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  • 19/05/2025
A guerra pode até ser fria, mas o debate entre a esquerda e a direita em Pânico vai esquentar a tarde de vocês! O comentarista Felippe Monteiro se juntou (mas só geograficamente, porque mentalmente eles continuam mais polarizados que o urso polar e o pinguim) ao Delegado Palumbo para ter um debate caloroso a respeito da Cracolândia. Tem tanto craque no programa desta segunda (19) que você vai acabar ficando viciado viu?!

Assista ao Pânico na íntegra:
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#Pânico

Categoria

😹
Diversão
Transcrição
00:00Porque vocês têm uma visão diferente desse... dessa... como é que eu vou chamar isso?
00:07Visão de bunda?
00:08Não, dessa... da cracolândia.
00:10Dessa ação.
00:10Desse calmo.
00:11Desse problema social.
00:13Vamos começar com quem?
00:15Com o freguês.
00:15Pois não.
00:17Já começou o freguês aí.
00:19É.
00:20É melhor o seguinte, cara.
00:22Você vê, por exemplo, que se essa prefeitura, esse governo do estado de São Paulo, não gosta de pobre e preto, não.
00:26Então, política higienista, primeiro colocou um tapume para esconder, infelizmente, os usuários de drogas na cracolândia.
00:34Depois concretaram ali em volta para esconder os usuários.
00:38E agora, uma política duvidosa, sumiram os usuários.
00:42Ninguém sabe onde estão os usuários.
00:44E aí tem vídeo mostrando que, infelizmente, o governo do estado de São Paulo, com a polícia militar, junto com a guarda civil metropolitana,
00:51eles começaram a expulsar o fluxo de usuários daquele lugar da cracolândia e estão inspirados pela cidade.
01:00Ou seja, não resolveu o problema da cracolândia.
01:03Não resolveu o problema da cracolândia.
01:05Infelizmente, o Palumbo aqui aplaudiu essa política nefasta que ocorreu aqui em São Paulo.
01:10E eu me coloco completamente contrário a essa política que foi colocada.
01:14E aí tem um ponto que eu queria colocar aqui, Emílio.
01:15O Palumbo, ele aplaudiu o comentário do morador ali do centro de São Paulo, falando que tem que ter internação compulsória.
01:24Infelizmente, a gente vive nessa dicotomia completamente errada e equivocada de achar que a única política para resolver o problema dos usuários de drogas na cracolândia,
01:32do tráfico de drogas, é pegar o usuário e interna-lo compulsoriamente.
01:36Não é assim que funciona.
01:37Para algumas pessoas, sim, tem que ter internação compulsória.
01:40Para outros, política de redução de danos funcionaria também.
01:45Bom, vamos lá.
01:48Pepe, conversa com uma pessoa que já saiu das drogas.
01:53Eu já citei aqui o exemplo do Fábio Góes.
01:55Ele morou na Cracolândia, um dependente químico, mais de duas décadas na dependência química.
02:01Ele saiu da Cracolândia e ele falou o seguinte.
02:05Somente com a internação compulsória a gente consegue tirar esses indivíduos que não têm condição nenhuma de convívio em sociedade.
02:12Eles não sabem distinguir entre uma viatura policial e uma ambulância.
02:17Uma viatura policial e um carro, um táxi, por exemplo.
02:21Eu trabalhava ali no Garra, ia com quatro homens dentro da viatura, com o fuzil para fora, eles iam limpar a viatura.
02:27Esse indivíduo não tem condição nenhuma de ficar lá.
02:30Aí você vem acusar o governo do estado de São Paulo e o prefeito que estão tentando fazer alguma coisa.
02:35Nenhum governo anterior, e eu já fui muito crítico deles, critico a hora que tem que criticar,
02:40mas nenhum governo anterior, tanto de prefeitura quanto de governo de estado, conseguiu resolver absolutamente nada.
02:46E aí quando dá uma limpada lá, porque ninguém quer um nóia na corda...
02:50Você vai deixar eu falar ou vai começar a interromper aí logo?
02:52Tá, calma.
02:53Eu esperei você falar todas as zaneiras que você falou aqui quieto.
02:56Espera, Chico.
02:57Ninguém consegue, ninguém fez absolutamente nada.
02:59E aí quando a gente tem um governo que quer fazer alguma coisa, que combate o tráfico de drogas, por exemplo, no moinho lá.
03:05Quem você acha que tá fazendo aquela baderna toda?
03:07É o tráfico.
03:08Eu já entrei lá naquela comunidade, já troquei tiro naquela comunidade.
03:1199% é gente de bem, mas tem um tráfico de drogas lá que abastece.
03:15Desculpa interromper.
03:16Ali o moinho é um centro de drogas, né?
03:18Centro de drogas, literalmente.
03:19Ali é um centro, é uma distribuição de drogas.
03:21Há muito tempo, né?
03:22Há muito tempo, há muitos anos, desde quando eu tava no grupo de operações especiais.
03:25Entrei no grupo de operações especiais em 2001, final de 2001, Emílio.
03:30Ali sempre foi um problema.
03:31Toda prisão que fazia lá desmandava parte da comunidade que acabava recebendo algum benefício do tráfico
03:37pra ir pra cima da polícia.
03:3899% é gente de bem, mas tem o tráfico de drogas sim.
03:42Agora, quando você elimina a droga, é lógico que eles vão procurar outro lugar.
03:46E realmente, o problema não acabou o problema com ele.
03:48Agora, você acusar o governo do estado de São Paulo e o prefeito por estar fazendo alguma coisa,
03:53o que você queria que eles fizessem?
03:55Fala pra mim, qual que é a sua solução?
03:57Não, a minha solução é uma política transversal.
04:00Essas pessoas precisam de emprego.
04:01Fala a linguagem do povo, irmão.
04:02Fala a linguagem do povo.
04:03O grande problema teu, Palomba, é que você acha que todo problema do Brasil se resolve com porrada,
04:08com cacetete e com segurança pública.
04:11A questão da cracolândia é muito mais...
04:12Mas é um problema de segurança pública.
04:14Também, também.
04:15É de saúde também.
04:16Então, mas colocando, porque você falou aí de preto e de pobre.
04:19Você já usou uma carta de identitário.
04:21É, você puxou a carta que eu acho errado, porque, por exemplo, na Suíça, nos anos 90,
04:26tinha lá a Praça da Paz, que era também um lugar que segregavam os drogados, davam seringa,
04:34lá era mais heroína que eles segregavam os caras.
04:37E aí, o que aconteceu?
04:38Não funcionou em Zurique, não funcionou.
04:40Aí, eles fecharam essa praça para os drogados, os drogados foram se encontrar na ferroviária.
04:46E aí, ficou muito tempo até que isso acabasse lá em Zurique.
04:50Então, quer dizer, não é uma coisa de racismo, nem nada.
04:54Isso é um problema que aconteceu na Suíça.
04:56Eu digo, por exemplo, se na Suíça não deu certo, não vai dar certo em São Paulo.
05:01Se não deu certo na Califórnia, não vai dar certo em São Paulo.
05:04Porque aqui a gente tem muito mais problemas do que esses lugares, né?
05:08Então, qual seria a solução mesmo para a gente...
05:12Droga, eu acho que nunca vai acabar isso.
05:14A gente pode amenizar um pouquinho, né?
05:16Tornar a vida do traficante mais difícil.
05:17Enquanto você fica protegendo o traficante, achando que não tem que ter cadeia para eles,
05:21que o sistema é difícil.
05:23Eu acho que o traficante tem que pegar 15 anos de jaula.
05:26Ficar lá 20 anos de jaula.
05:28Porque se não tem quem compra, entendeu?
05:30Vai ficar mais difícil.
05:31Agora, tem biqueira para tudo quanto é lado.
05:34A polícia prende num dia.
05:35No outro dia, sai na audiência de custódia.
05:37O cara pega 5 anos.
05:38Fica 2 anos e 4 meses.
05:40Vai para a rua.
05:40Para ele é um benefício isso daí, Pepe.
05:42É isso que você não entende.
05:43Aí você fala, não, eu tenho que liberar as drogas.
05:46Cara, desculpa.
05:47Esse papinho de liberar as drogas é só para playboy fumar e não ser incomodado.
05:51É só para isso, cara.
05:52Porque não vai diminuir o traficante de drogas.
05:54Muito pelo contrário, vai aumentar.
05:55Aquele moleque de periferia, ele vai continuar comprando na biqueira.
05:58Ele não vai comprar nos jardins, onde você possivelmente iria comprar.
06:01Ele vai comprar em outro lugar.
06:02É verdade.
06:03Não vai acabar com o traficante de drogas.
06:05Então, mas deixa eu perguntar uma coisa para vocês agora.
06:08Alguém está ganhando dinheiro com essa Cracolândia.
06:12Com esse problema.
06:13Com esse problema.
06:14Inclusive ONGs.
06:15Quem que está ganhando dinheiro com isso aí?
06:17Porque eu vi na TV ontem, eles estão pedindo para voltar a Cracolândia.
06:22Quem é que...
06:23Pois é.
06:24Então, mas...
06:24Quem é que quer que...
06:25ONG.
06:26O que que esse pessoal quer com isso?
06:30Por que que eles querem que volte a Cracolândia?
06:31Ninguém quer uma...
06:33Ninguém, em sã consciência, quer uma Cracolândia na porta da sua casa.
06:36Não é possível que o cara vai querer um bando de noia lá.
06:39Não pode falar noia, tem que falar usuário.
06:40Não pode falar Cracolândia.
06:41Tem que falar cenas abertas de uso.
06:42Não, é Cracolândia e é noia.
06:44Gostando ou não gostando.
06:45Agora, por que que eles querem isso de volta, PP?
06:48Explica pra mim.
06:49Por que?
06:50Fica com aquela ladainha.
06:51E cai da Nunes, cadê a Cracolândia?
06:53Pelo amor de Deus, cara.
06:54Isso é ridículo.
06:56Ela está pedindo a volta da Cracolândia.
06:57A volta da Cracolândia.
06:58É isso.
06:59Por que?
07:00A Cracolândia ainda não existia, Emílio.
07:01A Cracolândia agora se espalhou por São Paulo todo.
07:04Não, não.
07:04O uso que você quer dizer não é a Cracolândia.
07:06A Cracolândia é um aglomerado de pessoas lá.
07:08Eu quero comentar o seguinte.
07:08A Prefeitura de São Paulo, nos últimos 30 anos, teve um trabalho de mapear que são
07:12os usuários de crack, os usuários que estão na Cracolândia, mapear quem são as famílias
07:17do usuário.
07:18Agora, não se sabe onde eles estão.
07:19Não, não.
07:20Então, como você combate essa política, combate essa questão tão grave pra São Paulo, espalhando
07:25os usuários?
07:26Não, não, não.
07:26Mas pera aí.
07:27Não, mas pera aí.
07:27A discussão era acabar a Cracolândia.
07:31Esse, o governador e o prefeito, não fizeram igual lá o Calcinha, derrubou lá com, lembra
07:37lá os guindastes, levou trator, derrubou casa.
07:41Esse aí acabou, me parece que tá tudo em paz lá.
07:44Se vai votar, não sabemos.
07:45Se vai votar.
07:45No local.
07:46Não, eu tô falando no local.
07:48Eu tô falando da Cracolândia.
07:49Não tô falando que tem nóia.
07:51Porque senão vai ficar uma discussão besta.
07:53Nós estamos falando da Cracolândia.
07:54Estamos falando desse lugar onde eles se encontravam.
07:57e tinha a venda de drogas.
07:59Acabou isso porque o pessoal das drogas não vende mais lá.
08:03É por isso que não tem mais usuário.
08:04Foi feita a operação.
08:06Se você combate o tráfico, o nóia vai atrás de onde tem a droga.
08:10E aí, claro que vai se pensar.
08:12O cara não deixou de ser usuário de droga.
08:13Que ninguém aqui tá falando que bateram com a corda lá e deixaram de ser usuário.
08:17Não, ele continua usuário.
08:18Mas não tem mais aquela aglomeração lá de duas mil, mil pessoas toda hora.
08:22Aquele inferno que era.
08:24Entendeu?
08:24Hoje você consegue andar mais tranquilamente lá.
08:28E não é verdade isso, Pepe?
08:29Você quer o quê?
08:30Duas mil pessoas aglomeradas lá?
08:32Você acha que resolver o problema da Cracolândia?
08:34Da vinda de crack?
08:35Da Cracolândia em si.
08:37Por mais que fica no centro de São Paulo, por mais que ficou no centro de São Paulo,
08:39por mais de 30 anos, eles estão resolvendo, Pepe.
08:42Agora, se você tá incomodado aqui que combate o tráfico de drogas,
08:46eu não sei, você não passou qual que é a solução ainda.
08:48Mas, Pepe, você acha que seria o ideal eles estarem de volta concentrados
08:53só pra ter um controle de quem tá e quem não tá?
08:56Sob o aspecto de política pública, é muito melhor você ter o controle de uma região
09:00e conseguir endereçar a política pública, colocar assistente social.
09:05Você mora onde?
09:06Eu moro em Vila Magdalena.
09:07Você acha que...
09:08Como bom esquadista.
09:09Pois é.
09:10Você acha que se concentrar na porta da sua casa você ia ficar feliz?
09:13Porque você acha uma solução.
09:15Não, claro que não vai ficar feliz.
09:16Então, pronto.
09:17Então, assim, a questão, as pessoas que moram lá naquela região
09:21tiveram que vender apartamento a preço de banana
09:24porque a segurança ali, eles não aguentam mais aquele caos.
09:28Muito comerciante fechando.
09:30Então, assim, isso aí não é uma solução.
09:32Isso aí não é uma solução.
09:33Isso daí, você tá falando justamente o que você...
09:36o que você condenou.
09:39O cara colocar uma tapadeira.
09:40Você quer colocar uma tapadeira, mas num lugar que é longe da tua casa.
09:43E aí?
09:43Exatamente.
09:44Não, é indiferente.
09:45Se ela é minha casa ou não.
09:46Claro que tiver...
09:46Caracol é tipo feira.
09:48O pessoal não gosta que tempera a tua casa.
09:50Entendeu?
09:50Mas vai.
09:52Mas frequenta os guardas.
09:53Eu vou parar...
09:53Uma feira você compra pastel, não craque, né?
09:55Por amor de Deus.
09:56Por amor de Deus.
09:57Você já compra o negócio que acontece uma vez por semana.
10:01É porque...
10:02Eu nunca vi ninguém comer pastel na Cracolândia.
10:07Eu tô entendendo o ponto de vista.
10:11Porque o ponto de vista do PP é o seguinte.
10:15Isso aí foi um projeto do Jaiminho.
10:19O Jaiminho dava hotéis pra...
10:21Braços abertos.
10:22O Jaiminho, ele dava hotéis pras pessoas morarem.
10:25De 15 contos por dia.
10:26Ele dava dinheiro.
10:28Ele dava dinheiro pras pessoas poderem consumir drogas.
10:31Então ali o que aconteceu?
10:33Virou um supermercado de venda de drogas.
10:37Comandado pelo PCC.
10:38Comandado pelo traficante grande.
10:40E apoiou.
10:41Que vendia as drogas.
10:41Por quê?
10:42Porque o Estado pagava...
10:44Dava uma...
10:45Isso existe na Califórnia.
10:48Sim, Skid Row lá.
10:49Não, na Califórnia existia.
10:51Eles dão um...
10:52O kit.
10:53O kit é droga.
10:53O kit é droga pras pessoas.
10:55Só que isso não funciona.
10:57Lógico que não.
10:57Não funciona também.
10:58Não funciona.
10:58Aonde que funciona o mundo?
11:01Olha como é que...
11:03Olha lá São Francisco na Califórnia.
11:05Os caras não aguentam mais.
11:06Porque lá são aquelas barracas na rua.
11:08Todo mundo morrendo na rua.
11:10O usuário não é um grupo uniforme de pessoas.
11:13Tem o usuário, por exemplo, que consegue sair mais facilmente do vício.
11:16Tem o usuário que usa crack de forma recreativa só.
11:19Inclusive prefeito de Toronto era o usuário de crack.
11:22Não, beleza.
11:22Era o usuário de crack.
11:23Era o usuário de crack.
11:24Então existe...
11:25Eu entendo o que você está falando.
11:26Cada um é cada um.
11:27Só que a pergunta acho que fica é...
11:30Como política pública...
11:31É isso.
11:32Para a cidade.
11:32Que lugar do mundo resolver esse problema?
11:34Você tem razão.
11:35Você tem razão.
11:35Cada um é cada um.
11:36Mas o que a gente...
11:37Onde deu certo?
11:38Porque...
11:39Não, deu certo em alguns lugares sim.
11:40Aonde?
11:40Aonde?
11:41Fala um.
11:42Algumas pessoas na Califórnia conseguiram sair...
11:44Aonde?
11:44A Califórnia...
11:45Não, algumas pessoas da Califórnia conseguiram sair do vício por meio da prestiduição de danos.
11:50Usou cada vez menos a droga até se livrar da droga.
11:52O prefeito de Sorocaba também era usuário de droga.
11:57Tem um caso isolado.
11:59Agora você deixa o caos por causa de uma ou duas pessoas?
12:02Não, não é uma e duas pessoas.
12:04Mas é onde deu certo.
12:05Mas isso aí que eu não consigo...
12:07Eu não consigo entender esse pensamento da esquerda.
12:10Por exemplo, é que nem outro dia eu estava conversando com os amigos.
12:12Até vou mudar um pouco de assunto.
12:14Diz que agora não tem mais dia das mães nas escolas.
12:16É dia da família.
12:18Mas por quê?
12:19Não, porque alguém pode ser filho de duas mulheres.
12:22Eu falo, porra, mas não faz o menor sentido porque 99,9% das pessoas é filho de um pai e uma mãe.
12:31E aí você coloca na escola.
12:32Aí se você tira, você quer o quê?
12:34Que não exista mais nem mãe nem pai.
12:36Todo mundo vai porque tem uma pessoa lá.
12:41Qual é a lógica disso?
12:42O importante é saber o seguinte, não tem uma solução única.
12:44O grande problema do Palumbo é achar que tem que internar compulsoriamente o usuário de drogas, de crack.
12:49Não é assim.
12:50Tem pessoas que sim.
12:51Tem pessoas que vivem no zumbi, na Cracolândia, e não tem outra alternativa que não seja internação compulsória.
12:56Outras pessoas, às vezes, dando trabalho, dando dignidade para a pessoa, ela sai automaticamente do mundo do vício.
13:02Você já foi na Cracolândia? Você já entrou lá?
13:04Você já entrou?
13:04Não, falando sério.
13:05Você nunca entrou, você não sabe nem o cheiro que tem lá.
13:07Leve ele lá.
13:07Tem um cheiro peculiar lá.
13:09Tem um cheiro que você está há 40 meses e já começa a sentir o cheiro.
13:13Aqui lá aparece a volta dos mortos-vivos.
13:16Eles não têm condição nenhuma.
13:17Entendeu?
13:18Eles não sabem distinguir uma viatura de um carro normal.
13:21E você vem falar que não, você tem que romantizar.
13:23Não, ele pode sair.
13:24Tem pessoas que sim, sim.
13:24Mas é a gloria, PP.
13:26O cara que entra no Crac, ele já fica num estado de loucura tão grande, tão grande.
13:31Você quer ver como que é verdade isso?
13:32Você sabia que na cadeia não entra Crac?
13:34Isso é lugar comum.
13:35Você sabia que...
13:36Não, na cadeia não entra Crac.
13:37Por quê?
13:38Porque o ladrão, o faxina, como é conhecido lá o chefe da cadeia, ele não perde o controle
13:43da cadeia.
13:44Então, ele não deixa entrar o Crac.
13:45Não entra K9.
13:47Então, agora aqui...
13:48O cara escolhe a droga.
13:49Agora, ali na Cracolândia, se vende-se Crac.
13:52Então, os caras perdem o controle.
13:53Você não tem mais controle.
13:55Você não consegue discernir.
13:56Você não tem...
13:57Você não sabe o que é...
13:58Quando acaba a droga, eles vão roubar.
14:01E o Crac é uma droga de rico.
14:04Eu aprendi isso com o Fábio Góes.
14:05O Crac?
14:06Sim.
14:07De rico?
14:07Eu vou te explicar o porquê.
14:09Eu também fiz a mesma pergunta pra ele, depois de 20 anos de polícia.
14:11Mas como assim?
14:12Ele falou, delegado Paulo Lombé, eu fiquei na Cracolândia.
14:14Eu morei lá.
14:15Eu dilapidei um patrimônio de mais de 2 milhões de reais.
14:18Meu Deus.
14:19E eu chegava...
14:20Ele escreveu um livro.
14:21Ele se recuperou.
14:22E hoje trabalha com a gente.
14:23A função dele é resgatar essas pessoas.
14:25Porque o usuário só quer ouvir o outro cara que já foi usuário.
14:28Não adianta eu ir lá, que sou careta, querer falar com eles que ele não vai me ouvir.
14:31Mas ele faz isso.
14:32E ele falou assim, eu cheguei a fumar mais de 100 pedras por dia.
14:36Cacetado.
14:37Então, o cara, você põe aí 100 vezes 10, o cara, ele conseguia bancar isso aí porque
14:42ele veio de uma família rica.
14:43Mas ele falou, se eu tivesse que matar a minha mãe, eu mataria pra obter essa droga.
14:48Merda.
14:49Você entendeu?
14:49E como é que você começou?
14:50Eu comecei na maconha, depois eu fui pro rachixe.
14:53Ué...
14:54É a mesma história sempre.
14:55É verdade, cara.
14:56É a mesma história que não tem base científica nenhuma.
14:57A base científica é o cara que mora na Cracolândia, cara.
14:59O pessoal acha que todo mundo começa pela maconha.
15:01Pelo amor de Deus, cara.
15:02Pelo amor de Deus, cara.
15:02Pelo amor de Deus.
15:04Crac.
15:04Ô, Emílio, você para com essa ideia.
15:05Ele tá falando que cada caso é um caso.
15:07É, mas se não é oportunidade.
15:08Um break, um break rapidinho.
15:10Tá aqui.
15:10Delegado Palombo tá aqui.
15:11Tá bom.
15:12Não quero que tenha muita treta, não.
15:14Não, entendo.
15:15Só vamos manter o Elan.
15:16Tá elegante, tá elegante.
15:17Tá elegante, assim.
15:18Fazer um break pro Reginaldo, pra Rede Rádio.
15:20Muito obrigado pela sua audiência.
15:21Daqui a pouquinho a gente volta pra quem está no rádio.
15:24Quem tá na TV, a gente continua direto aqui.
15:26Vai lá, Reginaldinho.
15:27Posso fazer uma questão?
15:28Pois dá.
15:29Obrigada, Daniel.
15:29Só pra te ajudar, porque você tá indo pra um lugar que tá difícil de te ajudar aqui.
15:34Com todo respeito.
15:35O Chiquinho?
15:35É, ele tá sem argumento.
15:37Não, mas eu vou tentar pegar a linha de raciocínio dele do primeiro argumento.
15:40Ele falou o seguinte.
15:41Pra onde esses usuários vão?
15:43Existe um plano estratégico na Caba Cracolândia, né?
15:46E é geográfico da cidade de São Paulo, da prefeitura.
15:50Porque isso realmente eles vão pra algum lugar.
15:52E vai cometer outros delitos.
15:53Vão usar droga de novo.
15:55Tem um planejamento pra isso?
15:56Ou é, acabou a Cracolândia e vai Corinthians?
15:59Eu acho que tem que ter um planejamento.
16:01Eu, se eu tivesse na gestão, não tô na gestão.
16:03Eu faço parte do legislativo.
16:05Eu iria identificar onde eles estão.
16:06Ah, então já tem dez aqui se juntando aqui, perto da praça Marechal Deodoro, por exemplo.
16:10Aonde é a biqueira mais próxima?
16:12Rebenta a biqueira.
16:12Rebenta a biqueira.
16:13Rebenta a biqueira.
16:14Ah, foram pra outro lugar.
16:15Rebenta a biqueira.
16:16Uma hora vai parar isso aí.
16:17Eles vão ficar sem a droga.
16:18E tratamento.
16:19Eles precisam de tratamento, o usuário.
16:20Legal.
16:21Você não tem que tratar o usuário como se fosse um traficante, exceto se o usuário
16:26virar um criminoso.
16:28Aí a cadeia nele, a jaula nele, o problema é dele.
16:31Ele que vai se curar na cadeia, que a gente, a vítima, não tem culpa.
16:34Agora, onde tá esse pessoal que tá se aglomerando lá 20, 30?
16:37Onde que é a biqueira?
16:38Porque ele não quer pegar um ônibus pra pegar a droga.
16:40Ele quer que a droga seja servida lá.
16:42Vá pra cima dos traficantes.
16:44E tem os pontos.
16:45E tem os pontos.
16:45Todo mundo sabe que os pontos de venda de droga.
16:47Mas, mas, eu acho que nesse caso, a vítima é quem mora lá.
16:52É lógico.
16:53A vítima.
16:54Não tem culpa nenhuma.
16:55Não tem culpa nenhuma.
16:55O cara trabalha, tem um negócio.
16:57O cara foi lá, comprou a casa, comprou o apartamento lá.
17:00Aí inventaram esse negócio de reunir a turma.
17:05E quem acabou ganhando foi o vendedor da droga.
17:09E eles que têm livre mercado.
17:11É isso.
17:11Quantos negócios...
17:12É tão simples, Pepe.
17:14Por que você gosta de...
17:15Por que que a esquerda, por que que a esquerda, pode ver sempre, ela é gentil com o criminoso
17:21e ela é cruel com a vítima.
17:24Por que ser cruel, por que ser cruel com o cara que comprou o apartamento pro velhinho
17:29que mora lá, pra velhinha que mora ali, comprou o apartamento, tá lá há 30 anos com
17:34a Cracolândia na...
17:35Essa que é a vítima, na minha opinião.
17:37Lógico.
17:37Mas a questão é, Miro, que não vai resolver o problema da Cracolândia.
17:40As pessoas vão estar em outros lugares.
17:41Eu sei, mas não tem mais a Cracolândia.
17:43Não vai ter mais nenhum lugar.
17:44Agora vão ter 30 lugares diferentes que as pessoas vão estar se aglomerando de forma
17:47diferente, prejudicando outras pessoas.
17:49Não, isso já existe.

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