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  • 22/05/2025
Jéssica Avelino conta que mexeu em lesão no braço, o que fez com que uma bactéria se alojasse na medula.
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Transcrição
00:00Olha gente, vem pra cá que a gente pode voltar a falar da história da Jéssica.
00:04Eu quero aqui fazer uma correção.
00:06Eu errei, né? Eu errei.
00:08Eu falei que ela teve um membro do corpo amputado.
00:12Não, eu errei, tá?
00:13Não sei de onde que eu tirei isso da minha cabeça.
00:16Peço desculpas pra Jéssica e pra você que tá nos acompanhando.
00:19Na verdade, a Jéssica ficou paraplégica.
00:23Paraplégica por conta de um furúnculo.
00:25A gente tá falando de uma jovem de 26 anos, nova pra caramba, com algo que muita gente tem.
00:34Muita gente tem o tal do furúnculo que aparece aí na pele e aparece pelo corpo.
00:39Só que a Jéssica, gente, ela resolveu espremer, apertar o furúnculo dela.
00:44E aí a situação da saúde dela só foi piorando.
00:47Ela acabou tendo uma infecção bacteriana e por pouco não perdeu a vida, tá?
00:53Por pouco ela não perdeu a vida.
00:56Nessa época, ela morava em São Mateus, do norte do estado.
01:00Mas passou por outros hospitais capixabas até chegar ao diagnóstico final.
01:06Ó, minha gente, a Jéssica aprendeu da pior maneira que espremer um furúnculo é algo sério.
01:13Isso sirva de alerta pra você que tá nos assistindo.
01:16Hoje ela tá morando lá em Minas e ainda sofre com as sequelas, né?
01:20O Luciano tá acompanhando essa história, ele vai trazer as informações pra gente agora.
01:25Porque algo que parece simples, né, Luciano?
01:28Você simplesmente ali apertar uma espinha, apertar um furúnculo, parece ser algo normal do dia a dia.
01:36Mas veja o perigo que uma pessoa tá correndo, né, bonitão?
01:40Com certeza, meu amigo.
01:43Parece simples, como você falou, só que não tem nada de simples nisso.
01:47É muito perigoso e pode gerar muitas complicações, como no caso da Jéssica Avelino, né?
01:53Uma ex-dançarina, 26 anos, muito jovem, né?
01:57Muita coisa pra viver.
01:59Ela teve um furúnculo no braço esquerdo, sabe?
02:02Aí, assim, ela futucou algumas vezes, futuca dali, futuca dali, daqui, ela acabou pá espremendo o furúnculo
02:09e teve muitas complicações porque o ferimento gerado infeccionou.
02:14Aí o braço dela ficou inchado, ela procurou um hospital, ficou assustada, foi no médico, foi várias vezes, inclusive, em médicos,
02:22até que, por fim, ela foi internada na UTI e perdeu a capacidade de andar, perdeu o movimento das pernas.
02:29Uma coisa muito grave, muito delicada, muito séria e a gente vai acompanhar os detalhes agora na reportagem.
02:35Vamos ver.
02:37O início da paralisia.
02:39Minha perna formigou bastante, ela formigou muito, queimava um pouco, formigava uma sensação estranha.
02:46E senti, assim, a perna um pouco trêmula, fraca.
02:51E foi quando eu sentei.
02:53Nisso que eu sentei, que eu fui para levantar, eu não consegui mais.
02:59Eu só lembro de não estar sentindo a minha perna, a minha barriga, o meu peito, eu já não sentia mais.
03:07Eu já não tinha força nos braços, não conseguia mexer mais os braços.
03:11Foi aí que a médica chegou e falou que o meu caso era bem grave, que eu tinha que ir para a UTI porque uma bactéria sanguínea estava consumindo meu corpo.
03:25Se a paralisia continuasse, poderia dar paralisia cerebral ou a bactéria poderia se alojar em um órgão, mais assim, coração e vinha a óbito.
03:39A sensação pós-UTI.
03:41O médico virou para mim e falou assim, que se eu tinha alguma crença, para me agradecer a Deus, que a forma que eu cheguei na UTI foi bem crítica, com chances de vir a óbito ou paralisia cerebral.
03:54Então, do peito para baixo, eu não sentia absolutamente nada.
03:59Eu passava a mão na barriga, no peito e não sentia nada.
04:04As dúvidas até o diagnóstico final.
04:06Ficaram com dúvidas se poderia ter sido meningite, mielite transversa e síndrome de Guilain-Barré.
04:17Quando fez um mês, eu fui transferida para o hospital em Vitória, Espírito Santo, o hospital UCAM.
04:25Nessa transferência lá, eles conseguiram, fiz novamente, repetir todos os exames de sangue, ressonância.
04:35E nessa ressonância, eles conseguiam descobrir aonde estava a bactéria.
04:40O ponto certo da bactéria, ela se alojou na medula, no nível T7, nesse nível por aí, causando uma inflamação medular.
04:51E hoje em dia, assim, os médicos não falam assim, você vai voltar a andar, você não vai voltar a andar.
05:03Eles falam que eu posso ter a possibilidade de voltar a andar, porque foi uma inflamação medular.
05:09Eu faço fisioterapia, faço exercícios dentro de casa.
05:14Depois de cinco meses, eu consegui voltar a ter a sensibilidade.
05:19Eu consegui sentir, passando a mão na minha perna, gelo, o gelo, o quente.
05:26Consegui mexer mais um pouco minhas pernas depois de cinco meses.
05:30Hoje em dia, eu sinto tudo.
05:32E já consigo mexer um pouco a perna.
05:35E eu sempre gostei, né, de fazer vídeos de internet, de postar, sempre gostei.
05:41Então, eu falei assim, vou fazer um vídeo para alertar outras pessoas que pode ser uma coisa grave.
05:48E ao fazer esse vídeo, comecei a ver outros casos que chegou a ficar a óbito, chegaram casos que ficaram internados.
05:59Foi aí que eu comecei a ver alguns casos parecidos com o meu.
06:02Pois é, que situação, né?
06:08Você viu o caso da Jéssica, que futucou ali, espremeu furúnculo, virou uma infecção.
06:13A infecção se agravou, ela foi para a UTI, passou um perrengue danado para cuidar da saúde.
06:19E por fim, gente, perdeu o movimento das pernas, ficou paraplégica.
06:23A gente torce aí para a Jéssica saber levar a vida daqui para frente agora, né?
06:28A gente está com a doutora Rúbia Miossi, que é infectologista.
06:31E vai explicar para a gente agora, bater um papo ao vivo aqui no TN,
06:34sobre os riscos, né, doutora, da pessoa não conseguir vencer a tentação de futucar ou então espremer um furúnculo.
06:42Boa tarde, seja bem-vinda ao TN.
06:44Boa tarde, muito obrigada.
06:45Então, furunculose é uma infecção de pele muito comum.
06:48É uma bactéria que mora na nossa pele, que causa essa infecção.
06:50Então, todo mundo tem essa bactéria vivendo na pele sem causar nada, mas ela pode vir a causar uma furunculose.
06:57E não é difícil de tratar.
06:59Antibióticos orais comuns que o médico passa no posto de saúde são capazes de tratar essa infecção
07:05e a pessoa não ter esse tipo de complicação.
07:07O problema maior é quando precisa de fazer alguma intervenção ou, no caso, a pessoa não se segura, vai lá e espreme.
07:17Detalhe, uma espinha no rosto, que não é uma furunculose, também pode causar exatamente o mesmo problema.
07:23Então, a gente tem que se segurar, não mexer nesse tipo de lesão, porque o que acontece?
07:29Dentro lá do furúnculo, tem um monte de secreção, pus e uma quantidade bastante grande da bactéria que está causando a infecção.
07:36Quando a pessoa vai lá e espreme, né, e aperta, do mesmo jeito que a secreção pode vazar,
07:43ela pode adentrar os tecidos que estão ali embaixo e ganhar a corrente sanguínea.
07:47Então, é uma bactéria que mora na pele, que na pele, que a tinha na dela não vai causar transtorno,
07:53mas que se cai na corrente sanguínea, causa danos gravíssimos.
07:57Pode dar infecção no coração, pode dar infecção cerebral, pode dar infecção óssea.
08:02No caso específico da Jéssica, eu não conheço muito bem o caso, mas ele pode ter sido por duas coisas.
08:08Ele pode ter dado um abscesso dentro da medula, que é a infecção lá dentro da coluna,
08:12mas também pode ter sido por meio de uma infecção óssea, que depois comprime também a medula.
08:18Pode ser também porque ele faz um trombo e ele entope vasos sanguíneos da medula e a medula acaba morrendo
08:25e aí a pessoa tem a paraplegia.
08:27Então, não é uma coisa simples se a gente for pensar em termos de complicações.
08:31O que é o certo pra gente fazer? Apareceu um furúnculo?
08:36Procura logo o seu médico de referência.
08:38Um clínico geral tem total capacidade de fazer o tratamento desse furúnculo.
08:43Ele vai avaliar se precisa drenar.
08:45Se precisar drenar, não é com agulha em casa que você pega dali da mãe que costura pra furar,
08:51pra poder sair a secreção.
08:53Não adianta ficar fazendo compressa, folha de pimenta, eles fazem negócio de trigo, né?
08:59O pessoal, a sabedoria popular tem muitas ideias, né?
09:03Não faça nada disso.
09:04Procura o serviço médico.
09:06Se precisar drenar, a gente faz a drenagem cirúrgica.
09:09É um pequeno procedimento que faz na hora.
09:11Anestesia local, com toda a segurança.
09:14Sai de lá com a receita do antibiótico.
09:16É o antibiótico que tem no SUS, não precisa nem comprar.
09:18Então, assim, a gente tem todas as ferramentas na mão, na saúde pública e também quem tem plano de saúde,
09:25no seu plano de saúde, pra poder ficar resguardado e esse tipo de complicação não acontecer.
09:31Perfeito, doutora Rubi.
09:32Muito obrigado, viu, pelos esclarecimentos aqui ao vivo no TN, né?
09:36Então, Camargão, tem que resistir a tentação de ficar futucando, de espremer o furúnculo,
09:42porque pode gerar consequências muito graves, como a gente comentou aqui.
09:46É, e eu fiquei ainda mais assustado quando ela disse da espinha também.
09:51Quantas pessoas não ficam futucando a espinha, né?
09:53Que tem no rosto, na perna, nas costas e, de repente, pode trazer uma complicação.
09:59Muito obrigado pela doutora, pela entrevista.
10:01Fácil de entender, fala com clareza, de maneira que a gente consiga compreender fácil.
10:07Muito obrigado, tá, Luciano, pela sua condução.
10:09Até já, meu irmão.

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