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Transcrição
00:00Morador da Zona Sul de São Paulo, Rafael tem 31 anos.
00:04Trabalhava desde os 18 anos como motoboy.
00:07Em 2014, migrou para as plataformas de entrega.
00:11Na rua era bem corrido, né?
00:13Saía de manhã, normalmente eu acordava 10, 9 horas da manhã,
00:20me arrumava, saía e passava o resto da tarde na rua,
00:24porque eu trabalhava no aplicativo de entrega de máquinas,
00:27esses negócios de manhã.
00:29No finalzinho da tarde ou à noite eu fazia o aifuji.
00:33Normalmente eu chegava em casa por volta de 10, 30, 11 horas da noite.
00:37Após 5 anos ganhando cerca de mil reais por semana,
00:41a sonhada independência financeira foi interrompida.
00:44Eu estava praticamente saindo aqui da casa da minha mãe,
00:48que eu já estava alugando uma casa, porque eu tinha uma namorada.
00:51A gente ia morando junto, já tinha alugado a casa, estava arrumando a casa.
00:55E do nada aconteceu o acidente que deu a virar a volta toda a minha vida.
01:01Uma queda a menos de 50 km por hora.
01:04Eu senti a traseira da moto balançando.
01:07Aí eu vi o meu rosto para olhar sobre o dedo.
01:09Quando eu virei o rosto que eu voltei para frente,
01:12escureceu as vistas e deu um apagão de mim.
01:15Aí eu caí.
01:16Quando eu voltei eu já estava no chão e ainda eu via a moto cair.
01:20Aí eu acho que eu caí de mau jeito e a caixa que estava nas costas
01:23não deixou o meu corpo virar, girar no chão.
01:26A caixa da pizza?
01:27É, a caixa da pizza.
01:28E ela deu uma compressão, acho que ela forçou a minha cabeça para frente.
01:32E a medula ela puxou.
01:36Quando ela encaixou, ela encaixou uma em cima da outra.
01:38Ela puxou assim.
01:40Quando ela voltou, ela voltou uma em cima da outra.
01:43Aí deu o comprimento na medula e a partir do momento
01:45eu já não conseguia sentir nada no meu corpo.
01:48Rafael ficou tetraplégico.
01:50Foram seis cirurgias para recuperar parte dos movimentos dos braços.
01:55Quando eu sofri o acidente, eu não conseguia nem mexer os braços.
01:59Eu não mexi os braços, não mexi nada.
02:01Hoje eu, com as fisioterapias que eu vim fazendo, a reabilitação,
02:05consegui bastante movimento dos braços,
02:08que eu também não tinha quando eu saí da cirurgia.
02:10E minha sensibilidade é daqui assim,
02:12um pouco para cima do mamilo, do peito,
02:14para cima eu sinto.
02:16Para baixo eu não sinto mais nada.
02:17A gente fica com medo das ligações.
02:20Tanto que quando eu recebi a ligação,
02:23eu não esperava.
02:24Para mim era só um tombinho se ver.
02:26É dona Valkyria quem cuida do filho todos os dias.
02:29Para ela, não há dúvidas sobre a causa do acidente.
02:33O ele que já caiu muitas vezes, nunca deu isso.
02:36Já caiu até a 120.
02:38Mais um tom, por uns 50 quilômetros aí.
02:41Deu isso.
02:42Mas o que é o estresse do dia a dia.
02:45Você trabalha demais, você corre muito,
02:47é muita correria, é barulho no trânsito,
02:50é muita coisa.
02:51Então, motoboy, toma cuidado.
02:53Não vai trabalhar se você estiver com sono,
02:56estiver cansado, não tiver se alimentado direito.
02:59Pensa na sua saúde,
03:01porque não compensa ficar numa cadeira.
03:03Acostumado a cruzar a cidade,
03:05agora é assim que o ex-motoboy passa o dia.
03:08Vendo TV, mexendo no celular
03:10e olhando o movimento na porta de casa.
03:13Ele foi aposentado por invalidez
03:15e recebe um benefício mensal de 1.200 reais.
03:18Eu trabalhava como todos dizem, né?
03:21Motoboy, eu trabalho livre,
03:23não tenho ninguém no meu ouvido,
03:25não tenho um cheque, não tenho nada.
03:26Então, eu trabalho livre,
03:28você trabalha à vontade.
03:29Só que tem seus riscos, né?
03:31Tem seus riscos,
03:32e hoje eu vejo qual era o risco.
03:34Uma pessoa numa profissão de risco,
03:37mal alimentada,
03:39veículo precarizado,
03:40com carga horária excessiva,
03:42ele começa a correr para fazer mais...

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