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Transcrição
00:00Imaginou nós dois na mesma cama
00:06Te imaginou dizendo que me ama
00:11Entrei na balena com 16 anos, ainda assim sendo evangélico e presente a uma igreja
00:18Quando descobriram a questão da dança
00:25Porque era uma coisa escondida, não podia mostrar pra todo mundo
00:31Quando descobriram na igreja, teve aquele cenário de apaixonamento
00:38No momento você vai ficar aqui, de resguada, até tentar entender o que você vai fazer com você
00:44Me convidaram pra uma festa, só que aí convidaram a mim e a minha mãe drag, que é a Gigi Híbrida
00:50Nesse tempo, a Gigi já se montava, ela já tinha vários prêmios, ela já fazia teatro, como drag
01:01A Gigi já era viva nesse tempo
01:04E ela me levou
01:05Nesse tempo, como eu não sabia me maquiar
01:09E a gente inventou essa estética da máscara, do rosto tampado
01:16Então eu ia lá só pra dançar e me apresentei como Munique Lafon
01:20Eu sabia quando e onde entrar em drag
01:23Eu ainda tinha aquele empurrãozinho do personagem
01:28Ah, vou entrar na minha personagem
01:30Até entender o que é persona e personagem e tudo mais
01:34Então eu já tinha esse entendimento
01:37Mas ao me ver, ao me ver, quando gravavam, quando me mostrava uma foto
01:45Me empoderava no sentido de estético mesmo
01:50Enfim, adolescente, eu era muito inseguro com o meu corpo, com o meu jeito
01:57Mas naquele momento ali em que eu estava no holofote
02:03Com as atenções pra mim
02:06Mexe com o ego
02:08Então aquilo, acho que a drag me salva nesse sentido
02:15No sentido da minha autoestima
02:19As demônias, eu sempre tive um pé atrás
02:24Não em relação ao que é demônia
02:26Porque eu também não sei se eu sou demônia
02:28Eu não sabia se eu era demônia, na verdade
02:30Não sabia
02:31Porque eu ia completamente ao contrário de tudo aquilo que era considerado demônia
02:37Maquiagem, dublagem, roupa
02:40Então, tipo, eu não usava roupa
02:43Eu usava um triquine, sabe?
02:45Eu usava uma calcinha com...
02:47Eu não usava maquiagem
02:48Eu usava o rosto tampado
02:50E eu não dublava
02:51Eu dançava, né?
02:53E isso foi...
02:56Ao decorrer da criação da demônia
02:59Isso foi muito me mastigando o mundo
03:01Porque eu não me sentia pertencente àquela arte, né?
03:05Até uma falar assim
03:07Não, tu é a mais demônia de todas
03:09Porque tu vai completamente ao contrário de tudo aquilo que a gente acha que é demônia
03:14Eu gosto muito dessa questão
03:16Porque eu acho que me traz aquilo que eu também não tive, de certa forma
03:21Que é esse acolhimento
03:22Não um acolhimento no sentido tipo
03:24Tu é minha
03:25É no sentido do
03:26Bora, eu vou te ajudar
03:28Sabe?
03:29Todas elas aqui
03:30Tu tá experimentando, né?
03:31Tu tá vendo, assim, como a gente faz
03:32Assim que eu faço com as minhas filhas
03:33Assim que a Celeste faz com as filhas dela também
03:35De experimentar, sabe?
03:39Tipo, olha filha
03:40A referência não vai ficar igual
03:42Mas a gente pode tentar uma outra coisa, sabe?
03:44E mostrar pras minhas filhas, né?
03:47Que elas são capazes de fazer, sabe?
03:49Sozinhas, sabe?
03:51Então, a house, ela tá sendo esse adicense, sabe?
03:56De pessoas que se ajudam
04:00A gente, por um acaso, faz drag
04:03A gente demistificar também o que é drag, né?
04:07Drag não é só beleza, né?
04:09Drag não é só glamour
04:11Mas drag é uma expressão
04:13É uma expressão, né?
04:16Então, a gente vai te mostrar
04:18Como tu pode se realizar
04:21No teu pouco
04:22Até o teu pouco se tornar muito
04:25Tchau
04:27Tchau
04:28Tchau
04:29Tchau
04:30Tchau
04:31Tchau
04:32Tchau