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A escolha-relâmpago de Kamala Harris, que provavelmente vai substituir Joe Biden na corrida presidencial mais importante do mundo este ano, incomodou lideranças importantes do Partido Democrata como Barack Obama e personificou, de maneira exemplar, as famigeradas políticas “DEI” (Diversidade, Equidade e Inclusão) e a ideologia woke, uma agenda de engenharia social das elites urbanas que criaram um abismo em relação ao senso comum do cidadão médio das principais democracias ocidentais.
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Transcrição
00:00Mas deixa eu falar sobre as eleições lá nos Estados Unidos.
00:03A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, está próxima de ser indicada do Partido Democrata para disputar o pleito eleitoral.
00:12Segundo projeções da Reuters e da AFP, ela já teria o número mínimo de delegados necessário para ser nomeada como candidata do partido.
00:22Kamala, entretanto, não tem o apoio de nomes como o de Barack Obama.
00:27Deixa eu trazer ele, o nosso grande Alexandre Borges, para nos dar um apanhado sobre as eleições lá nos Estados Unidos.
00:34Meu cara Alexandre, seja muito bem-vindo.
00:36Que situação da Kamala, hein, Alexandre? Ela é favorita, mas está bem longe de ser amada, né?
00:45Pois é. Em relação a essa questão do Barack Obama, que muita gente está levantando, é só para deixar claro o seguinte.
00:50Não é que o Obama é contra ela, né? O Obama não tem como não apoiar um candidato democrata, seja ele qual for.
01:00O que está em questão é a intensidade do apoio.
01:05Se ele vai mergulhar na campanha, se ele vai aos comícios, se ele vai pedir dinheiro, se ele vai se entregar.
01:12Entendeu? É isso que está.
01:13Por quê? Porque o que aconteceu foi o seguinte, o Partido Democrata, esse eu acho que é um parêntese importante para o pessoal entender esse quadro.
01:20O Partido Democrata foi muito imprudente ao não preparar um plano B para o caso do Biden,
01:27que eu até, ele não apareceu até hoje.
01:30Ele pediu as contas da campanha no domingo, anteontem.
01:36Não apareceu até hoje.
01:38Hoje já começou a aparecer leis onde ele está dividindo o poder com outros membros do primeiro escalão do governo.
01:45Então a gente nem sabe como está a saúde dele, se ele está bem, se ele não está, como ele vai concluir o mandato.
01:53Ele tem que ser presidente do país mais poderoso do mundo até janeiro.
01:58Entendeu? E a gente nem sabe como está a saúde dele.
02:01Claro que nos próximos dias, nas próximas horas, isso deve ser resolvido, mas é uma dúvida que não é boa para o mundo.
02:10Você não saber qual é a real situação do presidente dos Estados Unidos.
02:14Bom, o que acontece?
02:16O Biden, ele joga a toalha no domingo, já na segunda a Kamala Harris vem com tudo.
02:23E hoje, terça-feira, a gente já tem quase uma unanimidade de que vai ser a Kamala, porque ninguém mais se apresentou também.
02:32De certa forma, a Kamala criou uma situação onde ela está meio blindada.
02:38Alguém para aparecer, para disputar essa vaga com ela nesse momento, dadas as circunstâncias,
02:45criaria uma fratura no partido democrata muito grande, às vésperas da convenção que vai homologar quem é o candidato.
02:54Então, a princípio, eles vão de Kamala Harris.
02:59Qual é o problema de Kamala Harris?
03:01Ela é extremamente impopular.
03:04E há quanto tempo que eu falo isso?
03:05Isso, Wilson, você sabe, você testemunha.
03:08Há quanto tempo que eu aviso que a dona Kamala Harris...
03:11O que aconteceu lá em 2020, quando terminou o primeiro e único mandato do Donald Trump
03:19e houve uma eleição do Joe Biden contra o Donald Trump, que o Joe Biden acabou vencendo,
03:26o Joe Biden escolheu para sua vice, já que o Joe Biden era um sujeito já velho, branco,
03:32da ala antiga do Partido Democrata.
03:35Numa negociação interna, eles pegaram uma candidata identitária, super esquerdista, radical ideológica,
03:45negra, filha de jamaicano com indiano, enfim, todas aquelas caixinhas para poder garantir o apoio dessa ala do partido.
03:55E dizer, tá bom, vai, eu dou um vice aqui para Kamala,
03:58e aí fica todo mundo amigo e para de briga interna.
04:03Aí vem todo mundo apoiar o velho, entendeu?
04:08O velho das antigas, que seria, e me parece cada vez mais, o Joe Biden como uma despedida do velho Partido Democrata.
04:17Tem uma expressão que se usa muito na política americana, que é
04:20esse não é o Partido Democrata dos seus pais e dos seus avós.
04:24E eu acho que o Joe Biden, ele, de certa forma, personifica isso.
04:28Ele é o Partido Democrata dos pais e dos avós.
04:32Ele não é o Partido Democrata de hoje.
04:34O Partido Democrata de hoje é um partido muito mais esquerdista,
04:38muito mais ideológico, muito mais radical,
04:40principalmente quando você olha o segmento jovem,
04:43quando você olha o eleitor ali até 25 anos de idade,
04:47o chamado Geração Z e um pouco dos millennials, enfim,
04:50e esse segmento urbano, que a Kamala Harris, de certa forma,
04:55seria alguém para acenar para esse segmento.
04:59Só que ela é muito impopular, as pessoas não gostam dela,
05:02principalmente fora da Califórnia.
05:04E mesmo na Califórnia, ela sequer foi governadora,
05:07ela ganhou uma vaga no Senado, entendeu?
05:10Então você tem uma situação onde tentar fazer a Kamala Harris,
05:15que eu fiz várias matérias sobre ela hoje,
05:19até queria convidar os nossos amigos que estão nos assistindo
05:21a dar uma olhada no site.
05:23Nós estamos com uma cobertura muito completa do que está acontecendo
05:26e dando informações sobre o perfil da Kamala Harris
05:29que você não vai encontrar em nenhum outro veículo do Brasil.
05:33Você não vai, posso garantir isso para você.
05:34Então, a Kamala Harris, ela cria um problema
05:38por ela ser uma radical ideológica
05:43em eleições muito disputadas,
05:46que são disputadas ali no voto a voto,
05:48onde ela garante um voto que já vem para o Partido Democrata
05:52de qualquer jeito.
05:53Vamos dizer que fosse aqui no Brasil, entendeu?
05:58Você botasse para representar a esquerda
06:00um cara, vamos dizer, do PSOL,
06:03um cara bem ali, bem Boulos.
06:05Bem extrema, né?
06:07Isso.
06:08Esse cara, ele já vai receber o voto da esquerda
06:10de qualquer jeito, entendeu?
06:12Só que ele perde os moderados,
06:14ele perde o centro, entendeu?
06:16E é o problema que os democratas vão enfrentar.
06:19Porque o Donald Trump,
06:21com a defesa do Make America Great Again
06:23e a defesa dos trabalhadores
06:25e vamos trazer os empregos de volta,
06:27vamos reindustrializar o país,
06:29vamos segurar essa imigração totalmente desenfreada
06:34que destrói os empregos da classe baixa.
06:38Porque esse é um problema que ninguém discute
06:40em outros veículos mais tradicionais.
06:43Eles ficam discutindo categorias identitárias
06:45e esquecem que existe um problema prático.
06:48Se você é um trabalhador,
06:49se você dirige Uber,
06:50se você é operário,
06:51trabalha na construção civil,
06:53se você é um cara ali, vamos dizer,
06:56da classe média baixa,
06:57da classe trabalhadora americana,
07:01a imigração vai direto no seu emprego.
07:05Porque o empregador,
07:07o cara que tem ali a lojinha
07:08e precisa de um faxineiro,
07:10do cozinheiro, do entregador,
07:12ele pode contratar um americano
07:15que está precisando desse emprego
07:17por um valor do salário mínimo normal do americano,
07:21ou pode pegar um mexicano ilegal
07:23que por um prato de comida e dois trocados
07:26está fazendo o mesmo trabalho
07:27por 10% do valor do americano.
07:31Entendeu?
07:32Então, esses caras,
07:33eles sentem na pele
07:35essa maluquice democrata
07:37de ver em todo mundo,
07:38vamos entrando,
07:39e que se dane a consequência.
07:42Então, assim,
07:43e o Trump,
07:44ele tem um discurso direto
07:46para esse trabalhador,
07:47muita gente que tradicionalmente
07:49votava no Partido Democrata.
07:51E o Trump está apelando
07:52para essas pessoas.
07:54Entendeu?
07:54É, tem que ver
07:55os próximos episódios,
07:56sem dúvida nenhuma, né?
07:58Ninguém está dizendo o que vai dar,
08:00mas hoje o cenário
08:02é ainda de favoritismo para o Trump
08:04por tudo isso.
08:05Legenda por Sônia Ruberti

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