Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • 30/05/2025
Lula cita tratamento privilegiado de câncer e relata desespero de moradora de Itajaí

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Eu sou de um tempo em que as pessoas, esse dedo meu aqui não precisava ser cortado.
00:06Hoje eu tenho consciência que eu não precisaria ficar, sabe, decepado como eu fiquei.
00:10Poderia ter tirado um pedaço só.
00:12Mas eu era um metanústico. Cheguei no hospital cheio de graxa.
00:16Às seis horas da manhã, o médico resolveu dar anestesia aqui, arrancou o dedinho e acabou.
00:22Sabe, o que é que faz falta o dedo? E faz falta o dedo.
00:26Faz muita falta. Vocês não sabem que no começo eu tinha vergonha de não ter o dedo.
00:33Eu nem usava aliança para que as pessoas não vissem que não tivessem o dedo.
00:37Eu já contei uma vez, eu tinha muita dificuldade de lavar o rosto, porque você enchia a mão d'água e quando chegava aqui estava vazio.
00:43Ou seja, eu levei algum tempo para aprender a colocar a mão assim e consegui lavar o rosto.
00:48Eu não poderia ter passado por isso.
00:51Ontem, saindo de um ato, Padilha, ontem saindo de um ato lá em Itajaí, nós vamos fazer um ato ontem, gente.
01:00Presta atenção.
01:02Desde 2016, que a Petrobras não contratava uma obra em nenhum estaleiro brasileiro.
01:11Pois ontem nós vamos dar o início da contratação de nove bilhões de reais no porto de Itajaí navegante.
01:19E na despedida lá, cumprimentando as pessoas, eu fui visitar um local que estava as pessoas com deficiência.
01:25Tinha bastante gente lá.
01:27E quando eu fui abraçar a mulher, a mulher falou assim para mim, olha, eu vim aqui para te abraçar.
01:35Ela falou, eu vim te abraçar porque eu vou morrer.
01:50Eu já estou desenganada, então eu não queria morrer sem te abraçar.
02:09Eu não tinha o que falar.
02:11Dei um beijão e aí eu falei, olha, você tem que ter fé, tem que rezar muito e se cuidar.
02:18E fazer tudo como é que o médico mandava.
02:20Eu nunca tinha vivido.
02:22Possivelmente essa mulher, que estava com a cara de uma mulher muito humilde,
02:27ela não tenha feito o tratamento, sabe, certo, não teve a consulta na hora certa,
02:33não descobriu o câncer na hora certa.
02:35Ou a doença que ela tem, porque eu também não perguntei a doença,
02:38eu não tive mais coragem de conversar com ela.
02:39E aí eu lembrei, eu lembrei que eu fui no cílio dar uma olhada na minha garganta
02:49e eu jamais imaginei ter câncer.
02:53Dia 26 de outubro, um dia antes do meu aniversário, eu estava com muita febre,
02:59a garganta irritada, eu fui no médico, ele falou, você está inflamado, você me deu um remédio lá.
03:03E aí eu ia saindo, a Marisa falou assim para mim,
03:07ô Lula, por que você não faz um pet-scan?
03:11Eu fiquei muito nervoso, porque tinha que tirar a roupa, tirar o cinto,
03:14deitar numa máquina, que é chato.
03:17Aí eu deitei naquela máquina.
03:22Quando eu saí, tinha algumas pessoas chorando.
03:25Eu tinha descoberto o câncer na minha garganta.
03:28Muito pequeno, mas eu tinha descoberto.
03:31Dois dias depois eu já estava no hospital internado fazendo tratamento.
03:36Eu fico imaginando por que todas as pessoas não têm direito a isso.
03:41Quantas pessoas morriam nesse país porque ia no médico, o médico fazia o diagnóstico,
03:46dava a receita, o cidadão pegava a receita, não tinha dinheiro,
03:51colocava a receita, sabe, no criado, hoje a gente não pode mais chamar de criado mudo,
03:56no armarinho lá, colocava a receita lá, e morria sem poder comprar o remédio.
04:04Morria.
04:06Nós inventamos o farmácia popular e, graças a Deus, agora a gente está distribuindo
04:11já uma quantidade razoável de remédio de uso contínuo, sabe, de graça,
04:16porque tem que ser assim mesmo, senão a gente não salva a vida.
04:19E as pessoas hoje já não passam a privatão do remédio.
04:26E as pessoas hoje já não passam a privatão do remédio.

Recomendado