O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), rebate críticas feitas pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa (Republicanos), que o chamou de ingrato por faltar a um evento do governo federal. Jorginho afirmou que o governo federal não tem feito nada pelo estado e que só comparece para apresentar "conversa mole".
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00:00Eu conto que o governador de Santa Catarina, Jorginho Melo, rebateu as críticas que recebeu por ter faltado a um evento do governo federal lá no estado.
00:07Luciana Verdolim, o que o governador Jorginho disse com aquele jeito sarcástico dele?
00:13Olha, ele foi acusado, inclusive, de ser ingrato pelo ministro dos portos e aeroportos, Silvio Costa.
00:22Jorginho Melo diz o seguinte, o governo federal não faz nada por Santa Catarina, ele, inclusive, sacou uma lista de obras,
00:30disse que não achou nenhuma obra do estado e foi além.
00:34Disse que o governo federal só vai à Santa Catarina para provocar e entregar conversa mole.
00:41Disse que a cada 100 reais que Santa Catarina manda aqui para Brasília, o governo federal, a União, devolve apenas 10 reais.
00:50E alega aí que, no final das contas, ainda é chamado de ingrato, sem contar as obras que o presidente veio entregar,
01:00mas não tinha, segundo o governador, obra nenhuma.
01:04Ele cobrou o dinheiro das fragatas que Lula teria prometido no ano passado e ainda ironizou as ações do governo federal.
01:12Diz que tem mais o que fazer e que não perde tempo de ficar falando mal de ninguém.
01:18Na solenidade, o próprio Lula também criticou a ausência do governador.
01:24Obrigado pelas informações, Luciana Verdolim. Bom trabalho para você.
01:28Piperno, eu acredito que até o final desse governo, aqueles que são governadores de oposição,
01:33que hoje fazem parte da oposição, sequer participarão dos eventos do governo federal,
01:40independentemente de entregarem ou não obras que são importantes ali para o estado.
01:44Depende, Evandro. Em ano par, eles não vão, em ano ímpar, sim.
01:50Começar pelo governador Tarcísio.
01:52Então, vejam, eles marcaram para setembro, me parece, o lançamento do projeto lá do túnel Santos-Guarujá.
02:02Metade do governo federal, metade do governo estadual.
02:05Então, nesse caso, acho que nenhum dos dois vai poder...
02:08Mas aí também é uma obra muito grande, né?
02:11Sim, mas é aí que eu queria chegar.
02:13Quer dizer, há grandes obras em parceria com o governo de São Paulo, lá em Minas Gerais,
02:19por mais animosidade que existam entre os governos federais e estaduais.
02:25Recentemente foi lançada também a obra lá da Rodovia da Morte, no Rio Grande do Sul,
02:31algumas obras importantes.
02:32No Paraná, já aconteceu isso fora, Centro-Oeste, Nordeste e tal.
02:37É um estranho que realmente o governo federal, segundo o governador Jorginho, não tenha feito nada.
02:47Então, Santa Catarina, por algum motivo, tenha sido exceção nisso.
02:52Porque nos outros estados, por mais que as rixas e as animosidades persistam, as obras estão lá.
03:00Estão sendo construídos ou pelo menos o dinheiro chegou.
03:03Aqui em São Paulo, por exemplo, obras do metrô, trem intercidades.
03:08No caso de Santa Catarina, realmente eu não sei o que poderia estar ocorrendo.
03:11Ô, Alangani, o governador Jorginho Melo também disse que Santa Catarina paga 100,
03:15para o governo nem só recebe 10.
03:17É, de fato, Santa Catarina é um dos estados mais produtivos do Brasil,
03:22uma das menores taxas de desemprego.
03:25Outro dia eu estava vendo uma estatística daqueles estados que são mais doadores
03:29do que recebedores de recursos da União.
03:33Santa Catarina é um desses estados.
03:36Não estou falando de dívida pública, né?
03:38É mais no sentido de repasse de recursos da União para outros estados, lógico, né?
03:45E aí Santa Catarina acaba sendo mais doador do que recebedor.
03:50Agora, Evandro, eu concordo com a pergunta inicial que você fez para o Piperno,
03:55e eu acho que essa vai ser atuada daqui para frente.
03:58Ainda mais num ambiente muito polarizado que a gente tem,
04:03os governadores, principalmente aqueles mais à direita,
04:07e que vem uma brecha ali de ocupar o lugar de Bolsonaro
04:11e herdar os votos de Bolsonaro,
04:14e principalmente aqueles que são presidenciáveis,
04:18eles não vão querer colar a sua imagem juntamente ao governo federal,
04:23principalmente pela queda de popularidade do presidente.
04:27José Maria Trindade, como é que você acompanha esse movimento de governos estaduais
04:32que não colam em eventos, mesmo que eles sejam institucionais,
04:37por conta de toda a rusga política que há no bastidor?
04:42É um movimento novo na política, né?
04:45E a política, ela é muito instintiva, né?
04:49O político tem um instinto ali de saber por onde caminha,
04:53e isso é muito importante.
04:54Isso traça a sua possibilidade de êxito ou não.
04:58O mundo político mudou.
05:02Ontem eu conversei com o deputado dizendo,
05:04olha, eu estou meio desistido porque não há mais debate de conteúdo no plenário da Câmara,
05:09é agressão e eu tenho oito mandatos e eu passei por várias fases,
05:16a gente discutia muito mérito de projeto,
05:18hoje não é assim, eu estou sentindo falta dos debatedores.
05:22Eu sempre detestei o PT, ele dizia,
05:25mas a gente conversava, a gente discutia o projeto, o conteúdo,
05:30e isso sempre foi adversário firme do presidente Lula,
05:34na minha vida política toda, mas eu sempre conversei e negociei.
05:41E agora a gente vê um caminho novo.
05:44Antes os governadores tinham uma frase pronta,
05:46diziam, governo não faz oposição ao governo.
05:50E eles iam no Palácio do Planalto,
05:52se reuniam com o presidente da República,
05:54mesmo sendo de oposição, e faziam projetos juntos.
05:58Só que agora a política ficou diferente,
06:00e o eleitor pergunta, de que lado você está?
06:02E você não pode estar dentro do ônibus e fora do ônibus ao mesmo tempo,
06:08você está de um lado ou de outro.
06:10É a exigência da política.
06:12Então esses governadores que têm uma linha diferente do presidente Lula,
06:16não podem se arriscar a ter uma foto ao lado do presidente,
06:19que estão em campos opostos e que disputam espaço a espaço.
06:23É um novo momento da política.
06:25Quem está certo ou está errado,
06:27realmente eu deixo para cada um imaginar quem está certo ou está errado.
06:31Eu entendo que prefeito, governador e presidente da República
06:35deveriam se unir para fazer o bem-estar da população.
06:40Interessante, Zé.
06:40Henrique Kriegner, nesse caminho,
06:43você entende que a redução da institucionalidade,
06:46então eu vou trazer esse termo para a gente falar desse movimento
06:48que o Zé acabou de mencionar,
06:51é bom ou é ruim no fim das contas?
06:53Evandro, é ruim.
06:54Na verdade, perdão, essa extrema institucionalização é ruim.
06:59O que a gente está vendo aí é uma questão histórica.
07:03O Brasil aprendeu e aprendeu lá na época de Vargas
07:06esses dois problemas que nós estamos citando aqui.
07:09O primeiro deles, essa mega centralização no governo federal.
07:13Então todo o dinheiro, que é o argumento do governador Jorginho Mello,
07:17todo o dinheiro dos estados, dos municípios,
07:19acaba indo, claro que não 100%,
07:21mas uma parte muito grande acaba indo lá para Brasília
07:24e lá em Brasília ele é redistribuído.
07:27E claro, numa federação, isso precisa acontecer,
07:30mas não pode acontecer na medida que está acontecendo hoje,
07:33que é muitos estados pagando muito,
07:36poucos estados pagando pouco,
07:37e os que pagam muito recebem pouco
07:40e os que pagam pouco recebem muito.
07:41Então esse desequilíbrio,
07:44isso está causando muito prejuízo para o Brasil.
07:46E a outra coisa, e que também é uma herança do governo Vargas,
07:50apesar de ter sido praticado até por governantes antes dele,
07:53mas especialmente pelo Vargas,
07:55na tentativa de unificação nacional,
07:58é essa questão de toda a obra do governo federal
08:01ter que fazer um evento,
08:03e vai lá no evento e chama as autoridades locais.
08:06Já viu o preço disso?
08:07Que é pegar um avião, tirar o presidente de Brasília,
08:10levar para Santa Catarina para inaugurar uma obra.
08:12Tá bom, é uma obra do governo federal,
08:14mas precisa, precisa dessa foto ainda,
08:16a gente ainda vive nessa mesma época,
08:18que precisa lá tirar foto para colocar na capa do jornal,
08:21para que então a pessoa da cidade fique sabendo o que aconteceu.
08:24A gente já tem outras maneiras,
08:26não tem mais essa questão de tudo,
08:28tudo que é evento tem que ser palanque,
08:30tudo que é evento de inauguração,
08:32de obras públicas,
08:33que vamos concordar aqui,
08:35não é nada mais do que a obrigação dos nossos governantes
08:38de fazerem essas obras,
08:40de darem sequência aos planos aos quais eles foram eleitos.
08:42Então, a gente está vendo essa repetição,
08:45dessa tradição velha,
08:46que já não dá mais,
08:47e a gente paga a conta e vira palanque político
08:50para corte em rede social.
08:51E para mim, é muito bom que não aconteça mais.
08:53Você concorda, Gany?
08:54Concordo, concordo sim.
08:56Eu acho que todo esse espetáculo na política,
09:00e vai lá e corta a faixa,
09:03eu acho que isso é bastante desnecessário,
09:05isso custa,
09:06a gente está numa outra era,
09:08concordo absolutamente.
09:08E para você, Piperno?
09:10Ah, necessário nunca foi, né?
09:13É um mau hábito mais um,
09:15que a política brasileira tem.
09:17Agora, só para a gente arrematar, Piperno,
09:19você acha que o governador,
09:20ou os governadores que hoje não representam,
09:22ou não estão na base do governo,
09:23deveriam seguir mais a institucionalidade,
09:26e participarem?
09:29Olha, Evandro, obrigatoriamente, não.
09:31Mas, de qualquer forma,
09:33em muitos momentos,
09:35é bom o relacionamento, né?
09:37Até porque o governo federal,
09:39e muitas vezes, é sócio dessas obras, né?
09:41Então, enfim, nada demais participar.
09:43Agora, ano par, eles não vão,
09:46porque tem eleição, ano ímpar é possível.
09:48Ano ímpar vão algumas vezes.
09:50Então, disputa forte aqui sobre paternidade, viu?