- 06/06/2025
A censura do regime chinês se intensificou nos últimos dias.
Denunciantes dentro da China contaram com exclusividade ao Epoch Times em chinês, que nas últimas semanas, por todo o país, vários críticos do regime foram colocados sob vigilância e controle intenso do estado, chegando até mesmo a serem proibidos de sair de casa.
Outros receberam alertas do regime chinês para permanecerem em silêncio.
Isso acontece porque o Partido Comunista Chinês visava censurar informações dentro do país durante o aniversário de 36 anos de um dos massacres mais sangrentos que já aconteceu no país, o massacre da Praça da Paz Celestial, quando soldados chineses abriram fogo contra milhares de manifestantes.
Denunciantes dentro da China contaram com exclusividade ao Epoch Times em chinês, que nas últimas semanas, por todo o país, vários críticos do regime foram colocados sob vigilância e controle intenso do estado, chegando até mesmo a serem proibidos de sair de casa.
Outros receberam alertas do regime chinês para permanecerem em silêncio.
Isso acontece porque o Partido Comunista Chinês visava censurar informações dentro do país durante o aniversário de 36 anos de um dos massacres mais sangrentos que já aconteceu no país, o massacre da Praça da Paz Celestial, quando soldados chineses abriram fogo contra milhares de manifestantes.
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NotíciasTranscrição
00:00A censura do regime chinês se intensificou nos últimos dias.
00:03Denunciantes de dentro da China contaram com exclusividade ao Epoch Times em chinês
00:08que nas últimas semanas, por todo o país, vários críticos do regime foram colocados
00:12sob vigilância e controle intenso do Estado, chegando até mesmo a serem proibidos de sair de casa.
00:18Outros receberam alertas do regime chinês para permanecer em silêncio.
00:23Isso aconteceu porque o Partido Comunista Chinês queria censurar informações dentro da China
00:28durante o aniversário de 36 anos de um dos massacres mais sangrentos que aconteceu no país.
00:33O massacre da Praça da Paz Celestial, quando os soldados chineses abriram fogo contra milhares de manifestantes.
00:40Eu sou Emanuele Coure, editora de China do jornal Epoch Times, esse é o China em Foco,
00:44e no episódio de hoje nós vamos conferir o que delatores de dentro da China falaram com exclusividade
00:49sobre o aumento dessa censura nos últimos dias.
00:52Antes de seguirmos, já lembre-se de se inscrever aqui no canal se você ainda não for inscrito.
01:02Ontem, dia 4 de junho, marcou 36 anos desde o massacre da Praça da Paz Celestial,
01:07quando tropas chinesas reprimiram violentamente o movimento democrático liderado por estudantes,
01:14que resultou em milhares de mortos e feridos.
01:17No entanto, mesmo após tantos anos, o massacre ainda assombra o regime chinês.
01:21Agora, informantes de dentro do país contaram os detalhes da versão em chinês do Epoch Times,
01:26que é o maior jornal em mandarim do mundo que não é controlado pelo regime da China.
01:30Eles disseram que as autoridades chinesas estavam censurando pessoas que pudessem fazer,
01:35de alguma maneira, o assunto vir à tona.
01:37Um desses informantes foi o Sr. Wang, que mora em Pequim, capital da China,
01:42e é amigo íntimo de um proeminente dissidente chinês.
01:44Ele afirmou que dias antes do 4 de junho, a Polícia de Segurança do Estado do Regime
01:49já estava vigiando intensamente algumas das principais pessoas conhecidas por serem críticos do regime chinês.
01:56De acordo com Wang, que pediu para não ter seu nome completo divulgado por medo de retaliação,
02:01no dia 30 de maio, a conhecida jornalista e dissidente de 81 anos, Gao Yu,
02:06foi levada para uma dita viagem forçada pela segurança do Estado.
02:10Gao é conhecida por suas reportagens francas sobre questões políticas e econômicas,
02:14e por conta disso chegou a ser presa várias vezes pelo regime nos últimos anos.
02:19Agora, segundo dissidentes chineses, esse termo, viagem forçada,
02:23faz referência a uma tática comum usada pelas autoridades da China,
02:27que durante períodos politicamente delicados, como por exemplo as sessões plenárias anuais
02:32ou o aniversário do massacre da Praça da Paz Celestial,
02:35obrigam ativistas de direitos humanos a saírem de suas casas,
02:39levando eles para um local isolado.
02:42Assim, essas pessoas são impedidas de terem contato com a mídia
02:45ou participarem de atividades comemorativas.
02:48Ainda de acordo com Wang, um informante da China,
02:51possivelmente devido a restrições orçamentárias,
02:54nem todos os dissidentes foram realocados para lugares mais isolados dessa vez.
02:58Mas ainda assim, durante este período do aniversário do massacre,
03:01elas foram monitoradas pela polícia local ou guardas de segurança,
03:05e várias outras pessoas foram colocadas até mesmo em prisão domiciliar,
03:09como por exemplo os proeminentes advogados de direitos humanos Mo Xiaoping,
03:14Wu Xichan e o conhecido escritor e crítico do regime chinês Lao Gui.
03:18Além disso, a censura online também se intensificou neste período.
03:22Por exemplo, muitos perfis das redes sociais na China foram suspensos
03:25por compartilharem imagens em homenagem ao 4 de junho.
03:29Durante uma entrevista para o Epoch Times em chinês,
03:32o analista político Sun Li, baseado em Pequim,
03:35disse que o massacre da Praça da Paz Celestial
03:37continua sendo uma ferida profunda na história política moderna da China.
03:42Ele complementou dizendo que todos os anos, por volta desta época,
03:47as autoridades reforçam o controle,
03:49e que isso reflete a ansiedade profunda
03:51sobre sua legitimidade política e estabilidade social.
03:55Trazendo agora mais informações sobre o massacre da Praça da Paz Celestial,
03:59que aconteceu no dia 4 de junho de 1989,
04:03no início dos anos 80, com a China passando pelo que ficou conhecido como reforma e abertura,
04:08acreditava-se que o país estaria passando não somente por uma abertura econômica,
04:12mas também se tornando mais democrático.
04:15E até mesmo dentro da China existia essa crença
04:18de que o regime estivesse se tornando menos autoritário.
04:21No entanto, quando manifestantes saíram às ruas
04:23pedindo por mais liberdade de expressão e o fim da corrupção,
04:27o regime ordenou que a polícia abrisse fogo contra os manifestantes.
04:31Vamos agora conferir algumas imagens
04:33para compreender melhor o que aconteceu exatamente naquele dia.
04:37Essas imagens foram feitas pela BBC,
04:39a principal mídia ocidental que conseguiu cobrir o massacre na época.
04:57Onde estão se tornando-se,
05:27a heavy gunfire from the people's army
05:29Casualties were arriving every few seconds
05:37on bikes, rickshaws, park benches
05:41carried in. In 20 minutes, 40 seriously injured were brought for emergency
05:45surgery. Two were already dead
05:47The students were incredibly brave. They were fighting
05:51live ammunition with rocks and stones. The crackdown is going to take many more
05:55hours, if not days, before it is complete, before we will know how many people have died
06:01How do you feel right now? Feel right now? I'm very angry
06:06Agora, para entendermos o que aconteceu naquele dia, eu quero voltar no tempo com vocês
06:11para conferirmos o porquê esses estudantes chineses saíram para se manifestar
06:15Tudo começou em 15 de abril daquele ano, quando o ex-líder do Partido Comunista Chinês
06:21Hu Yaoban faleceu. Ele era um líder com grande apoio popular, por ser principalmente conhecido
06:27como um líder pró-reformas, que incentivou tanto reformas econômicas quanto políticas
06:33Por isso, sua morte causou grande comoção popular. E entre 17 e 18 de abril, dezenas
06:39de milhares de estudantes se reuniram espontaneamente na Praça da Paz Celestial, que é um local
06:44muito importante na capital chinesa, para lamentar e prestar homenagem a Hu. Além disso, naquela
06:50época, muitas pessoas estavam insatisfeitas com o sistema do regime chinês, e rapidamente
06:55essas manifestações, que prestavam homenagem a Hu, começaram a se transformar em reais
07:00protestos, pedindo por mais liberdade de expressão e democracia no país.
07:05Então, no dia 26 de abril daquele ano, o Diário do Povo, um jornal estatal, publicou
07:10um artigo afirmando que aquele movimento estudantil era, na verdade, uma forma de agitação política.
07:15Só que essa declaração teve um grande impacto nos manifestantes, porque durante a Revolução
07:20Cultural, qualquer pessoa que fosse acusada de causar agitações políticas era considerada
07:25uma ameaça à segurança pública, e assim precisaria ser eliminada.
07:30Assim, a publicação deste artigo incentivou o início de uma pressão maior do regime chinês
07:35contra esse movimento democrático. Em resposta, 200 mil estudantes saíram às ruas para protestar
07:41contra o editorial, e também contra a narrativa que o regime chinês estava criando sobre essas
07:46manifestações. Já em maio, as manifestações contavam com milhares de pessoas, e agora
07:53não apenas estudantes, mas também juízes, soldados e até mesmo funcionários do Partido
07:58Comunista Chinês. Além disso, alguns desses estudantes em Tiananmen começaram a realizar
08:03greves de fome para tentar fazer com que o regime conversasse com eles de maneira mais direta.
08:08Só que acontece que boa parte da população acabou apoiando essas greves de fome, o que
08:13colocou muita pressão social sobre o regime. Assim, alguns líderes do partido se reuniram
08:18com esses estudantes. Mas ainda assim, as manifestações continuaram, e o regime por sua vez declarou
08:24lei marcial, enviando suas tropas para Pequim, onde a maior concentração das manifestações
08:29estava acontecendo.
08:31Entre os líderes que se encontraram com esses manifestantes estava Zhao Zhang, que era o secretário-geral
08:36do Partido Comunista Chinês. A questão é que Zhao era um grande apoiador da reforma
08:41política e econômica no país, e simpatizava com os manifestantes, o que não alegrou muito
08:47outros membros do Partido Comunista Chinês. Por isso, pouco depois de seu encontro com esses
08:51estudantes, Zhao foi expulso do partido e foi condenado à prisão domiciliar até o fim de
08:57sua vida. O que aconteceu com Zhao Zhang foi muito emblemático porque demonstrou qual seria
09:02a postura do partido com aqueles que apoiassem manifestações populares e os pedidos por
09:07mais democracia no país.
09:09Então, toda essa agitação popular nos leva para 3 de junho de 1989, quando Deng Xiaoping
09:15comandava o setor militar do país e ganhou muito poder depois da retirada de Zhao, ordenou
09:20que tanques e soldados abrissem fogo contra os manifestantes.
09:24Muitas dessas pessoas foram mortas nessa noite e isso foi algo que continuou até dia 5 de junho.
09:30Além dos manifestantes, alguns moradores de Pequim, que estavam dentro de suas casas,
09:36acabaram também sendo atingidos e mortos por balas perdidas.
09:40Até hoje, o número real de mortos é desconhecido. O regime chinês declarou na época que foram
09:45algumas centenas. No entanto, a BBC, que cobriu a manifestação, e o governo britânico, que
09:50investigou o caso, estimam que cerca de 10 mil pessoas tenham morrido durante esses eventos.
09:56Agora, enquanto o massacre continuou no dia 5 de junho, o regime chinês convocou uma
10:02campanha nacional para prender os líderes estudantis e os manifestantes. Alguns deles
10:07foram condenados à pena de morte e outros estão até hoje na prisão. Esses estudantes
10:13chineses lutaram pela democracia e pela liberdade. Eles acreditavam que o regime chines os ouviria
10:19e traria mudanças. Mas o que esperava eles, na verdade, eram tangues e tiros.
10:25No entanto, mesmo após o massacre ter acontecido em 1989, alguns países ainda assim quiseram
10:32investir e fazer negócios com o regime chinês, acreditando que, eventualmente, eles se tornariam
10:37menos autoritários.
10:39Nos Estados Unidos, por exemplo, seis meses após o massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989,
10:44o presidente George H. W. Bush enviou secretamente enviados à China duas vezes para manter as
10:50portas abertas com Pequim. Ele acreditava que essa abordagem serviria aos interesses econômicos
10:56de longo prazo dos Estados Unidos. O que ele talvez não tenha percebido na época é que
11:00isso acabou ajudando o regime chinês a seguir em frente sem consequências reais para o
11:05massacre cometido contra sua própria população.
11:08Alguns anos depois, essa abertura comercial com a China se acelerou ainda mais, quando a China
11:13entrou na Organização Mundial do Comércio, o que impulsionou o país a se tornar um polo
11:18de manufatura mundial, permitindo que eles crescessem até se tornarem a segunda maior economia
11:24do mundo.
11:25Aos poucos, os países ocidentais ficaram cada vez mais dependentes das exportações da
11:29China. E essa dependência se transformou em uma grande preocupação de segurança durante
11:34a pandemia da Covid-19, quando a China estocou equipamentos médicos essenciais, como máscaras
11:40e ventiladores hospitalários.
11:42Bom, isso é tudo por hoje no China em Foco. Se você gostou deste vídeo, já lembre de
11:46compartilhar ele para que mais pessoas conheçam o nosso conteúdo e de deixar aqui a sua curtida.
11:51Muito obrigada por assistir e até uma próxima!
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