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A jornada mais difícil do mundo
O Antagonista
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Conheça a incrível história de desventuras e superação de Sir Ernest Shackleton na Antártica.
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Hoje, vou falar para vocês de uma história épica, de uma jornada incrível, uma das histórias
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que mais me atraíram em tudo que já li a respeito de grandes jornadas.
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Sim, a incrível jornada de Sir Ernest Shackleton, que você vai conhecer agora.
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Não tem vinheta.
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Estamos em 8 de agosto de 1914.
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Sir Ernest Shackleton, um explorador britânico, à época com 40 anos de idade, lideraria a
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expedição transantártica imperial, uma das mais épicas jornadas da era heróica da exploração.
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Temos aí o Ernest.
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O seu objetivo era simples, atravessar a Antártica de costa a costa, por terra ou gelo, passando
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pelo Polo Sul, que nunca ninguém tinha chegado.
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A bordo do navio Endurance, Shackleton e sua estripulação de 27 homens partiram rumo ao
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desconhecido, saindo lá da Inglaterra.
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Isso num tempo em que não havia internet, GPS ou nem rádio.
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Pelo menos no navio dele.
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Só que em janeiro de 1915, depois de passar por Buenos Aires e as Ilhas Geórgia do Sul,
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o Endurance ficou preso no gelo do mar de Weddell, a cerca de 160 quilômetros da costa
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Antártica.
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Shackleton tentou liberar o navio, mas as implacáveis forças do gelo pressionaram a embarcação,
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até que, em novembro, dez meses depois de ele ficar preso, o Endurance foi esmagado e
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afundou entre o gelo e a água.
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Só que ninguém viria ao resgate deles, sabe por quê?
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Porque não havia comunicação por rádio e eles só deveriam voltar da Antártica três
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anos depois.
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Então, até lá, a falta de notícias era exatamente o que esperava.
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A tripulação, então, enfrentou temperaturas abaixo de menos 30, isolada no deserto gelado
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com apenas três botes salva-vidas e provisões limitadas.
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Por cinco meses, os homens sobreviveram sobre o gelo que flutuava à deriva da correnteza
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do mar congelado, percorrendo cerca de 600 quilômetros a pé em pequenos acampamentos
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móveis, sempre em busca de terra firme ou de um gelo mais firme.
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Quando as placas de gelo sob o acampamento improvisado deles finalmente se partiu quando as
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temperaturas ficaram menos geladas, eles tiveram que navegar em dois pequenos barcos
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salva-vidas por cinco dias até encontrar terra firme.
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Isso era a Ilha Elefante, a 557 quilômetros de onde o Endurance tinha afundado lá atrás.
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Só que essa ilha não era a Ilha de Caras, não.
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Era uma ilha inóspita, cheia de rochedos e fora de qualquer rota de navegação de navios
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e barcos.
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Então, ainda no inverno, em abril de 1916, Shackleton fez uma aposta desesperada.
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Ele iria navegar com apenas cinco homens num dos botes salva-vidas, o James Caird, até
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a Ilha de Geórgia do Sul, onde havia uma estação baleeira.
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Pois bem, eles reforçaram o barco como puderam, fechando a parte de cima, usando pedaços de
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outro bote, lembrando que eram pequenos barcos de madeira, abertos, sabe aqueles de remar?
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Enfim, partiram.
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Após 16 dias de uma travessia que parecia impossível, enfrentando ventos de até 100
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quilômetros por hora e ondas gigantescas no Oceano Antártico gelado, com temperaturas
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de menos 30 graus e se localizando apenas pela posição das estrelas, quando as nuvens
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não impediam, Shackleton e sua equipe chegaram à Geórgia do Sul, a 1.300 quilômetros de
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distância.
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Lá, mesmo desnutridos, exaustos e com as roupas já em farrapos remendados pelo uso intenso,
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eles tiveram que cruzar a pé, e apenas com essas roupas do corpo, e 40 metros de uma
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única corda, toda a ilha de Sandro.
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Ilha de quê?
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Eu estou inventando aqui.
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Volta para o texto de nós.
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Eles tiveram que cruzar a pé, apenas com uma corda de 40 metros, toda a ilha, desde
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a baía do Raccoon, do Raccoon, parece que eu fiquei íntimo do rei, do rei Raccoon, até
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a Estação Baleeira Stromnes, do outro lado.
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Essa jornada, que durou cerca de 36 horas, foi feita sob condições extremamente adversas,
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com terreno montanhoso e coberto de gelo, neve e sob forte ventania, a temperaturas, claro,
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muito abaixo da zona de congelamento.
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Mas eles conseguiram.
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Chegaram à Estação Baleeira, onde pediram resgate.
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E aí, em agosto de 1916, na quarta tentativa de resgate, agora com um pequeno rebocador
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cedido pela marinha chilena, o Yelch, Shackleton conseguiu resgatar todos os demais 22 homens
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que havia deixado na Ilha Elefante, com a ajuda de um barquinho.
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Concluindo uma das mais extraordinárias histórias de sobrevivência e liderança de
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uma exploração polar, sem perder um único membro de sua tripulação, que ficou exultante
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em vê-lo chegando lá com o resgate.
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Hoje, há um busto do comandante do navio Yelcho, navio nada, do barco Yelcho, o Luís
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Pardo, no Point Wild, que é o local exato do resgate, onde tudo aconteceu.
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Pois é, mas você sabe como são esses gênios.
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Eles são atarantados, não gostam de ficar quietos.
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E então, Ernest Shackleton tinha que fazer mais alguma coisa.
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Ele não ia ficar em casa tomando chá.
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Quando iniciava uma outra expedição para a Antártica, agora menor e mais simples,
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Sir Ernest, infelizmente, morreria de infarto.
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Em uma parada, na mesma ilha Jorge do Sul, onde ele foi buscar resgate para sua tripulação
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seis anos antes.
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Ele tinha 47 anos de idade e entrou para a história.
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Olha, essa epopeia que a gente contou aqui foi a história mais longa e mais detalhada
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que eu já contei no nosso programa.
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E eu queria saber o que você achou desse formato um pouco mais longo.
06:53
Eu queria que você deixasse aqui nos comentários se você achou uma boa ideia, se você acha
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legal.
06:58
E, claro, já deixa o seu like e aquela curtida no vídeo.
07:02
E lembrando, claro, de compartilhar o link deste programa aqui do YouTube para mais pessoas
07:07
que, certamente, assim como você, vão gostar dessa história real fantástica.
07:13
E, claro, já deixa o link.
07:24
E, claro, já deixa o link.
07:27
E aí
07:28
E aí
07:37
E aí
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