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  • 23/05/2025
Na ilha de Jicarón, no Panamá, macacos-prego-de-cara-branca surpreenderam pesquisadores ao sequestrar 11 filhotes de bugios entre 2022 e 2023. Sem predadores e com vida tranquila, esses macacos-prego exibem um comportamento curioso: por tédio, carregam os filhotes como uma forma de interação, ainda que sem cuidar deles.

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Transcrição
00:00E agora, acionando minha dupla, David de Itaz, que já tá aqui com um sorrisinho de canto de boca que sempre me preocupa.
00:05Inclusive, temos aqui presença ilustre, essa sim ilustre, já o outro menos ilustre,
00:10que é a nossa querida doutora Lala Fonseca, psicóloga de mão cheia, já cativa aqui da nossa equipe de colunistas do Morning Show,
00:17entende tudo e mais um pouco sobre a mente humana.
00:19E eu quero aqui, indo direto para o próximo tema, David de Itaz, você vai me ajudar aqui a explicar.
00:22Pelo visto, o tédio, o tédio estaria fazendo macacos sequestrarem filhotes de outra espécie. Qual, David?
00:31A gente tava falando há pouco do bebê reborn, eu acho que as pessoas estão vivendo de tédio também,
00:36porque nessa ilha do Panamá, uma equipe de biólogos apontou que macacos prego da ilha de Jicaron
00:43sequestraram 11 bebês bujo entre 2022 e 2023.
00:48Segundo os pesquisadores, por meio da observação, eles notaram que se trata de um quadro de TED.
00:54Ao que parece, pode ser fator-chave, especialmente em ilhas e, particularmente, entre os indivíduos mais jovens de uma espécie.
01:01O estudo foi publicado no periódico Current Biology e, inclusive, tá sendo alvo aí pra que realmente eles possam entender,
01:09porque o macaco prego, ele é bem curioso, né?
01:11E aí, eles promoviam o sequestro de outra espécie.
01:16E lá não tem humanos, não tem predadores naturais, então, realmente, os macacos ficam entediados.
01:21E aí, pra ter alguma emoção na vida, estavam sequestrando os animais da outra espécie.
01:26Aqui, a gente tá tentando achar alguma graça nisso, mas, pô, pelo amor de Deus, Mano Ferreira,
01:31não deixa de ser assustador e meio revelador, né?
01:34E até lembra aquele famoso ditado, quantas vezes a gente já não mencionou aqui,
01:38Cabeça vazia, oficina do diabo.
01:41Até pros macacos.
01:42Até pros macacos.
01:43Ué, todo mundo aqui, nós somos derivados dos primatas,
01:46então, não poderia ser, geralmente, o fruto não cai longe da árvore, repare bem.
01:51Pois é, Marinho, mostra como a propensão a querer construir coisas que nos tirem da rotina,
02:00eventualmente, se fosse espécie humana, obviamente,
02:02desvalando para o crime, é algo que, muitas vezes, é uma tendência quase natural.
02:09E como que nós precisamos, por isso, pensar como que a cultura,
02:14ou seja, as instituições, a sociedade, a forma como somos educados,
02:20consegue impor limite àquilo que, muitas vezes, emerge como uma pulsão natural, né?
02:29Ou seja, que possamos, então, ver, nesse caso, além de uma diversão meio curiosa aí,
02:36uma lição de como a gente não pode, como seres humanos, ficar ainda como macacos,
02:44tendo sequestro, tendo crime, tendo coisas que são a pulsão animal,
02:49sem qualquer tipo de controle social.
02:52Doutora Lala, lembrando aqui, nós, todos homo sapiens que somos,
02:56somos derivados dos primatas.
02:58Então, é revelador e assustador perceber que, talvez, esses primatas aí
03:02podem desenvolver esses comportamentos destrutivos e violentíssimos,
03:06muitas vezes, sequestrando bebês de outra espécie,
03:08e, ouso dizer aqui, talvez até assassinando esses bebês.
03:11E isso, enfim, o que isso revela para você, assim, fundamentalmente?
03:15Tem algo, é um caso isolado, esquece isso, ou vai virar moda esse troço?
03:18Eu acredito que, na verdade, a gente tem aí algo que se chama,
03:21na psicologia, de modelagem social, né?
03:23Que a gente aprende comportamentos através de exemplos e modelos, né?
03:27Quando a gente fala dos bebês reborn ou de influenciadores nas redes sociais,
03:31o que a gente está aprendendo socialmente?
03:33Porque a gente está seguindo espelhos e indo de acordo com o que os outros estão fazendo
03:38e o valor que os outros julgam necessário.
03:41Agora, a questão do tédio, o que acaba sendo interessante é a evolução da espécie, né?
03:45Porque agora eles estão tentando, de alguma forma, trazer um dinamismo para a vida deles
03:49e trazendo, talvez, o comportamento de terem visto serem criados bebês
03:54e cuidar de bebês, para quebrar um pouco o que está acontecendo ali
03:58que eles, talvez, não estejam aguentando efetivamente, né?
04:01Mas o ponto que você citou, que eu acho que é importante, é a influência dos outros.
04:05Porque foram 11 animais, né? Os machos fazendo esse sequestro.
04:09Então, assim, teve provavelmente o primeiro, falou assim, deu certo.
04:13Pô, que legal, ele tem o bebezinho lá, roubou do outro, sequestrou.
04:17Vou fazer também.
04:19Até nos macacos tem isso, da influência.
04:21Então, quantas pessoas estão com bebês reborn por aí, né?
04:23Acho que o negócio está fomentando e só mostra para a gente, exatamente.
04:28E é interessante ver que são machos, né?
04:31Sequestrando os bebês e não necessariamente fêmeas.
04:33Então, o ponto que eles estão trazendo ali é o dinamismo,
04:36estão trazendo uma adrenalina.
04:38Eles são, sim, uma evolução da nossa espécie.
04:41Sem querer menosprezar ninguém, mas o sequestro é de animais vivos, tá?
04:45Exato.
04:45Sim, de seres vivos, não é?
04:48Quem, quando criança, nunca fez uma tropinha para aprontar uma besteira?
04:51Quem nunca, quem nunca, quem nunca.
04:53Passar trote no vizinho.
04:55Conte mais detalhes, mano Ferreira.
04:57Tocar a campanha e correr.
04:59Você fazia isso?
05:00Ah, já fiz.
05:01Você nunca fez?
05:03Quando estava entediado, lá em Prudente,
05:05com sua tropinha de amigos do colégio,
05:07o que é que você aprontava?
05:08Ah, Prudente jogava Betis, tinha um monte de coisa, não tinha isso, não.
05:11Esperou o que isso aqui?
05:12Olimpíada de pivete?
05:14Pelo amor de Deus.
05:16Vai prestar atenção no serviço aí, velho.
05:18Vamos em frente.
05:19Você não fazia estropolema, ô Marinho?
05:21Nada?
05:21Eu precisaria de mais de duas horas para poder contar aí o histórico que me acompanha.
05:25Ah, eu até pular muro pulava.
05:28Eu me agarrava na grade, andava pela parede para pular o muro.
05:31Essa cicatriz aqui, cravada aqui também, na minha testa,
05:35foi fruto de uma dessas peripécias aí aos seis anos de idade.
05:38Tem uma bela cicatrizinha aqui.
05:40Mas vamos em frente, vamos em frente aqui.

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