Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • 14/06/2025
#grandesatores #canalviva

Categoria

📺
TV
Transcrição
00:00Música
00:00Você era estigmatizado a profissão, ninguém queria ser boêmio, malandro e viado, ninguém queria ser.
00:22E eu sou recordista de novela no Brasil.
00:25Eu acho que eu trabalhei em todas as televisões que existiam.
00:28Esse trabalho precisa ter focação, é fundamental.
00:36O bar de A2 de abril de 1900...
00:41Minas Elas, terra do Arir Barroso, do Ferdi, do Nelson Nede, do...
00:51Arir Barroso, sempre foi terra do Arir Barroso.
00:54Agora eu estou dando minha contribuição também, já é terra do Mauro Mendoza.
00:59Minha mãe, como era muito católica, existia uma lenda que dizia que...
01:06O sétimo filho, o sétimo filho, o homem, se não fosse batizado pelo mais velho, viraria no Bisona.
01:14Eu tinha a crença, essas credícias, mas eu fui batizado pelo mais velho, foi meu padrinho.
01:28Apesar de tudo.
01:31Inclusive, Dona Santinha, minha mãe, que Deus adeve, e Dona Francisca, que era minha mãe preta, que foi criada pelo meu pai e minha mãe,
01:41depois ajudou a Dona Santinha a nos criar, porque eu e meu irmão de leão, o Olavo,
01:48era uma parada, para fugir, para ficar roubando frutos e lá, fazer arte.
01:56Só teve um jeito dela conseguir segurar a gente.
02:01Ela tentou calça rasgada, tentou não sei o quê, tentou todas as coisas, botou o saio,
02:07a gente não saia de baixo da cama.
02:10Chegava alguém, gente, de baixo da cama.
02:12A única coisa que segurou eu e o Olavo foi botar saia, mas a gente dava um trabalho para ela.
02:20Eu me colocava no lugar dos rapazes que representavam com a Shirley Temple.
02:28Quem, por acaso, virou o filme de Shirley Temple,
02:32era uma garotinha rechunchuta, bonitinha, diante de uma coisinha linda, toda caixadinha e talentosa.
02:42E muito engraçadinha.
02:44Era a paixão da gente.
02:45Então, eu me colocava no papel lá.
02:47Se eu fosse fulano, eu ficaria junto com a Shirley Temple.
02:54Tinha uns vizinhos, Ferti, os Suzano, eles faziam teatrinho lá,
02:59com um tipo cirquinho, eu só ficava na porta, olhando.
03:06Não conseguia entrar.
03:08Não conseguia fazer.
03:10E morria de inveja.
03:11Depois, no colégio de padre, lá em 1947,
03:16os padres não me escalaram para fazer teatro,
03:18porque só os meninos mais ou menos bem comportados.
03:22Eu era moleque.
03:23Vim para o Rio e aí comecei a ver cinema brasileiro e tal.
03:26E via, e ficava comparando, os galãs, durões, os mais velhos, os comediantes, os mesquitinhos, os modestos, os atores, a vontade, a vontade, e tinha os catalãs da vida e tal.
03:46E aí, eu falei, então, eu acho que eu posso fazer isso.
03:53E fiquei com aquela sementinha na cabeça, que eu já estava, eu acho que eu posso fazer isso.
04:01E eu acho que, porque eu era bom imitador, eu imitava o diabo.
04:06Eu cantei no programa do Ori Barroso, tive a ousadia de cantar uma música dele.
04:11Tive a sorte de não ser ele que estava dando o gongo, mas um gongado e um que tinha tirado em primeiro lugar.
04:20Ele dava de 1 a 5, eu tirei nota 3, tá bom?
04:23Cantei no Papel Carbono, cantei no programa do Silvio Neto, e cantei...
04:28Marta Caputino de Rosa, durada, muito aplaudida toda.
04:36Mas lá em Uberlândia, quando eu morei lá, tinha um bar.
04:43Era uma coisa espetacular, eu tinha um palco assim, tipo, sabe, púlpito.
04:52Em cima, o bar, as pessoas embaixo, e o negócio alto lá, com uma orquestra.
04:58Com microfone e tudo, não é?
05:02E eu cantei.
05:05E eu fui lá assim.
05:06Não, eu não posso lembrar que eu te amei.
05:13Não, eu preciso esquecer que sofri.
05:19Faça de conta que o tempo passou, e que tudo entre nós terminou.
05:26E que a vida não continuou para nós dois.
05:33Caminhemos, talvez nos vejamos depois.
05:37Até que quando eu terminei o clássico, falei, vou fazer o vestibular direito, então, ia começando a me preparar.
05:51Bom, meu pai foi advogado, meu irmão mais velho é advogado.
05:57Eu não quero ser advogado, eu quero ser ator.
06:00Então, o que é que eu vou fazer?
06:01Vou entrar para uma escola.
06:03Foi a coisa mais sábia, intuitiva que eu fiz.
06:09Entrei para uma escola.
06:10E aí comecei a fazer teatro a dor.
06:12E aí, um dia, estou lá com a minha pastinha, que eu era propagandista de laboratório, de vendedor.
06:23E estou lá, chegando lá com a minha pastinha, trabalhando no laboratório americano, que eu não vou dizer o nome.
06:29Mas, aí estava lá o pai, o Modesto de Souza e o Jackson de Souza.
06:37Aí o Jackson falou, ô Mauro, o TBC, parênteses, TBC, naquela época, significava o que é a TV Globo para a televisão hoje.
06:50Então, o TBC era o teatro.
06:53O TBC está fazendo um teste para o terceiro elenco para viajar pelo Brasil.
06:58Eu falei, ó, dei seu nome lá.
06:59Aí virou o Modesto.
07:00Que é isso, rapaz?
07:01Olha aí, tem bobagem, pô.
07:03Que negócio fazer, já?
07:05A vida é difícil.
07:07De nada, rapaz.
07:08Ele é bolso, está começando agora.
07:10Vem a televisão, está aí e tal.
07:12De nada, você vai passar fome, como todo mundo.
07:15O teatro é um negócio muito difícil.
07:17A vida de agir é difícil.
07:19Eu fui com o pai e filho discutindo.
07:21Eu falei, ó, que essa é o meu nome de um buraco.
07:23Fiz o teste, passei.
07:25Eu acho que eu trabalhei em todas as televisões que existiram.
07:29Eu já estava fazendo lá na Excélsio.
07:32Eles faziam um teleteatro.
07:35Olha, realmente eu acho que tem cerca de uns 400 peças em teleteatro.
07:41Durante esses anos todos.
07:44Porque a gente fazia toda segunda-feira.
07:47Entende?
07:47E eu trabalhava na TV Excélsio com Leonardo Villar, Clay Diáconi e Nathalie Timirsch.
07:54Eu tive uma tremenda admiração por ela.
07:59Bom, eu era solteiro.
08:02Estou começando o teatro.
08:03De repente chega uma moreninha falando muito francês.
08:10Eu costumava brincar e dizer que ela desmaiava em francês.
08:20Oh, pardone!
08:23Mas ela...
08:25Nathalie, desculpa, ela era muito gostosa.
08:29Ninguém queria ser.
08:30Era estigmatizado a profissão.
08:32Ninguém queria ser boêmio.
08:36Malandro e viado.
08:37Ninguém queria ser.
08:38Quando eu falei que eu ia começar a...
08:44Fazer teatro, fazer carreira...
08:48Minhas mãos, a minha olhada era assim, né?
08:51Epa!
08:53E...
08:53Dona Santinha ficou Buda.
08:58Entende?
08:58E eu falei, nossa senhora.
09:00Mas, vamos nós.
09:03Fui em frente.
09:04Eu já era independente,
09:07Trabalhava, me sustentava, era dono da minha vida.
09:12Nós estávamos fazendo rua São Luís, 27, 8º andar.
09:16Era eu, Fernanda, Natália, era o Oswaldo de Abreu, era a Carminha Brandão.
09:25A Carminha Brandão torceu o pé e não podia mais trabalhar.
09:30Aí o Abílio, Tócio, uma atriz lá, conhecida, quando ela chegou lá no TBC, que a gente bateu o olho no olho e foi...
09:42O Raul Cortez estava sentado na fila, até falou para alguém assim, o Mauro vai namorar essa menina, não deu outra.
09:50Namoramos, apaixonamos, a gente era um Deus nos acuda para poder entrar em cena, porque a gente ficava lá com o Chico, Dona Rosa Maria Bustinho.
10:04Casamos em 1959, mas nós temos 55 anos de casada.
10:12Só para os outros dias, até a gente comemora o Chico, Dona Rosa Maria Bustinho e tal.
10:20Hoje teve boda de ouro, foi um...
10:22Espero fazer boda de brilhante, se Deus quiser.
10:28O salário de um ator era mais ou menos, na época, da Cruzeiros.
10:33Lá na Atopi era 50, 60 mil Cruzeiros.
10:37Aí Celso foi pagando 250, 300 para os atores.
10:42Significava poder comprar um carrinho, né?
10:46Significava tudo na mão, né?
10:49Foi a transformação da televisão de artesanal para profissional.
10:56Passou a ser um veículo de consumo.
10:59Eu sou recordista de novela no Brasil.
11:02A minha briga era com o Cláudio e o Correio Castro.
11:06Meu Deus do céu.
11:07E se alguém ver o moço aí, barbundo, não sei o que mais, sou eu, infelizmente.
11:16E era barba postiça.
11:18Mas como era preto e branco, a foto era preta e branco, não parecia tanto postiça.
11:24Agora, o moço aí de trás, é que é incrível.
11:30Porque ele estava também começando, tentando, ele estava tentando começar a carreira, não
11:38sei o que mais.
11:39E era que ele queria acertar o Silvio de Abreu.
11:42E aí, eu preciso não dizer mais nada.
11:51Não vou dizer mais nada, não vou fazer fofoca, não.
11:53Segura, Mauro.
11:57A muralha realmente, nós fizemos lá em São Paulo, aquilo sacudiu a Paulista.
12:04Paulista, bandeirante, ficou todo orgulhoso.
12:10As crianças choravam.
12:14Os pais.
12:15Teve criança que foi lá, onde a gente estava comemorando o final da novela, teve criança
12:19que foi lá, que a mãe levou para ver que o Dom Braz não tinha morrido.
12:25Que era a historinha, não sei o que mais.
12:26Mas, coisas incríveis aconteceram em relação à muralha.
12:30A muralha realmente foi uma história.
12:33E olha que foram, acho que 205, 209 capítulos.
12:38Um recorde na época.
12:41Uma coisa fantástica.
12:43O ministério que a gente, dessa vez, eu não precisei usar a barba à postiça, nem cabineira
12:50à postiça.
12:52Eu mesmo estava com a idade, realmente, do personagem.
12:56Quando eu fiz a primeira vez, eu tinha 37 anos.
13:01E, mas...
13:03Encontrei um veio tão bom.
13:05Ele me mexeu, ele me mexeu muito.
13:10Quantas vezes eu preciso dizer que a maior riqueza do sertão é o gentil?
13:17A maior riqueza do sertão é o ouro.
13:20Por isso, vosso pai atravessou o mar, para chegar a estas terras.
13:23Não há ouro neste sertão.
13:26Uma vez, nós estamos numa reunião psíquico-espiritual, fazendo uma psicoterapia espiritual, que era muito engraçada,
13:37que tinha uma mesa diptológica, duas senhoras, uma para cantar os números e uma vidente.
13:44Ela falou, ô, Mauro, tem uma pessoa aí, de óculos, assim, muito parecida com você e tal.
13:52Eu falei, ah, é.
13:55Ele disse que gosta muito dos netos.
13:58Eu aí arrepiei.
14:01Eu falei, é meu pai.
14:03É, é isso mesmo.
14:04Deu vontade até de fazer, tomar um remédio qualquer, como o pessoal diz, aquele lissérgico,
14:15que viaja e tal.
14:19Mas não, não tem jeito de se lembrar.
14:21Mas criei uma imagem dele, através dos depoimentos dos mais velhos da cidade,
14:30contava histórias dele.
14:32Então, eu tenho uma imagem dele muito boa.
14:35A minha vida não estava legal, a minha cabeça não estava legal, tudo isso está,
14:48mas eu fiz o canhô, fazendo o pai da Rosa Maria.
14:55Mas aí, depois, aconteceram milagres.
14:59Quando o preto velho falaram, ó, Zivinho, só Zivinho, sabe?
15:07O problema é que Zivinho está passando.
15:09Nem os seus de sangue sabem.
15:11Mas, ó, Zivinho, vai ficar tudo formoso com você.
15:14Vem cá, vem cá, vai, vai, vai, vai, vai.
15:17Você vai com o dia, tá bom.
15:20Uma semana depois, me deram o nome do médico, eu fui lá, me tratei e tal.
15:23E aí, logo depois, mudamos para o Jardim Botânico, e aí eu fiz o espigão.
15:33Foi uma maravilha, o espigão.
15:36Cordélia!
15:37Já foi para a maternidade?
15:40Cordélia?
15:41É!
15:42Telefonar lá para o escritório, para o governo, você.
15:45Seu filho está nascendo!
15:48Meu filho?
15:50Justo, hoje.
15:52Você não vai?
15:52Claro, claro.
15:55É que eles vão começar a demolição.
15:58Eu não queria perder.
15:59Mas, Lauro, é seu filho.
16:03Cordélia pode ficar magoada.
16:05E quanto mais você estiver dentro de personagem, mais você é verdadeiro.
16:09É meio sadomasoquismo essa profissão, sabe?
16:12Sadomasoquista.
16:14Não é?
16:14Ah, mamãe, missa é lugar para rezar, não para desfilar.
16:17A das dez, não.
16:18A missa das dez sempre foi desfile de elegância.
16:21Vamos acabar com essa conversa, idiota.
16:23Me passa o bife, que eu tenho que ir na delegacia.
16:25Ah, meu amor.
16:26Mas nem aos domingos você esquece que é delegado.
16:29Eu tenho que receber um praça novo.
16:31Ele vem com uma recomendação especial do secretário particular do Ademar de Barro.
16:35É para acabar com a algazarra nessa cidade.
16:37Ouviu, Glorinha?
16:39Hã?
16:40O que é?
16:40Mexia com o organismo todo, né?
16:46Com a cabeça, com tudo.
16:48Cansava.
16:50E demorava para dormir, porque ficava super excitado, né?
16:58A vivência e tal.
16:59Mas, na verdade, é um negócio maluco.
17:03Porque quando você chega ao estado de ser em cena, como dizia o Stanislavski,
17:09você é feliz.
17:13Se der certo, a Júlia merece.
17:18Ela merece muito mais do que você pensa.
17:20Agora, é emocionante.
17:25Cansa, mas dá uma felicidade quando você chega a realizar, a encontrar o personagem.
17:34A ser é uma verdade quase verdade.
17:40Dá uma felicidade, dá uma emoção, realmente.
17:44E você, aí você manda essa emoção para a plateia e a volta é grande também.
17:51O feedback é grande.
17:52É maravilhoso.
17:54Senhor, vamos embora.
17:56Tem que estar no Palácio Episcopal às seis da tarde.
17:58Vamos embora.
17:59Sim, eu ainda quero acabar de cumprir a minha missão pelo amor de todos eles.
18:03Eu quero abençoar essa casa e rezar pelo futuro dessa gente tão boa.
18:09O senhor não quer rezar por mim também, não, não, senhor?
18:14Eu estava numa fase não boa.
18:20A Fernanda falou, ô, Maurício, estou achando que você está com dificuldade de dançar,
18:25de se expressar e tal.
18:27Olha, tem uma senhora lá, Tijuca, uma professora de voz, ela é fonoaudióloga.
18:33Você procura, vai lá procurar, pode até falar no meu nome e tal.
18:40E eu fui lá.
18:41Então, eu cheguei lá.
18:46Telefonei antes, parquei e tal, cheguei lá.
18:49E sentei.
18:52Quando ela chegou, levantei.
18:55Ela olhou.
18:57Você dorme mal e acorda pior ainda.
19:02Eu falei.
19:04O pessoal tinha me falado que ela era a bruxa, a glorinha, a bruxa da Tijuca.
19:09Só que na minha cabeça, naquela época, ela era a bruxa mesmo.
19:15Falei, é feiticeira mesmo.
19:17Eu precisei de uns seis meses de trabalho com ela para depois realmente encarar como uma
19:25fonoaudióloga, como uma professora de voz.
19:27E ela me deu um exercício, que realmente foi muito engraçado esse episódio.
19:36Era você imaginar os inimigos, usar todas as garras de leão e tigre, e depois soprar.
19:46Eu falei, ah, tá bom.
19:50E fiz, ela fez o exercício.
19:53Fiz o som e tal, mas é isso mesmo.
19:55Aí cheguei em casa, eu andava muito calado e tal, eles tranqueiam a porta.
20:00Eu andei no quarto e cheguei lá.
20:03Eu só, mas cheguei assim, de repente, a família toda ouve isso.
20:06Foi uma correria.
20:15O que foi?
20:16Foi nada.
20:18É trabalho de voz.
20:20Foi um alívio geral, mas que levaram o susto.
20:24O bagulho!
20:27Vai ser espírito de Al Capone e Matareu!
20:30É, eu fico admirado de ver as pessoas como falam da gata como eu.
20:45Você não tem medo que te quebrem a lancha, não?
20:47Não, acho que não.
20:49Como é que é?
20:49Como é que é?
20:51Mas de qualquer forma, vai um funcionário da agência, né?
20:54É mais seguro.
20:56Eu empresto a lancha, mas quero ela de volta em perfeitas condições.
20:59É isso aí, doutor Horácio.
21:01Fazer o quê?
21:02A gente faz outro programa, né, gatinho?
21:04Droga!
21:05João é uma personagem incrível.
21:08Mas, mas, reforça mais meu ego, que eu sou um jogador muito inseguro.
21:13Inseguro.
21:14Se você fosse inseguro, eu não teria chegado aonde chegou.
21:18Marci, mandou as flores para a esposa do deputado?
21:22Sim, senhor.
21:23Conseguiu o endereço daquela modelo que o nosso congressista quer conhecer?
21:27Estou providenciando, doutor Rui.
21:29Ah, senhor.
21:30Você devia se candidatar perfeito.
21:33Não, senhor.
21:34Minha principal missão na vida é ajudar os necessitados.
21:37Chegou um jovem diretor.
21:42Fala assim, olha aqui, gente.
21:45Tem uma colega de vocês que vai fazer uma cena muito difícil.
21:48Não quero saber de A, O, A.
21:53Mas todo mundo, todo mundo respeitar.
21:56Isso é trabalho.
21:58Foi a primeira vez que eu trabalhei com esse diretor.
22:00Era Mauro Menor, seu filho.
22:02O Mauro.
22:06Olhei para ele.
22:08Aí depois passou a chamar o personagem.
22:13Não dá, não grudava.
22:15O papai.
22:16Aí deu.
22:17E fomos em frente.
22:19Não tenho mais problema.
22:20Aí subiu o papai e fomos nós.
22:22Todo mundo sabe que ele é...
22:24Meu filho acabou, pô.
22:26Mauro Menorça.
22:27Sou eu, Mauro Menorça.
22:28Filhinho, ele acabou, pô.
22:31Não gosta de nenhuma de nós?
22:34Gosto e muito de você.
22:38Meu amor, posso pedir uma bebida?
22:41Duas, minha linda.
22:43Acabou, classique.
22:45Muito obrigado.
22:46Essa é uma das que eu mais gosto.
22:50Coronel Justino e Coronel Bonelça.
22:53Ficamos mais amigos ainda.
22:56Não é Justino.
22:56Tony Ramos e eu.
22:57Não vai repicar.
22:59E eu.
23:00Era muito louco.
23:02Parece que o Coronel tem muita confiança no seu cavalo.
23:06Ah, não, homem.
23:07Se eu não tivesse, eu não estaria aqui desafiando o amigo para uma aposta dessa, não é não?
23:11Não.
23:16Ou está fechado?
23:23Agora, teve um problema.
23:29O Coronel Justino, toda vez que chegava em casa, ele ia lá no canjinho, pegava lá e...
23:35E tinha lá, e ela falava, ah, essa é da boa.
23:41Não arranha e desce suave.
23:45Não arranha, como é que é o termo que eles falavam?
23:48Não arranha nem a gris.
23:55E isso me sugestionou, sabe?
24:00Eu sou da Rúlia, ajuda, ajuda, a Rúlia da Paula Maria, dos filhos, meus três filhos.
24:12Todos realmente foram muito cuidadosos.
24:17E eu fui me chatar e tudo bem, favorita foi legal, favorita foi legal.
24:29Eu vou te matar!
24:42E depois aconteceu uma coisa muito boa, porque eu morri na favorita e fui reviver no paraíso.
24:56Um mês depois eu fiz o paraíso, entende? Então, morri para ir para o paraíso.
25:05Agora, larga de falar bobagem, mulher. O moço voltou da capital formado doutor, doutor advogado e engenheiro agrônomo.
25:17Não quer dizer nada. Continua sendo o fio do tinhoso do mesmo jeito.
25:22Você ainda vai morrer por causa dessa sua língua.
25:25É natural que todos eles tenham vocação artística, porque a gente quando estava lá em São Paulo, que às vezes a babá não ia, eles ficavam com a gente no teatro, ficavam na coxinha assistindo.
25:40Me dou bem, graças a Deus, com todos eles. De um bar para o mundo.
25:47Se eu for aqui na América do Sul, vão me conhecer. Agora também, se eu for à África também.
25:58Na Ásia, tem muitos lugares também. Eu estou satisfeito. Mas eu sou resistente. Eu não posso dizer que eu sou idoso. Eu sou resistente.
26:14É porque trabalhar é bom. Representar é bom. É gostoso. Esse trabalho precisa ter vocação. É fundamental para resistir.
26:29Para ir em frente. Para resistir às topadas que a gente dá na vida.
26:36Precisa ter vocação. Precisa ter fé.
26:41Ter confiança em Deus.
26:43Ter proteção.
26:45E acreditar.
26:47Que esse planeta, essa viagem nesse planeta, tem sido boa.
26:59E vamos deixar que termine boa.
27:02Ser ator é um viajante no mundo da fantasia.
27:32Tchau.
27:33Tchau.

Recomendado