O custo de vida na Grande São Paulo subiu 0,43% em abril, segundo a pesquisa Custo de Vida por Classe Social, divulgada nesta terça-feira (03) pela FecomercioSP. O resultado indica uma desaceleração frente aos meses anteriores, mas o acumulado em 12 meses ainda é elevado, somando 6,13%. Deysi Cioccari e Cristiano Beraldo comentaram.
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00:00Porque apesar da alta de 0,43% em abril, o custo de vida aqui em São Paulo teve redução no ritmo de aumento.
00:09Ao vivo a Beatriz Manfredini volta aqui a conversar com a gente, tem as informações mais detalhadas desse levantamento.
00:15Bia, seja bem-vinda de novo.
00:20Oi Soraya, obrigada, bom dia de novo pra vocês por aí.
00:23Pois é, a alta acumulada, de acordo com essa pesquisa do custo de vida aqui na região metropolitana de São Paulo nos últimos 12 meses, ultrapassa a casa dos 6%.
00:35Por isso então é importante verificar a situação das pessoas, porque a alta dos preços pesa muito no bolso de quem vive aqui na capital e na região metropolitana.
00:47Os dados são da pesquisa custo de vida por classe social.
00:51Ela é produzida pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, aqui do estado de São Paulo, com base em dados do IBGE.
00:59De acordo com essa pesquisa, portanto, o ajuste anual de remédios e também a inflação do preço dos alimentos pressionaram pra alta agora do mês de abril, que foi uma alta de 0,43%.
01:12Como a gente disse, nos últimos 12 meses, essa alta do custo de vida já ultrapassa os 6% e a estimativa da Federação não é muito animadora pra quem vive por aqui,
01:24porque a expectativa é que no fim do ano o custo de vida continue num acumulado aí dos 12 meses, né, acima de 5%.
01:32Também, de acordo com a pesquisa, no mês de abril, os itens que pressionaram pra essa alta de 0,43% foram as altas de produtos e serviços de alimentos e bebidas, que subiram 0,6%, e também os serviços de saúde, alta de 1%.
01:49Já no acumulado de 12 meses, a gente já tem alguns vilões principais, principalmente quando a gente fala de alimentação.
01:56Entre eles, nós temos o café, que tá 65% mais caro, de acordo com essa pesquisa, do que em abril do ano passado, de 2024.
02:05Também o alho, 21,5% mais caro, e o brócolis, 12% mais caro.
02:11No geral, de acordo com a Fê Comércio, os alimentos estão 8,63% mais caros, né, essa é a média, e esse é o patamar mais alto pra esse grupo da alimentação desde fevereiro de 2023.
02:25Soraya.
02:26Obrigada, Beatriz, pelas suas informações.
02:28Deixa eu chamar novamente aqui os nossos comentaristas pra gente repercutir um pouco esses dados.
02:33Começando por você agora, Beraldo, né, de fato, tomar um cafezinho virou quase um item de luxo, né.
02:39Mas, apesar ainda dos alimentos serem os vilões, como a Bia bem pontuou, como que você interpreta esses dados de desaceleração do custo de vida?
02:50Olha, Soraya, essa desaceleração, ela não é sentida numa população cuja 50% da parte adulta dessa população está inadimplente.
03:02Num ambiente de taxa de juros de 15%, ou quase 15% ao ano, a taxa de juros oficial, mas que quando as pessoas recorrem ao cheque especial ou cartão de crédito,
03:14que é o crédito mais recorrente para o brasileiro, ele está falando de uma taxa de juros de 400% ao ano.
03:24O Brasil tem hoje uma economia completamente ineficiente e, dessa forma, a população brasileira vai tendo que abrir mão dos seus atos de consumo
03:35e o mercado também vai sempre buscando opções mais baratas.
03:40O Brasil é o país onde a gente vê as empresas reduzindo o tamanho do pacote, a quantidade de produto disponível em cada embalagem,
03:49para poder reduzir custo. E isso, obviamente, tem a ver como, às vezes, uma jogada, uma esperteza para ganhar mais,
03:57mas também tem a ver com viabilizar a compra para uma população que está com cada vez menos dinheiro disponível para pagar as suas contas.
04:07A gente vê a estagnação do emprego e aí, por mais que o governo venha a bradar que o desemprego está caindo,
04:13isso não é verdade, porque é só as pessoas se perguntarem,
04:16quando foi a última vez que elas receberam uma proposta para mudar de emprego?
04:20As pessoas que estão à sua volta estão comemorando que elas estão saindo para ganhar mais em outro lugar,
04:25que a economia está muito aquecida, que estão aí sendo convidados para participar de processos seletivos?
04:32Sinceramente, eu não acho que essa é a realidade.
04:33As pessoas estão se segurando com aquilo que elas têm, tentando sobreviver.
04:37Portanto, querer colocar que houve queda no custo de vida não me parece traduzir aquilo que as pessoas estão sentindo na vida real.
04:48Mas esse ocário é algo que ainda preocupa a população, essa questão dos preços, né?
04:54Nonato, viver no Brasil é quase indecente, né?
04:57Você tem que fazer mágica todos os dias, né?
05:00Como o Beraldo falou, café está caro, a carne está cara, a luz elétrica, a energia elétrica está subindo também,
05:06Então, nada é fácil aqui.
05:08Os dados do Diese, o salário mínimo é R$ 1.412,00.
05:13Os dados do Diese dizem que para uma família poder se sustentar decentemente,
05:18o salário mínimo deveria ser pelo menos cinco vezes maior.
05:22A gente tem informações de que no Brasil já são 70 milhões de brasileiros endividados.
05:28Então, isso não é pouca coisa.
05:30E aí o governo vem com esse verniz de novo, de que a economia está crescendo,
05:34que o Brasil vai melhorar, o emprego está subindo, não está.
05:40A verdade é que o brasileiro tem que fazer cálculo para pagar aluguel, para pagar gás.
05:45E sair hoje do supermercado com uma sacola cheia, se você parar para olhar,
05:50virou-se tentação, porque ninguém mais faz nada com R$ 100,00 nesse país.
05:55Então, o que a gente tem visto é um aumento no custo de vida,
05:57o salário mínimo não consegue arcar com o que o brasileiro precisa.
06:01E hoje, principalmente para viver em São Paulo aqui,
06:04só trabalhar, na maioria do Brasil, só trabalhar já não é suficiente.
06:09Você tem que aceitar agora o absurdo como regra.