimento e do consumo agregado cresceu,
05:24investimentos 11%, frente ao que era no último semestre,
05:29ou no último trimestre, perdão, pré-milém.
05:32E isso vem da estabilidade macroeconômica.
05:35Tudo o que você citou, que eu concordo 100% com você,
05:39ela é basicamente políticas populistas.
05:42Políticas populistas fazem gastos desordenados,
05:48para ser delicado com a palavra, com dinheiro público.
05:52Essas disfunções no gasto público
05:54fogem à regra essencial que nós falamos da Argentina,
05:57que é o respeito às regras e ao dinheiro público.
06:01Vamos lá.
06:02Um exemplo aqui de um programa, o pé de meia.
06:05Não está incluído dentro do orçamento.
06:06Nós não temos em 2025 ainda um orçamento aprovado.
06:09Mas ele não é incluído, ele não é pago,
06:12nesses dois anos de governo, por dentro do orçamento.
06:15Significa que incrementa o endividamento do governo,
06:18mas não passa na regra do arcabouço,
06:19o governo vem à público e fala,
06:21ora, não cumprimos o arcabouço,
06:23mas está muito próximo de ser cumprido.
06:24Só que os gastos por fora do orçamento passam à torta e direito.
06:29A Argentina isso não existe.
06:30Por quê?
06:31Porque o Millen reduziu hoje, em termos reais,
06:34quase 25% do tamanho do Estado frente ao PIB.
06:37Isso atrai investimento, que incrementa salários,
06:41e aí a gente entra num ciclo virtuoso,
06:43e não num ciclo vicioso, como é o que o Brasil continua acreditando,
06:47ou melhor, a cúpula política acreditando que o Estado deve ser o indutor da economia.
06:50Maravilha. Bruno, a gente tem que fazer dois minutinhos de intervalo,
06:55mas eu queria ainda levantar uma pergunta para você.
06:57Você pode esperar mais dois minutinhos?
06:59Então a gente fica com o Bruno Moussa na linha.
07:01Maravilha, muito obrigado,
07:03porque tem uma questão política de interseção com a economia
07:06que vale a pena a gente explorar.
07:09Porque eu queria que ele comentasse um trechinho
07:11de um artigo publicado no Estadão pelo economista Gustavo Franco,
07:14ex-presidente do Banco Central.
07:16E eu pedi para a produção para jogar na tela o trecho,
07:19que eu considero ali uma análise muito interessante,
07:22porque o Bruno Moussa estava falando das políticas populistas, dos populistas,
07:26e o Gustavo Franco começou o artigo falando a respeito disso.
07:29Isso já é lá no meio do artigo.
07:31Então reparem que naquele primeiro parágrafo ali dessa coluninha da esquerda,
07:34ele está falando que a escolha de políticas públicas
07:37orientada pelo engajamento e pelas curtidas
07:40pode enviesar a substância.
07:42E aí ele explica de uma maneira muito clara.
07:45Antigamente, os tecnocratas formulavam planos econômicos
07:49e a liderança política, quando gostava,
07:51chamava um profissional de comunicação para orientar a divulgação.
07:56Não era incomum a queixa do marqueteiro e do chefe
07:58contra as medidas impopulares,
08:00como costumam ser os remédios para os problemas econômicos.
08:04Agora, e esse que é o ponto para o qual eu quero chamar a atenção,
08:07a lógica se inverteu.
08:09São os marqueteiros que fazem as políticas
08:11que já nascem atendendo aos desejos da liderança.
08:15Os técnicos trabalham por encomenda
08:17ou são chamados apenas a posteriori para ajudar na explicação
08:21e consertar qualquer coisa que não desceu bem.
08:25Obviamente, Bruno Musa, ele está descrevendo esse fenômeno,
08:28como ele analisa, de uma forma crítica.
08:31E até ironizando, porque isso, em geral, dá errado.
08:35Você vê esse mecanismo, essa mudança no governo Lula?
08:39Quer dizer, embora essas ideias já fossem presentes no petismo,
08:45elas existem ali na liderança política
08:47e um ministro da Fazenda, como o Fernando Haddad,
08:50ele vai atrás?
08:51Quer dizer, não tem uma ideia realmente de política econômica?
08:55Olha, Felipe, eu acho que não tem uma ordem,
09:02não tem um planejamento.
09:04E a gente talvez tenha que lidar com a verdade,
09:06que ela é dura.
09:07A verdade é que nós estamos a serviço de,
09:10na minha opinião, como eu venho falando,
09:11um projeto de poder.
09:13A gente costuma indicar que o Lula 3 está sendo pior
09:16que o Lula 2.
09:17Isso aqui, para mim, é um projeto claro de poder
09:20que se iniciou no começo do século.
09:22Se nós levarmos em consideração,
09:24a gente está no primeiro quarto do século atual
09:27e 80%, mais ou menos, do período foi governado pelo PT.
09:31Nós tivemos a exceção do Temer,
09:33que era vice da Dilma,
09:34apesar de eu acreditar que ele teve incríveis avanços econômicos,
09:38e depois a janela de Bolsonaro.
09:40Mas as instituições continuaram da mesma maneira,
09:43com a mesma mentalidade e a mesma forma,
09:45ou muito parecida forma ali de atuar,
09:48porque você não consegue tirar vários funcionários públicos
09:51e mentalidades pela mudança de um governo
09:54que tem uma ideia um pouco diferente.
09:57Então, o que eu quero falar é que eu concordo
10:01com essa ironia, essa crítica dele,
10:03porque não há um planejamento.
10:06Ou melhor, não há um planejamento
10:07para transformar o país em um país sério.
10:11Eu costumo, e sou um autocrítico do Estado,
10:14porque eu acho que ele é ineficiente sempre,
10:16só que ele é ineficiente para aquilo que a população demandaria.
10:20Ele é altamente eficiente em fazer a propaganda política para eles,
10:25em um projeto de poder, de perpetuação de suas ideias para eles.
10:30Nisso eles são eficientes.
10:32Portanto, quando a gente fala que não há um planejamento,
10:34não há um planejamento em direção àquilo que nós gostaríamos como país.
10:38Como a gente acabou de mencionar da Argentina,
10:40redução de pobreza, estabilidade da moeda.
10:42Não. Há completamente uma posição oposta a isso.
10:47E passa justamente por essa crítica que, infelizmente,
10:51eu tenho a concordar com ela.
10:53Maravilha. Muito obrigado, Bruno Musa,
10:54nosso colaborador em matéria de economia,
10:56economista, professor, empreendedor.
10:58Tem o canal de YouTube que ele citou,
11:00tem vídeos novinhos lá para vocês verem,
11:02youtube.com barra arroba bruno underline musa.
11:06E tem a página de consultoria de investimentos,
11:08o brunomusa.com.br barra investimento.
11:11Muito obrigado, boa noite, bom trabalho, volte sempre.
11:14Obrigado, Felipe. Obrigado, Duda.
11:16É um prazer. Obrigado pelo convite.
11:17Até a próxima semana.

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