O governo de Javier Milei anunciou um endurecimento das regras de imigração na Argentina. As novas medidas exigem que turistas comprovem possuir seguro saúde. Além disso, estrangeiros com antecedentes criminais poderão ser impedidos de entrar. Gustavo Segré explicou mais sobre o assunto.
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00:00Ô Segre, até fica aí porque eu quero falar contigo também sobre essa decisão do Milley para tentar restringir a imigração no país.
00:07Agora, exigindo então que as pessoas tenham seguro-saúde ou que elas paguem pelo tratamento de saúde na Argentina,
00:13também impedindo ou reprimindo aqueles com antecedentes criminais.
00:18Conte um pouquinho para mim sobre o que mobilizou Milley nesse sentido relacionado à imigração na Argentina.
00:25Bom, tem vários assuntos. Inclusive eu vou comentar como primeira medida e continuo depois com a análise.
00:34Tem uma movimentação do exército, dos militares argentinos, nas três fronteiras, com Uruguai, com Brasil e com Paraguai mais expressivo.
00:46Nesses últimos dias, inclusive, provocou até consultas se os outros países tinham conhecimento dessas atividades do exército
00:55para coibir contrabando, armas, narcotráfico. O ministro da Defesa do Paraguai indicou que sim, que sempre se trabalha em conjunto.
01:04Eu não vi nada do Brasil e do Uruguai, mas é ostentoso essa presença dos militares argentinos, do exército argentino na triple fronteira.
01:14Em relação à migração, isso vem de longe. E vem de longe porque, por exemplo, tem cidades que são cidades fronteiriças
01:23em que o aspecto da saúde pública é ocupado 90% por estrangeiros.
01:30Os bolivianos, para ser mais concretos, atravessam a fronteira e eles se atendem em hospitais públicos argentinos e esses atendimentos
01:40representam 90% de pessoas que não são argentinas e o custo termina sendo arcado pela Argentina.
01:47Então, o que quer se dar, o que o Millet está tentando, primeiro, venha desde que isso não gere um custo para a população argentina.
01:58Turistas, em questão sobre esse plano médico, é uma questão que vários países solicitam.
02:05Ou você tem que ter dinheiro para fazer isso.
02:08Te convido a você ter uma viagem para os Estados Unidos, quebrar o pé, ou gerar um problema de saúde para um americano e não ter plano de saúde.
02:17E aí você vai ver como a situação vai ser totalmente diferente. Não é uma viagem para a Disney, não.
02:24Então, me parece válido. A mesma coisa que a educação.
02:27Tinha muita gente, muitos brasileiros, inclusive, estudando medicina, sobretudo, porque a Universidade Argentina é gratuita.
02:36Então, se vem, que peça a cidadania, aí, como cidadão, não temos nenhuma restrição.
02:43Mas, como estrangeiro, se você quiser utilizar um serviço público, tem que pagar.
02:47Sinceramente, me parece até coerente.
02:50Para você, Piperno.
02:53Olha, eu acho o seguinte.
02:56Imagina, por exemplo...
02:57Por que você está bufando aqui?
02:58Não, eu, assim...
02:59Até respirou fundo agora.
03:00Eu conheço muitos estrangeiros que moram aqui no Brasil, que eles têm acesso a serviços públicos.
03:06É uma opção que o país fez.
03:09Eu, por exemplo, eu me lembro, na cobertura dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres,
03:15dois integrantes da nossa equipe tiveram a necessidade de atendimento de saúde.
03:22Foram lá e, sem nenhum problema, conseguiram esse atendimento.
03:25Mas, por exemplo, eu também já viajei fazendo plano de saúde para alguma emergência, porque eu sabia que o país para onde eu iria não proporcionava esse tipo de gratuidade, por exemplo.
03:39O Segredo tem razão quando ele menciona os Estados Unidos.
03:42Na Europa também.
03:42Então, na Europa, vai depender muito o país.
03:47Sim.
03:48Onde você...
03:49Enfim, para onde você vai.
03:51Alguns cobram por esse atendimento e outros você...
03:53Por exemplo, eu viajei no ano passado para Espanha e Portugal e precisei fazer o seguro-saúde.
03:57Pois é.
03:58Eu fiz agora para a Itália.
04:00No caso, lá, por exemplo, de Londres, a gente teve esse atendimento.
04:03Agora, isso também já foi há algum tempo.
04:05Eu não tenho a exata informação se as regras mudaram desde então.
04:11Agora, eu acho o seguinte, que atravessar a fronteira para buscar um serviço de saúde, por mais que eu seja a favor de que a questão humanitária, enfim, prevaleça e tal, eu acho que numa situação emergencial isso tem que ser feito.
04:28Mas também é claro que eu acho que o país tem todo o direito de estabelecer as suas regras.
04:36Agora, para o estrangeiro que já mora lá, ou que mora aqui, aí eu acho, honestamente, um excesso.
04:45Você, Greg, quer fazer algum contraponto nesse sentido?
04:48Quero, se Evandro não muda.
04:50O estrangeiro que mora aqui, ele tem residência.
04:54O estrangeiro que mora no Brasil tem residência.
04:56Aquela pessoa que já tem a residência com o documento oficial, ele continua tendo todos os benefícios de quem mora aí, igual.
05:06Não muda isso.
05:07Isso não muda.
05:09Aquele que vem e que vem ilegal, por exemplo, não deveria ter.
05:13Aquele que vem de turista e tem uma questão, ele teria que ter um plano de saúde.
05:18Até porque, imagina um turista no Brasil que quebrou uma perna, tem um problema de saúde grave e vai no SUS.
05:26Não vai ter um atendimento prioritário.
05:29Vai.
05:30Vai.
05:31Não, não, peraí.
05:32Prioritário.
05:33Prioritário.
05:34Ah, olha só.
05:35Então, peraí.
05:36Então, um brasileiro que tem que fazer uma radiografia ou uma, sei lá, endoscopia, demora dois meses e um argentino que foi passeado em Florianópolis vai passar por frente dele.
05:46Não, mas aí seria o atendimento de urgência.
05:47Ele tá falando atendimento de urgência, emergencial, diferente.
05:51Dependendo de um lugar.
05:52Aí urgência acontecer, aí não tem problema.
05:54Não entrar numa fila por exame, não.
05:55Não tem a ver com isso, não é?
05:56Segredo.
05:57A pessoa vai vir pra cá e falar, você vai entrar na fila por uma cirurgia eletiva.
06:00Não.
06:01É pra, justamente, se acontecer uma urgência.
06:03Se ele buscar o atendimento, ele teria.
06:05Agora, não, de fato, furar a fila de brasileiros que estão há anos esperando por uma ressonância e outras questões, né?
06:12Fala, fala, Zé.
06:15Olha, é o seguinte, o SUS brasileiro, ele é universal.
06:19Qualquer pessoa que chegar lá na UPA ou no hospital, ele é atendido, tudo grátis, medicamentos e tudo, se ele conseguir ser internado.
06:28Isso aí depende do local.
06:29Tem local que funciona, tem local que não funciona.
06:31Existe, inclusive, essa discussão internamente.
06:34Por exemplo, o Distrito Federal tinha, tinha, agora não tem mais, um excelente sistema de saúde.
06:39E se dizia que Brasília, em termos de saúde, era nacional.
06:43Os prefeitos compravam de longe, daqui a uma ambulância, e traziam pra cá os doentes da cidade,
06:48o que era mais importante comprar uma ambulância do que construir um hospital e tal.
06:53Então, isso internamente.
06:54Agora, internacionalmente, qualquer estrangeiro, índio, não sei o quê, empregado, desempregado, que chegar é atendido.
07:01Aí a gente fala, ah, isso não tem muita importância.
07:03Vai lá na fronteira com a Venezuela, 80%, 80% dos partos nas maternidades lá de Rio Branco e Pacaraima são de venezuelanos.
07:13É, 80%.
07:16Muitos recebem Bolsa Família.
07:18Então, o Brasil tinha que tomar isso como exemplo e adotar que, ó, o SUS é lindo e maravilhoso, mas é nós.
07:25Não está funcionando porque é muito caro.
07:26Fala, Crigny.
07:29Ivandro?
07:29Acho que do...
07:30Peraí, Segre, peraí que eu já passo pra ti.
07:32Fala, Crigny.
07:32Do ponto de vista conceitual, eu estou super a favor.
07:36Eu acho que cada país precisa tomar as decisões e escolher muito bem qual vai ser a postura em relação a como gastar o dinheiro.
07:43São eles que estão fazendo o pagamento dos impostos.
07:45Agora, tem uma questão da prática também.
07:47Acho que esse cálculo que talvez não está sendo levado em consideração e que me parece que talvez não influencie tanto mesmo, mas que deve ser.
07:54Por exemplo, será que exigir um seguro saúde mais caro, se for comparado talvez com o plano de saúde aqui no Brasil hoje em dia, né?
08:02Exigir uma série de outras coisas.
08:04Isso torna o país mais ou menos atrativo para ser um destino turístico?
08:09Eu acho que nesse caso a gente precisa considerar também.
08:12Uma coisa é a questão de direito e tudo mais conceitual, estou super a favor.
08:16Agora, e na atratividade daquele país sendo um polo turístico?
08:20Você colocando mais empecilos, mais documentos, o quanto que isso atrapalha, né?
08:25O que foi, Zé?
08:28O problema é a fronteira, porque sobrecarrega aquelas cidades próximas ali na fronteira.
08:33E que muitas vezes são cidades que não têm estrutura para receber essa quantidade de gente, né?
08:37E as capitais muitas vezes ficam distantes, ou as cidades maiores e mais bem estruturadas.
08:41E para isso, acho que o conceito se aplica muito bem.
08:43Agora, eu penso só na questão do potencial turístico.
08:45O quanto que isso ajuda ou atrapalha o desafio aí.
08:50Se eu até puder colocar uma experiência própria, essa questão, a gente sempre fala, né?
08:54Que o SUS é universal, e é universal.
08:56Mas até a página 2, porque eu já tive duas situações,
09:00uma em São Paulo e outra no estado do Goiás,
09:03em que eu acompanhei uma pessoa não brasileira,
09:06que estava de passagem e precisou ter o atendimento emergencial.
09:10E a primeira coisa que pediram, qual foi?
09:13CPF.
09:13Sem CPF não tem atendimento.
09:16E aí, eu estava ali, eu falei, não, mas é universal isso aqui.
09:20A pessoa não tem CPF, é turista, está viajando.
09:23E aí teve toda uma briga, aí conseguiu fazer passar, né?
09:26Mas a gente percebe até a falta de entendimento,
09:30até de quem está operando ali no pronto atendimento, essa questão.
09:33Arremate, Segre.
09:34Não, tem a questão desse controle migratório que obedece.
09:39Por exemplo, falamos das universidades.
09:42Esse comunicado estabelece que as universidades públicas
09:46poderão colocar, se desejarem, aranceles para estudantes estrangeiros.
09:51Não aplica nenhum problema para aqueles que já têm o documento.
09:55Ele se restringe àquelas pessoas que entraram
09:58ou se mantêm no território nacional em forma ilegal.
10:01E uma coisa que se endurece, e sinceramente estou perfeito e totalmente de acordo,
10:06pessoas que têm crimes, antecedentes penais em outro país,
10:10não venham para aqui.
10:10Da mesma maneira que se eu tiver que tramitar uma residência,
10:14uma cidadania no Brasil,
10:16me é exigido antecedentes penais do meu país
10:18e antecedentes penais no Brasil.
10:21Então, é uma questão de lógica.
10:23Me parece muito salutável até para o país não gastar