00:00A tranquilidade das manhãs no Lago Municipal de Cascavel foi violentamente interrompida por um assalto no início da manhã desta terça-feira.
00:10Uma internauta contatou a CGN para relatar a experiência traumática que vivenciou enquanto realizava sua rotina matinal de exercícios ao redor do lago.
00:20A gente tem uma rotina que a gente sempre vai ali no lago para correr, a gente gosta bastante.
00:26Normalmente a gente chega lá no lago umas seis da manhã.
00:28Então hoje nós chegamos no lago, era umas seis e dez, por aí.
00:31E a gente pega a racha ponta e foi dar a volta, quando chegou naquela parte que tem a ponte, perto da ponte.
00:36Ali depois daqueles banheiros ali já, para o lado bem de dentro ali do lago, as luzes estavam completamente apagadas ali.
00:42Até meu esposo voltou, veio com a lanterna porque a gente não conseguia enxergar a pista, amanheceu mais tarde.
00:48E completamente escuro, cerca de um quilômetro ali, antes dos banheiros, dando a volta, passando a ponte, tudo escuro.
00:55E daí logo que nós passamos a ponte, a gente viu três pessoas vindo no sentido contrário.
01:02Mas até aí a gente não achou nada de diferente, achou que eram pessoas fazendo exercício.
01:08E aí eu fui correndo na frente, daí eu vi que eles se colocaram na frente.
01:11E daí começou a gritar, eu estava de fone de ouvido, com música alta, não estava ouvindo o que estava acontecendo,
01:17mas daí quando eu vi, eu vi que ele estava com um pedaço de pau já em cima do meu marido.
01:20E aí um deles me puxou para trás e começou a gritar, eu tirei o fone de ouvido, daí eu já entendi que era um assalto.
01:26E gritavam bastante, daí pediram para entregar os celulares, fone de ouvido, o que tivesse.
01:30Eu tirei a puxete, entregue o que eu tinha, a chave do carro.
01:33E daí eles gritando bastante, estavam bem, dava para ver que eles estavam bem alterados,
01:37estavam com máscara no rosto, um que estava com um lenço, e o que estava falando comigo estava com uma balaclava mesmo.
01:42E eles tinham a aparência assim de moradores de rua ou eles tinham a aparência normal?
01:45Não, estava muito escuro.
01:47Então assim, até quando eu fui fazer o boletim de corrente, pediu descrição, não tenho nem como descrever.
01:51E na hora do nervoso, a gente nem presta muita atenção nessas coisas,
01:54a única coisa que eu consegui ver é que eles estavam com máscara, estava com capuz,
01:59e um com brinda, assim, parte do rosto, e o outro estava com uma balaclava mesmo.
02:02O outro, acho que eu nem reparei como que ele estava, mas estava com o rosto coberto também.
02:06E ficavam gritando bastante, pedindo para a gente desbloquear o celular,
02:08a gente desbloqueou, desbloqueei o celular, ele tirou da minha mão,
02:11daí ele me desbloqueou de novo, daí ele começou a gritar,
02:13falando que ia estourar na nossa cara, que estava armado, que ia me furar,
02:17e que ia matar a gente, se a gente achava que ele era idiota,
02:19que ele estava vendo que o celular não estava desbloqueado,
02:20daí eu desbloqueei, falei de novo, ele bloqueou de novo, a gente viu que eles estavam muito nervosos.
02:24E daí, acho que é pela terceira vez que eu desbloquei, falei,
02:26olha, o celular está desbloqueado, eu estou entregando desbloqueado para você,
02:28pega o celular, vai com ele desbloqueado, só deixa a gente ir embora.
02:30E daí, nessa confusão toda, eles começaram a gritar, falando, vai embora,
02:33sai correndo, sai correndo, senão a gente vai matar vocês.
02:35Foram para um lado, a gente saiu correndo para o outro,
02:37mas foi completamente escuro, a gente correu bastante.
02:40Daí a gente encontrou duas pessoas andando, dois homens andando ali,
02:43a gente avisou eles, falou, não vá aqui, porque está tudo escuro,
02:46e tem três assaltantes ali,
02:47e aí a gente pediu o celular emprestado para eles,
02:50ligamos no 190,
02:52explicamos o que tinha acontecido,
02:53aí a gente foi para o estacionamento, ficou esperando aparecer,
02:56a polícia não apareceu.
02:57Mais ou menos quanto tempo você se fez?
02:59A gente foi andando, depois a gente encontrou até uma outra pessoa
03:01que foi aqui em carona para a gente,
03:01porque como eles levaram a chave do carro, a gente não tinha nem como voltar.
03:04E encontrou depois uma outra pessoa,
03:05que falou que tinha um amigo que era policial,
03:06ia tentar entrar em contato, foi até ele que deu carona para a gente,
03:08mas a gente ficou, acho que depois de percorrido,
03:11no estacionamento, a gente ficou uns 15, 20 minutos,
03:14no estacionamento esperando,
03:15e não apareceu viatura nenhuma,
03:16às vezes a gente vai lá de manhã,
03:17tem uma viatura da guarda patrimonial que está lá,
03:20hoje não estava, hoje não tinha ninguém lá,
03:22nenhuma viatura de nada,
03:23e daí depois, passado esse tempo,
03:25a gente pediu para o rapaz,
03:26essa pessoa trazer a gente até aqui,
03:28viemos até aqui, pegamos a chave reserva do carro,
03:30e voltamos lá e pegamos o carro,
03:31e buscamos o carro.
03:32E vocês fizeram um boletim de ocorrência?
03:33Isso, daí depois nós fomos até a delegacia,
03:35e aí a gente fez o boletim de ocorrência lá na delegacia.
03:38E agora para voltar,
03:40caminhar no Largo vai ser difícil.
03:41Ah, a gente não vai voltar.
03:43Que é triste, né,
03:43porque era uma coisa que a gente gostava muito de fazer,
03:45faz bem para a gente, né,
03:46a gente gostava,
03:47até o horário que a gente ia era gostoso,
03:48porque a gente via na feira do sol lá,
03:49e o lago é super bonito, né,
03:51mas não tem condições.
03:53Quanto tempo mais ou menos faz que vocês caminharam ali no lago?
03:56Acho que deve ter uns seis meses,
03:58que a gente tinha,
03:59a gente sempre foi, né,
04:00mas a gente mudou para cá,
04:01e agora fica mais perto do lago,
04:02então tem uns seis meses que a gente tinha na rotina mesmo,
04:04de ir lá sempre no lago,
04:06nesse horário, inclusive.
04:07E nunca passaram por medo,
04:08situações difíceis não?
04:09Não, não, sempre,
04:11sempre bastante,
04:12era bastante movimentado nesse horário, né,
04:13não sei se agora talvez por causa do frio,
04:15um pouco menos movimentado,
04:16e realmente esse trecho,
04:17que está sem iluminação,
04:18a gente nunca tinha passado por lá,
04:20tem alguns pedacinhos,
04:21que tinham, né,
04:22uns cem metros, assim,
04:23sem iluminação,
04:23mas desse jeito que está,
04:25a gente nunca tinha visto,
04:26né, dessa forma,
04:26e aí até esse menino que foi auxiliar a gente ali,
04:29ele falou,
04:29ó, está desde domingo desse jeito,
04:30com esse trecho enorme,
04:32desde antes dos banheiros,
04:33até bem depois da ponte,
04:34tudo sem iluminação,
04:35é mais de um quilômetro,
04:36sem iluminação.
04:36É, mas o medo mesmo é porque eles foram
04:38extremamente agressivos na abordagem,
04:40e esse medo de, sei lá,
04:41me arrastar para o mato,
04:42ou de bater na gente,
04:43e não tinha ninguém ali,
04:44não, né,
04:45eles, nossa,
04:45eles foram muito,
04:46truculentos mesmo,
04:47assim, sabe,
04:48mesmo a gente,
04:48a gente entregou tudo para eles,
04:50e eles continuaram,
04:51e eles pareciam ser jovens,
04:52ou não?
04:53Não era moleque,
04:54assim,
04:54não vou dizer para você,
04:55assim,
04:55como a gente não viu o rosto,
04:57eu estava muito escuro,
04:57meu marido aqui,
04:58foi abordado,
04:59é,
05:00mas não era,
05:01não era moleque,
05:01né,
05:02era tipo,
05:02mais de 20 anos,
05:03assim,
05:03né,
05:03tipo,
05:04e tem mais ou menos
05:06um valor estimado de prejuízo?
05:08Olha,
05:08a chave do carro,
05:09a gente se surpreendeu,
05:102 mil reais,
05:10a chave do carro,
05:12e os celulares,
05:13assim,
05:13uns 7 mil cada um,
05:15os fones de ouvido,
05:16daí,
05:16acho que uns 400 reais cada um,
05:18então,
05:18vamos lá,
05:19aí,
05:19quase uns 20 mil reais,
05:21em 5 minutos de...
05:22é terrível,
05:23a gente,
05:23a nossa vida toda fica no celular,
05:25né,
05:25então,
05:25aí,
05:25hoje,
05:26a gente ficou,
05:26o dia todo,
05:27vai pegar chip,
05:28vai no banco,
05:28para cancelar,
05:29cartão,
05:29porque a gente fica com tudo no celular,
05:31né,
05:31com tudo,
05:32é,
05:33mas,
05:33parada para pensar assim,
05:34graças a Deus,
05:35não aconteceu nada demais,
05:37porque,
05:37no estado que eles estavam,
05:39assim,
05:39nós vamos voltar,
05:40né,
05:40que triste,
05:41porque é um lugar lindo da cidade,
05:42de fora,
05:43né,
05:43e é um lugar da cidade que a gente sempre teve muito prazer em frequentar,
05:47e não vamos mais,
05:48não vamos,
05:48né,
05:48inclusive,
05:49o policial que a gente conversou com a gente,
05:50quando a gente foi fazer o boletinho de corrente,
05:51ele falou que tá super comum,
05:52ali no lago,
05:53ele falou que eles ficam escondidos naquele mato,
05:54inclusive,
05:55aquelas trilhas,
05:55nunca entrem lá,
05:56só vão no lago em horário com luz,
05:58e horário que tem movimento,
05:59porque ele falou que tá super comum,
06:01aquele outro lado do parque,
06:02ele falou que lá nem pensar,
06:03que a gente,
06:03inclusive com os cachorros ali,
06:04né,
06:04porque os cachorros não podem entrar naquele,
06:06no lago mesmo,
06:06né,
06:06sabe,
06:07do outro lado da rocha,
06:07ele falou que ali nem pensar,
06:09ele tá,
06:09não tem ele.
06:10A vítima apela para que as autoridades locais tomem medidas para garantir a segurança dos cidadãos.
