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  • 21/05/2025
”Não sou contra a Parada, sou contra a banalização que fazem dela” diz Nany People

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Transcrição
00:00Mas, Dani, tem uma questão, eu vou polemizar.
00:02Você não teve o devido acolhimento dentro da comunidade que mais te deve respeito?
00:08Porque eu não falo a linguagem que eles querem que eu fale muitas vezes, né?
00:11Tem coisa que eu questiono, que eu já nem bato mais na tecla mais.
00:15A tal da linguagem neutra, que eu acho que assim, um desrespeito até a minha própria conquista do artigo A no meu documento.
00:21Eu lutei 18 anos para ter o artigo A no meu documento, para ser conhecido como A, na Nipipo, gênero feminino.
00:27Aí eu só brincar agora, endossar, bater a cabeça, que é chamado de todes.
00:31Não, não entra mais na história. Não entra mais na história, não.
00:34Tem coisas, como diz o outro, com 60 anos, você não investiu, você fecha a conta.
00:37Eu fecho a conta e tá, tchau.
00:38E você foi precursora também da parada gay e acabou se afastando do evento.
00:42Fiz a primeira e a segunda com a Silvete, a gente apresentando.
00:45Só que é o seguinte, quando teve a reunião de...
00:49Antes de fomentar os amigos da parada, baixaram um decreto dizendo que qualquer alegória que fosse colocado,
00:55tinha que ser colocado, porque as casas, colocavam suas casas alegórias.
00:58É como se fosse ontem.
01:00Aí faziam, agora você pode colocar o carro, tem que colocar o carro, são amigos da parada.
01:04Aí o preço de X ia para 3X.
01:06Eu trabalhava em duas casas.
01:08Na Tunnel e na Blue Space.
01:13O Victor parou de colocar.
01:15Parou de colocar.
01:16Por que vai subir para três vezes o valor?
01:18Para quem vai esse dinheiro?
01:19Porque subiu um telefonema, sendo instituído a apresentação da parada.
01:23Nunca mais vou ter na parada.
01:25Há 22 anos vou ter na parada.
01:27Não sou contra a parada.
01:28Eu sou contra essa banalização que fazem na parada.
01:30A parada é um ato político, entre tudo.
01:32Eu já fiz paradas no Brasil afora.
01:34No Acre, por exemplo, Rio Branco, eu fiz uma parada,
01:36que a semana inteira é a Semana do Orgulho LGBT.
01:39Eles fazem durante a semana toda palestras, exposições, peças de teatro,
01:44simpósios, debates, congressos, até clínicos sobre o universo LGBT.
01:48E no domingo, por acaso, tem a parada.
01:50Agora, quando é a parada, o oba-oba, o quê quê quê?
01:53Aí, meu bem, não leva a nada.
01:54Mas, Anny, você não acha também que a comunidade, que faço parte também,
01:59não valoriza vocês que, desde lá de trás, abriram muitos caminhos?
02:04Se não fossem vocês, Silvete, muitas não teriam esses espaços hoje.
02:07O Brasil valoriza esses seus artistas?
02:09Não.
02:10Então, pronto, amor.
02:11É que, se eu começo a falar isso, é que parece que a Anny está querendo ibope.
02:15Esse dia, eu estava vendo uma matéria, não sei onde eu vi.
02:18A Leonora Acla fez um negócio, falando que agora, porque o Papa Novo disse que não sei o quê,
02:23casamento de homem e mulher.
02:24Essa polêmica sempre, né?
02:25Tem homem e mulher, porque o Trump disse que agora só tem gente masculino e feminino.
02:28E daí?
02:30Eu nunca deixei de ser quem eu sou, porque eu nasci já no masculino e feminino.
02:33Deixei de ser a Anny Pipo? Não deixei.
02:35Não deixei.
02:36Eu só consegui a redesignação do meu nome em 2018.
02:41Porque eu fiz até os cinquenta e tal, foi o quê?
02:43Até os cinquenta e três anos de idade.
02:45Fiz o quê?
02:46Eu existia do mesmo jeito.
02:48Então, o que eu falo?
02:49É você não se deixar bater com a consideração que eu tenho de você.
02:53Infelizmente, o nosso país é o país que mais mata por transfobia, homofobia e feminicídio.
02:59Porque nós temos que mexer numa coisa muito mais importante, a Constituição.
03:02Não tinha que deixar de ser réu primário, todo mundo fica esperto.

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