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  • 6/12/2025
Komisarz UE Maria Albuquerque opowiada się za inwestowaniem oszczędności obarczonym ryzykiem

W wywiadzie dla Euronews Maria Luís Albuquerque, europejska komisarz ds. usług finansowych i unii oszczędności i inwestycji, przekonuje, że konsumenci powinni inwestować w średnio- i długoterminowe produkty finansowe, nawet przy pewnym ryzyku.

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Transcript
00:00A nossa convidada esta semana é a Comissária Europeia para a Estabilidade Financeira e Mercado de Capitais, Maria Luísa Albuquerque.
00:14Ela admite que os cidadãos europeus estão a perder dinheiro com depósitos a prazo nos bancos, por causa da inflação,
00:21e por isso mesmo defende que deve haver aplicações financeiras de médio e de longo prazo, mesmo com algum risco.
00:26Defende também que deve haver um movimento de consolidação da banca e explica o plano da União para a Poupança e Investimento.
00:36Senhora Comissária Europeia, Maria Luísa Albuquerque, muito obrigado por ter aceito o nosso convite.
00:40Vamos naturalmente começar pelo plano da União de Poupança e dos Investimentos, S.I.U., Savings and Investment Union,
00:48que é apresentado por si, e vou citar, como uma iniciativa-chave para dar maior poder aos cidadãos e às empresas para um futuro mais próspero.
00:55Em termos práticos, para o cidadão comum, de que forma é que esta ideia e este plano de Bruxelas deve ser mais do que uma boa ideia?
01:05É uma ideia que tenta partir do cidadão, do interesse do cidadão, criar oportunidades para que as pessoas que poupam,
01:15para que tenham oportunidades, para que essas poupanças sejam aplicadas com um retorno mais elevado.
01:21Sobretudo quando pensamos em poupanças de longo prazo, quando pensamos em poupanças para a reforma,
01:26para que esse retorno seja mais elevado.
01:28Ao mesmo tempo, ao canalizar essas poupanças para aplicações de maior retorno no mercado de capitais,
01:35estamos a favorecer o financiamento das nossas empresas e, portanto, a ajudar a nossa economia a crescer.
01:41Na verdade, é um projeto que traz benefícios para todos os agentes, desde os cidadãos às empresas.
01:47Mas em termos muito práticos, vamos imaginar que eu estou a poupar para a reforma e, portanto,
01:54já pensado também em termos pensionistas e eu sou um dos 450 milhões de consumidores europeus
02:00e tenho poupanças no banco, como é que eu, dentro dos próximos meses, como é que eu posso aderir,
02:05digamos assim, a este plano?
02:06Como é que ele se vai materializar?
02:07O que nós vamos fazer é emitir uma recomendação aos Estados-membros para que criem uma coisa
02:13que se chama uma conta de poupanças e investimentos, através da qual sejam disponibilizados
02:19um conjunto de opções de investimento que sejam simples, de custo baixo
02:24e que possam satisfazer os interesses de investimento da maior parte dos cidadãos
02:29que, normalmente, não sabem muito dos mercados financeiros, nem precisam de saber.
02:34E, portanto, nós queremos que estas contas sejam criadas nos Estados-membros
02:37com incentivos fiscais, para que as pessoas se sintam mais atraídas a este tipo de investimento
02:43e possamos começar a mudar a cultura e a forma como as pessoas veem este tipo de oportunidades
02:50e vamos inspirar-nos naquilo que já são as melhores práticas existentes na Europa
02:55e que resultaram muito bem nos países onde foram introduzidas.
02:58Vamos também recomendar aos Estados-membros que trabalhem para a construção
03:03do pilar 2 e do pilar 3 das pensões, para que aquilo que são os desafios do envelhecimento
03:09possam ser acautelados com o tempo e garantir que as gerações atuais e futuras
03:14têm níveis de pensão que lhes permitam manter uma vida confortável na reforma.
03:20Vamos tirar dinheiro dos depósitos e vamos aplicar em produtos mais atrativos,
03:23mas que têm risco.
03:24E as pessoas, como sabem, têm aversão ao risco.
03:27Como é que eu posso ter alguma garantia de que não vou perder dinheiro?
03:30Eu não assumiria à partida que as pessoas têm aversão ao risco,
03:34na medida em que as pessoas jogam, compram criptoativos
03:38e, portanto, eu acho que há muita evidência de que a aversão ao risco não é como se diz.
03:43Nós vamos recomendar aos Estados-membros que criem estas contas
03:47em que os produtos que são oferecidos são, obviamente, adequados ao perfil do investidor de retalho.
03:53Mas, sim, de facto, o investimento no mercado de capitais tem risco, não tem garantia de capital.
03:58Mas, quando falamos de investimentos a longo prazo, por exemplo, para a reforma
04:03ou para qualquer outro objetivo que se tenha daqui a 20, 30 anos,
04:08na verdade, aquilo que acontece nos mercados de capitais é que nós vemos, muitas vezes, flutuações.
04:13As cotações sobem, as cotações descem.
04:15Mas, se olharmos no longo prazo, se forem produtos adequados,
04:18com um nível adequado de diversificação,
04:22a tendência é sempre de valorização no longo prazo.
04:25E também é verdade que, deixando o dinheiro em depósito,
04:28neste momento, as pessoas, na verdade, estão a perder dinheiro por causa da inflação.
04:31Estão. Numa forma que não se apercebem, provavelmente.
04:35Porque, se nós pusermos mil euros num depósito,
04:38no final do período vamos receber esses mil euros mais os euros dos juros.
04:42A verdade é que, com esses mil euros, compramos menos coisas.
04:45E é isso que nós queremos dizer quando se diz que se perde dinheiro nos depósitos.
04:50Não é perder em número de euros, mas aquilo que nós conseguimos comprar com eles.
04:55É, portanto, uma perda.
04:56E isso é, de facto, um desperdício do esforço de poupança dos europeus.
05:00E a propósito de economia saudável,
05:02se houvesse uma crise semelhante à de 2008, 2009,
05:07o setor financeiro europeu está hoje melhor preparado?
05:10O setor bancário, em particular,
05:13que foi o que foi atingido pela crise de 2008,
05:15está claramente melhor preparado.
05:17Aliás, nós tivemos um stress test da vida real em 2023
05:22com a falência do Silicon Valley Bank nos Estados Unidos,
05:26com o problema do crédito suíço na Europa.
05:28E a verdade é que os nossos bancos passaram muito bem por essa fase de turbulência,
05:32o que mostra que toda a nova regulação financeira,
05:36o enquadramento que foi criado na sequência da grande crise de 2008,
05:41funciona e temos um sistema bancário francamente mais robusto.
05:47Mas no caso dos bancos, enfim, conhece bem esta crítica,
05:51eles têm tido melhores resultados também,
05:53porque há uma baixa remuneração dos depósitos
05:55e porque têm carregado no valor das comissões.
05:58Isto é que é um sistema saudável?
05:59O sistema, enfim, a pergunta que me colocou foi
06:03como é que nós reagiríamos a uma crise.
06:05A questão que me está a colocar é de natureza diferente.
06:08Porquê é que a remuneração dos depósitos é baixa?
06:11Porque, na verdade, os bancos não precisam de captar mais depósitos
06:15para intermediar para a economia.
06:18Mais uma vez, as empresas têm muita dívida, precisam de capital.
06:22E, portanto, se os bancos não precisam de captar mais recursos
06:26para emprestar à economia, têm mais do que aquilo que é necessário,
06:30porquê é que é onde estar a pagar mais por um recurso do qual não necessitam?
06:34Ainda olhando para a banca, naturalmente que defende a liberdade
06:37de circulação de capitais na União, mas ela é compatível
06:41com posições protecionistas de alguns governos e da própria banca.
06:46Isto me lembra, naturalmente, de um caso mais recente,
06:49no país que conhece bem, e eu também, de Portugal,
06:52em que o governo português, o Ministro das Finanças,
06:55por causa de uma intenção de um banco espanhol em avançar
06:59e poder ficar com mais, os bancos espanhóis com mais de 50%
07:03da cota de mercado, o governo português já fez-se saber
07:05que não está muito confortável com essa ideia.
07:09Isso é uma atitude protecionista ou não?
07:11As razões pelas quais nós temos liberdade de circulação de capitais
07:14nos tratados, e, portanto, é algo que todos os países
07:18que integram a União Europeia concordaram.
07:21A liberdade de circulação de capitais que está nos tratados
07:24depois enfrenta, de facto, dificuldades na prática.
07:28Persistência de barreiras que são desde regimes legais diferentes,
07:33regimes de insolvência distintos, regimes fiscais diferentes,
07:39atitudes diferentes da parte dos supervisores, enfim,
07:42as barreiras são múltiplas e faz parte do projeto
07:44da União da Poupança e dos Investimentos trabalhar para retirar essas barreiras.
07:49E também há, sim, de facto, atitudes protecionistas muito focadas
07:53naquilo que é uma perspectiva nacional.
07:56Eu tenho vindo a dizer que nós temos de mudar a forma de pensar
07:59e temos que perceber que doméstico é ser europeu,
08:03não é necessariamente dentro das fronteiras dos países.
08:05A Comissão, como sabe, nunca comenta casos particulares,
08:09mas naquilo que diz respeito à questão da banca,
08:13nós temos em vigor uma União Bancária que envolve já todos os países
08:17da área do euro e na qual estão definidas as regras
08:22que devem ser seguidas para que haja fusões, aquisições
08:26de instituições bancárias.
08:28E, portanto, essas regras são definidas no âmbito da União Bancária,
08:31são o Banco Central Europeu, o Supervisor Relevante
08:35e as autoridades da concorrência que têm de se pronunciar
08:39sobre qualquer operação em concreto.
08:41E não há mais poderes previstos para ninguém relativamente a essa maneira.
08:43Mas a Sra. Comissária, em termos gerais e, obviamente,
08:46para o mercado europeu, defende a importância estratégica,
08:50digamos assim, da consolidação.
08:52Isto porquê? Por causa de termos mais músculo,
08:55maior capacidade para enfrentar, por exemplo,
08:57a concorrência do mercado norte-americano?
08:59Para nós percebermos qual é a dimensão adequada,
09:02temos de pensar qual é o nível de concorrência que estamos a enfrentar,
09:06qual é que é o mercado relevante.
09:08E eu vejo a Europa como competindo no seu conjunto
09:11relativamente a outros blocos internacionais.
09:14E para nós competirmos com os Estados Unidos, com a China,
09:18com os grandes blocos internacionais,
09:20nós precisamos de um músculo que representa a Europa no seu conjunto,
09:24a União no seu conjunto e não cada um dos Estados-membros de PERSI.
09:28Porque nenhum de nós é suficientemente grande, mesmo os maiores,
09:31ou suficientemente poderoso para fazer face a esse nível de concorrência.
09:36E, portanto, nesse sentido, nós precisamos de empresas,
09:39e bancos também, que sejam capazes de competir nesse espaço,
09:42que sejam capazes de competir com as grandes instituições financeiras globais
09:46para oferecer melhores serviços, mais serviços,
09:50a preços mais competitivos e ser capazes de servir melhor
09:54àqueles que são os interesses da economia europeia.
09:56Como sabe, tivemos aqui uma data simbólica,
10:00porque 12 de junho de 1985, Portugal e Espanha assinaram o tratado de adesão
10:05à então CE, portanto, à União Europeia.
10:08Será que é tempo de os portugueses e outros países
10:11se prepararem para uma redução dos fundos?
10:15Ou, desculpe a expressão, é inevitável o desmano?
10:18Bom, eu lembro-me desse dia 12 de junho de 1985,
10:24tinha acabado de chegar à maioridade, e, portanto, é um dia que está marcado
10:28também na minha memória pessoal e não só na memória coletiva.
10:31Hoje é um dia muito importante.
10:33A União Europeia constitui para Portugal um passo extraordinário em todas as dimensões,
10:39na consolidação da democracia, na forma como nós nos integrámos no espaço europeu,
10:45naquilo que foi, ao mesmo tempo, o benefício para Portugal por pertencer à União
10:49e o benefício para a União por passar a ter Portugal entre os seus membros.
10:53A questão que me coloca dos fundos, nós temos de perceber quais são as prioridades.
10:58Onde é que temos as prioridades para fazer a afetação dos recursos,
11:03que são sempre escassos, por definição.
11:05E também perceber que, por exemplo, os fundos destinados à convergência
11:09têm a ver com a distância a que cada um de nós está da média.
11:14À medida que entram novos países que vêm de patamares mais baixos,
11:19essa média desloca-se e a nossa posição relativa também.
11:22Mas, de facto, todos os países que recebem esses apoios
11:27retribuem com a sua capacidade de desenvolvimento e de crescimento.
11:32E eu diria que a ambição de qualquer país deve ser deixar de ser um beneficiário líquido
11:38e passar a ser um contribuinte líquido.
11:40Porque o que isso significa, na verdade, é que somos mais ricos.
11:43Que é, julgo eu, aquilo que todos nós queremos
11:45e aquilo que a Europa nos tem ajudado a construir.
11:48Sra. Comissária Maria Luísa Albuquerque,
11:49foi realmente um gosto estar a conversar consigo aqui na União.
11:53Muito obrigada e um bom dia.
11:54Obrigada.
11:55Obrigada.
11:56Obrigada.
11:57Obrigada.
11:58Obrigada.

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