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  • 07/06/2025
Filpo Ribeiro transformou panelas e pedaço de cadeira em instrumento

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Transcrição
00:00E eles têm uns instrumentos muito bacanas, a gente já mostrou a rabeca, a viola de dez cordas, mostramos a sandália de pau, que eu estou chamando de sandália de pau, como é que é?
00:07Tamanco, tamanco.
00:08Tamanco, tamanco.
00:10E tem uma panela, eu vou chamar de panela, eu não sei o que é.
00:13Uma panela com um pedaço de pau, é o tal do marimbal isso aí?
00:17Isso é uma panela amplificada, o marimbal.
00:20Que instrumento é esse, cara? Nunca tinha visto.
00:22Isso aqui é interessante, porque eu faço muito a apresentação, às vezes, para crianças, né?
00:27É um instrumento que chama muita atenção, porque é isso, são duas panelas, né?
00:30São duas panelas mesmo?
00:31É uma assadeira, né? Uma assadeira e uma tigela, né? Mas dá para fazer com panela também.
00:35E já de cara chama atenção.
00:37Mas esse daqui eu construí juntando essas duas peças, né? De alumínio, uma assadeira e uma tigela, um pedaço de madeira que eu achei na rua.
00:44Aqui uma tarraxa velha de cavaquinho.
00:47Isso aqui é um pedaço de cadeira da casa da minha mãe.
00:48Eu saí da casa da minha mãe, as panelas não foi dela.
00:52Tirou as panelas da cozinha, tirou a cadeira da sala.
00:56Quando eu mudei de casa, né? Saí de casa, eu trouxe comigo a cadeira quebrada e fiz esse maneiro.
01:01Mudei de casa, é ótimo. O cara, porra, fica 40 anos na casa da mãe, aí muda de casa e leva a cadeira junto às panelas.
01:07Mas era uma cadeira quebrada, ela estava encostada.
01:09Mas é por um bom motivo também. Minha mãe sempre me incentivou, né? Com essas maluquices.
01:13Mas é isso, aí eu criei esse instrumento que ele já existe, né? Não é a criação minha.
01:18Ele é muito usado, antigamente era mais comum, pelos tocadores de feira livre, né?
01:22E de praça pública do Nordeste, né?
01:23Eles tocavam ali e tem invenções. Esses caras são psicodélicos.
01:27Tem um cara que chama Pedro do Berimbau, ele chama às vezes de berimbau.
01:32Berimbau de lata, violão de lata.
01:33Mas esse cara, por exemplo, é um dos exemplos, né? Tem vários outros.
01:37Ele compõe umas músicas psicodélicas que não são necessariamente forró.
01:41Às vezes é meio um brega, às vezes um iê-iê e às vezes alguns forrós.
01:45E uma captação maluca.
01:47São vários modelos, né? Ele faz numa mesa inteira, assim, numa bacia grande de lavar roupa.
01:51Então, assim, vai muito. É um instrumento que se cria, se toca e compõe pra ele muito de acordo com a criatividade visual de cada tocador.
01:59Então, é uma coisa muito maluca, assim, que você tem muita riqueza, assim, né?
02:04Ainda hoje, né?
02:04Esse cara que eu falei ainda tá em atividade, tem vários outros.
02:07Tem o de Freitas, lá de Juazeiro do Norte, né? Que é pesquisador também.
02:10E o nome, o Marimbau?
02:12Sim, boa. Esse nome, ele veio a partir do Quinteto Armorial, né?
02:15Do movimento armorial do Ariano Suassuna.
02:17Tinha, como eu falei, esses outros nomes, né? Populares, violão de lata, berimbau de lata.
02:21E aí eles que colocaram esse nome, batizaram com esse nome, eles fizeram um exemplar, né?
02:26De um instrumento com o Luthier, lá de Recife, aí fez com madeira, mais rebuscado, né?
02:31E aí eles usaram uma grande referência, assim, de discografia que tem.
02:35O Quinteto Armorial, em todos os LPs dele, tem esse instrumento aqui.
02:38É, porque Marimbau me lembrou Marimba, né?
02:41Que é um instrumento que as pessoas usam pra pegar a pipa, né?
02:44Sim, sim.
02:45Amarra uma pedra na corda, numa linha e joga pra você puxar a pipa.
02:49Olha, eu não sabia, eu fazia muito isso, eu não sabia que tinha esse nome.
02:51Ah, é?
02:52Eu era viciado em pipa quando era criança.
02:53Pô, então, foi daí que veio o Marimbau, você não sabia, a gente descobriu aqui.
02:56Tá na minha vida já, desde criança.
02:58Tá na sua vida já.
02:59E ele não faz só essa panela com o pedaço de pau que ele pegou na casa da mãe dele, não.
03:04Você fez a rabeca também, você é um Luthier, na verdade.
03:06Você é um construtor de instrumentos.
03:08É, eu considero o construtor popular, né?
03:10Que eu aprendi não na escola, não em nenhum curso, foi mais na observação mesmo que
03:15os construtores populares aprendem assim, né?
03:17E muitas dicas hoje em dia, né?
03:19Muita observação ao longo dos anos, né?
03:21Desde que eu sou moleque e depois trocando ideia, né?
03:25Hoje em dia com o acesso de redes sociais e WhatsApp da vida, a gente troca muita ideia
03:31com construtores do Brasil inteiro.
03:33Mas eu aprendi nessa escola, assim, da observação e da tentativa e erro, né?
03:36E tô tentando ir errando até hoje, né?
03:38Mas fiz esses instrumentos aqui.
03:39Então vamos tentar ir errar e não pôr dar uma palhinha pra gente aí nesse manibal.
03:42Quem sabe a gente ouve um barulho da cozinha, ou tem um cheiro de bolo, de fubá.
03:46Eu tô sempre bom.
03:47Eu tô sempre bom.
03:47Eu tô sempre bom.
03:57Tchau, tchau
04:27Tchau, tchau
04:57Nossa, adorei esse som, cara

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