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  • 29/05/2025
Flávia Biroli analisa ataques a Marina Silva e a política de gênero

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Transcrição
00:00Há dois elementos que são muito evidentes.
00:03Um é o conjunto de disputas em torno da regulamentação do meio ambiente.
00:10A gente vem de um período de forte desregulamentação
00:13e hoje nós temos uma ministra que representa nacional e internacionalmente
00:19a agenda de proteção ambiental, de enfrentamento com toda a problemática da crise climática.
00:25Mas dentro do Congresso prevalecem perspectivas desregulamentadoras.
00:33Se a gente traduzir para ser mais fácil o que isso representa,
00:38eu diria que são perspectivas privatistas de curto prazo na abordagem das questões ambientais.
00:47Bem, e quem estava ali era a ministra Marina Silva.
00:50Uma mulher, portanto, parte de um grupo que tem sido subrepresentado na política brasileira,
01:01seja nas altas escalas de governo, ministérios, secretarias, seja nos espaços representativos.
01:10Ali houve também um conflito que tem a ver com como as mulheres
01:14têm sido frequentemente tratadas na sua posição de políticas,
01:23de pessoas que representam ali cidadãos, agendas,
01:28por setores em particular da política,
01:33mas por esse conjunto de parlamentares em que prevalecem
01:39aqueles que estão acostumados a exercer poder como homens.
01:43É verdade.
01:45E a gente está diante de uma ministra.
01:47Foi uma situação muito curiosa.
01:50Quando a gente compara, por exemplo, com a recepção que foi dada à Virgínia Fonseca,
01:54uma influenciadora que faz anúncios de bets,
01:58que ganha bilhões, bilhões de dinheiro,
02:00as pessoas tirando uma selfie com ela,
02:01versus Marina Silva, ministra do meio ambiente,
02:04reconhecida internacionalmente,
02:05uma das 100 personalidades mais importantes,
02:07segundo a revista Time,
02:08que é uma pessoa realmente capaz de levar o planeta para uma outra dimensão.
02:15A gente realmente fica muito assustado diante dessas forças
02:18que a gente percebeu ali no nosso parlamento.
02:21Agora, qual é o peso institucional e simbólico da saída
02:25de uma ministra de Estado, ministra do meio ambiente,
02:28daquela audiência pública que não estava sendo respeitada?
02:32Como é que você avalia essa saída e teve muito estado de espírito,
02:38presença de espírito para conseguir sair de lá
02:40e ainda seguir com a sua defesa do meio ambiente?
02:43Eu achei muito interessante essa comparação que você fez,
02:47porque é isso, quando a gente diz, olha,
02:50há um tipo de violência que hoje está inclusive tipificada
02:54por legislação criada pelo próprio Congresso Nacional,
02:57que é a chamada violência política contra as mulheres,
03:00isso esteve presente ali.
03:03Mas não é uma violência que se exerce em relação a uma mulher em abstrato.
03:07Essa violência se exerceu contra alguém
03:11que tem uma posição reconhecida e que ocupa um cargo relevante.
03:17E que hoje representa uma agenda
03:20que corresponde ao futuro de todos nós.
03:25Porque quando a gente fala em regulação ambiental,
03:27quando a gente fala em crise climática,
03:29a gente tem que se lembrar que o que está em questão
03:31é o nosso futuro comum.
03:33É disso que se trata.
03:35E aí você me diz, bom, ela sai daquela maneira, né?
03:38O que foi isso?
03:39Me parece que a ministra Marina Silva,
03:42ela teve rapidamente uma avaliação do que estava acontecendo ali
03:47como uma forma de violência, de constrangimento,
03:52de silenciamento,
03:53a qual ela não poderia se submeter.
03:57Da sua posição, com tudo aquilo que ela representa,
04:00o que ela disse foi.
04:02Nessa interação, eu não sigo.
04:05Reconheçam quem sou e o que eu represento aqui.

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