Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • 30/05/2025
Em entrevista a José Maria Trindade no JP Ponto Final, Patrícia Blanco, presidente do Instituto Palavra Aberta, comentou o cenário político atual, defendeu a educação midiática como ferramenta essencial para a cidadania e destacou a importância da liberdade de expressão com responsabilidade. Criticou a falta de transparência nas leis, alertou para os riscos da desinformação nas redes sociais e cobrou mais educação digital. Também defendeu o empoderamento do cidadão no ambiente online e afirmou que a tecnologia avança mais rápido do que a preparação para seu uso seguro.

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp:
https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Patrícia, por que é preciso fazer uma educação midiática?
00:06Aconteceu aqui em Brasília uma reunião, um encontro muito importante, exatamente sobre esse tema.
00:12Mas por que precisa de uma educação midiática?
00:16Veja, Zé Maria, a gente vive hoje um momento de uma super proliferação de informação.
00:23A gente consome informação em todos os lugares, em todos os momentos,
00:27gerados muitas vezes por todos nós.
00:31Nós passamos de uma era onde poucos produziam conteúdo,
00:35que eram os veículos de comunicação formalmente estabelecidos, como no caso da Jovem Pan,
00:40para uma produção intensa, feita por todos nós.
00:44O cidadão passou de consumidor passivo de informação a produtor ativo de conteúdos.
00:52Então a gente precisa saber interpretar corretamente as informações que chegam até nós.
00:58E é isso que a educação midiática faz.
01:00Ela é um conjunto de habilidades, para que o cidadão desenvolva essas competências necessárias
01:07para acessar a informação de forma correta, analisar criticamente essas informações,
01:13saber verificar de onde vem a procedência, se é fato, se é uma ficção, se é uma desinformação,
01:20qual o propósito dessa informação.
01:22Mas ela também atua no sentido de ajudar o cidadão a produzir conteúdo de forma ética responsável.
01:30E fechando o que a gente chama da mandala da educação midiática,
01:34ela vem também com o papel de discutir e de formar cidadãos para que eles possam participar ativamente do ambiente informacional.
01:44Esse conceito, esta realidade do novo mundo de comunicação é liberdade de expressão, né?
01:50Isso é muito positivo.
01:52Muito positivo.
01:53A liberdade de expressão veio, é um direito fundamental, está no artigo 19 da Declaração de Direitos Humanos,
02:01está na Constituição Federal, é artigo 5º da Constituição, é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado anonimato.
02:08Então, o exercício desse direito, ele faz, ele tem que ser visto, né?
02:14Não só como uma atividade para que você possa expressar as suas crenças, as suas ideologias,
02:22mas também como uma forma de respeitar quem pensa diferente.
02:26E também fazendo isso com ética e com responsabilidade.
02:29Eu tenho falado muito, Zé Maria, que nem tudo é censura, mas também nem tudo é liberdade de expressão,
02:34que a gente precisa saber interpretar corretamente esse direito.
02:38É um limite sensível difícil, né Patrícia?
02:40Exatamente, porque quando a gente fala, ah, eu tenho liberdade de expressão para falar o que eu quero,
02:46a liberdade de expressão, ela traz, ela te dá esse direito, mas ela também te coloca,
02:51e está na Constituição, que você não pode sair caluniando, você não pode cometer atos contra a honra,
02:58você não pode mentir no sentido de imputar crimes em pessoas inocentes.
03:03Então, ela tem responsabilidade, quem fala, quem exerce o direito à liberdade de expressão tem que ter a responsabilidade.
03:10Eu discordo, eu acho que pode, eu tenho a impressão que pode tudo, né?
03:14A liberdade de expressão é exatamente isso.
03:17Só que você vai ser responsabilizado em um determinado momento.
03:20Então, a posteriori, sim, você pode falar, mas você tem que ter a noção de que se você cometer algo
03:27que possa ferir a dignidade, a honra de determinada pessoa, você pode ser responsabilizado por isso.
03:33E isso não é censura, isso é responsabilização.
03:36Então, não precisa regulamentação. Já está devidamente regulamentado se existe lei atual para punir quem exagera ou quem comete crimes.
03:46Sim, no caso da liberdade de expressão, a Constituição é muito clara.
03:51A gente não precisa de uma lei nova que regule ou que trate da liberdade de expressão.
03:56A gente precisa, talvez, de uma discussão ampla no sentido da responsabilização de determinados conteúdos fraudulentos
04:06que são produzidos em larga escala, que são produzidos de maneira industrial.
04:10Aí a gente está falando de outra coisa, a gente está falando do uso desse direito fundamental para a prática de atos criminosos.
04:20É interessante que um advogado me alertou sobre a legislação, principalmente a penal.
04:26Nenhum artigo do Código Penal diz o não matarás.
04:32Mas se você matar, você vai ter uma pena de oito anos, a partir de oito anos de prisão.
04:38Então, assim, eu entendo que a legislação brasileira e a Constituição,
04:44quando fala da liberdade de expressão, vetado o anonimato, né, isso aí já complementa o que mais precisa,
04:53porque há uma campanha e há uma insistência no sentido de regulamentar esse setor.
04:58É, na verdade, eu acho que tem aqui essa questão da Constituição, que ela é muito clara.
05:03Você tem outras leis que já estão instituídas.
05:06Então, quando alguém fala assim, ah, a internet é uma terra sem lei.
05:09Não é uma terra sem lei.
05:11Você tem no marco legal brasileiro, você tem o marco civil da internet.
05:16Você tem a lei de proteção de dados, a LGPD, por exemplo,
05:20que ela já te coloca quando você tem algum risco de invasão de privacidade.
05:26A LGPD está aí, é uma lei supermoderna, atual e que pode ser utilizada.
05:31Você tem, por exemplo, a lei, o Código de Defesa do Consumidor,
05:34que pode ser utilizado também para práticas, por exemplo, de propaganda enganosa.
05:40Ou até de produtos que você tenta comercializar e que acabam não sendo entregues.
05:48Por exemplo, o Código de Defesa do Consumidor pode fazer isso.
05:50Você tem a lei da concorrência.
05:52Então, já existem marcos legais que possibilitam, por exemplo, o combate à desinformação
05:57e a proteção do próprio consumidor, usuário desses produtos de redes sociais.
06:02O que a gente precisa avançar?
06:05Na regulamentação dos serviços oferecidos pelas plataformas.
06:10Então, você pode, por exemplo, melhorar a forma de transparência,
06:15na hora que você está sendo alvo de uma publicidade,
06:21saber se aquele conteúdo é publicitário, se aquele conteúdo foi impulsionado.
06:25Se foi impulsionado, quem impulsionou?
06:28Da onde veio?
06:29Se você permitiu que o seu dado fosse aberto para que aquela empresa usasse esse dado.
06:36Então, a gente pode avançar em marcos legais para melhorar a relação entre o usuário e serviços digitais.
06:45Agora, se a gente olhar na questão de combate à desinformação, por exemplo,
06:49a gente tem uma linha muito, muito tênue entre o que é, como você bem colocou,
06:55o direito de se expressar e esse direito de ser visto como desinformação.
07:01Quem vai determinar se aquilo é verdade ou é mentira?
07:04Quem vai determinar, de fato, se a minha opinião é real ou não?
07:10Então, nesse sentido...
07:12A justiça é discricionária, ela sempre é assim.
07:15Sempre é assim. Mas, nesse sentido, já existem.
07:19Porque a desinformação, ela pode ser vista como um atentado à honra, por exemplo, como uma calúnia.
07:25Se eu chegar para você e disser, olha, o Zé Maria aqui falou tal coisa e não foi verdade.
07:33E eu te colocar numa situação caluniosa, você pode me processar.
07:39E eu serei responsabilizada por a minha palavra.
07:43Mas aí entra no grande debate.
07:45É sobre esta responsabilização.
07:48Quando alguém faz calúnia contra alguém ou comete crimes, olha, isso está matando, está prejudicando, matando reputações e tal.
07:57Eu entendo que as plataformas também são responsáveis ou corresponsáveis.
08:03Porque nós aqui nas mídias tradicionais, rádios, TVs, jornais, se responsabilizam pelo que publicam.
08:12E por que as plataformas não?
08:13É, eu acho que assim, a gente precisa primeiro olhar que são plataformas muito distintas umas às outras.
08:21A gente não tem, por exemplo, uma plataforma, você não tem os produtores de sabonete.
08:26Que são produtores de sabonete e todos produzem o sabonete barra dos 180 gramas e tudo mais, você pode regular de forma uniforme.
08:35Cada plataforma tem uma peculiaridade.
08:38Então o que você tem que analisar é qual é o sentido, quer dizer, como é a oferta daquele serviço oferecido por uma determinada plataforma.
08:46É muito característico.
08:47É muito característico.
08:48Com perfil e tal.
08:49Sim, você tem uma discussão aí de oferta de serviço.
08:54Por isso que talvez a forma de você regular o uso seja via serviço, que é o que a comunidade europeia fez com o Digital Service Air.
09:03Como é que essa comunidade das plataformas vê o trabalho do seu instituto?
09:07Palavra aberta.
09:08Olha, a gente tem recebido um bom retorno.
09:11Até porque, até para as plataformas, a educação midiática, ela é muito interessante.
09:18Porque a educação midiática ajuda a formar o cidadão para saber utilizar bem, inclusive, essas plataformas.
09:25Com ética, com responsabilidade, sabendo o seu papel, sabendo a sua, a forma como você pode usufruir melhor do ambiente digital sem poluí-lo.
09:36As plataformas também não querem que os crimes sejam, que aconteçam dentro dos seus ambientes.
09:42Então elas querem limpar esse ambiente também.
09:45Talvez não com a mesma velocidade que a gente gostaria, mas eu vejo que o trabalho da educação midiática,
09:52ela é muito importante para, justamente, empoderar o cidadão para que ele faça um bom uso dos meios de comunicação existentes atualmente.
10:01Vamos conceitualizar aqui.
10:04Você fala das características, né?
10:06Qual é a característica do usuário do Instagram, o perfil e o que se fala? Qual é o conceito?
10:13O Instagram nasceu como uma rede de imagem, de fotos, que você trocava fotos.
10:18Então ele é muito, e é até hoje, muito voltado para o que você posta lá são fotos, estilo de vida, comportamento.
10:29Então o público que está ali é um público que gosta de ver o que está acontecendo na vida social.
10:34É balada e festa.
10:36É uma coluna social da nossa época antiga, que a gente adorava abrir e ver as colunas sociais.
10:41O Facebook, me parece, assim, aquele almoço de família. Olha o meu cachorrinho, meu filho se formou.
10:46É, e o Facebook tem uma característica de público, hoje, mais velha.
10:51É uma rede com um perfil de público mais maduro, que está ali, que está discutindo, que está comentando, justamente,
10:59essa coisa da grande rede de amigos e que acaba interagindo muito, postando, né?
11:06Então é um público mais maduro, vamos dizer assim.
11:10O Twitter é o grupo do Fuxico, né? Aquela mensagem rápida, né?
11:14É, é aquela coisa, né?
11:17O vamos xingar, lembra aquela frase que tinha, vamos xingar muito no Twitter, né?
11:22Sim.
11:22Então é você, é você...
11:24Aquela comunicação rápida, né?
11:25E muito eficaz, porque ele renova sempre, atualiza, né?
11:31E que tem uma característica muito interessante no Brasil, que é o Twitter, ele está ali,
11:39os jornalistas todos adotaram o Twitter como uma rede até de busca de informação, né?
11:45Então você tem uma troca ali muito grande.
11:48De apuração, é a informação bruta, né?
11:50É, exatamente.
11:50Obrigado, né?

Recomendado